quinta-feira, 30 de novembro de 2006



LISA GERMANO
Theatro Circo, Braga, Quarta-feira, 29 Novembro

Esta nossa primeira incursão no renovado Theatro Circo de Braga valeu bem a pena... O concerto decorreu num auditório secundário na cave do edifício, o que permitiu mais intimismo e proximidade à música maravilha desta artista. Sentada ao piano ou com guitarra eléctrica, Lisa sozinha em palco cantou e encantou com a sua voz suave inconfundível, num misto de músicas sobre o fantástico, problemas pessoais, amores e desamores, a paixão pelos gatos... Apesar de não conhecermos muitos dos seus albuns, a música apresentada não carece de aprofundada dedicação, valendo cada tema por si só, quase sempre de uma beleza e intensidade imensa. Principalmente ao piano, os temas do seu último album “In The Maybe world” constituem uma forte e original experiência, cercando e adoçando o nosso bem estar.
Se tiverem ainda oportunidade, são só 30 km a partir do Porto, o bilhete é barato (5€), mas o retorno é fabuloso! O espectáculo repete hoje...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

FESTIVAL PARA GENTE SENTADA
St. Maria da Feira, Sábado, 25 Novembro


Começando pelo primeiro dos vários concertos destes dias, estivemos na segunda jornada do festival, que juntava Ed Harcourt, Emiliana Torrini e Sparklehorse. Do inglês Ed Harcourt, a expectativa não era elevada, já que em Junho passado assistimos ao mesmo concerto no Cinema Batalha. Sozinho em palco, o músico, sob uma aparente descontracção, apresentou um conjunto de temas lustosos e brilhantes dos seus vários albuns, dos quais destacamos “Born in the Seventies” (não é verdade, we don´t give a fuck about you...) “Blackdress” ou “The Last Cigarette”. As semelhanças são muitas: ao piano parece por vezes Rufus Wainwright, à guitarra Jeff Buckley, mas a qualidade das letras e melodias é continua. Nalguns dos temas vai sobrepondo sons gravados em loop a partir de instrumentos diversos, como tambor, maracas (?), guitarra, etc, que funcionam depois como tela de fundo da canção a interpretar. Simples, mas nem sempre eficaz o que nos faz pensar no que seria o mesmo concerto com uma banda a sério. Resumindo, apresentação escorreita, agradável, mas sem surpresas.
A senhora seguinte, infelizmente, não pode comparecer. Adoentada ao que parece, Emiliana Torrini terá que ficar para outra oportunidade. Pena, já que sobre ela recaiam expectativas bem altas (já agora uma sugestão: bem sei que existiam cartazes a4 afixados a informar do cancelamento, mas não custava nada, pelo menos depois da actuação a de Ed Harcourt, ter anunciado e informado o público da ocorrência pela via sonora da sala. Era ver alguns no final, sentados ainda à espera “Então já acabou... Onde está a Emiliana...”).
Dos Sparklehorse ficou uma pontinha de desilusão. O concerto, há já muito esperado, decorreu de uma forma consistente, isto é, sem altos nem baixos, com escassa participação e interacção com o público, sem que estes factos sejam negativos. Bastante profissional, a banda de Mark Linkus tocou principalmente temas antigos e não do novo album, o que para a notória legião de fãs presentes foi surpreendente. Pena que alguns das principais canções de “It’s a Wonderful life” não tivessem sido seleccionados... Contudo gostamos da actuação, incompreendida por muitos e acima de tudo da oportunidade de confirmar a validade de uma grande banda americana. Em jeito de recordação aqui fica uma das que mais apreciamos:


Sparklehorse - Apple Bed


SPANKY WILSON & QUANTIC SOUL ORCHESTRA
Arena Lounge, Casino Lisboa, Segunda-feira, 27 de Novembro


Funk à moda antiga, bons músicos, excelente voz, som aceitável. Ou seja, condições reunidas para um concerto memorável. Faltou o essencial: um local condigno para tal. O espaço do casino é amplo, circular, pleno de escadas rolantes, tipo centro comercial. O palco, um buraco situado numa das paredes circulares da arena, está cerca de vinte metros acima do solo, rodeado por dois andares com varandins onde a maior parte do público assistiu ou concerto. Assistir é uma forma de dizer já que a distância entre a banda e o público era no mínimo de 30 metros! Quem se sentou nas mesas no espaço central da arena, de certeza que saiu com dores no pescoço já que o seu olhar teria que estar continuamente dirigido para o alto... Sabemos que o concerto era gratuito, mas se as condições se mantiverem no futuro (não há hipótese de mudanças) o resultado vai ser sempre limitado. Voltando à música – grande ritmo e grande banda old school apesar do lider ter uma vintena de anos... Ficamos à espera de nova oportunidade num espaço adequado, isto é um sítio para concertos no verdadeiro sentido da palavra. Mesmo assim, deu para abanar o corpinho!

