sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

SINGLES #15


THE STRANGLERS – (GET A) GRIP (ON YOURSELF)
United Artists Records, UP 3611, UK, 1977

Disputa-se amanhã à noite no burgo um estranho e raro duelo! Quase à mesma hora, os Kaiser Chiefs sobem ao palco do Coliseu e os Stranglers ao palco do Batalha. Aparentemente, deveria ser ao contrário, tendo em conta o peso patrimonial das canções, mas agora os tempos são outros... Para ambos, já contribuímos no peditório. Quanto aos Chiefs, desistimos aquando do segundo disco e de uma primeira parte dos U2 em Alvalade para esquecer. Quanto aos Stranglers, afastamo-nos a sete pés em meados dos anos noventa, na chamada era pós Cornwell. É que ali no Pavilhão Infante Sagres com um Paul Roberts na vez de Cornwell a assassinar as músicas todas com uma voz inclassificável, foi impossível não desistir e saímos a meio... Obviamente que os Stranglers foram durante os anos oitenta uma banda de eleição. Lembrámo-nos perfeitamente de entrar na Tubitek ali em D. João I para adquirir o “La Folie” (1982?) e do disco andar meses a rodar no prato. Sabíamos de cor as letras dos temas, particularmente a intensa e memorável prosa em francês da inesquecível “La Folie”! Temos, de alguma forma, prestado homenagem permanente a estes tempos, adquirindo, sempre que é possível, singles em vinil dos Stranglers. De “Golden Brown” a “Always the Sun”, de “Strange Little Girl” à versão dos Kinks de “All day and all of the night”, já temos uma coleccção assinalável. A pérola, contudo, é este “Grip”, duma época anterior. Sempre conhecemos a canção (e que canção!), embora só recentemente a tivéssemos verdadeiramente valorizado. Ao que parece, “Grip” é o tema escolhido para abrir os concertos de 2008 e, tal como descreve um miúdo de treze anos que foi a um concerto com o pai, o momento já com Cornwell outra vez na voz, é particularmente intenso! Para amanhã, se tivéssemos que escolher, as dúvidas não seriam muitas to get a grip!

The Stranglers - Get a Grip On Yourself

JOHN MARTYN (1948-2009)


Faleceu ontem, com 61 anos, o músico inglês John Martyn. Como em muitos outros casos, chegamos aos seus discos através de Nick Drake. Qualquer biografia do autor de “Pink Moon” faz referências à sua rara amizade com o casal Martyn (Beverly Martin, ela também uma cantora), lar onde Drake se refugiou imensas vezes em períodos de lamento e depressão. Em 1973, o próprio Martyn escreveria uma canção chamada “Solid Air” (e também nome do álbum) dedicada ao amigo já doente e que, poucos meses depois, acabaria por morrer. O casal Martyn viria a separar-se nos anos oitenta, situação que levou John a um exagerado recurso à bebida e excentricidade, mas a música e os concertos continuaram. Colaborações e projectos foram muitos, destacando-se, no nosso caso, o maravilhoso disco de versões “The Church With No Bell” de 1998, que incluía uma curiosa e inesperada cover de “Glory Box “ dos Portishead e também uma continuada colaboração com o baixista Danny Thompson, outro grande! Peace..

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

VASCULHAR #13



Não é preciso vasculhar muito para encontrar estes discos numa qualquer secção vinil da FNAC. Trata-se de uma edição interessante, mas pirata, do célebre concerto de Lou Reed, John Cale e Nico gravado no Bataclan parisiense em 29 de Janeiro de 1972, faz hoje precisamente trinta e sete anos! O momento foi particularmente marcante, já que esta foi a primeira vez que os três músicos se juntaram depois de um período de incertezas e desavenças no seio dos Velvet Underground. O som é bastante aceitável, gravado directamente da mesa de mistura, e o vinil, pesado, apresenta-se em dois picture-disc’s de grande qualidade. Há também uma edição dita normal com capa de papel e vinil preto. Este foi ao longo dos tempos um concerto largamente pirateado, que só em 2004 conheceu, finalmente, uma edição oficial e onde foram incluídos mais dois temas (“Candy Says” e “Pale Blue Eyes”) gravados no soundcheck. O espectáculo foi, na altura, gravado e transmitido por uma televisão francesa, tal como se pode testemunhar pela presença de um cameraman na capa do primeiro disco, mas até hoje não há, supostamente, nenhuma edição em VHS ou DVD. Apenas alguns trechos de reduzida qualidade circulam pelo Youtube, sendo um deles este “Waiting for the Man “, a primeira canção de um concerto histórico!

Lou Reed & John Cale – Waiting for the man (Le Bataclan, 1972)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

PROCURADOS PELO BPA


Via Bons Rapazes da Antena3, chegou-nos aos ouvidos um novo tema do projecto The BPA (Brighton Port Authority) concebido por Norman Cook (Fatboy Slim) e o produtor Simon Thornn. Se o anterior “Toe Jam”, onde colaborava David Byrne e Dizziee Rascal, já era brilhante e com um magnífico e polémico vídeo, vejam lá este hilariante “He’s Frank” onde aparece um Iggy Pop sempre em forma. O álbum “I Think We’re Gonna Need A Bigger Boat” tem uma história recambolesca e sai este mês. Para além das referidas colaborações, outros nomes como Martha Wainwright, Jammie T ou Jack Penate fazem também uma perninha...
The BPA - He's Frank

SCARLETT JOHANSSON: UM ÚLTIMO ADEUS?


