terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

DRAKE: SEIS PÁGINAS DE UMA VEZ SÓ!
















Só mesmo Nick Drake para nos fazer voltar a gastar quase três euros na Blitz. São seis páginas cuidadas, bens escritas como sempre por Rui Miguel Abreu e que trazem novidades: o tal livro de fotografias que custa os olhos da cara mas no qual dá vontade de perder a cabeça e a confirmação pelo próprio Joe Boyd da saída na Primavera do disco que documenta os espectáculos The Songs of Nick Drake: Way To Blue que já percorreram diversas cidades e continentes. Claro que a capa com o Bowie a mandar-nos calar também ajuda...

BOWIE CINCO ESTRELAS


BEAUTIFY JUNKYARDS, filme/concerto, Teatro Rivoli, 25 de Fevereiro de 2013

















A ementa parecia irresistível e, no nosso caso, inédita: assistir pela primeira vez em sala ao mítico filme animado "Planeta Selvagem" de René Laloux e à estreia simultânea dos Beautify Junkyards pelo Porto. Sala bem composta e mesmo com o incompreensível senão da legendagem ser em inglês (projecção a partir de um DVD?), a sessão foi bem agradável. A animação é, por si só, um clássico ao jeito surrealista do "Submarino Amarelo" dos Beatles mas com uma óbvia mensagem política inspirada na invasão e ocupação russa da Checoslováquia iniciada em 1968. Temos, assim, os oprimidos e os opressores em versão metafísica de cenário extraterrestre e personagens humanóides bem ao jeito utópico dos anos 70 mas de uma ternura assinalável ao fim de quarenta anos! A banda sonora original, como pode ser comprovado abaixo, deita mão das típicas guitarras wah wah da época e foi difícil perceber na projecção de ontem o que foi musicalmente suprimido e o que foi acrescentado. A subtileza e o (demasiado) respeito com que os Beautify Junkyards encararam o desafio tornou quase impreceptível alguma da nova roupagem, deixando fluir os diálogos e só arriscando alguns sons crescentes em sequências que o requeriam, mas onde o colectivo lisboeta poderia ter tripado, por assim dizer, um pouco mais para longe. O final já com a ficha técnica a passar foi a única excepção, talvez por ser maior o espaço para intervir, e bem, com uma sonoridade nórdica a preceito. É bom ver e ouvir, finalmente, os filmes concerto no Fantas!
                          



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

FRYARS REVIGORADOS
















Em 2007 e aos 18 anos, o baterista inglês Ben Garrett compôs "The Ides", uma valente canção eleita aqui pela casa como uma das vinte melhores de 2008 e que se pode e deve recordar abaixo. Escondido atrás do nome Fryars e após mais um prometedor EP ("The Perdidy"), o álbum lançado no ano seguinte, mesmo incluíndo os temas mais antigos, custou um pouco a digerir - "Dark Young Hearts" apesar de admirável para uma tão jovem e solitária alma não disfarçava, audição a audição, um travo a desilusão. Compreende-se, então, que Garrett se tenha recolhido num longo período de pousio, procurando inspiração e ajuda (dos Cajun Dance Party, p. ex.) para um vigoroso crescimento natural. Os dois novos temas ("Love So Cold" e "In My Arms") que desde final de 2012 lançou em versão 12" de vinil com excelente desenho de Davy Evans (o mesmo do novo The XX) comprovam uma indisfarçavel maturidade de longo alcance. Atentos estão os Local Natives que já deram a Garrett a primazia na remistura de "Heavy Feet", uma das novas canções e todos, como nós, que não resistem à onda. Ouça-se a demo de "Prettiest Girls Fly Highest" para ser fácil adivinhar que temos homem!     





UAAU #79


ARQUIVOS DOS RILO KILEY

A banda da menina Jenny Lewis, os Rilo Kiley, deitou mão às canções que ao longo de mais de dez anos ficaram esquecidas pelos lados B dos singles e outras que não chegaram a ser lançadas e reuniu uma colectânea de nome "RKives" a ser lançada em Abril. Um primeiro avanço é este grande "Let Me Back In".  


