segunda-feira, 31 de maio de 2010

DUETOS IMPROVÁVEIS #142

KINGS OF CONVENIENCE & DIVING WITH ANDY
Fifty ways to be your love (Paul Simon)
Taratata, TV5, França, 12 de Novembro de 2009

GARY NUMAN, Casa das Artes de V.N. Famalicão, 28 de Maio de 2010


Pode causar alguma estranheza a vinda de Gary Numan a Famalicão, mas atendendo à arrojada programação levada a cabo pela instituição minhota nos últimos anos, um exemplo de profissionalismo e uma lição de inconformismo, o espanto não deve ser muito. Causa, sim, maior perplexidade o completo desprezo da totalidade da imprensa pela estreia portuguesa de um dos percussores da dita música electrónica, resumida a curtas e descontextualizadas referências de circunstância... O buzz na rede, pelo contrário, chegou longe. Passados três dias, esta nossa crónica informal será mesmo o primeiro (único?) testemunho do espectáculo!
Desabafos aparte, pelo menos duzentas pessoas vindas do Porto, Algarve ou Inglaterra (!) deslocaram-se até ao Minho para, sem receios, comprovarem a modernidade de um músico ainda com um alargado prazo de validade artística. Das jovens em êxtase na primeira fila, passando pelos fãs de longa data que reconheceram e cantarolaram a totalidade dos temas, todos presenciaram um concerto nivelado e, quase sempre, intenso. Uma banda de cinco elementos acompanhou um Gary Numan de poses e trejeitos antigos e sem tempo para discursos de circunstância ou muitos agradecimentos, mas apostado a dar o litro em cima do palco. Como sempre, som de sala excelente e um alinhamento centrado na fase inicial, ou mesmo ainda com os Tubway Army, em versão mais “pesada”, mas sem perder, contudo, a formatação original. Momentos altos óbvios quando soaram os hits ”Cars”, “Down in the Park” ou “Are friends electric”, este último com um arrebatador e diferente arranjo. Para quem não compareceu com medo de um espectáculo decadente, a resposta estava dada. Antes do encore, já a plateia delirante estava em pé, aplaudindo uma perfomance de inquestionável honestidade e brilhantismo. Já no exterior e para os mais insistentes, ainda tempo para um momento raro de confraternização antes da partida para o Primavera Sound de Barcelona, com direito a fotos, cumprimentos e, claro, os muito requisitados autógrafos.

RICHARD HAWLEY E O OCEANO

Um novo EP de Richard Hawley tem data de saída marcada para a próxima semana pela Mute Records. São quatro temas inspirados pelo oceano e que surge na sequência do programa de rádio emitido pela BBC2 de nome "The Ocean", onde o ex-Pulp faz uma abordagem pessoal sobre o mar e sua influência na cultura britânica. Recorda-se que um dos seus maiores êxitos, que St. Mª da Feira teve a sorte de presenciar há três anos atrás, é precisamente "The Ocean". Para além duma versão de "The Ellan Vannin Tragedy" de Hughie Jones (The Spinners) e do tradicional "Shallow Brown", ambos os temas com a colaboração de Smoke Faires, o EP, intitulado "False Lights From the Land", apresenta "Remorse Code", já incluído no álbum do ano passado "Truelove's Gote" e este excelente inédito "The Storm". Relaxante...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

GRIZZLY BEAR + CIBELLE, Coliseu do Porto, 27 de Maio de 2010


À espera há cinco ou mais anos pelos Grizzly Bear e tudo à volta (p. ex. os Department of Eagles), foi com algum temor que olhamos de soslaio para sala principal do Coliseu como o recinto ideal para esta primeira investida do colectivo norte-americano. Não que a música não mereça tamanha distinção, mas receamos a pouco adesão de público e o consequente arrefecimento emocional. Felizmente, não havia, afinal, nada para temer. Mas já lá vamos.
Antes temos que falar de um qualquer ovni que largou a brasileira Cibelle no centro do palco, envolta por uma tenda abarracada decorada por dourados natalícios e outros estranhos adereços. Visto da tribuna, o cenário causava comentários e suposições diversas, mas a perfomance da brasileira veio confirmar a sua utilidade. De copo meio cheio de vinho (do Porto?) na mão, roubado, segundo ela, nas margens do Douro, em notório estado "aceso", tratou de nos surpreender com uma simples guitarra eléctrica e algumas canções em versão simplificada a que acrescentou ruídos e efeitos pré-gravados. Tempo para trocas de impressões sobre a cidade e o país e também algumas expressões a provocar a risota geral. Gostamos particularmente daquela pose sacada à Xuxa dos bons velhos tempos... Uma nota para a magnífica versão de "Beig Green", imortalizada por Sinatra, com que terminou a pequena mas muito bem recebida actuação.