Ontem à noite, uma nota de rodapé num canal de notícias insistia em rodar a novidade: Scarlett Johansson gravou versão de Jeff Buckley. Uauu! Qual terá sido a escolha? Confirmamos hoje que a actriz pegou em “Last Goodbye”, despiu-se de preconceitos e somente acompanhada ao piano, atacou a famosa canção de frente. O resultado, muito sinceramente, ainda estamos a digerir. Há quem se congratule pela versão ter menos dois minutos que o original! O tema faz parte da banda sonora do filme “He’s Just Not That Into You”, com argumento baseado num espisódio de "Sex & The City" e onde Johansson contracena! No disco andam por lá os Talking Heads, Wilco, Cure, Replacements, REM e também o James Morrisson! Pela capa do cd reproduzida acima, já estão mesmo a ver o tipo de filme...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

LUNARIDADES #89


. o Cinema Terço, ali no Marquês, foi demolido e quase ninguém deu por ela. Tirando esporádicas polémicas, parece ser melhor assim, apesar de gratas recordações do local em registo concerto de gente tão diversa como John Zorn ou Hector Zazou com a vocalista dos Passions! Foi também lá que os Thievery Corporation se estenderam ao comprido, num dos mais desapontantes concertos a que tivemos oportunidade de assitir... Saudades não vão ser muitas!


. depois do “Comércio do Porto” e do moribundo “O Primeiro de Janeiro” parece que está a chegar a hora do “Jornal de Notícias”! Manifestos à parte, dá a entender que a crise actual é um óptimo argumento para encerrar ou despedir sem olhar a meios. Tal como aconteceu aquando do Coliseu, será que ainda vamos ter acorrentados às portas do jornal a gritar “o JN é nosso”?


. já que estamos na mó de baixo, diz-se que o bar Trintaeum na Foz vai fechar, agora sim de vez, no final do mês... Tendo em conta a enchente do passado sábado, aquando da festa evocativa dos 50 anos da Motown, propomos que o bar passe só a abrir aos sábados e que a música seja só soul, funk e tudo à volta. Às tantas resultava...

. raramente fazemos auto-promoção, mas vale a pena espreitar a Galeria de Cartoon Obama preparada pelo Museu da Imprensa e que já se encontra on-line. Certamente desenhos uns melhores que os outros, mas eles são reflexo de um fenómeno mundial imparável!

. chuva, chuva e mais chuva irritante e pegajosa! Que saudades de uns solarengos passeios de bicicleta e de partidas de ténis. O mês de Janeiro devia ser substituído!

PAIXÃO POP


Depois de uma pausa para reflexão, o multi-facetado Emil Svanängen, músico sueco responsável pelo projecto Loney Dear, prepara o lançamento de um novo álbum chamado “Dear John”. Para o efeito teve ainda a colaboração do amigo Andrew Bird, com quem vai já no próximo mês encetar uma intensa digressão americana. O primeiro single “Airport Surroundings” retoma as fórmulas pop irresistíveis do disco anterior e pelo qual estivemos intensamente apaixonados. Aliás, o próprio Emil considera a canção uma irmã mais velha da anterior “I am John”, um dos muitos hinos contidos nesse “Loney, Noir” de 2006. Pelas amostras, não será difícil uma nova paixão... Aqui fica o vídeo!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

ESPECTÁCULO!

O já por aqui anunciado programa “Spectacle: Elvis Costello with Rufus Wainwright” foi emitido na passada quarta-feira, dia 14. Este sétimo episódio, para além da interpretação de "Vibrate", teve em "Memphis Skyline”, canção homenagem a Jeff Buckley, um dos momentos altos. Na entrevista ao canadiano, em jeito de conversa informal, falou-se sobre a paixão pela música, a sua família suigeneris e ainda sobre o estatuto de icon gay geralmente atribuído a Rufus. A mãe, Kate McGarrigle, juntou-se aos dois para interpretar o tema tradicional “Willie Moore” e Elvis Costello cantou um original de Loudon Wainwright III, pai de Rufus. Os próximos programas apresentam convidados de peso, contando-se entre eles Herbie Hancock, She & Him, Jenny Lewis, Jacob Dylan e, no dia 18 de Fevereiro, a própria Diana Krall, esposa de Mr. Costello!

Rufus Wainwright – Memphis Skyline (Spectacle With Elvis Costello/14/01/2009)

DUETOS IMPROVÁVEIS #79

JOHNNY CASH & LOUIS ARMSTRONG
Blue Yodel #9/a.k.a. Standing on The Corner(Jimmie Rodgers)
Johnny Cash TV Show, 28 de Outubro de 1979


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

THE BIG SLEEP


Mais uma banda de Brooklyn, Nova Iorque e mais uma que nos passou ao lado! Os The Big Sleep são um trio quase instrumental à moda antiga, que tomam o nome de um filme de Howard Hawks com Humphrey Bogart e Laurean Bacall de 1946. O segundo disco “Sleep Forever” saiu em 2008 pela Frenchkiss Records, casa onde estão também os nossos amigos The Dodos. Curiosamente, a banda tem agendados dois concertos em Portugal, a 10 e 11 de Março próximos, mas os locais ainda não estão definidos. Recomendações positivas são mais que muitas e a Blogothéque não perdeu tempo. Para (re) descobrir!

BLAKE/E/E/E


Juntam-se dois italianos e dois americanos com diferentes experiências na música, agita-se freneticamente e temos o cocktail Blake/e/e/e. O travo passa pelos Beach Boys, Portishead, Mercury Rev e, claro, Animal Collective. Chamam-lhe freak folk, mas atendendo aos actuais trilhos da cena musical, as etiquetas são cada vez mais difíceis! Ainda bem... O álbum de estreia “Border Rádio” já saiu em 2008 em Itália, mas só agora descobrimos a receita!