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

PATRICK WATSON ARTÍSTICO

No final do ano passado foi lançado um desafio aos fãs de Patrick Watson para produzirem um video para o fabuloso "Blackwind", canção que faz parte do último "Adventures In Your Own Backyard". Entre as inúmeras propostas recebidas saiu vencedora a da artista canadiana Chloé Poirier Sauvé que, para além das 2000 libras esterlinas do prémio, ganha ainda o direito a video oficial. Recorda-se que Patrick Watson é o cabeça de cartaz do Festival Para Gente Sentada deste ano que se realiza num único dia, sexta-feira, 8 de Março, ao lado de Little Friend, Emmy Curl e Mélanie Pain. 

UAUU #78

LA HAVAS AU CINÉMA
















São duas das principais baladas do disco de estreia de Lianne La Havas e receberam simultaneamente um tratamento cinematográfico com a ajuda de Colin Solal Cardo da equipa da La Blogothèque francesa. Uma pequena curta metragem em dois andamentos em que a própria Lianne assume o protagonismo. Para além de uma voz maravilhosa, parece que temos actriz!  




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MARK ITZEL, TIO!

Infelizmente não tivemos oportunidade de ver Mark Eitzel nem em Ourense nem no Lux. Damn! Já lá vão uns anos que não lhe pomos a vista em cima... O que vale nuestros hermanos da TVE e da RNE/Radio3 em boa hora decidiram gravar um especial com o próprio Eitzel, Itzel em castelhano, e respectiva banda (mesmo com o baterista de braço ao peito!) aquando da sua passagem por Madrid (12 de Fevereiro). Antes tinham feito o mesmo com o adorado Neil Halstead. Gracias!

CASS McCOMBS: NOVA CANÇÃO E CONCERTOS















O tema inédito "If You Loved Me Before..." é a contribuição de Cass McCombs para a série de singles de vinil "Less Artists More Condos" da organização de caridade Famous Class com sede em Brooklyn. No mesmo âmbito o artista convidado tem a oportunidade de escolher para o labo B uma banda emergente da sua preferência, tendo McCombs seleccionado os White Magic que apresentam o tema "Out Beyond the Moon". As pequenas rodelas coloridas estão já à venda. Entretanto e segundo o Jornal de Notícias de hoje, Cass McCombs tem concertos marcados para Lisboa a 3 de Maio e no dia seguinte na Casa das Artes de Famalicão o que é, sem dúvida, uma óptima notícia! Recorda-se que McCombs esteve no Porto durante o Mexe Fest do ano transacto para um excelente concerto no Sá da Bandeira que terminou às escuras com o magnífico "County Line". 



KEATON HENSON, O SOLITÁRIO







































Já sabemos que Keaton Henson gosta muito pouco de falar, seja de si próprio seja sobre outro qualquer assunto. O sempre atento The Guardian pôs-se em campo para tentar saber porquê, deslocando-se ao apartamento londrino do artista para lhe fazer algumas perguntas e bater umas fotos. O resultado até que acrescenta pistas para aclarar a dimensão solitária de Henson e a sessão fotográfica acabou por revelar-nos um personagem bem fotogénico e simpático. Timidez ensaiada? Bom, os apelos e frases como os de cima que vai publicando no seu facebook confirmam uma estratégia de contínua afronta masoquista que, sinceramente, começa a resvalar perigosamente para uma postura "Nick Drake Wannabe" ou, como alguém já escreveu, "Nick Drake Chic"! O que nos interessa mais, contudo, é que o segundo disco de originais está já cá fora e tem, como sempre, uma edição especial com desenhos do próprio Henson. Chama-se "Birthdays", inclui todos os singles prévios que por aqui fomos dando conta, foi gravado na California com o produtor Joe Chiccarelli (The Shins ou The Strokes) e tem convidados de luxo como a menina Jesca Hoop, Tyler Ramsey (Band Of Horses), Sune Rose Wagner (The Raveonettes) e até Matt Chamberlain (ex-Pearl Jam). Tudo parece mais eléctrico e aventureiro e, atendendo a que Henson começou finalmente a tocar ao vivo, chegou a hora de sair da sombra e apanhar um pouco de sol!       