LAURA VEIRS
Cinema Passos Manuel, Terça-feira, 28 Novembro


Concerto intimista, onde se fez acompanhar pelo baterista e multi-instrumentista Tucker Martine, com canções simples tocadas à guitarra eléctrica. Numa das fases do concerto, o baterista deixou o palco para Laura Veirs brilhar a solo. Letras pessoais e quotidianas, simples mas envolventes a que não será de estranhar a sua voz doce. Plateia bem composta, respeitadora e conhecedora, que sorveu em silêncio a maioria dos temas. Influências notadas e notórias dos blues, como a artista confirmou, com elegância e experiência acumulada já em cinco albuns quase autobiográficos a fazer lembrar bons tempos de Suzanne Vega e até Rickie Lee Jones. Para uma noite já fria de Novembro um verdadeiro bom-bom com recheio de licor!


Mais pormenores, surpresas e opiniões passem pelos brothers hugthedj, karmatoon ou aglidole... A ronda vai continuar hoje à noite!

sábado, 25 de novembro de 2006

NICK DRAKE 1948-1974

Faz hoje trinta e dois anos que Nick Drake morreu. Para a maioria das pessoas que o ouve é como se ele estivesse vivo! Quando em Setembro de 1994, por simples curiosidade e por ter lido nalgum lado referências positivas aos seus discos, compramos o album “Way to Blue: An Introduction to Nick Drake” nos saldos da já extinta loja Bimotor da Rua do Bonjardim, não conhecíamos a sua música, história ou sequer nacionalidade. Em casa, o cd começou a rodar, de “Cello Song”, passando por “Hazey Jane” e chegou até “River Man”... Pronto, ficamos rendidos e contaminados para sempre! Desde aí, Nick Drake é para nós um RR (não confundir com RadioRenascença..): é um REFÚGIO em dias e tempos melancólicos, tristes ou confusos e é um RECURSO quando queremos soltar-nos, avançar e chutar para a frente. A obsessão, desde esse ano de 1994, não mais parou e era incompreensível para muitos dos nossos amigos. Discos, vinis, livros, mailing-lists, etc., tudo depois facilitado com o advento da Internet. O dar a conhecer a sua música foi o passo seguinte e era como uma homenagem à sua vida. Curiosamente, de toda essa gente a quem demos a ouvir os seus discos, a maioria, senão mesmo a totalidade, ficou fã, admirada e até emocionada. As reacções chegam por vezes a ser de espanto! Como é que alguém em três albuns de 1969 a 1972 consegue estar tão “à frente”, construir música tão boa e intemporal e acabar a vida sem reconhecimento, vendendo meia-dúzia de discos e, obviamente, isolando-se do mundo. Depois de todos estes anos, Nick Drake já foi capa de revistas, tem canções em comerciais de tv, é referência para muitos cantores e bandas e a sua música é finalmente reconhecida. Neste simples blog e por outra qualquer forma, lembrar a sua vida e continuar a promoção inocente da sua música é o nosso tributo. Este é sem dúvida o melhor caminho. Nick Drake, com toda a certeza, diria timidamente – obrigado!

NICK DRAKE na Wikipédia

Nick Drake - Place to be

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

HOPING...
Pelos vistos temos a partir de amanhã concertos quase todos os dias: sábado, Festival Para Gente Sentada em St. Maria da Feira; Domingo, descanso do pessoal; Segunda, Spanky Wilson & Quantic em Lisboa; Terça, Laura Veirs no Passos Manuel; Quarta, Lisa Germano em Braga...ufaaa! Não há fome... Espera-se com expectativa positiva tanta fartura. Nada como esta musiquinha para animar (ele tem album novo, hughthedj hello!) Há uns que começam a ronda já hoje...
Louie Austen - Hoping