Blake/e/e/e - The Thing's Hollow

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

AFINAL, ALGO ACONTECEU...


Esteve sozinho no Porto em Maio passado sob o nome de Atlas Sound na primeira parte dos Animal Collective. Bradford Cox, músico na sombra deste projecto e dos magníficos Deerhunter, parece não gozar de muito boa saúde ou feitio e decidiu anular a intensa digressão marcada para a Europa com, precisamente, os Deerhunter. Sabemos que, aparentemente, não havia datas portuguesas mas tínhamos uma secreta esperança que tal viesse a acontecer... É que os Deerhunter editaram o ano passado o álbum “Microcastle”, um disco de eleição e onde está, também, uma das grandes canções de 2008 – o single “Nothing Ever Happened”, talvez um dos melhores 7” de vinil que compramos o ano transacto e com uma das capas mais bonitas! O tema tem os três minutos finais mais intensos dos últimos anos...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

FEVEREIRO EM FAMALICÃO...


A Casa das Artes de V.N. Famalicão apresenta em Fevereiro um cartaz bem interessante. No Dia dos Namorados, 14, Sábado, está programada uma noite de “novo rock português” com destaque para bandas como os Smix Smox Smux (“Famel Zundapp” é o nome de um dos seus temas... grande!) das editoras Amor Fúria de Braga e Flor Caveira de Lisboa. Atenção aos Pontos Negros, Tiago Guillul e Samuel Úria.
No dia 21 o francês Don Cavalli apresenta o seu mais recente disco “Cry Land”, uma mistura inovadora de folk, funk, blues ou cajun. A Mojo chamou-lhe o “Beck francês”...
No dia 28, Sábado, realce mais que merecido para a apresentação de António Pinho Vargas e do seu brilhante disco a solo de 2008, onde revisita algumas das suas composições de jazz. Depois dos esgotados concertos na Casa da Música em Dezembro passado, esta é uma boa oportunidade para recordarmos o nosso professor de música no Liceu Rainha Santa ;-) e ouvirmos as novas roupagens de temas saudosos como “Prelude to June (Tabor)” ou este “Tom Waits”.

Tom Waits by António Pinho Vargas (Live)
Pequeno Auditório do CCB, 5 de Julho 2008

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

HERÓIS...

O dia de hojé é especialmente emotivo! Barack Obama inicia uma nova era de esperança e, coincidentemente, o amigo Zé comemora mais um aniversário. A ambos, parabéns e que sejam simplesmente heróis em nome próprio por muitos e longos anos. Tal como vaticinava Bowie “We can be heroes, just for one day / We can be us, just for one day”. Apetece acrescentar, Yes we can!

NOVO ÁLBUM TRIBUTO A NICK DRAKE


Foi anunciado durante o passado fim-de-semana, durante o certame MidemNet que decorreu em Cannes, um novo disco tributo ao génio de Nick Drake. A iniciativa é da responsabilidade da Brushfire Records, editora gerida por Jack Johson. Para o efeito, já existe a autorização da companhia EverGreen Copyrights, detentora dos direitos de autor do músico. Estão prometidas participações mainstream de Dave Grohl, Eddie Vedder ou Norah Jones, embora na mesma editora esteja gente tão diferente como Neil Halstead, Matt Costa, Rogue Wave ou Money Mark. Uma outra novidade é a inclusão, na mesma edição, de um DVD contendo todo o processo de gravação do disco e ainda o polémico filme realizado em 2007 por Heath Ledger com base no tema de Drake “Black Eyed Dog”, destinado a uma instalação multimédia e nunca lançado oficialmente.

FINALMENTE!!!!


Tanto vezes rogamos, que o milagre aconteceu! Os Wilco actuam no Theatro Circo em Braga dia 30 de Maio e no dia seguinte em Lisboa, no Coliseu. Por lá soará já o novo álbum e algumas das maravilhosas canções de “Sky Blue Sky” de 2007. O Theatro Circo, que em 2008 quase desapareceu do nosso roteiro de concertos, volta assim a ser motivo de peregrinação obrigatória. Pena que o bilhete seja um pouco caro (40€)... Recorda-se que Antony vai passar também por lá, quinze dias antes, a 16 de Maio. Por isso, um grande bem haja ao Theatro Circo!

LUNARIDADES #88


. é hoje que Obama sobe o último degrau de um sonho que se tornou real e que, esperamos, se transforme em sucesso. Nas comemorações já por lá andaram os U2, claro, e só é pena que a tal nova esperança democrática ainda não tenha chegado ao Youtube. É que os vídeos do concerto de hoje de manhã foram todos liminarmente retirados! GObama na mesma!

. da noite desquilibrada da Casa da Música resultam duas conclusões:


- o Clubbing é um bom conceito, mas precisa ser revisto. O pós-concertos, que transforma o local numa suposta discoteca, tem imensa gente, mas não gente divertida. É in, está na moda, serve de montra, é bom ver tanta gente gira (ok, não tanta assim...) mas a fórmula está esgotada. Reinvenção, precisa-se!

- a crise está mesmo aí! Chegar ao carro deparar com um vidro partido, uma mala remexida, mais carros assaltados, uma esquadra de polícia em desespero com a avalanche de queixas, permite concluir que a crise multiplica os ladrões. Ou serão os ladrões que a multiplicam a crise?