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

(RE)VISTO #46















BELLE AND SEBASTIAN
If You're Feeling Sinister
de RJ Bentler. EUA; Pitchfrok Classic, 2013
O ano de 1996 foi certamente inesquecível para os Belle & Sebastian e para uma prol de novos mas ferrenhos fãs que nunca mais lhe perderam o rasto. Recordamos bem essa descoberta, a procura quase doentia de uma gravação de "Tigermilk", um álbum rudimentar dito desafinado de que se fizeram tão poucos vinis, verdadeira relíquias raras já na altura. O que vale uma tal rede chamada Internet propagou os mp3 e o mito cresceu entranhado em muitos de nós até aos nossos dias. Para além de uma colecção de bootlegs ouvidos avidamente na época, já lemos quase tudo sobre os B&S, já vimos documentários ou programas de tv mas não conseguimos nunca mais "desligar". Este documento que a Pitchfork nos oferece consegue fazer-nos perceber ainda melhor, como se fosse preciso, o fenómeno escocês concentrando a dependência em "If You're Feeling Sinister" também de 1996, tido, seguramente, como a obra prima da banda. Canções ainda hoje arrepiantes pela frescura que emanam e que uma excelente narrativa "song by song" com todos os músicos e produtores envolvidos confirma unanimamente como um clássico imediato. Sem remédio nas últimas noites, lá tivemos que desempoeirar o CD, carregar no play do leitor e pela enésima vez saborear tamanho prazer. Cá os esperamos em Coura... pela fresquinha.  

UAUU #77

KYLIE, MAIS UMA PARCERIA

O projecto experimental Múm, que vimos ao vivo já no longínquo ano de 2004 no Sá da Bandeira, juntou-se a Kylie Minogue para escrever "Whistle", canção principal da trilha sonora do filme do ano passado "Jack & Diane" e cujo elenco tem a participação da própria Kylie. O tema foi co-produzido por Árni da banda islandesa FM Belfast e será incluído no próximo álbum dos Múm a editar no Outono. Quanto à fita, ainda não estreou por cá...



domingo, 17 de fevereiro de 2013

DOCINHOS!

Os Of Montreal, isto é Kevin Barnes e Rebecca Cash, gravaram dois bombons acústicos para o Noisey e, como seria de esperar, ficamos agarrados! 




RICO AQUECIMENTO!

A desistência aparente da Vodafone pelo Mexe Fest Porto teve este fim-de-semana uma explicação indirecta. Em tempos de vacas magras percebe-se que apoiar dois festivais a norte era demasiada fruta, apostando-se, então, num desdobramento do patrocínio em duas partes: a principal, que decorre em Paredes de Coura em Agosto e um aquecimento prévio a decorrer a 12 e 13 de Abril na Praça Dom João I no Porto (estava a pedi-las!) para onde se confirmam para já, ò alvissaras, os The Wedding Present, Everything Everything, Omar Souleyman, No Age, Veronica Falls, Lee Ranaldo e os portugueses Linda Martini. O evento tem o nome pomposo de Paredes de Coura Warm Up e cada dia vai custar 15€ ou 25 pelos dois.
Comprando bilhete para Coura em Agosto dá direito a desconto? 
Quanto a David Gedge e Cª, vão tocar de fio a pavio o "Hit Parade", o "George Best" ou o "Bizarre"?


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

CLÁSSICO #22





















MAYER HAWTHORNE
Just Ain't Gonna Work Out
Quando a Stones Throw pôs cá fora em 2008 o primeiro single de Mayer Hawthorne parece que estava a prever que "Just Ain't Gonna Work Out" tinha algo de especial. Em vinil vermelho em forma de coração, a peça é verdadeiramente única e não descansamos até a ver rodar no gira-discos lá de casa antes que esgotasse. O que é facto é que ela continua ainda hoje disponível para aquisição e em dia dito de namorados passaria, sem dúvida, por um vistoso presente amoroso! O mesmo não se poderá dizer do teor da lírica - uma suposta confissão de desamor e abandono que na voz em falsete de Hawthorne ganha uma carga quase de provocação e de brincadeira mas que uma camada soul irrepreensível logo transformou num clássico moderno. Nos últimos anos o artista, que ainda não tivemos a oportunidade de ver ao vivo, aproveitou e de que maneira esta e muitas outras canções do seu reportório para se afirmar como um dos expoentes de um saboroso retro-soul que tem pelo pequeno vinil um gostinho especial - vejam bem a apetecível caixinha que está prestes a sair onde cabem 12 singles com os temas originais e instrumentais do último álbum "How Do You Do"... Em versão reggae, com os The Roots ou na companhia de Daryl I Can't Go For That Hall, esta é uma daquelas canções reconhecidamente intemporais que, apesar de todo o  sarcasmo, merecerá sempre dança obrigatória.   