UM ACASO
Uma ida à FNAC do GaiaShopping ontem à noite e logo duas supresas agradáveis! Na procura, por motivos profissionais, da poesia e obra de António Gedeão/Rómulo de Carvalho, de que hoje se comemora o centenário do nascimento, damos com um concerto de Stuart Robertson um dos que se vai sentar hoje à noite em Vila da Feira. Somos atraídos pelo som e qualidade da música e saltamos da secção de poesia para o forum/café. Na plateia meia duzia, se tanto, de pessoas, como podem confirmar pela foto móvel... Cerca de 45 minutos de canções ao piano/teclado, grande voz, numa onda pop, folk e até jazz que caiu bem e serviu de aconchegante, apesar de alguns clishés dispensáveis. A descobrir! No mesmo local apanhamos um novo (?) jornal musical chamado UM que vai já no terceiro número. Crítica a discos, reportagens curtas mas pertinentes, design bem feito e gratuito. Nomes conhecidos de outras andanças como Eduardo Sardinha, Jorge Manuel Lopes e até Álvaro Costa! Quinzenalmente, um projecto corajoso em tempos de blogs, myspaces e derivados. Conseguimos os dois primeiros numeros mas apelamos a quem nos arranje, just for the files, o nº 1. Ah, já nos tínhamos esquecido do António Gedeão/Rómulo de Carvalho o motivo de tudo isto... Pois ele aqui fica e se não conhecem é urgente ler e refelectir:

IMPRESSÃO DIGITAL
Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!

Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!

in "Movimento Perpétuo", 1956

quarta-feira, 22 de novembro de 2006


SPANKY...
É já segunda-feira proxima no espaço Lounge do Casino de Lisboa. Em prespectiva um concerto prometedor e de fazer suar as estopinhas... O evento é descrito desta forma:
"Nove músicos de funk reúnem-se para formar uma orquestra e proporcionar uma vibração efusiva de calor sonoro. A Quantic Soul Orchestra é um projecto de Will "Quantic" Holland, que com apenas 25 anos se tem notabilizado como um dos produtores mais talentosos e prolíficos da música de dança. Will Holand está na linha da frente dos desenvolvimentos fusionistas mais recentes da música negra. Criou esta orquestra para reverenciar a explosão funk dos anos 70, reunindo com um grupo de músicos virtuosos a cantora Spanky Wilson, uma séria referência no universo da música soul ( já trabalhou com nomes como Marvin Gaye, Sammy Davis Jr, Lalo Schifrin, Jimmy Smith e Willy Bobo). É assim que a Quantic Soul Orchestra se apresenta pela primeira vez em Portugal para o concerto de lançamento do novíssimo «I’m thankful», o encontro de duas gerações para um refinado álbum de soul/jazz/funk do século XXI."
São só 300 km e é de borla, por isso há que chegar cedo! A ver vamos se lá estaremos...


FAROL #2
Quer pelas recordações de uma noite inesquecível nos anos 80 no Porto, quer pela qualidade da música e da gravação aqui fica algo de imperdível. Sem o parecer, os Go-Betweens são uma das principais bandas da história da pop e os discos que aqui deixamos para descarregar provam-no e de que maneira... Assim e em jeito de homenagem a Grant McLennan, falecido já em 2006, Go-Betweens Live in London 2004 - Disco1 - Disco 2
BEAUTIFUL
Sugestão da sempre em forma revista OP., uma brincadeira com uma das músicas mais irritantes de sempre...Bingo!

James Blunt - Bloody Cold

terça-feira, 21 de novembro de 2006

STOP THE PRESS!!
A noticia vem já do fim-de-semana passado e sendo assim não pudemos parar as rotativas! Apesar de alguma resistência, os nossso queridos amigos Zeca e Cris decidiram, e bem, criar um blog sobre, nada mais nada menos que, MÚSICA, claro está... Conhecendo nós os gostos, paixões e interesses de tão estimada dupla, o blog HUGTHEDJ vai ser (é) imparável! Tendo em conta o local onde é cozinhado, faça sol ou faça chuva, não será de admirar que o conteúdo seja sempre inspirador e que resulte numa ampliação virtual, mas felizmente insubstituível, dum já mítico meeting point chamado carinhosamente BARRACO! Companheiros de lides musicais/gastronómicas/cinematográficas/vacances/
desportivas/futeboleiras/livrescas e tudo à volta (e fé em Deus) há já muiiiiiito tempo, é com particular frenesim que fazemos soar a Campainha Eléctrica e os vemos, em boa hora, a dar música!Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmmmmmmm!
Para eles peace and love e abraço para o(s) dj(s)!
P.S. O círculo está quase a fechar-se! Já só falta um cliente vizinho do Jaime Pacheco ali para os lados de Leça aderir ao inevitável: blog sobre hi-fi,som, cinema e mousse de chocolate precisa-se!
STROKES like...
Alguns problemas técnicos (como o desaparecimento, esperamos que temporário, de todos os links e informações da barra lateral) só agora permitiram o retomar do blog. Assim, lembramo-nos que o guitarrista dos Strokes tem um album a solo e fomos ver o video. A musiquinha não é má o que já não se pode dizer do video e do desempenho tosco do Albert... Como alguem refere no YouTube, continua a tocar guitarra e esquece o teatro! Cool...

