segunda-feira, 30 de abril de 2018

MATCHESS + CIRCUIT DES YEUX, Auditório de Espinho, 28 de Abril de 2018

A história que Haley Fohr aka Circuit des Yeux diz ter-lhe acontecido algures em 2016 que envolve, em determinado momento, um sombrio golpe de trevas seguido de um banho de luz níveo, marcou desde logo toda a inspiração que repousa no magnífico disco do ano passado "Reaching For Indigo". Foi essa peça de misteriosa matéria sonora que foi apresentado em Espinho perante uma plateia receptiva à surpresa e ao encantamento que haveriam de pairar por entre a escuridão da sala. Iluminado amiúde por ténues projecções laterais, o quarteto de serviço preferiu percorrer a quase totalidade do referido álbum respeitando o seu sugestivo alinhamento de forma grandiosa e que teve em "Brainshfit" e "Black Fly" um começo arrebatador. Aquela voz barítona de rara estranheza acelerou então, e sem contemplações, o caminho para o êxtase pretendido numa tensão crescente culminada em "Falling Blonde", um cume de rara beleza a dispensar qualquer encore. Ele acabaria, naturalmente, por acontecer envolvido por muitas palmas e já com um pouco mais de luminosidade em palco, como que sinalizando o fim da nebulosidade negra e a chegada de algumas abertas luzentes onde brilhou uma versão da grande Lucinda Williams. Excelente concerto!



Antes de se juntar à banda de Haley For e com uma única vela acesa a fazer-lhe companhia, a violinista Whitney Johnson aka Matchess teve trinta minutos para testar as suas experiências sonoras que envolveram cassetes audio em loop, a sua própria voz e uma viola de arco, uma espécie de violino mais encorpado. As texturas entoadas sugeriram uma densidade ambiental de carisma misterioso e obviamente negro que serviu como antecâmera funcional do concerto principal. 


UAUU #430

sexta-feira, 27 de abril de 2018

NORBERTO LOBO, ESTRELA CINTILANTE!





















A trilogia de álbuns que Norberto Lobo acordou com a editora suiça Three: Four tem hoje um termino oficial com a saída de "Estrela", disco em que a sua guitarra eléctrica se junta à bateria de Marco Ferraro, ao saxofone de Yaw Trembe e ao violoncelo de Ricardo Jacinto. A inspiração confessada para os oito temas recaiu no jazz dos anos cinquenta mas também nos mestres Tom Zé e Moacir Santos e com uma referência explicita a Noel Rosa, nome da primeira canção do álbum que homenageia outro compositor histórico da música brasileira, tudo registado em Junho do ano passado nas oficinas alentejanas do Convento de São Francisco em Montemor-o-Novo. A assinalável fotografia da capa é, mais uma vez, uma cortesia de António Júlio Duarte, artista que já tinha sido o autor das imagens dos álbuns anteriores "Muxama " e "Fornalha", o que transforma a edição em vinil que irá estar disponível numa verdadeira peça de colecção. Para assinalar a data há hoje concerto marcado para o auditório do Teatro Maria Matos em Lisboa a que se juntou a participação num podcast de antecipação do espectáculo que pode ser escutado por aqui.


KATIE VON SCHLEICHER, RECLAMAÇÃO POR ESCRITO!





















A estreia o ano passado nos discos a sério da norte-americana Katie Von Schleicher com o sugestivo "Shitty Hits" é o resultado de muita persistência e fé nas suas canções, um conjunto sonoro que pode não ser de imediato efeito mas que se vai entranhando subtilmente a cada audição, uma descoberta que, tal como a pronúncia do seu apelido, não é fácil apesar de demasiado saborosa. A menina não tem parado, seja a imprimir na cozinha as capas para a reedição em vinil da estreia em cassete com "Bleaksploitation" (2015) seja a gravar dois novos temas - para escuta séria abaixo - que farão parte de uma rodela pequena limitada a trezentas peças disponível a partir da próxima semana e que são o resultado de uma pausa na digressão de Inverno que permitiu uma inspiradora estadia na terra natal, o estado de Maryland. Sendo assim, aqui fica a reclamação formal e por escrito quanto a um concerto da artista que NÃO foi agendado para o norte do país já que a artista tem no próximo mês datas marcadas para Lisboa (19) e Setúbal (20), por sinal os últimos de uma intensa digressão europeia que merecia um acrescento pelas redondezas... bahh!



quinta-feira, 26 de abril de 2018

RHYE DE SECRETÁRIA!