JENNY O.K!





















Ao primeiro EP em nome próprio lançado em 2010 Jenny O. chamou-lhe "Home" ou não fosse ele o reflexo de uma intensa rodagem por palcos e parcerias com outros músicos de Nova Iorque, cidade natal onde na recatez caseira compôs as primeiras cinco pérolas. A primeira canção desse disco é "Well Ok Honey" onde canta, sem medos, "I'm a child" ou "I'm a hippie", mas tamanha irreverência só podia ser sinónimo de maior ambição e reconhecimento. Atendendo ao disco de estreia agora saído o mínimo que se pode dizer é que a fasquia alcançou uma altura considerável! Chama-se "Automechanic", foi gravado em Los Angeles para onde se mudou e juntou a Jonathan Wilson, que no seu estúdio lhe ligou um gravador analógico onde couberam onze temas de uma consistência surpreendente. Música sem idade, de travo west coast clássico de imediata sedução. Basta, por exemplo, carregar mais abaixo para nos derretermos com uma tal "Lazy Jane".            



VALSINHAS COM JOSH ROUSE





















Em Novembro passado demos por aqui o lamiré quanto a um novo álbum de Josh Rouse em vias de financiamento através da plataforma Pledge Music. Pois bem, os donativos parecem ter sido suficientes para que "The Happiness Waltz" esteja já em pré-venda e com direito até, e pela primeira vez, a uma edição em vinil. São doze pedacinhos pop que, segundo a editora, remetem para os primeiros tempos de carreira de Rouse nos já longínquos inícios de 2000 e apresentam-se como canções vincadamente pessoais e intimas. Para o efeito foi convocado o produtor Brad Jones, o mesmo de "1972" (2003) e "Nashville" (2005), num som facilmente reconhecível em "Julie (Come Out Of The Rain)", primeira valsinha disponível para audição. Segue-se uma digressão por Espanha e E.U.A. que inclui uma saltada ao mais que recomendável SXSW no Texas.      

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

COCOROSIE, A HORA DO CONTO

Sempre que as manas Casady surgem com novidades temos que estar preparados para a surpresa. O seu mundo muito próprio é bem perceptível no novo "Gravediggress", uma canção construída a partir de uma suposta conversa entre uma criança abandonada (voz de Bianca) e uma idosa (voz de Sierra). Trata-se, certamente, de um de vários contos musicados que irão fazer parte do álbum "Tales of a Grass Widow" a editar na Europa pela City Slang em Maio, mês que assinala também o início de uma nova digressão das CocoRosie pelo velho continente. Ficamos, ansiosamente, à espera de outros encantamentos.

HERBERT TOTAL





















A soma é impressionante: 130 temas produzidos e gravados por Matthew Herbert entre 1996 e 2006 farão parte de uma caixa virtual a editar no próximo dia 3 de Março pela Accidental Records via iTunes. Juntas vão estar fotografias, diversa documentação rara, remisturas, sessões de estúdio ou lados-b e uma curiosa compilação chamada "Early Herbert" que agrega aquelas raridades esquecidas e praticamente impossíveis de obter. Os álbuns "100lbs", "Around the House", "Bodly Functions" (entretanto já reeditado em Dezembro passado) e "Scale" terão também edições melhoradas e aumentadas. Em jeito de aperitivo aqui fica o clássico dançável "Suddenly" prontinho para guardar.



UAUU #76

DUETOS IMPROVÁVEIS #177

BIG STAR'S THIRD & SHARON VAN ETTEN
Dream Lover (Big Star)
Primavera Sound, Auditório del Forum, Barcelona, 1 de Junho 2012

3X20 FEVEREIRO













. THE KNIFE - Full of Fire
. PULP feat. JAMES MURPHY - After You
. TORO Y MOI - Never Matter
. MATHEW WHITE - Big Love
. HAIM - Forever
. ON AND ON - Panic
. THE GROWLERS - Someday
. THE HISTORY OF APPLE PIE - Tug
. METZ - Get Off
. VERONICA FALLS - Falling Out
. ADAM GREEN & BINKI SHAPIRO - I Never Found Out
. THE STROKES - One Way Trigger
. NEW ORDER - I'll Stay With You
. COLD PUMAS - Vanishing Point
. DJANGO DJANGO - Life's a Beach
. MAC DEMARCO - My Kind of Woman
. BEACH HOUSE - Equal Mind
. MY BLOODY VALENTINE - New You
YO LA TENGO - Stupid Things
. SHOUT OUT LOUDS - Blue Ice