Albert Hammond Jr.-Back to the 101(music video)

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

FAROL #1
Nova rúbrica. Mais uma.... Isto já parece o "O Passeio dos Alegres"! Julgamos que de utilidade para quem gosta mesmo de música. Nas nossas deambulações na rede encontramos muitas vezes mp3 disponíveis para descarregar em blogs ou outros locais. É política desta casa (pelo menos para já...) não colocar ficheiros descarregáveis, mas podemos indicar ou mostrar o caminho para onde eles estão! Sempre que acharmos pertinente o farol vai aparecer.Se tiverem interessados façam-no com rapidez, já que muitos destes mp3 só estão disponíveis, na maioria das vezes, por períodos curtos de tempo. Sugestão de hoje: Stevie Wonder Live London 1974. Vale a pena!


SETE MAGNÍFICOS
Pública Homenagem
Já foram, ao que nos lembramos, capa da revista Pública de Domingo do jornal Público. São sete amigos e caras conhecidas da noite e música do Porto, que se juntam, todos ao mesmo tempo, para passarem música em bares e afins utilizando somente singles em vinil (referências óbvias a 7” polegadas e a “Magnificent Seven” dos Clash). Numa contínua parada e resposta, cada um com o seu estilo, sem ou com nexo, somos surpreendidos com músicas que já não ouviámos há muitos anos, temas inaudíveis, canções que nem sabíamos que existiam em single, que nos atiram para as cordas ou para a o balcão do bar para pedir mais uma vodka... Punk, reggae, pop, rock, funk, soul, portuguesa, vale tudo menos tirar olhos! Coleccionadores de música, representam um género de museu vivo itinerante, avivando-nos memórias e despertando os nossos impulsos. O Bar Trintateum descrevia-os em Maio passado desta forma:

Mais uma vez dispostos a tudo para obrigar o público a dançar, nem o Sheriff da Cantareira os vai impedir de cumprir a sua missão!Os Sete Magníficos são:
Vicente Abreu – Aquele que insiste que devemos avisar toda a gente que só pomos singles de vinil de sete polegadas.
Pedro Tenreiro – Aquele que só põe discos que nenhum dos outros magníficos, apesar da sua enorme experiência, conhece!
Miguel Dias – Aquele que põe musica para as raparigas! Para todas, para as amigas e para as outras!
Chico Ferrão – Aquele que se lamenta da fortuna que gasta em discos na internet. Todas as semanas traz discos novos e diz que vai ter de parar com o vício!
Carlos Moura – Aquele que nunca quer sair de casa! ... – É muito longe! Não querem antes vir cá a casa ouvir uns discos, tomar uns cafés e fumar uns cigarros?
Rui Pimenta – Aquele que desde que haja antes uma jantarada, a rapaziada esteja contente e o Benfica não tenha sido humilhado no fim de semana está completamente feliz!

Pedro Mesquita – Aquele que deseja ardentemente que a noite acabe com um motim seguido de uma revolução proletária com o incêndio do bar em questão!”
Como diz Neil Hannon “We played old 45s/And said it's like the soundtrack to our lives/And she said: "True, it's not unusual."
Dá vontade de ir a casa buscar os nossos singles e juntarmo-nos à festa. Aceitem o desafio e apanhem-nos enquanto é tempo. Pode ser hoje à noite no Pitch.
CLÁSSICO #3
Sigur Ros - Vidrar vel til loftarasa
Como estamos um bocadinho macambúzios e a chuva também não ajuda, aqui fica um clip supreendente. No Fantasporto de 2002, julgo ter sido este o video escolhido pelo público como o melhor. Os Sigur Rós já tinham ganho no ano anterior com outro magnífico video. Aliás, Sigur Ros e Fantasporto é uma ligação memorável, já que naquele ano saímos do Festival para ir ao Coliseu ver um concerto inesquecível... Brilhante!