I HAVE A TRIBE, NÓS TAMBÉM!





















Uma primeira parte de um concerto de Ana Calvi na Casa da Música há já alguns anos ficou-nos na altura na retina e na memória. Um misterioso pianista irlandês apresentou, então, um conjunto de temas brilhantes sem rede mas o certo é que o nome de Patrick O'Laoghaire disfarçado sob o epíteto de I Have A Tribe não tinha à data qualquer disco editado e era, por isso mesmo, um perfeito desconhecido. Mereceu todas as palmas com que cordialmente a plateia o recebeu mas desde aí, contudo, saíram já uma série de singles que culminaram em 2016 com o primeiro álbum "Beneath A Yellow Moon" na Groenland alemã. O canal Arte, sempre atento, levou-o a semana passada ao coração da Gaité Lyrique num fim de tarde parisiense, apontou-lhe as várias câmaras e o resultado é este pedacinho imperdível de pura magia que confirma todas as boas sensações daquele serão já distante. Juntem-se à tribo...



quarta-feira, 25 de abril de 2018

SINGLES #45






















SÉRGIO GODINHO - Liberdade/O Grande Capital
Portugal: Sassetti, GM 2000/010/S, 1975
Uma das canções icónicas do pós-25 de Abril é esta "Liberdade" de Sérgio Godinho. O tema abria o disco "À Queima Roupa" de 1974, o primeiro registado pelo artista em Portugal para onde regressou vindo do Canadá logo após a notícia da revolução, sendo muito provavelmente aquele que mais insistentemente passava na altura pela rádio nacional e um dos que mais vezes foi cantado em coro pelo país fora em dezenas de festas-concertos colectivas de âmbito popular. Lembramos bem o refrão "a paz, o pão, habitação, saúde, educação" entoado nas correrias pelo recreio da escola, uma ladaínha ritmada de agrado de miúdos inocentes muito distante de qualquer significado político ou aspirações como o utópico "quando pertencer ao povo o que o povo produzir" que finda a lírica... O aparente êxito da canção levou a casa Sassetti a "cortar" um single saído no ano seguinte através da sua etiqueta Guilda da Música mas a sua actual raridade e valor leva-nos a supor que as vendas não foram famosas ou, o mais provável, a edição foi em número reduzido o que choca com a inegável popularidade da canção, um hino à liberdade que se comemora no dia de hoje.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

UAUU #429

MERCURY REV A RONDAR!














A suspirada digressão acústica dos Mercury Rev em formato duo que comemora os vinte anos do disco sagrado "Deserter's Songs" chegará ao Lux lisboeta a 27 de Setembro próximo mas há agora a confirmação de uma data em antecipação na sempre querida Galiza (embora sem cidade escolhida) marcada para 18 do mesmo mês, por sinal o segundo de seis concertos por terras castelhanas! Podia ser em Vigo, bela terra...

RICHARD HAWLEY, ENGRAÇADINHO!

Enquanto não chega um novo álbum de originais de Richard Hawley, o melhor será arejar com parte de uma banda sonora que o inglês compôs para o filme "Funny Cow", comédia de tradição britânica estreada o ano passado mas, ao que parece, sem muita piada. O próprio Hawley desempenha um pequeno personagem chamado Cream que ao lado de Corinne Bailey Rae, Coffee no filme, cantam, num dueto, o já clássico "I Still Want You". Ao todo, são nove as canções da sua autoria, entre elas a do tema título em versão cantada e instrumental, mas há ainda mais cinco de Ollie Trevers, miúdo de Suffolk que agora se lança na composição de bandas sonoras. Engraçadinho, talvez...





quinta-feira, 19 de abril de 2018

THE INNOCENCE MISSION, QUE BELA UNIÃO!





















A colaboração de Karen Peris no álbum de estreia do projecto de Simon Raymonde chamado Lost Horizons editado o ano passado passou de uma simples flor a um saboroso fruto! Sendo assim, os The Innocence Mission gravaram para a editora Bella Union, propriedade de Raymonde, um álbum de originais de nome "Sun On The Square" com saída prevista para dia 6 de Julho próximo e para o qual se adianta já a respectiva capa, linda como sempre, e também uma das novas canções titulada "Green Bus" onde o tamanho da beleza não tem preço nem idade!

KEATON HENSON, SEIS ANSIOLÍTICOS!





