. por falar em CDM, o já anunciado regresso de PJ Harvey tem passagem garantida em Maio pelo cubo mágico, no único concerto agendado para o nosso país. John Parish também vem!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

THE FALL, Clubbing/Casa da Música, 17 de Janeiro de 2009


Desde os anos oitenta que sempre ouvimos falar dos The Fall, quer seja no Blitz de então, quer em programas especializados na rádio. O que é certo é que nunca lhe demos muita atenção, a não ser a histórias “rock & roll” paralelas envolvendo o carismático Mark E Smith. Não temos a certeza se esta foi a primeira visita ao Porto, mas muitos dos aficionados de longa data cedo se concentraram mesmo na frente de palco e entre ao público que enchia a sala notavam-se presenças de gente “madura”, expectante e curiosa. Claro que da banda original só resta Mr. Smith, mas esse foi um pormenor a que ninguém deu muita importância. O som característico da banda fez-se notar, baixo fortíssimo em catadupa e a lenga-lenga vocal, muitas vezes incompreensível, de um Mr. Smith bem disposto e em constante vaguear. Em alguns momento o esquecido vocalista teve que recorrer a cábulas com as letras, facto assumido com inteira descontracção. Pairou, contudo, uma pose algo resguardada e uma aparência mais clean, a que não deve ser alheia a misteriosa Srª Smith, teclista chique de nome Elenor Poulou, com quem Mark se casou em 2001 e com quem foi às compras na véspera nas lojas da Av. da Boavista (temos testemunhas...). Os tais aficionados celebraram cada tema como se fosse o último, acicatando Mark E-Smith, vigiando de perto cada movimento, tendo um deles feito umas “festinhas” nas pernas de Mark sem que este se tivesse importado ou dado conta! Um único tema no encore serviu para rematar um bom concerto e serviu ainda para nos recordar que devíamos ter dado, desde sempre, mais atenção aos Fall!
(+ tarde ou + cedo video HugTheDj!)


Seguiram-se os Steed Lord, “a melhor banda de música electrónica islandesa”, segundo o programa impresso da CDM. Ora aqui está um exemplo perfeito de que nem tudo o que é nórdico é bom! Num primeiro momento, dois dj’s aqueceram/arrefeceram o ambiente ao som de Justice, Daft Punk e outros, como se fosse uma grande novidade! Depois, aos mesmos dj’s, juntaram-se um duo alourado, ela de lantejoulas, ele de pala irritante e RayBan Wayfarer (uhh, so fashion!), numa megamix electro-choque de bradar aos céus. Damos por nós a pensar no que terá passado pela cabeça dos programadores responsáveis da CDM no agendamento de tamanha aberração e duvidamos até que tenham previamente escutado alguma da sua suposta música... Ainda tentamos discernir se “aquilo” tinha algum truque ou outro significado, mas não foi preciso muito tempo para concluir que “aquilo” era nada! Compreendemos e concordamos que a CDM deve estar aberta a novas propostas e a múltiplas formas de música, mas não pode cair nestes incompreensíveis erros de casting que, infelizmente, se tem repetido. Abandonamos o lugar, quer dizer, o lagar, ao fim de quinze minutos, mas já o azeite começava a escorrer... Tirem a prova!

TEMPOS DE RECUSA


O que faz o tio Moz segurando um bebé de forma tão desconfortável na capa do seu novo álbum “Years of Refusal”? Já agora, o que significa a tatuagem tipo indiano no seu braço e outra em forma de W na testa da criança? E o que dizer daquela pose tão desafiadora? Alguma coisa, história ou polémica deve estar a estalar por aí, nada a que o músico não esteja já habituado. Fazem-se, obviamente, algumas especulações, mas não devem perder o artigo que o prestigiado The Guardian dedicou à questão! Quanto ao primeiro single 'I'm Throwing My Arms Around Paris”, cujo vídeo pode ser visto no myspace, a letra é também ela um enigma e o próprio adiantou, sarcasticamente, que este era a canção que escreveu para participar no Festival da Eurovisão em 2007! O disco sai em Fevereiro e conta com a contribuição de Chrissie Hynde no tema 'Shame Is The Name'.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

DUPLA DE SUCESSO


Retomando uma colaboração já antiga, a dupla PJ Harvey e John Parish tem agendado para 30 de Março próximo a edição de um novo álbum. De nome “A Woman A Man Walked By”, o disco foi gravado entre França e Inglaterra e, tal como no último "White Chalk" (2007), foi produzido por Parish e misturado por Flood. Há já concertos marcados para França durante o mês de Maio, no âmbito de uma intensa digressão europeia.

(RE) VISTO #24


SIGUR RÓS – HEIMA
de Dean DeBlois, EMI Records 2007, DVDEternecedor, mágico, único, tocante! Poderemos procurar adjectivos diversos para classificar este filme, mas todos juntos não chegam para vos transmitir o quão ele é imperdível. Em 2006, depois do êxito da sua música em muitos países, os Sigur Rós voltariam a casa – “Heima” em islandês – para uma série de concertos gratuitos em localidades e comunidades espalhadas ao longo do território. O filme segue esse trajecto e acompanha as famílias, músicos e amigos em peregrinação a locais tão diversos como pequenas igrejas, fábricas abandonadas ou pequenos povoados, onde são montados palcos e instrumentos e para onde, pausadamente, acorrem famílias inteiras. Filmado de forma exemplar e com uma fotografia irrepreensível, as paisagens de um país tão deslumbrante são a prova da fonte inspiradora da música dos Sigur Rós e são, também, o testemunho da perfeição da mãe natureza. O filme espelha, ainda, um espírito de comunidade incomum, relaxado, de gente tão bonita e sedutora que nos entra pelos olhos dentro com uma aura de felicidade invejável e sincera, que facilmente esquecemos a música e nos concentramos nas pessoas, nas cores ou expressões. Sabemos agora que a Islândia entrou em banca rota e que, talvez, muita dessa suposta felicidade esteja em causa. Certo é, no entanto, que este é um tributo a uma comunidade dita exemplar em que a música, não sendo um negócio, é, acima de tudo, uma companhia. Numa só palavra e desta vez mais que apropriada, lindo!


quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

MOJO MOTOWN!