quinta-feira, 16 de novembro de 2006



(RE)LIDO #1
DREAM BROTHER. The lives and music of Jeff and Tim Buckley

David Browne. London, Fourth Estate, 2001

O livro já cá canta desde 2001, mas só iniciamos a sua leitura nas férias de verão, tendo terminado saborosamente há poucos dias. Pai e filho de vidas intensas, curtas e trágicas. Ambos morreram, coincidentemente, com 30 anos, ambos fizeram música intemporal, ambos criaram mitos e devoções. Capítulo a capítulo deste livro, alternadamente sobre Tim ou Jeff num arduo e brilhante trabalho de investigação, apercebemo-nos das semelhanças de trajectos: os contratos com grandes editoras fonográficas americanas (a Elecktra e Columbia) e a luta para não ceder a chantagens comerciais, a procura da perfeição, as drogas e o alcool, e, como não podia deixar de ser, a importância das mulheres... Talentosos e bonitos, dotados de vozes inconfundíveis, parecem ter atraído o mal e o diabo. Marcantes algumas passagens como a do aparecimento de um desconhecido e surpreendente Jeff num concerto homenagem a Tim, onde interpretando músicas do pai, gelou e emocionou a plateia, ou quando Tim tocou e cantou num backstage juntamente com os Rolling Stones perfeitamente fascinados. São muitas as histórias e historietas curiosas deste livro, que funciona agradavelmente não como uma biografia rock, mas mais como literatura musical.
De Jeff, que amanhã faria 40 anos e ao qual temos uma ligação musical mais intensa, são espantosas as descrições do ínicio do hype (as limusines à porta do Sin-é, pequeno café de NY), a primeira digressão a solo em Londres, com dois ou três concertos numa só noite em locais diferentes e a loucura gerada à sua volta. Confirma-se neste livro uma suposta ligação musical/amorosa a Elizabeth Fraser (Cocteau Twins) da qual, pelo menos, resultou uma canção
. Curiosamente, seriam os This Mortal Coil nos anos 80 a fazer meio mundo redescobrir Tim Buckley com a versão memorável de “Song to The Siren” cantada precisamente por... Elizabeth Fraser ! No final, o autor leva-nos pelo caminho da dúvida quanto à morte de Jeff Buckley, enumerando algumas pistas para um suposto suícidio preparado... Se gostam de música, dos músicos ou somente de um bom livro este é daqueles a não perder. Dois músicos, pai e filho, que só se encontaram uma única vez mas que pareciam conhecer-se intimamente! Deixamos três clips: um pequeno doc do VH1, Tim Buckley brilhante num programa dos Monkees e Jeff acústico. Amazing...grace!

Jeff Buckley - live on canal - Hallelujah
Tim Buckley: Song To The Siren, Monkees TV Show
VH1 - Tim and Jeff Buckley

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

CULTO #1
RICKIE LEE JONES

Decidimos incluir uma rubrica referente a músicos aos quais, por variadas razões, prestamos culto e não conseguimos descolar ou disistir, muitas vezes sem explicação. Fazemos, entre outros, por coleccionar os discos todos, ler biografias e, se possível, vê-los em concerto. Rickie Lee Jones desde “Magazine” de 1984, o terceiro album, é um destes exemplos. Apelidada de Tom Waits feminina, a senhora é algo de inclassificável. A sua voz suave ou estridente, ao piano ou com guitarra, arrepia-nos o corpo e já nada podemos fazer. Quando em 31 de Janeiro de 2000 veio até cá para o, até agora, seu único concerto em Portugal ficamos, na poltrona da Aula Magna de Lisboa, pura e simplesmente esmagados. Então quando decidiu cantar “Easter Parade”, uma musiquinha dos Blue Nile da qual já tinha feito um dueto com Paul Buchannan, caímos por terra. Já com 52 aninhos, a sua carreira é fora de série seja na pop, no jazz ou no folk. Não admira que a antologia editada o ano passado se chame “Duchess of Coolsville”...

Rickie Lee Jones - Magazine
CANÇÕES INSUSTENTÁVEIS
Num dos mailing-groups de que fazemos parte discutia-se ontem e duma forma profunda (e continua…) quais a canções que de serem tão boas, marcantes e inesquecíveis ao longo da nossa vida, não as conseguimos ou evitamos ouvir já que as associamos a estados de espírito e alma, emoções, momentos especiais, pessoas, familiares, etc. Chamam-lhe em inglês “unbearable songs”. Temos algumas…muitas! Despindo-nos por um bocadinho, lembramo-nos destas cinco (Nick Drake não vale…):
. Blue Nile – “Let’s go out tonight"

. Jony Mitchell – “The River”
. Madredeus – “Açores”
. Sparklehorse – “Sea Of Teeth”

. Divine Comedy – “Our mutual friend”

terça-feira, 14 de novembro de 2006


FORMATOS
No dia em que é lançado nos EUA o Zune, concorrente Microsoft do Ipod/Mac vejam lá o que fomos descobrir... Uma revista do “Expresso” de 28 de Abril de 1987 sobre precisamente a expansão do CD e outros formatos. Do artigo constam, entre muitas outras, estas frases:
.“O disco compacto é o produto mais bem sucedido da história dos consumos audio e audiovisuais, pelas suas vantagens de amplitude e precisão sonoras, de fidelidade e longevidade, e também por se basear num único sistema”;
.“Atendendo aos custos de hardware do software e da implantação das novas fábricas, os custos de produção do CD serão três vezes superiores aos do disco em vinil

. “Resta saber que outros prodígios da técnica nos reserva o futuro. Por um deles talvez não seja preciso esperar muito – a Polygram e outras companhias anunciaram já o lançamento dos compacto-vídeos, discos simultaneamente com som e imagem, ambas de alta qualidade, e que poderão ser o veículo ideal para a comercialização de clips, a nova forma de expressão saída do video que também está a alterar a relação de consumo da música moderna.