Retirado o estendal e após um inexplicável e longo intervalo, os quatro Grizlly Bear surgiram alinhados na frente do palco. Não há, assim, um enfoque propositado em qualquer um dos seus músicos, porque, na verdade, todos eles se mostraram indispensáveis à grandeza do concerto. Percebemos agora que a filigrana sonora que os discos contemplam não é obra do acaso. Impressionante o acerto vocal, a medição dos tempos ou a irrepreensível leveza com que as canções preencheram um Coliseu bem composto e conhecedor. Óbvia a distinção das vozes de Edward Drost e Daniel Rossen no centro do palco, mas o contributo vocal dos extremos, onde o baterista e o baixista se posicionaram, foi também excelente. Se juntarmos os instrumentos que todos tem que tocar, parece quase milagrosa a perfeição demonstrada de princípio ao fim. Desde "Southern Point" logo a abrir, passando pela acertada contribuição de Cibelle em "Two Weeks" ou pelo inesquecível "Ready, Able", o espectáculo manteve sempre um nível altamente graduado, num alinhamento concentrado no já clássico "Veckatimest" e que culminou com a plateia já de pé acertando palmas para um acústico e inesperado "All We Ask". O reencontro em Julho no SBSR do Meco, parece ser, desta forma, inevitável.

SINGLES #21


GARY NUMAN - Cars
Altantic, ATL K 11360, Portugal, 1979
A Casa das Artes de Famalicão recebe hoje à noite a estreia em palcos portugueses de Gary Numan. Ao fim de mais de trinta anos, esta inesperada visita de um percursores da chamada música electrónica tem tanto de perigoso como de atractivo. Nunca fomos grandes entusiastas dos seus álbuns, embora algumas das suas canções não nos tenham passado ao largo. Entre elas está este "Cars", que juntamente com "Are Friends Electric", constituem grandes exemplos de brilhantismo pop e são, por isso, memoráveis. Há algumas semanas atrás, em deambulações vinílicas pela Vandoma, encontramos o single do tema, cuja edição portuguesa desconhecíamos completamente. O desenho de capa é realmente único e para nosso contentamento o vinil está em óptimo estado. O músico escreveu a canção inspirado num verdadeiro incidente de tráfico, com insultos e arrufos à mistura... Nos últimos tempos Gary Numan tem-se desdobrado em colaborações com Little Boots ou até Nine Inch Nails, de que é exemplo uma fabulosa versão de "Cars" gravada em Outubro do ano passado. Sem dúvida, uma canção que se junta os tais atractivos para o concerto de mais logo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

THEE OH SEES + NO AGE, PlanoB, 26 de Maio de 2010


Numa semana em que o Porto está a viver uma espécie de Primavera Sound desconcentrado, nem tudo são rosas. Apesar do espectáculo dos XX na Casa da Música, a cave do PlanoB esteve bastante concorrida e à espera de dois bons concertos. Não foi o caso. Começaram os Thee Oh Sees, quarteto de São Francisco liderado pelo multitatuado Jown Dwyer. Empunhando guitarras ao jeito sixtee, numa ritmada e frenética sequência, quase sem pausas, o cromo Dwyer não deu espaço à monotonia, lançando bojardas e incessantes guitarradas psicadélicas. Um baixo profundo acompanhou a correria e uma voz feminina deu-lhe um complemento adequado. Do imenso património de canções já construído ao longo dos últimos tempos (é quase um álbum por ano, não falando dos EP's) desfilaram, certamente, as mais recentes, incluídas em "Warm Slime", disco agora editado e que não deixaram ninguém indiferente. Curto, enérgico e suado, como deve ser um bom concerto rock.
Quanto aos No Age (foto) e apesar das excelentes impressões causadas por "Nous", o segundo álbum editado há cerca de dois anos atrás, a actuação foi uma fraude. Não certamente por culpa da banda, mas sim por quem comandou a mesa de mistura, incapaz de tornar audível qualquer um dos instrumentos - uma guitarra, uma bateria e ainda alguns efeitos. Quanto à voz de Dean Allen Spunt, perdeu-se na imensidão do barulho cavernoso. Ainda aguentamos uma mão cheia de temas, mas depois desistimos... Uma coisa é noise rock propositado de que gostamos bastante, outra é ruido sonoro "tudo a monte e fé em deus" que não respeita quer os músicos e a música, quer, principalmente, o público pagante! Fica para a próxima.