A Mojo de Fevereiro torna-se imperdível! Assinalando os cinquenta anos da Motown, para além de um cd com algumas pérolas, a revista elege as cem maiores canções da editora a que junta comentários de gente tão diversa como Mark E. Smith, Mark Ronson, Kele Okereke, Kid Creole, Johnny Marr ou Iggy Pop. Uma coisa é certa – ninguém fica indiferente a este incontornável legado e património. Ah, o tema eleito como número um é este...

OS MAIORES!


Se ainda não compraram o aclamado álbum dos Fleet Foxes, será conveniente aguardar até Fevereiro próximo, já que a Europa terá uma edição especial do disco que incluirá o primeiro EP da banda “Sun Giant”, gravação onde se encontram mais algumas canções memoráveis (“English House” ou Mykonos” p.ex.). O disco foi premiado pelas principais revistas da especialidade e ganhou ainda o prémio para melhor capa de vinil. O desenho é um pormenor de uma pintura de Pieter Brueghel, Provérbios dos Países Baixos, também conhecida como O Manto Azul e que foi realizado em 1559. Quanto aos vídeos, a banda também não se sai nada mal. Só falta mesmo testar o concerto ao vivo!


Fleet Foxes - He Doesn't Know Why from Grandchildren on Vimeo

3 x 20 JANEIRO


20 CANÇÕES:
. TELEPHATE – Michael
. RUBY SUNS – Adventure tour
. ANIMAL COLLECTIVE – Daily routine
. PORT O’ BRIAN – I wake up today
. PALE YOUNG GENTLEMAN – Coal /Ivory
. MEGAPUSS – Crop circle jerk ‘94
. DEPARTMENT OF EAGLES – Floating on the Lehigh
. GIANT SAND – Without a Word
. HOT CHIP feat. ROBERT WYATT – Whistle for will
. APOLLO SUNSHINE – Singing to the earth (To thank her for you)
. CALEXICO – Writer’s minor holIday
. JANA HUNTER - Vultures
. PETER BRODERICK – And it’s allright
. WIXEL – Outside your locked heart
. ANTONY & THE JONHSONS – One dove
. A CUCKOO – Destination unknown
. THE BIRD & THE BEE – The races
. LAURA MARLING – Crawled out of the sea
. ALICE RUSSELL – Hurry on now
. AMP FIDLLER SLY & ROBBIE - U

20 VERSÕES:
. VIOLENT FEMMES - Do You Really Want To Hurt Me (Culture Club)
. NOAH AND THE WHALE - Girlfriend In a Coma (The Smiths)
. HAYLEY DAVISS - Sex On Fire (Kings of Leon)
. LYKKE LI - Knocked Up (Kings of Leon)
. PAPERCUTZ – Forbidden colors (Sakamato)
. DAWN LANDES - Young Folks (Peter Bjorn & John)
. DATABASE feat. Mono4 - Pogo (Digitalism)
. RUBY ISLE – Skinny love (Bon Iver)
. HEADS WE DANCE - Computer Love (Kraftwerk)
. LOSTPROPHETS - Need You Tonight (INXS)
. EMILIANA TORRINI - Sound of Silence (Paul Simon)
. BAD PLUS - Feeling Yourself Disintegrate (Flaming Lips)
. JENS LEKMAN – You can call me Al (Paul Simon)
. JOSH ROUSE – New year’s day (U2)
. IAN MCGLYNN - Mistaken for Strangers (The National)
. THE BIRD AND THE BEE - Don’t Stop the Music (Rihanna)
. WINTER GLOVES - Someone Great (LCD Soundsystem)
. MONTERS ARE WAITING - I Wanna Be Adored (Stone Roses)
. AMIINA – Souvenir (OMD)
. LAMBCHOP – Get a grip on your self (Stranglers)

20 REMIXES:
. THE LA’S - Doledrum (John Leckie Mix)
. THE VICTORIAN ENGLISH GENTLEMENS CLUB - La Mer (Hot Pink Delorean Remix)
. MATTEW DEAR - Free To Ask (D'Julz Remix)
. DIGITALISM – Pogo (Shinichi Osawa Remix)
. VAMPIRE WEEKEND - Cape Cod Kwassa Kwassa (The Teenagers Remix)
. GOLDFRAPP - A&E (Hercules and Love Affair Remix)
. SAM SPARRO - Black and gold (Russ Chimes Remix)
. JAMIE LIDDEL - Little Bit Of Feel Good (Mr. Oizo Mix)
. PRINCE - Kiss (Daft Punk Remix)
. ADELE - Cold Shoulder (Basement Jaxx Classic Remix)
. HALL & NOTES - Out of Touch (Action Jackson Remix)
. MGMT- Of Moons Birds and Monsters (Holy Ghost Remix)
. WALTERV MEEGO – Forever (Van She Tech Remix)
. TV ON THE RADIO – Dancing Choose (Prefuse73 Remix)
. THE WHIP - Frustration (Van She Remix)
. SEBASTIAN TELLIER – Kilometer (Aeroplane'Italo84' Remix)
. FRANZ FERDINAND - Ulysses (Beyond The Wizard's Sleeve Remix)
. ANIMAL COLLECTIVE - My Girls (Dave Wrangler remix)
. THE TWELVES - Be My Crush (The Juan MacLean's B-LIVE Rio Mix)
. UNDERWORLD - Ring Road (AutoKratz Left Hand Drive Remix)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