. SAINT LOU LOU - Maybe You
. LANA DEL REY - Cola
. CHRIS COHEN - Monad
. ALLO DARLIN' - Wonderland
. BENJAMIN GIBBARD - Broken Yolk in Western Sky
. MATT POND PA - The Lives Inside The Lines In Your Hand
. PERFUME GENIUS - Rusty Chains (iTunes Bonus)
. TWIN SHADOW - The One (Live on KCRW)
. PETER BRODERICK & JEFRE CANTU-LEDESMA - By This River
. JENS LEKMAN - Olivia And Maddy
. FIONA APPLE - Anything We Want
. CHELSEA WOLFE - Our Work Was Good
. SUSANNA - Lonely Heart
. LISA GERMANO - Up in the Air
. DAN MICHAELSON - Scraps
. CLOGS - The Sundown Song
. ED HARCOURT - The Pretty Girls
. MARK EITZEL - We All Have To Find Our Own Way Out
. DAMIEN JURADO AND KYLE ZANTOS - Kalla Hus
. AMOR DE DIAS - Maureen

. JENNY O. - Lazy Jane
. CLEM SNIDE - Suzy
. DALE EARNHARDT JR. JR. - The Fisherman
. DAMON ALBARN - Apple Carts
. EELS - Accident Prone
. ARIEL PINK'S HAUNTED GRAFITTI - Baby
. THE XX - Tides
. CODY CHESNUTT - What Kind of Cool (Will We Think of Next)
. THEESATISFACTION - Game BLOUSES
. SOLANGE - Some Things Never Seem to Fucking Work
. JESSIE WARE - Sweet Talk
. NITE JEWEL - Memory Man
. DELPHIC - Changes
. THE RUBY SUNS - Desert of Pop
. WAVE MACHINES - Gale
. FOALS - Inhaler
. LOCAL NATIVES - You & I
. FOXYGEN - San Francisco
. NICK CAVE & THE BAD SEEDS - Higgs Boson Blues
. CAETANO VELOSO - Quando o Galo Cantou

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

THE XX DE SECRETÁRIA

KRAFTWERK IRRESISTÍVEIS

Os Kraftwerk aceitaram fazer uma retrospectiva da sua carreira tocando os seus álbuns por inteiro em dias seguidos no átrio das turbinas da Tate Modern de Londres, maratona esgotadíssima que começou no passado dia 6 com "Autobhan" e termina na próxima quinta feira com "Tour de France". Para marcar o evento o projecto Dj Food iniciado já em 1990 por, entre outros, Kevin Foakes dos Coldcut, lançou via Ninja Tune uma compilação surpreendente e obrigatória de versões de temas da banda alemã emitida via rádio no programa Solid Steel. Há por lá um pouco de tudo, do jazz aos simples sinos de igreja, incluíndo a cover que os Beautify Junkyards fizeram de "Radioactivity" e que fará parte do álbum de estreia previsto para Abril. Descubram-na! Entretanto, o colectivo português foi convidado para musicar ao vivo o filme "Planeta Selvagem" de René Laloux, evento de abertura do Pré-Fantas no Grande Auditório do Rivoli a 25 de Fevereiro e que marca o 40º aniversário da única fita de animação premiada em Cannes.         