Já passou muito tempo sobre a emersão do talento de Keaton Henson, recatado artista multifacetado inglês que tem na solidão um refúgio desde sempre notório. Tímido, ansioso, avaro a confusões, multidões e promoções, Henson dedicou os últimos três anos na composição de novos temas que rodeiam as temáticas da doença mental, dos traumas e da empatia, construindo seis peças para orquestra que tentam contar a sua história em forma de letargias sonoras a ser apresentadas exclusivamente pelo Barbican de Londres no próximo dia 22 de Julho. Nessa data, a Britain Sinfonia irá interpretar pela primeira (única?) vez "Six Lethargies" sem o artista que, não estando presente, não terá em palco nenhuma contribuição mas que intencionalmente aspira a obter uma resposta para seu dilema interior: "If I write how it feels to me, will it make you feel the same?". Aqui fica uma prova antiga que pode ajudar na argumentação... sem ansiolíticos!

terça-feira, 17 de abril de 2018

UAUU #428

ALELA DIANE, UMA PERDIÇÃO!

O disco "Cusp" que marca o regresso de Alela Diane às canções e aos concertos tem tido aqui na casa uma rodagem viciante confirmando todas as expectativas pelas quais fomos suspirando perdidamente. Ao vivo, na actual digressão pela Europa que infelizmente não tomou rumos ibéricos, Diane tem dado primazia óbvia aos novos temas com a contribuição certamente decisiva da violinista Mirabai Peart e da amiga e multi-instrumentista Heather Woods Broderick, um trio de luxo! Na recente passagem pela Bélgica foi assim... uma perdição!







Entretanto, um novo video para mais uma grande canção desse álbum foi a semana passado disponibilizado e tem realização da jovem talento Carissa Gallo.


segunda-feira, 16 de abril de 2018

RECORD STORE PRAY 2018!

É já no próximo sábado que se realiza mais um Record Store Day, uma amálgama confusa de edições oficiais, regionais, locais, etc., etc., que parecem não acabar ou não fosse o dia aproveitado pelas casas de discos para facturar à custa de uma suposta comemoração alternativa! Da lista oficial, se tivéssemos (hipótese) de escolher, era esta dúzia de rodelas por favor...












domingo, 15 de abril de 2018

NADAH EL SHAZLY, Understage, Teatro Rivoli, Porto, 13 de Abril de 2018

A perfomance da egípcia Nadah El Shazly debaixo do palco do Rivoli teve plateia composta, alguns problemas técnicos e muita, muita fadiga quer do público, que esperou até depois da hora pelo concerto, quer da artista, notoriamente em modo zen e sem muito fulgor. Foi pena, porque a receita estranha que o disco de estreia evidencia é uma experiência sonora vanguardista que mereceria outro vigor e intensidade e onde a voz árabe se mistura de forma sedutora e exótica com uma base electrónica mas que se perdeu algures pela cave escura entre palmas ténues. Uma experiência que precisa de um novo teste... mais (a) sério! 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

JENNY HVAL, SÃO FEITIÇOS!

Depois do álbum "Blood Bitch" de 2016 e que foi apresentado em devida altura por perto, a artista norueguesa Jenny Hval registou um novo EP de nome "The Long Sleep" a sair em Maio pela Sacred Bones Records. Há já uma versão em vinil devidamente autografada e com uma série de goodies limitada a trezentas e cinquenta cópias e onde a música se aproxima a uma composição mais clássica e instintiva em que o mesmo tema é desdobrado e reciclado em quatro diferentes feitiços. Aqui fica o primeiro...


quarta-feira, 11 de abril de 2018

AGNES OBEL, CONTOS DE ENCANTAR!

A cliente seguinte, depois dos Badbadnotgood, a escolher música para a excelente série inglesa "Late Night Tales" é a menina Agnes Obel. Entre as vinte opções há muitas surpresas como a canção dinamarquesa em forma de leitura chamada "Glemmer Du", o novo original "Bee Dance" ou o poema de Inger Christensen "Poema About Death" transformado em canção "espanta espíritos", pérolas que se juntam num colar sonoro diverso e atraente onde ainda cabem encantamentos de Henry Mancini, Ray Davies, Yello, Nina Simone ou da jamaicana Nora Dean. Para descobrir com urgência!





KING KRULE, AMOR ANTIGO!