FAROL #66



O projecto bracarense Peixe:Avião disponibiliza gratuitamente até ao próximo dia 15, quinta-feira, o EP “Camaleão” através do site da Rastilho. Trata-se de “um presente de Natal do quinteto de Braga, uma forma de agradecimento aos seus fans pelo excelente ano de 2008”. Obrigado! São três temas, sendo um deles uma excelente remistura do tema título pelos Papercutz. Já agora, não percam a versão instrumental de “Forbidden Colors” de David Sylvian e Sakamoto que este projecto do Porto teve a coragem de fazer...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

LUNARIDADES #87


. no roteiro nocturno do passado Sábado, fomos parar a um B-Flat renovado, líndissimo, com vista para o mar! Situado em Leça da Palmeira, o espaço promete as doses de jazz habituais a que se acrescentam refeições. Um clube de jazz com restaurante ou ao contrário? É desta que ainda vamos “cair” uma noite ao saudoso Batô, mesmo ali ao lado...

. do fim-de-semana, a notícia de dois prémios incompreensíveis:

- o filme “Vicky Christina Barcelona” de Woody Allen ganhou o Globo de Ouro para melhor comédia! Já vimos o filme e não nos rimos uma única vez... Dá é vontade de chorar por não termos hipóteses, a curto prazo, de voltar à maravilhosa Barcelona e, já agora, na companhia de mulheres tão bonitas;-) O trio em desfile na película é absolutamente de curtar a respiração!

- o vídeo do tema “Human” dos Killers ganhou o prémio de melhor video do ano em 2009 pela revista Rolling Stone! Só mesmo na cabeça e bom gosto dos americanos...

. bastou meio dia de neve, e os problemas acumularam-se. Se pensarmos que um dia poderá nevar dois ou três dias seguidos, o país vai parar! Aí, em vez da Protecção Civil, só a protecção divina nos pode acudir...

. o Fantas está quase a chegar e, claro, já cá faltava a lamechice. É o habitual Festival Calimero... é uma injustiça. Já não há pachorra!

DIA DE ANO NOVO EM VERSÃO ACÚSTICA


O sempre recomendável Josh Rouse iniciou o ano bem humorado, fazendo uma surpreendente e brilhante versão do tema “New Year's Day” dos U2. O músico confessou-se fã dos irlandeses aquando mais novo, chegando a adiantar, respondendo a um comentário na mesma página, que se tivesse dormido um pouco mais, faria uma versão do álbum todo (“War”, 1983)! Relembra-se que Rouse tem concerto agendado para 14 de Fevereiro em St. Maria da Feira no âmbito do Festival Para Gente Sentada e seria muito bom ouvir esta cover...

JANDEK, Auditório de Serralves, 10 de Janeiro de 2008



À habitual pergunta “Então, gostaste?” que acontece sempre no final de cada espectáculo, muitos dos presentes em Serralves no sábado passado não teriam uma resposta pronta e fácil. Muitos deles, e atendendo à quantidade de desistências verificadas, responderiam “Não”. Quanto a nós, mais a frio e passadas quase 48 horas, atrevemo-nos a responder que “Sim, mas...”. Confessamos a nossa ignorância em relação à música de Jandek, à sua aura de mistério, à raridade dos seus concertos ou a qualquer um dos seus imensos discos. Não resistimos, contudo, a algumas sugestões paralelas e de imprensa, que davam esta oportunidade como única e imperdível. Em conversas de circunstância que antecederam o concerto, alguns mostravam-se já desapontados por saberem que o músico não tocaria guitarra nem cantaria e que somente o piano seria utilizado. Noventa minutos depois, o tempo que demorou a perfomance, concluimos que esse talvez tenha sido o principal “problema”. Lentamente e sob uma luz muito ténue, Jandek entrou sem palmas, sentou-se ao piano, respirou fundo e pousou as mãos sobre as teclas. O que se seguiu foram composições atonais e não convencionais, sem que se percebesse o que foi improvisação ou composição e que exigiu de todos uma imensa concentração e disposição. Alguns, no entanto, não resistiram e desistiram... Para quem tenha lido, como nós, que Jandek era um “escritor de canções”, muito dificilmente, nos dois ininterruptos “andamentos” de quarenta cinco minutos cada, as conseguimos decifrar, embora não seja difícil perceber a qualidade e surpreendente secura dos acordes. Os silêncios, a austeridade e arrepios das melodias remetem-nos para bandas sonoras imaginárias ou imagens, que não sendo na altura projectadas, muitos, necessariamente, construíram, associaram ou inventaram. Um concerto exigente, provocador e, porque não dizê-lo, tormentoso.
(fotos + video HD HugTheDj)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #77

THE DUBLINERS & THE POGUES
Irish Rover (tradicional)
RTVE, Irlanda, 7 de Junho de 1987