Vinte anos depois: 67 milhões de Ipods vendidos, PSPs por todo o lado, DVDs ao desbarato (só o mesmo jornal Expresso deu recentemente milhares deles), 100 milhões de videos vistos diariamente no YouTube e nós a comprar cada vez mais vinil... Como alguém diz, a música é que interessa e ela resiste e resistirá. Surprised? You won’t be on the next episode of…

segunda-feira, 13 de novembro de 2006


JOSÉ GONÇALEZ
É o que dá uma pesquisa errada na rede... Sabiam que existe um fadista português chamado José Gonçalez, a cantar (?) desde 1990 e que tem nada mais nada menos que seis blogs
promocionais? Com tanto discos editados o homem deve ser bom! Propomos uma versão fadinho de "Heartbeats" do outro, o sueco-argentino José Gonzalez. Da sua cover, já aqui abordada, deixamos a totalidade do brilhante spot promocional (o que nós inventamos só para ouvir/ver este tema. Canção do(s) ano(s), já!)














VASCULHAR #2
Pronto, pronto... prometemos só voltar a falar dos U2 se eles vieram tocar a Campanhã! Os vinis acima fazem parte de aquisições recentes nas Fnac's do Porto - discos promocionais (not for sale!!), bootelgs, picture discs, vinis de cor, etc, a preços da chuva (entre 3 e 5€). Podem encontrá-los, se estiverem atentos e vasculharem bem as respectivas secções das lojas. Numa das primeiras compras, referentes a um dos maxis, metemos conversa com a funcionária argumentando que o disco dizia ser promocional e não para venda se era oferta da loja... Que não sabia, que ia chamar alguem responsável, situação que logo dispensamos por via das dúvidas, já que achamos que nem eles sabem!
É a verdadeira mafia irlandesa...

U2 Mafia Sketch
TOM WAITS - novo!!
Aqui está o video do novo album do verdadeiro artista!
Em plena forma...

Tom Waits - Lie to me

sexta-feira, 10 de novembro de 2006



(RE)VISTO #1
U2 ZOO TV LIVE FROM SIDNEY 1993
I have a vision… Television!

Agora que nova ofensiva comercialóide se aproxima, falamos aqui dos U2, mas daqueles que valem (valeram?) a pena. Já lá vão treze anos mas o impacto da ZOO TV Tour é inesquecível. O DVD recentemente editado refere-se a um dos concertos dessa digressão, o de Sidney. Para alguem que, como nós, assitiu em Alvalade, juntamente com mais 60 mil almas, a um “estouro” desta natureza, as recordações e vibrações são ainda especiais. Na prática, os U2 montaram um estúdio na estrada, numa época de ascenção da televisão por cabo e do video, satirizando os seus pecados e virtudes, suportado por um dos seus melhores albuns- Achtung Baby. O início da festa, ao som de “Televison Drug of the Nation” dos Disposable Heroes of Hipocrisy e de “Zoo Station” e “The Fly” numa multiplicidade de ecrans, sons e luzes, manteve a boca aberta durante algum tempo da maioria dos “telespectadores”. Recordações fortes também daquela componente mais acústica no meio do público e que o DVD também (tão bem) documenta. Curioso, nessa ocasião veêm-se algumas máquinas fotográficas no público. Comparando, com a digressão de ano passado, o novo estádio de Alvalade era um único e gigante telemóvel/câmara e cada um de nós (quase) uma estação de TV! Sem contemplações, numa ritmada e pujante prestação rock, o primeiro DVD referente ao concerto funciona como registo de um momento incontornável e original, constituindo um marco na história do rock! Muita atenção para o segundo DVD com vários extras e documentários (um notável sobre os automóveis Trabant, utilizados no palco) e um momento imperdível e hilariante – o Video Confessionário, muito antes do BigBrother! Ele aqui fica ;-)

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

TEORIAS BLOGUIANAS
Carla Hilário Quevedo assina na Revista Atlântico de Novembro um curioso texto denominado “Os tempos blogosféricos”. Ela própria com um blog chamado Bomba Inteligente (!), fez-nos vir a correr publicar este mesmo post, tipo marcar o ponto, hei eu estou aqui e de boa saude. Ficamos a matutar...
Ora aqui fica um bocadinho dessa crónica, o que está disponível no blog (senão comprem a revista...):