SHELLAC + MISSION OF BURMA, Auditório de Serralves, 25 de Maio de 2010


Talvez o formalismo do recinto não tenha sido uma boa opção. Talvez as cadeiras de couro fossem dispensáveis. Talvez a dimensão do palco fosse exagerada. Talvez... Demasiados constrangimentos não impediram, contudo, que o auditório de Serralves fosse um obstáculo para os Shellac. Tocar para uma plateia sentada é para a banda, como reconhecido, uma anormalidade. Sentindo, em parte, esse desconforto, Steve Albini não resistiu e ao fim de alguns temas convidou a plateia a juntar-se na frente de palco para que a fruição fosse, para ambas as partes, mais genuina. A resposta não foi massiva e só alguns responderam ao desafio, embora a maioria se tenha levantado. Até aí, já o concerto tinha provado a excelência dum triunvirato instrumental que faz dos Shellac uma máquina intemporal de rock e um verdadeiro caso de genialidade. À brutalidade eficiente da bateria de Todd Trainer e ao baixo carregado e minimalista de Bob Weston, junta-se a guitarra imaculada de Albini, uma receita sonora cuja potência é elevada, não ao quadrado, mas, obrigatoriemente, ao máximo. Não faltou a já clássica sessão de perguntas e respostas comandada por Weston, abortada rapidamente e de forma hilariante quando alguém o questionou sobre qual a parte mais bonita do seu corpo...
Balls respondeu Albini! Com o fabuloso The End of Radio, uma das diversas escolhas do alinhamento retiradas do último disco, o concerto chegaria ao final, depois da retirada faseada dos instrumentos do palco e que incluiu a desmontagem ensaiada da bateria e o transporte do próprio baterista, para gaudio da plateia rendida. Um concerto sóbrio, com excelente som e iluminação e a prova que à fama se pode e deve juntar sempre a humildade.


Antes dos Shellac tocaram os Mission Of Burma, um outro caso de longevidade e, já agora, de preserverança. Destaque para o guitarrista Robert Miller, um virtuoso no comando de outro trio agitador que carregou, sem rodeios, no acelerador. Em alguns dos temas, coube a Peter Prescott dar o mote detrás da bateria, com apelos de rebelião contida, que na maioria das vezes foram permeados com longos e solos de guitarra, mas coube a Miller e ao baixista Clint Conley assegurar maioritariamente as vozes. Um excelente aquecimento e também uma óptima oportunidade para descobrir uma banda cujo nome sempre conhecemos mas, tal como grande parte dos presentes, nunca ouvimos seriamente. É para isto que os concertos também servem.

FESTIVAL CURVO EM AVEIRO


Anuncia-se como um "festival incerto de música urbana", mas a qualidade está praticamente assegurada. O Curvo começa já hoje no Teatro Aveirense com a projecção do filme "All Tomorrow's Parties" de Jonathan Cauette, numa extensão do IndieLisboa'10, mas amanhã e no próximo sábado há quatro nomes/bandas a não perder de vista: o regresso de Matt Elliott e de Scout Niblett e a estreia dos Warpaint e dos Here We Go Magic em terras lusas. Programa e mais pormenores por aqui.