A história conta-se, ao que parece, sem espinhas: quando Archy Marshall assumiu o alter ego de King Krule e começou a tocar ao vivo, a estreia oficial aconteceu num festival no sul de França no verão de 2011. Nesse dia, no caminho para Hyères, assim se chama a povoação gaulesa, ouviu a canção "Forever Dolphin Love" de Connan Mockasin, título do homónimo álbum do mesmo ano do neozelandês. Desde aí não se cansou de ouvir o tema, um devaneio sonoro que tivemos o privilégio de testemunhar em versão longa no Milhões do ano seguinte, e aproveitou a ida ao programa de Annie Mac da BBC/Radio1 no passado dia 3 de Abril para apresentar finalmente uma versão desse amor antigo, jogada arriscada mas com excelente resultado (vale a pena ouvir, já agora, a vintena de minutos aveludados que o miúdo e restante banda espalharam no éter inglês).



terça-feira, 10 de abril de 2018

UAAU #426

KAMASI WASHINGHTON, NO CÉU E NA TERRA!





















Anuncia-se o regresso em força aos discos de Kamasi Washington para Junho com a edição de um álbum duplo apropriadamente chamado "Heaven and Earth" na habitual Young Turks britânica.  Segundo o saxofonista americano, a parte referente à "Terra" representa a sua visão exterior e aparente de um mundo de que ele faz parte enquanto a outra face, o "Céu", traduz uma expressão de como o próprio se inclui nesse mundo de forma íntima. Colaboram na aventura os habituais músicos e amigos com destaque para Thundercat e o baterista Tony Austin que partirão numa imensa digressão mundial que se prolonga até ao final do ano e já com datas na vizinha Espanha mas sem compromissos por cá. Aqui ficam dois pedacinhos iniciais de céu e de terra...



segunda-feira, 9 de abril de 2018

ELEANOR FRIEDBERGER, Auditório de Espinho, 7 de Abril de 2018

Sem certezas, mas de todas as vezes que Eleanor Friedberger esteve por perto acabamos sempre por comparecer nos seus concertos, seja a estreia por Coimbra em 2011, a passagem pelo Porto em 2013 ou até uma incursão por Vigo no ano seguinte. Nenhum foi mau, nenhum foi arrebatador, sendo o serão na Casa da Música de há cinco anos aquele em que a sua música nos pareceu mais eloquente e festiva muito por culpa de uma banda de suporte de luxo de nome Field Music que permitiu um esplendor pleno das suas composições. A vertente a solo, contudo, sugeriu-nos sempre um esvaziar de parte do fascínio de muitas das grandes canções dos discos e na noite de Espinho a sensação acabou por repetir-se mesmo que algumas sejam novas e a precisar de lubrificação. Para o efeito, um simples iPhone serviu para debitar a base instrumental original de algumas delas a que se sobrepôs a voz de Eleanor, uma receita entretida e solta que serviu certamente para experimentar e testar reacções mas que esteve longe de uma imediata sedução. Uma vez mais, um concerto competente e polido que ainda não fez justiça merecida à qualidade dos álbuns. Mas não vamos desistir!


domingo, 8 de abril de 2018

HOUSE OF WOLVES, Maus Hábitos, Porto, 6 de Abril de 2108

Talvez uma sala ainda mais pequena que a dos Maus Hábitos fosse o ideal...
Talvez um melhor isolamento dos restantes espaços barulhentos fosse o ideal...
Talvez um som mais apurado e mais alto fosse o ideal...
Talvez um pouquinho mais de luz fosse o ideal...
Talvez, mas atendendo a que não há concertos ideais, a estreia de Rey Villalobos e do seu projecto House of Wolves no Porto acabou por resultar num momento de partilha sereno, agradável e onde se fez notar a fragilidade das suas canções e líricas, uma escura combinação sonora que precisou, como deve ser, de uma absorvente concentração e atenção de todos os presentes em sessenta minutos de puro retempero... ideal!   

sexta-feira, 6 de abril de 2018

RHYE, UM PASSAGEIRO MUITO ESPECIAL!

O inexcedível canal franco-alemão Arte continua a surpreender no arrojo visual e nas apostas inovadoras. Exemplo claro dessa vanguarda é o programa "Passengers" onde se captam sessões de música dita electrónica num cenário de aeroporto parisiense. O primeiro nome a aterrar foi Mike Milosh, ou seja, o projecto canadiano Rhye numa viagem visualmente exemplar registado no hall M do terminal 2E do aeroporto Charles de Gaulle no passado dia 22 de Março. Um excelente voo rasante de reconhecimento para o que nos aguarda no Parque da Cidade lá para Junho...

quarta-feira, 4 de abril de 2018

UAUU #425

JOSH T. PEARSON: SEXO, DROGAS & ROCK!





