... Sempre que me perguntam o que é para mim o mais importante num blogue, respondo que é o ritmo de publicação de posts. Há algo de paradoxal num blogue demasiado paradinho e que lembra uma espécie de teimosia patológica em ir a festas e nunca falar com ninguém. Não que o ritmo alucinante de publicação de posts seja representativo da qualidade dos mesmos, mas num blogue activo ficamos a saber que ali algo está a acontecer: há, naquela actualização diária, um coração que bate, um braço que mexe, uma mão que tecla. (Os tempos blogosféricos, Atlântico de Novembro.)

terça-feira, 7 de novembro de 2006

NERD good music
Respondendo ao desafio do nosso bom amigo Nuno kar(ma)toon aqui estão os maiores. É bem verdade. Deixamos aqui um bonus/link para uma irrepreensível versão acústica desta maravilha... já vamos dormir em descanso!

Hot Chip — Boy from School






JOHN BUCKLEY
JEFF LEGEND
Já nos tinham avisado, mas só hoje ao ouvir realmente o novo album de John Legend nos demos conta do incrível: o tema "Show Me" de Legend é uma cópia com todos os tiques do saudoso e intocável Buckley. Quando dizemos todos garantimos que não falha nada. Mais valia ter feito uma cover. Não sabemos ainda é se gostamos ou não... Mas como neste album de Legend é tudo parecido com alguma coisa, de Stevie Wonder até Marvin Gaye, achamos que não o levamos a mal. Testem-no aqui...
CLÁSSICO # 2
Para longe! Porque hoje é mesmo isto que nos apetece fazer, aqui fica o verdadeiro clássico 80. Da banda nunca mais se ouviu falar, apesar de um brilhante disco em 1986 com o título mais afinado de sempre - Life Is Hard And Then You Die... O vinil está lá para casa! No YouTube existe a versão (inglesa?) para o teledisco que chegamos a ver na nossa RTP, contrariamente à que apresentamos abaixo (suspiro)...

It's Immaterial - Driving Away From Home
TSF – A Playlist de...
Já aqui abordamos o universo bolorento da maioria das rádios portuguesas, onde a massiva e contínua utilização de playlists/playlixo, espantam e assustam ocasionais ouvintes. A TSF, infelizmente, de há uns anos para cá tem contribuido inexplicavelmente (ou não) para esta situação, com uma selecção musical plena de lugares comuns inaudíveis, começando e acabando no seu protegido Phil Collins... ainda por cima, quase sempre anunciado pelo saudoso Anibal Cabrita, “velho” senhor da XFM e VOXX (?)! Por isso, é um verdadeiro paraíso na sua nova programação diária, o bocadinho chamado “A Play List de...” que passa de segunda a sexta depois das 13h, em que um convidado selecciona temas/canções da sua vida e vivências a partir de discos marcantes. Ainda hoje, a ouvir José Alberto Carvalho a falar de Elvis Presley e do reggea branco dos Police, etc... nem parecia a mesma rádio! A descobrir (pode ser em podcast).
MTV Europe - video do ano...
Yaah! Ok...

justice vs simian - we are your friends

segunda-feira, 6 de novembro de 2006


CANÇONETAS
Como já repararam, aqui na casa, gosta-se muito de canções. Seleccionar temas para playlists de Ipods, de telemóveis, para férias, para viagens, etc. é hoje rápido, indispensável e incontornável! O vício vem já dos míticos alinhamentos de gravações em cassete a partir dos vinis que fazíamos nos anos 80 em sessões que duravam um ou mais dias! Assim, é sempre bom que a redacção de uma revista como a Inrockputibles se tenha dado ao trabalho de seriar 1000 canções desde o princípio do rock até aos nossos dias. A simples curiosidade de ver se algumas nas "nossas" canções lá estão e descobrir outras que nem conhecemos merecem bem o esforço. Se puderem comprem a revista, que vale pena, senão espreitem aqui...

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

















TRÊS VINTES
20 canções X 20 versões X 20 remixes
Edição NOVEMBRO
São estas as nossas rotações...
Fazem a delícia do blogueador!