terça-feira, 25 de maio de 2010

SUBURBAN KIDS WITH BIBLICAL NAMES, Mercedes, 24 de Maio de 2010


Perante um bar pouco preenchido e uma plateia que não ultrapassava as trinta pessoas, a banda enfrentou, corajosamente, o espectáculo de frente e a todo o vapor. Não foi difícil, assim, cativar o público para as suas canções orelhudas e plenas de vigor, muito por culpa de um irrequieto Johan Hedberg, metade dos rapazes originais com nome bíblico. Ao vivo, a dupla recebeu a contribuição de mais três jovens músicos que se desdobraram pela bateria, baixo e teclas e até um sonoro trompete, formando um conjunto com assinalável acerto e entrosamento. Em pouco mais de uma hora, desfilaram temas antigos como "
Funeral Face" ou o incontornável "Loop Duplicate My Heart", mas foram alguns dos mais recentes originais que impressionaram. Do 4º EP, editado em final do ano passado, foi apresentada a totalidade do alinhamento, sendo muito difícil escolher qual dos quatro temas é o melhor. Foi, no entanto, impossível de resistir ao hino pop "Studenter Pa Flak" cantado em sueco já no final do encore, uma prova fantástica da versatilidade e frescura duma banda que irá, mais dia menos dia, rebentar por todo lado

FICAMOS CRASHADOS!


O novo disco do colectivo congolês Konono nº1 chama-se "Assume Crash Position" e vai deixar qualquer um de rastos. Ritmos avassaladores a que se juntam, pela primeira vez, algumas guitarras eléctricas e até um piano, mas é o som hipnótico dos limkembés que continua a fazer mossa. O tema de abertura "Wumbanzanga" é o ponto de partida para uma viagem alucinante que só termina em "Konono Wa Wa Wa", a melhor canção do ano para dançar. O álbum foi novamente produzido por Vincent Kenis e terá uma edição especial em vinil a ser incluída na "The Congotronics Vinyl Box Set-2010" que junta, ainda, o primeiro disco da banda, entre outras especialidades. Os Konono Nº 1 terminam esta semana em Madrid a digressão europeia e na qual tiveram como convidadas no concerto parisiense do passado dia 22 as Coco Rosie! O efeito konono continua verdadeiramente imparável

segunda-feira, 24 de maio de 2010

HIGH PLACES, Plano B, 21 de Maio de 2010

Apesar do adiantado da hora, Mary Pearson e Rob Barber surgiram em palco nitidamente bem dispostos e prontos a surpreender. Pena que o sistema sonoro da sala ou o que resta dele, tenha pregado algumas partidas, chegando ao ponto do completo "apagão". Nada que a dupla não tenha subtilmente ultrapassado, repetindo até alguns dos temas que não soaram perfeitos. Os High Places estão mais maduros e a timidez de Pearson, revelada no anterior concerto no Passos Manuel, parece ter desaparecido. O seu charme e sensualidade, pelo contrário, cresceram a olhos vistos. Servem-se agora de guitarras para desfilar as canções do novo "High Places vs Mankind", um som mais aberto, mas cuja base agitadora continua eficazmente pré-gravada. Tal como a sua música, um concerto a dividir opiniões, mas, no nosso entender, muito bem conseguido.

MAJOR TOM!


Está quase a chegar às bancas inglesas o número 200 da revista MOJO (Julho). As escolhas editoriais foram atribuídas a Mr. Tom Waits, incluindo fotografias, livros, histórias e alinhamento das canções do CD gratuito. Prevê-se, por isso, um número em cheio!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

UM PEDRO E UM JOÃO NO MERCEDES


Parece de propósito! A agenda da próxima semana está repleta de concertos atractivos quase todos os dias. Sobrava segunda feira, dia 24, mas o bar Mercedes na Ribeira "estragou" tudo... Para essa noite está prometida a actuação dos Suburban Kids With Biblical Names, duo sueco que andou em rodagem assídua no nosso iPod há três anos atrás. Promete-se animação qb e doses pop caseiras de travo fresquinho e informal, receita que os SKWBN afinaram afincadamente para o segundo álbum prestes a sair. Tal como em 2007, continuamos a gostar muito deste "Loop duplicate my heart".