SERVIÇO POSTAL REFORÇADO
















O álbum "Give Up" dos The Postal Service foi talvez dos primeiros discos que carregamos para o nosso iPod em 2006. Quando nos assaltaram o carro e o leitor foi, certamente, trocado por dose e meia de drogaria não foi fácil reconstituir as perdas. A substituição por mais custosa que tenha sido não tardou e, assim, o novo aparelho recebeu novamente uma grande parte daqueles discos ditos obrigatórios. Ainda hoje temos sempre muito prazer em rodar pelos ouvidos uma maravilha como essa estreia dos Postal Service que comemora agora o décimo aniversário. Para festa a Sub-Pop colocou cá fora uma edição especial de vinil com três rodelas multi-coloridas com, nada mais nada menos, que 15 temas bónus onde, para além de versões dos The Shins ou Iron & Wine, se incluem dois inéditos: "Turn Around" e "A Tatered Line of String". A receita que Jimmy Tamborello e Ben Gibbard conseguiram afinar mantêm-se por estes dias mais que fresca e só é pena que a digressão europeia que começa em Maio e passa por Barcelona não chegue até cá sabendo, ainda por cima, que ao duo se vai juntar em cima do palco a menina Jenny Lewis (Rilo Kiley) que, aliás, empresta a voz aos referidos dois "novos" temas. O senhor Gibbard, que o ano passado ao comando dos Death Cab For Cutie teve medo da chuva e anulou a apresentação no Primavera portuense, nunca mais paga a promessa de compensar os fãs lusos! We won't give up!       

sábado, 9 de fevereiro de 2013

THE FLAMING LIPS: PARAR É MORRER!





















O décimo quinto álbum dos The Flaming Lips chama-se "The Terror" e estará cá fora no próximo dia 2 de Abril. Produzido por Dave Fridmann, como convêm, o disco é o primeiro após a "recaída" e "reconversão" de Steve Drodz de dependências desaconselháveis, sendo as novas canções uma procura de resposta a uma série de dilemas, poderemos dizer, existenciais. Um primeiro tema conhecido é "The Sun Blows Up Today", canção já utilizada num anúncio televisivo durante a transmissão do Super Bowl americano de Domingo passado. Entretanto, a banda deu a conhecer uma versão de "Bohemian Rapsody" dos Queen o que talvez anuncie que a banda se vai abalançar na reconversão total de "A Night At The Opera" (1975), um hábito dos últimos anos de Wayne Coyne e alguns amigos que já regravaram na totalidade "Dark Side of the Moon" dos Pink Floyd ou "In The Court of Crimson King" dos King Crimson. Os rumores sobre um mesmo tratamento ao disco de estreia dos Stone Roses ganham também consistência. Na senda de outras brincadeiras e com o aproximar dos Dia dos Namorados (14 de Fevereiro), os Lips lançaram em colaboração com uma loja de Dallas uma série limitada de corações humanos em chocolate onde se esconde uma pen USB com uma compilação de temas de amor, entre os quais está "All You Need Is Love" dos The Beatles em parceria com Edward Sharpe & the Magnetic Zeroes. Os docinhos já esgotaram!






JONATHAN WILSON, O MAGO
















O que têm em comum Father John Misty, Fleet Foxes, Poor Moon, Band of Horses, The Shins, Andy Cabic, Elvis Costello, Will Oldham, Erykah Badu ou a surpresa que é Jenny O.? São só alguns dos nomes ou bandas que não dispensaram os truques e ensinamentos de Jonathan Wilson como produtor ou músico das suas canções. O estúdio é, assim, o ambiente natural deste multifacetado artista que construiu o seu próprio recanto - o Fivestar Studios em Los Angeles - onde vai recebendo estes e muitos outros convidados de peso e onde, notoriamente, se vai reinventando. Fomos agora redescobri-lo com a sua banda num outro estúdio em San Rafael na California - o Tristudios - na companhia do lendário Jeff Chimenti ao piano. São três pedacinhos mais que apetitosos: uma versão de "Isn't it A Pity" de George Harrison que fez parte do CD homenagem saído com a revista Mojo de Novembro passado (onde aparece Graham Nash a emprestar algumas vozes), o tema-título do seu mais recente disco e ainda um intenso "The Way I Feel" da mesma colheita. No seu estúdio com David Crosby a gravar o próximo álbum (foto), concertos com Jackson Brown ou Roy Harper, primeiras partes de Tom Petty e Wilco ou em campanha solidária para os Grammy's o homem não pára e mal podemos esperar pelo disco novo e, já agora, um qualquer concerto por perto. 







sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

DÁ QUE PENSAR, MAN!


MAN
from Steve Cutts on Vimeo.


In The Fall
from Steve Cutts on Vimeo.

WAITS NA UNCUT





















Coincidência ou não, agora que nestes tempos andamos "atrelados" a Tom Waits eis que a Uncut de Março dedica a capa e um artigo de fundo ao nascimento em ambiente boémio da lenda... viva Waits!  