Para quem conheceu a outra encarnação do norte-americano Josh T. Pearson a presente faceta é uma guinada surpreendente! Habituados que estamos a uma imagem de barbudo tímido da folk que teve no álbum de estreia a solo "Last Of The Country Gentelman" de 2011 uma referência icónica e que para alguns valeu um grande concerto numa véspera de São João em Famalicão no ano seguinte, aproxima-se uma reencarnação inesperada - aprendeu a dançar, a gostar de drogas e mais sexo, cortou a barba e o cabelo, comprou novos fatos coloridos e um chapéu texano como manda a lei e abriu a caixinha de surpresas que é a vida para se lançar num novo disco de nome "The Straight Hits!" a sair para a semana na Mute Records. O trabalho foi registado num instante e de forma directa em Inglaterra numa reacção à eleição presidencial americana de 2016 que dividiu e divide profundamente a América e, por isso, a melhor seria mesmo tentar espalhar felicidade e alegria através do rock & roll, country-punk ou quejandos na esperança que a simplicidade e rudeza ajudem a melhorar o penoso dia-a-dia. Um espírito mais aberto e positivo que o levou até a convidar uma série de designers brasileiros para realizar o video para o primeiro single numa conexão obtida simplesmente através do Instagram e que é o reflexo lógico da tal nova atitude de descontracção. A digressão marcada para a Europa é já extensa e espera-se que a bondade o traga até cá para umas cervejas e uns passos de dança!




terça-feira, 3 de abril de 2018

JANKA NABAY (1964-2018)













Até Julho passado o nome de Janka Nabay era aqui na casa um perfeito desconhecido. Bastou, contudo, uma festarola no fim (início...) de noite no Milhões barcelence para nunca mais esquecermos a alegria contagiante do sua música, ritmo e agitação baptizada de bubu music. Com origem na Serra Leoa, nome bem português como fez questão de vincar nessa oportunidade, Nabay deixou-nos hoje sem muitas explicações... Peace!



segunda-feira, 2 de abril de 2018

LOCH LOMOND, Maus Hábitos, Porto, 30 de Março de 2018

Associamos os Loch Lomond a uma longínqua série de álbuns e EP's quando o indie americano começou a circular em força em meados da década passada. Fixamos sempre algumas das suas boas canções mas não houve nunca, no nosso caso, um grande disco que deixasse saudades nem mesmo o último "Pens From Spain" saído em 2016. Foi na esperança que alguns desses bons pedaços acabassem por valer a pena que comparecemos na estreia nacional da banda de Portland comandada por Richie Young, uma aspiração às tantas similar à da quarentena de almas que responderam ao desafio. Mas se notarmos que os dois grandes momentos da noite foram as duas versões dos Magnetic Fields apresentadas - "Nothing Matter When We're Dancing" e "The Book Of Love" - esta última já no encore e escolhida pelo público em detrimento de um qualquer original da banda (!), então algo de errado pairou sobre o serão portuense que talvez possa ter explicações plurais como um alinhamento tortuoso ou um arranjo das canções um pouco sensaborão e em desuso que nem a simpatia do trio permitiu salvar. As palmas e incentivos da ocasião foram simplesmente uma circunstância cortês que não disfarçou alguma indiferença e frouxidão que um encore forçado haveria por acentuar de forma desnecessária. Esperam-se as melhores...       

RICHARD HAWLEY, ONDA RADIOFÓNICA!

Em 2005 o britânico Richard Hawley compôs e gravou para o álbum "Coles Corner" talvez uma das melhores canções pop sobre o amor que tem no mar e nos oceanos a fonte de inspiração. Chamado simplesmente "The Ocean", o clássico tema levou a BBC a convidar o próprio Hawley para realizar um programa semanal para a Radio 6 Music com o mesmo nome onde o músico viaja pela costa inglesa à procura das tradições, influências e memórias alusivas ao mar e que tem nas canções uma forma popular de homenagem, temor e respeito. Iniciado em Março, o excelente programa vai já no quarto episódio, todos puro deleite radiofónico e patrimonial. 
The world is fine, by the ocean... here comes the wave!



UAUU #424