VINIL DELUXE


Um barraco cheio de vinis, John Peel, um concurso de rádio e muito amor pela música. Uma história deliciosa para ler no jornal Guardian e o resultado prontinho para descarregar à distância dum click.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

NOVO TEMA PARA GOD HELP THE GIRL


Um terceiro e inesperado single do projecto God Help the Girl da responsabilidade de Stuart Murdoch (Belle & Sebastian) é posto à venda na próxima segunda feira. Trata-se de um inédito, "Baby You're Blind", não incluído no álbum do ano passado e que apresenta na voz Linnea Jonsson, lider dos suecos Those Dancing Days. A canção, destinada mas não utilizada no lado B do segundo single "Funny Little Frog", foi gravada em Maio do ano passado. Via Rough Trade haverá um exclusivo 7" de vinil para coleccionar e um video rodado na cidade de Glasgow.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

WE ARE A PSYCHEDELIC ROCK BAND


É assim, sem rodeios, que o trio australiano Tame Impala se apresenta na sua página do myspace. Ouvindo os temas, é fácil confirmar a veracidade da classificação e até rapidamente fazer algumas analogias. Claro que os MGMT e o seu novo álbum "Congratulations" acaba por ser a comparação mais óbvia e não admira, por isso, que na primeira parte dos concertos americanos do próximo mês da banda de "Kids" estejam, precisamente, os Tame Impala. O álbum "InnerSpeaker" está prestes a sair, trabalho que contou com a produção de Tim Holmes dos Death in Vegas e com mistura do consagrado David Fridmann, habituado a semelhantes aventuras com os Flaming Lips ou os já citados MGMT. Já arranjamos um espacinho no nosso iPod para o disco e seria ainda melhor se um qualquer festival de verão nortenho (também não há muitos...) os agarrasse para uma noite de trip(a)s!

terça-feira, 18 de maio de 2010

DUETOS IMPROVÁVEIS #141

IGGY POP & IZIA

Nice to be dead (Pop)

La Musicale, Canal +, França, 27 de Abril de 2009

segunda-feira, 17 de maio de 2010

SERRALVES EM FESTA JÁ MEXE

O fim de semana de 5 e 6 de Junho será marcado pelo regresso da festa ao parque de Serralves. Entre a programação musical, destaque para o concerto de encerramento protogonizado pela Burnt Sugar the Archestra Chamber que apresentará um espectáculo de homenagem a James Brown intitulado "JB's Funky Divas Versus The Revolution of Mind". Um núcleo de doze ou mais músicos americanos em versão mashup e improvisada dos dois míticos álbuns do Rei da Soul a que se acrescenta ainda o disco "Live at the Apollo vol.2". Promete.

GIL SCOTT-HERON, Casa da Música, 15 de Maio de 2010



Para a maioria dos presentes na Sala 2 da Casa da Música ver Gil Scott-Heron em concerto era, até há uns meses atrás, uma aspiração impensável ou um daqueles sonhos inconcretizáveis. Mas quando o gigante personagem, em todos os sentidos, entrou no palco de boina enterrada na cabeça e se sentou atrás dum velhinho piano Rhodes, após algumas impressões satíricas sobre a viagem e a estadia e começou a cantar "Blue Collor" (ver video HugTheDj abaixo), muitos de nós tivemos que nos auto-beliscar! Começou a soar, então, aquela patine soul tão perfeita e genuína que foi impossível não recuar no tempo, não de um forma nostálgica ou balofa, mas sim, dando conta do peso histórico que tamanho som transporta e de quanto ele é, ainda hoje, perfeitamente vibrante. Não admira, por isso, que o mestre se tenha queixado "I've been sampled!", elogiando, sem reservas, artistas como Common, Tupac Shakur ou mesmo PM Dawn que surrupiaram da fonte. Tomara... Como resistir a pérolas como "Winter in America", "Work for Peace" ou o fabuloso "Home Is Where the Hatred Is" do lendário "Pieces of a Man"? Como não cantarolar aquele "kick it, quit it / kick it, quit it" de voz tão marcada e sentida mesmo ali à nossa frente? Como não reparar que "I'll Take Care of You", o único eleito do novo disco, é já um grande clássico? Como esquecer uma plateia rendida que, quase sem querer, cantou e dançou todo o "The Bottle"? Como? É impossível. Uma noite memorável onde o mestre teve a companhia dos velhos amigos Glen Turner nos teclados e harmónica e de Tony Duncanson na percussão e uma noite onde, certamente, todos nós ganhamos mais respeito e carinho por um verdadeiro e renascido génio. Peace, brother!

