segunda-feira, 31 de maio de 2010

GARY NUMAN, Casa das Artes de V.N. Famalicão, 28 de Maio de 2010


Pode causar alguma estranheza a vinda de Gary Numan a Famalicão, mas atendendo à arrojada programação levada a cabo pela instituição minhota nos últimos anos, um exemplo de profissionalismo e uma lição de inconformismo, o espanto não deve ser muito. Causa, sim, maior perplexidade o completo desprezo da totalidade da imprensa pela estreia portuguesa de um dos percussores da dita música electrónica, resumida a curtas e descontextualizadas referências de circunstância... O buzz na rede, pelo contrário, chegou longe. Passados três dias, esta nossa crónica informal será mesmo o primeiro (único?) testemunho do espectáculo!
Desabafos aparte, pelo menos duzentas pessoas vindas do Porto, Algarve ou Inglaterra (!) deslocaram-se até ao Minho para, sem receios, comprovarem a modernidade de um músico ainda com um alargado prazo de validade artística. Das jovens em êxtase na primeira fila, passando pelos fãs de longa data que reconheceram e cantarolaram a totalidade dos temas, todos presenciaram um concerto nivelado e, quase sempre, intenso. Uma banda de cinco elementos acompanhou um Gary Numan de poses e trejeitos antigos e sem tempo para discursos de circunstância ou muitos agradecimentos, mas apostado a dar o litro em cima do palco. Como sempre, som de sala excelente e um alinhamento centrado na fase inicial, ou mesmo ainda com os Tubway Army, em versão mais “pesada”, mas sem perder, contudo, a formatação original. Momentos altos óbvios quando soaram os hits ”Cars”, “Down in the Park” ou “Are friends electric”, este último com um arrebatador e diferente arranjo. Para quem não compareceu com medo de um espectáculo decadente, a resposta estava dada. Antes do encore, já a plateia delirante estava em pé, aplaudindo uma perfomance de inquestionável honestidade e brilhantismo. Já no exterior e para os mais insistentes, ainda tempo para um momento raro de confraternização antes da partida para o Primavera Sound de Barcelona, com direito a fotos, cumprimentos e, claro, os muito requisitados autógrafos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Para o meu comentário: http://synthspt.com/viewtopic.php?f=22&t=266