CANÇÕES:
. AMP FIDLER – Heaven
. BECK - Think I'm In Love
. CALEXICO- Deep Down
. CHARLOTTE GAINSBURG - The Songs That We Sing
. CLOR - Good Stuff
. THE CONCRETES - On The Radio
. ELLEN ALLIEN & APPARAT – Way out
. ED HARCOURT - Visit From The Dead Dog
. FARIS NOURALLAH – Life’s a Bitch
. FEMME FATALE - New Life
. THE FIERY FURNACES - Waiting To Know You
. FINAL FANTASY - This Lamb Sells Condos
. THE FLAMING LIPS - The Sound Of Failure / It's Dark...
. GRIZZLY BEAR - Don't Ask
. JENNY LEWIS w/ WATSON TWINS - You Are What You Love
. JOSH ROUSE - Givin' it up
. NIGHTMARES ON WAX - You Wish
. THE RAPTURE - The Sound
. SONIC YOUTH - Jams Run Free
. SPARKLEHORSE - Shade and Honey

VERSÕES:
. GRANT LEE PHILLIPS - Under The Milky Way (The Church)
. FASTBALL - This Guy's In Love With You (Burt Bacharah)
. FOUNTAINS OF WAYNE - Baby One More Time (Britney Spears)
. KAISER CHIEFS - I Heard It Through The Grapevine (Marvin Gaye)
. KINGS OF CONVENIENCE - Once Around The Block (Badly Drawn Boy)
. LAMBCHOP - Backstreet Girl (Rolling Stones)
. LUDELLA BLACK - I've Just Seen A Face (The Beatles)
. MATHILDE SANTING - Blue Monday (New Order)
. NICK CAVE - Disco 2000 (Pulp)
. PETRA HADEN AND BILL FRISELL - Moon River (Henry Mancini)
. REVOLUTION SMILE - Drive (The Cars)
. ROYKSOPP - Go With The Flow (QOTSA)
. TOM TOM CLUB - You Sexy Thing (Hot Chocolate)
. WE ARE SCIENTISTS - Hoppipolla (Sigur Ros)
. SUSANNA & THE MAGICAL ORCHESTRA – Enjoy the silence (Depeche Mode)
. THE DIVINE COMEDY-Oh Yeah (Roxy Music)
. SPARKLEHORSE feat THOM YORKE – Wish you were here (Pink Floyd)

. BOB CORN – Waking up to us (Belle & Sebastian)
. IVY – Diggin your scene (Blow Monkeys)
. SCALA CHOIR – Heartbeats (The Knive)

REMIXES:
. ADEM - Launch Yourself (Thomas Erikson Mix)
. BLOC PARTY - Helicopter (Allen Breakneck Mix)
. THE FUTUREHEADS - Skip To The End (Digitalism Remix)
. THE GOSSIP - Standing In The Way Of (Le Tigre remix)
. THE JUAN MACLEAN - Tito's Way (Reverso B8 Remix)
. KYLIE MINOGUE - Can't Get You Out Of My Head (Soulwax Elektronic Remix)
. MYSTERY JETS - The Boy Who Ran Away (Riton Re-Rub)
. PLANTLIFE - When she smiles she lights the sky (4 Hero Remix)
. THE RAKES - 22 Grand Job (Filthy Dukes Society Mix)
. RATATAT - Wildcat (E*vax Remix)
. SCISSOR SISTERS - I Dont Feel Like Dancing (Linus Loves Vox Remix)
. SHE WANTS REVENGE - Tear you apart (HP Remix)
. WHITE ROSE MOVEMENT - Love Is A Number (Blackstrobe Mix)

. LO-FI-FINK – Steppin out the two beauties from (Hot Chip rmx)
. RINOCEROSE - Get Ready Now (David Amo and Julio Navas Remix)
. TOBY TOBIAS - A Close Shave (Prins Thomas Disko-Tek mix)
. WE ARE SCIENTISTS - This Scene Is Dead (Pete Predictable Remix)
. MUSE – Muscle Museum (Soulwax Remix)
. HOT CHIP - Over and Over (Maida Vale Session)

. TOM VEK – Nothing But Green Lights (Digitalism remix)

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

TIM BONES
A dica vem do Planeta Pop aqui do lado. A música dos Killers já não é brilhante, mas o video da autoria de Tim Burton deixa muito a desejar... Como há por estes lados muitos apreciadores do homem, esperam-se reacções!

Bones - The Killers


MOBS...
A notícia vem no Metro/Porto de hoje – “Podia ser no Porto – Festas insólitas convocadas por SMS”. Resumindo, tratam-se das chamadas MOBS, festas invulgares convocadas por sms ou email e que acontecem em ruas das grandes cidades americanas, mas já decorreram em Madrid onde dezenas de pessoas se concentraram na Plaza Mayor imitando o barulho de aviões ou a dançarem sozinhas ao som das suas músicas preferidas via Ipod...Nos EUA, por exemplo, os participantes recebem em casa uma fota da sua “vítima” e têm três semanas para a atingir com um jacto de água… Desde já convocamos a primeira MOB do Porto: todos à “pedreira” da Avenida dos Aliados com um vaso de flores ou árvore na cabeça para a mais rápida reflorestação em movimento de dança do “Guiness”. Podia ser ao som de “The Trees” dos Pulp...