Gil Scott Heron @ Casa da Música Porto 15-05-10 from hug the dj on Vimeo.

sábado, 15 de maio de 2010

É HOJE OU NUNCA


Não há desculpas! Gil Scott-Heron está hoje na Casa da Música e a revolução faz-se, obrigatoriamente, ao vivo. Ainda por cima, parece que não se vai esquecer do monumento chamado "The Bottle"... Imperdível.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

3 X 20 MAIO


20 canções:
. LCD SOUNDSYSTEM - I can change
. MASSIVE ATTACK - Rush minute
. GORILLAZ - On Melancholy Hill
. FOOL'S GOLD - Ha Dvash
. HERE WE GO MAGIC - Collector
. VAMPIRE WEEKEND - White Sky
. THE FIERY FURNACES - Take me round again (Matthew Friedelberg)
. TORO Y MOI - Thanks vision
. CARIBOU - Sun
. JAMIE LIDELL - It's a kiss
. THE NATIONAL - Conversation 16
. BEACH HOUSE - 10 Mile Stereo
. FRUIT BATS - The Hobo girl
. EFTERKALNG - Natural tune
. OWEN PALLETT - What do you think will happen?
. FANFARLO - Finish line
. GET WELL SOON - Werner Herzog gets shot
. ST. VINCENT - The party
. LAURA VEIRS - Sun is king
. GIL SCOTT-HERON - I'll take care of you
20 versões:
. JIM O' ROURKE - Always something there... (Bacharach)
. RON SEXSMITH - This where I belong (Kinks)
. BECK - There she goes again (Velvet Underground)
. ANE BRUN - True Colors (Cindy Lauper)
. EVELYN EVELYN - Love will tear us apart (Joy Divison)
. SKY FERREIRA - Animal (Miike Snow)
. FLORENCE AND THE MACHINE - Postcards from Italy (Beirut)
. GET WELL SOON - I'm deranged (Bowie)
. PETER GABRIEL - Heroes (Bowie)
. THE ANTLERS - VCR (The XX)
. KATE MILLER-HEIDKE - Walking on a dream (Empire Of The Sun)
. I AM THE DOT - It's too late (Carol King)
. PASSION PIT - Dreams (Craneberries)
. LIZ PHAIR - Turning Japanese (The Vapors)
. PATTI SMITH - Twist & Shout/live (The Beatles)
. THE RADIO DEPT- All about love (Sade)
. KATE PERRY - Electric feel (MGMT)
. 27 - Crazy (Gnars Barkley)
. ALEX WINSTON - Your's to keep (Teddy Bears)
. KIM FOWLEY - Born to be wild (Steppenwolf)
20 remixes:
. FREELANCE WALES - Killer Whales (The Antlers Remix)
. YACHT - The Afterlife (The XX Remix)
. BEACH HOUSE - 10 Mile Stereo (Cough Syrup Remix)
. OF MONTREAL - An Elurdian instance (Styrofoam Remix)
. EDWARD SHAPE & ... - Om Nashi Me (Timmy The Terror Mix)
. MGMT - Of Moons Birds and Monsters (Holy Ghost Remix)
. FOALS - This Orient (G.e.R.M. Remix)
. LEMONADE - Big weekend (Delorean Remix)
. CARIBOU - Odessa (Junior Boys Remix)
. MYSTERY JETS - Half in love with Elizabeth (Delorean Remix)
. CRYSTLE CASTLES - Celestica (Clockwork Remix)
. THE CHEMICAL BROTHERS - Swoon (Don Diablo Remix)
. PHOENIX - Fences (Coupons Unfinishead House Remix)
. PATRICK WOLF - Hard times (James Yuill Remix)
. MONARCHY - The Phoenix alive (Hot Chip Remix)
. LCD SOUNDSYSTEM - Drunk girls (Holy Ghost Remix)
. CHROMEO - Night by night (Midnight Conspiracy Remix)
. THE VERY BEST - Warm Heart of Africa (Violens Remix)
. COLD WAVE - Life magazine (Pantha Du Prince Remix)
. SCHOOL OF SEVEN BELLS - For Kalaja Mari (Drum Outtake Mix)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