CLÁSSICO #20


SHRIEKBACK - Faded Flowers
Um dia frio e cinzento como o de hoje fez-nos lembrar uma misteriosa banda inglesa dos anos oitenta chamada Shriekback. Formados desde 1981 por Barry Andrews, Dave Allen e Carl Marsh, que tiveram passagens pelos XTC ou Gang of Four, a sua música teve algum sucesso nas pistas de dança com temas potentes como “My Spine (Is the Bass Line)” ou “Nemesis”. Contudo, sempre que ouvimos o nome Shriekback a recordação só pode ser uma: as canções “This Big Hush” e “Fadded Flowers”, uma a seguir à outra e que não podiam, nem deviam, ser ouvidas separadamente. Incluídas no álbum “Oil & Gold” de 1985, o primeiro onde o careca Barry Andrews assumiu as vocalizações e o único que conhecemos detalhadamente, estes temas passavam amiúde e desta maneira no saudoso “Som da Frente” do António Sérgio. Fizeram parte, durante muito tempo, das escolhas do mestre e dos ouvintes na chamada “Lista Rebelde” do tal programa, mas não era difícil ouvi-las em casa de amigos ou em cassetes gravadas. Foram, com toda a certeza, dos temas mais solicitados por amigos de liceu e de voleibol, tendo sido às dezenas os pedidos de reproduções e gravações a partir do vinil que pacientemente tivemos que efectuar em casa do amigo Zé Carlos ali em Campanhã! Curiosamente, estas duas pérolas não foram editadas como singles de um álbum com alguns desequilíbrios e cujas escolhas viriam a ser o já referido “Nemesis” e “Fish Below the Ice". Ainda agora, numa procura no Youtube e apesar de existirem alguns vídeos ao vivo da banda retirados de uma edição antiga em VHS, as tais canções raramente são referenciadas e são quase nulos os videos disponíveis. Os Shriekback separar-se-iam em 1988 e depois de algumas reformulações, ainda andam por . Contudo, a magia, mistério e beleza daqueles dois pedaços de dark pop (We had some good machines/ but they don't work no more/ I loved you once don't love you anymore) são atributos que muito dificilmente se repetirão. Memorável!

Faded Flowers

UM MANTRA NEGRO!


A lindíssima Karin Dreijer, metade do projecto The Knife, surge agora a solo sob o nome de Fever Ray. O álbum homónimo está gravado e em Março terá edição planetária. O single “If I had a Heart” já foi lançado digitalmente e uma versão de vinil surgirá muito em breve. A canção é descrita como a dark evocation of hope and a demand for “more, give me more”! Comprovem-no através do excelente vídeo!

Fever Ray - If I Had A Heart (directed by Andreas Nilsson)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

MORE FROM THE FOOL ON THE HILL


A alma dos American Music Club decidiu criar um blog a que deu o nome de The Spiral Out e a que acrescentou o sub-título de This is a blog from the world's laziest songwriter. Agora que a banda acabou a intensa digressão mundial, Mark Eitzel encontra-se mais sedentário, em casa ou em casa de amigos e por isso as confissões e desabafos são mais fáceis. Desde ontem por lá podemos ler reflexões sobre a sua escrita, música, bares e jantares, política ou o lixo depositado na frente da sua porta! Para já e no que se refere a discos, há a promessa de um álbum dos AMC lá mais para o fim do ano, estando Mark Eitzel neste momento a trabalhar no já prometido projecto acústico a solo, provisoriamente intitulado “The Old Queer On The Hill”… Um blog de génio e por isso, imperdível.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O NOVO ANDREW BIRD


Novo ano, novos discos! Andrew Bird edita este mês o quinto disco de originais a que deu o nome de “Noble Beast”. Uma versão de luxo será acompanhada com um outro disco de instrumentais chamado “Useless Creatures” onde colabora, entre outros, Glenn Kotche, baterista dos Wilco. Tal como os Mercury Rev fizeram recentemente, esta moda dos instrumentais veio para ficar... Alguns dos novos temas podem ser, desde já, ouvidos no myspace ou, na totalidade, através do site da NPR-National Public Rádio americana. Entretanto está já marcada uma intensa tournée pelos EUA, que será posteriormente alongada à Europa e, quem sabe, Portugal, onde o músico tem assinalável êxito. Através do seu site está também disponível para aquisição um exclusivo disco ao vivo gravado em Montreal em Setembro de 2007.

JAYDIOHEAD: mais um fenómeno!


Em Nova Iorque, um miúdo de 22 anos chamado Max Tannone com gosto pelos beats e samples, decidiu a semana passada misturar Radiohead com Jay-Z em 38 minutos de mash-ups. Seguidamente, colocou tudo no myspace criado para o efeito a que deu o nome de Minty Fresh Beats. A procura foi (é) tal, que logo surgiu um site específico onde podem ouvir a tal mistura ou então fazer o seu download gratuito. Nome de guerra: Jaydiohead. Mais um fenómeno do qual nos vamos esquecer em meia dúzia de dias mas que por agora é fresquinho...

SIMON BOOKISH EM FAMALICÃO


O músico inglês Simon Bookish vai apresentar "Everything/Everything" a 7 de Março na Casa das Artes em Famalicão. Este seu recente e charmoso disco é uma colecção de canções pop, plena de orquestrações cuidadas ao jeito de Final Fantasy ou Patrick Wolf, embora as referências possam ir até Pulp ou Human League. O artista tem estado em destaque/entrevista no blog Sound & Vision.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

