Numa semana em que o Porto está a viver uma espécie de Primavera Sound desconcentrado, nem tudo são rosas. Apesar do espectáculo dos XX na Casa da Música, a cave do PlanoB esteve bastante concorrida e à espera de dois bons concertos. Não foi o caso. Começaram os Thee Oh Sees, quarteto de São Francisco liderado pelo multitatuado Jown Dwyer. Empunhando guitarras ao jeito sixtee, numa ritmada e frenética sequência, quase sem pausas, o cromo Dwyer não deu espaço à monotonia, lançando bojardas e incessantes guitarradas psicadélicas. Um baixo profundo acompanhou a correria e uma voz feminina deu-lhe um complemento adequado. Do imenso património de canções já construído ao longo dos últimos tempos (é quase um álbum por ano, não falando dos EP's) desfilaram, certamente, as mais recentes, incluídas em "Warm Slime", disco agora editado e que não deixaram ninguém indiferente. Curto, enérgico e suado, como deve ser um bom concerto rock.
Quanto aos No Age (foto) e apesar das excelentes impressões causadas por "Nous", o segundo álbum editado há cerca de dois anos atrás, a actuação foi uma fraude. Não certamente por culpa da banda, mas sim por quem comandou a mesa de mistura, incapaz de tornar audível qualquer um dos instrumentos - uma guitarra, uma bateria e ainda alguns efeitos. Quanto à voz de Dean Allen Spunt, perdeu-se na imensidão do barulho cavernoso. Ainda aguentamos uma mão cheia de temas, mas depois desistimos... Uma coisa é noise rock propositado de que gostamos bastante, outra é ruido sonoro "tudo a monte e fé em deus" que não respeita quer os músicos e a música, quer, principalmente, o público pagante! Fica para a próxima.
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