TRACEY THORN - DIVÓRCIO AO PIANO


O novo disco "Love And Its Opposite" de Tracey Thorn é posto à venda na próxima segunda-feira, 17 de Maio. Em Fevereiro passado, quando por aqui o anunciamos, não nos apercebemos de uma simples curiosidade do single de apresentação "Oh, The Divorces!". Num dos versos Tracey canta "Oh Jens, oh Jens / Your songs seem to look through a different lesn / You're still so young / Love ends just as easy as it's begun", numa referência ao amigo e colaborador Jens Lekman, facto que surpreendeu até o próprio músico sueco. O tema foi escolhido para ser editado em vinil durante o passado Record Store Day (mas ainda disponível...) e tem no labo B uma versão de "Taxi Cab" dos Vampire Weekend! A magnífica capa continua a ser dos londrinos I Want Design e Tracey chegou a gravar ao piano, especialmente para aquele dia, esta caseira e fantástica versão alternativa.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DIVINE COMEDY NA INDIE DISCO


O primeiro single retirado do novo "Bang Goes The Knighthood" dos Divine Comedy já está escolhido. Trata-se do tema "At the Indie Disco", uma canção a fazer lembrar velhas aventuras de Neil Hannon e com uma letra particularmente hilariante (Give us some Pixies and some Roses and some Valentines / Give us some Blur, and some Cure, and some Wannadies / And now we’re moving to the beat / And staring at each other’s feet). O álbum sai dia 31 de Maio pela sua própria editora, a Divine Comedy Records. Aqui fica o video...

terça-feira, 11 de maio de 2010

MÃOS AO AR!


Após o álbum de versões "All Dressed Up and Smelling of Strangers" editado em 2009, está para breve o regresso de Micah P. Hinson aos originais. Depois da "Empire Orchestra" (2008) e da "Opera Circuit" (2004), temos agora a acompanhar o texano os "The Pioneer Saboteurs", músicos emprestado dos Techanko, Devotcha e Crooked Fingers. O novo registo aposta forte em orquestrações vigorosas gravadas no Colorado e na cidade de Saragoça em Espanha, país por onde o artista andará em digressão já no início de Junho. Uma das datas e mesmo muito perto (Sala Mondo, Vigo, no dia 12). Portanto...

THE UNTHANKS, Auditório de Espinho, 9 de Maio de 2010

Não resistindo às recomendações da imprensa portuguesa do fim-de-semana, aos contínuos elogios espalhados pela rede e, certamente, aos múltiplos prémios entretanto arrecadados, foi um auditório quase repleto que recebeu, no Domingo à noite, as irmãs Unthanks. Confessamos a nossa total ignorância relativamente aos seus discos, embora soubéssemos ao que íamos - um concerto de tradição folk enraizado na principal ilha britânica. As estrelas da companhia foram, sem dúvida, Becky e Rachel Unthank, vozes doces e frescas que adornam qualquer canção, sejam elas originais, melodias tradicionais ou versões alheias. Destaque, assim, para um "Sexy Sadie" dos Beatles cantado por Rachel e um "Riverman" de Nick Drake pela voz de Becky, ambas brilhantes no respeito pela melancolia original, mas com diferentes arranjos. Acresce ainda a destreza das irmãs para a execução de um vistoso sapateado e dança com que preencheram algumas das canções. A envolver tamanhos dotes esteve um conjunto de cinco músicos de cariz acústico, onde prevaleceu a leveza do piano de Adrian McNally, um verdadeiro maestro encoberto, mas foi o duo feminino responsável pelo violoncelo e pelo violino que deu ao espectáculo aquela sempre difícil pedra de toque. Um nota para os momentos iniciais, quando às irmãs se juntou Niopha Keegan na frente do palco para, a capella e sem amplificação, nos fazerem parar a respiração durante a interpretação harmoniosa de um tema tradicional. Um começo arriscado duma noite de música muito agradável.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

DEVENDRA ALIVE


A confirmação do concerto de Devendra Banhart no Optimus Alive! é, sem dúvida, uma boa surpresa. O músico, que partiu uns ossitos em Março depois de um queda de skate, teve que cancelar alguns espectáculos e promete aos fãs um regresso arrasador após algum tempo de retiro. Só ainda não percebemos uma coisa: como é que tantos e bons artistas vão tocar no palco mais pequeno do festival numa só noite? Será que os concertos vão durar, cada um, uns míseros trinta minutos? Foolin...
Devendra Banhart "Foolin"

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