(RE) VISTO #23


EVERYONE STARES: THE POLICE INSIDE OUT
de Stuart Copeland, DVD, 2007
Em 1978, durante a primeira digressão americana dos Police, o baterista Stuart Copeland decidiu comprar uma máquina de filmar Super8. A ideia era registar para a posteridade algumas imagens das viagens, soundchecks, sessões de autógrafos e outras pripécias de uma aventura que, ele estava longe de imaginar, se tornaria num dois principais fenómenos pop/rock dos anos oitenta. Com a conivência de Sting e Andy Summers, Copeland tornou-se quase obsessivo nesse registo, acumulando, ao longo dos anos, mais de cinquenta horas de imagens brutas sobre a ascensão da sua banda, a intensidade dos concertos ou o excesso incontrolável de êxito e fama. Na primeira pessoa e de forma sincera, Copeland acaba por nos confessar o que haveria de correr mal para a degradação do grupo e a sua inevitável separação. A chama apagava-se e o baterista cedo se tornaria produtor de cinema (essencial a sua contibuição par “Rumblefish” de Coppolla em 1983) e televisão. Com o material em arquivo, só há poucos anos Copeland decidiu editá-lo, escrevendo uma banda sonora e fazendo ele próprio de narrador sarcástico e mordaz a uma história vivida tão intensamente. Estreado no Festival de Sundance em 2006, este é um verdadeiro “rockmentário” na primeira pessoa, constituindo, sem dúvida, um dos mais perfeitos documentos alguma vez filmados sobre uma banda rock, onde o ritmo, intensidade e acutilância nos fazem colar ao ecrã de princípio ao fim. Ouçam abaixo alguns comentários do próprio a este documento aquando do Cinequest Film Festival de San Jose (California) em Março 2007 e a confissão que talvez tenha sido a publicação deste filme uma das razões para o regresso dos Police aos palcos.


E DURA, DURA...


A novela referente ao muito aguardado e difícil terceiro disco dos Kings of Convenience está para durar. No mês passado surgiram algumas novidades, mas que não permitem saber quando é que tão misterioso disco acabará por sair. A ideia do duo é chamar ao novo álbum “Quiet IS The New Loud”, o mesmo título do primeiro disco, mas com a palavra “Is” totalmente em maiúsculas, o que só serve para nos confundir e gozar com a situação... Já estão eleitas doze canções, mas há ainda muitas dúvidas de como gravá-las, temas que foram devidamente apresentados em Julho passado na Casa da Música! Podem ler mais alguns pormenores por aqui. Gozões!
Entretanto, Erlend Oye não perde tempo e o seu projecto paralelo Whitest Boy Alive edita já em Março o segundo disco que terá o nome de “Rules”.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

LUNARIDADES #86


. entramos naquela semana onde, inevitavelmente, fazemos contas ao passado e tentamos prever o futuro. Adormecemos a sonhar acordados que “será este ano que isto + isto + isto + isto + isto se concretiza?”. Da nossa parte, força de vontade é, nesta primeira semana, coisa que não falta...

. Hamas, Gaza, Telaviv, Judeus, Palestininanos, Irão, Líbia, EUA, UE, etc., etc, blá blá + blá blá, CNN + SKY + SICNotícias + blá blá e... a história repete-se! A impotência de um mundo ao alcance de todos.


. das anunciadas reuniões de bandas previstas para 2009 e tirando os Jackson5 (!!), o regresso dos Kinks, dos Specials e dos Blur são tentadores... Só faltam mesmo os Smiths!

. por falar em concertos para o novo ano, o Festival de Benicassin em Espanha anuncia nomes como Franz Ferdinand, Kings of Leon ou Paul Weller oito meses antes! Por cá, só os Depeche Mode no SBSR da Invicta...

. contra a vergonhosa “caça às bruxas” que bares e discotecas portuenses têm sido alvo por parte da polícia e ASAE, só há uma solução lógica: vinil, vinil, vinil!

NÃO É BOATO!


O disco novo de JP Simões será editado ainda este mês! Gravado a 7 e 8 de Novembro de 2008 no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz em Lisboa, o álbum, segundo as suas próprias e esclarecedoras palavras, é “ao mesmo tempo antológico e novo, considerando que tem temas dos últimos 10 anos de edições musicais e cerca de 12 inéditos. Na verdade, pareceu-me uma boa oportunidade para editar um trabalho de transição entre tudo o que produzi até 2008 e qualquer coisa absolutamente diferente que anseio em fazer para breve, ou para quando calhar, considerando que ainda não faço ideia do que seja”. Capicci? Ficamos ansiosamente à espera do BOATO, de preferência ao vivo...

SERÁ DESTA?


Os Wilco anunciaram o lançamento do seu primeiro DVD ao vivo em Março de 2009. Terá o nome de “Ashes of American Flags" e foi gravado durante os espectáculos no Ryman Auditorium, em Nashville, e no Cain Ballroom de Tulsa em Fevereiro de 2008. O novo disco, que sucede a “Sky Blue Sky”, já está gravado e será editado em seguida. Anuncia-se uma já habitual e intensa digressão por Espanha na Primavera, havendo já datas confirmadas em Málaga (25 de Maio) e San Sebastian (3 de Junho). Será que é desta que alguém se “chega à frente” para que Jeff Tweddy e companhia acabem finalmente com o jejum lusitano?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #76

TINA TURNER & MARVIN GAYE
Money & Dog Gone (Gaye)
Programa “Shindig!”, ABC, EUA, 1964



ALUCINAÇÃO COLECTIVA


O novo álbum dos Animal Collective chamado “Merriweather Post Pavilion”, a sair dia 20 deste mês, tem na capa uma imagem misteriosa. Trata-se de um daqueles hologramas (?) que parecem mexer-se se lhe dermos uma olhadela pelo canto do olho e se nos concentrar-mos muito nela podemos até ver alguns desenhos/formas! A isto se junta um site, no mínimo, estranho. O álbum é, para já, multi-recomendado e há quem já lhe chame o melhor disco de 2009...

FAROL #65



Para testarem as virtudes ao vivo de uma das bandas mais premiadas em 2008, deixamos o caminho para um concerto dos Fleet Foxes realizado no Hi-Dive de Denver em Julho passado. Podem ler críticas a esse espectáculo por aqui ou aqui. Esperamos ter a nossa oportunidade no novo ano de comprovar todos estes elogios!