(RE)VISTO #45





















TOM WAITS
NO VISITORS AFTER MIDNIGHT
Nova Iorque: Woodstock Tapes, 2009, DVD
A passagem de Waits pelos estúdios da BBC de Londres a 27 de Julho de 1979 está perpetuada em alguns bootlegs que ouvimos vezes demais e que a rede ainda disponibiliza. Não sabíamos é que essa gravação provinha originalmente de um programa de TV chamado "Live In Person", um show expressamente cenografado que se distancia de uma simples apresentação ao vivo, onde Waits vai entremeando, de cigarro na boca, notáveis canções ao piano e irrequietas interpretações com banda, confirmando a sua sedutora veia artística. A imagem não tem muita qualidade e nela foi colada continuamente um brilhante e contrastante logotipo da tal Woodstock Tapes, em que tudo parece um VHS mal passado a formato digital de forma ilegal. Será, então, uma edição não oficial, algo em que tal produtora se especializou mas o que é certo é que o compramos numa grande superfície com o selo oficial da Direcção Geral das Actividades Culturais... Não há muitas informações sobre a origem deste documento, nem na embalagem, nem na Internet, nem sequer no imenso livro de Barney Hoskyns o que poderá confirmar que, efectivamente, as imagens só foram disponibilizadas depois da edição da obra sem que Hoskyns as tivesse visto. O Youtube, contudo, oferece quase a totalidade das canções e de que destacamos um atraente "Burma Shave" mesclado com o "Summertime" e o maravilhoso clássico "Kentucky Avenue", mais uma das histórias que só Waits sabe contar e cantar.
Um segundo andamento deste DVD inclui ainda um outro programa de TV, mais antigo e mais curto, gravado a 12 de Agosto de 1975 para o programa "Soundstage" (que ainda hoje é emitido) da PBS - Public Broadcasting Service, rede pública de televisão americana. Temos então um jovem Waits mais à solta, não muito longe do formato do anterior gravado na BBC mas um bocadinho mais toldado e em que chega a pegar numa guitarra para uma das canções! Na rede também é possível visualizar a maioria destas imagens mas torna-se insubstituível a sensação de apagar as luzes da sala, colocar o DVD em play e imaginarmos que estamos sentados ali tão perto para ver e ouvir Waits a cantar só para nós...     






quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

SINGLES #30





















WICKIE O VIKING - Hei, Hei, Wickie/Somos Cem/Grande Festa
Portugal: Philips/Phonogram, 6031037, 1975
Estreia hoje uma versão cinematográfica já de 2009 de Wickie, O Viking, série de banda desenhada dos anos 70 que a RTP passava, claro, a preto-e-branco e que tinha como cenário uma longínqua aldeia escandinava (Flake?). Memoráveis uma série de personagens como o pai-chefe Halvar, o músico Ulme, o gordo Faxe, os inseparáveis zaragateiros Tjur e Snorre, a pequena amiga Ilvy, apelidos que deram alcunhas similares a alguns colegas de escola... Sempre metidos em aventuras e sarilhos em pleno mar alto, o momento mais esperado de cada episódio acontecia quando Wickie, o Viqui para todos nós, tinha uma ideia salvadora, começava a esfregar o nariz e umas estrelas começavam a circular à sua volta, para tudo terminar, como convinha, de forma feliz. Sem dobragem, os episódios eram passados no original alemão (embora a série tivesse o dedo de um estúdio japonês) com legendas mas com a grande canção do genérico em português. O single de vinil foi, por isso, das primeiras aquisições quando um enorme gira-discos compacto AIWA (rádio, cassetes e prato) acabou por ser instalado na sala. Certamente à força de muita insistência ainda fizemos, aos poucos, a colecção de bonecada de plástico com os personagens coloridos e que, quem sabe, ainda esteja esquecida lá por casa tal como deve acontecer com a caderneta de cromos! A tal canção devia ser um must em qualquer noite de animação descontraída, um daqueles imediatos hits de geração que uma letra tipicamente portuguesa, ou seja, desenrascada (O lobo mau o faz tremer/A tempestade ele receia/mas no final sempre terá/Uma feliz ideia) e uma guitarrada à maneira ajudaram a perpetuar (há posteriores versões bem diferentes para pior). Depois viria a Heidi e o Marco mas o puto de chapéu com cornos tornou-se inesquecível muito por culpa de tantas vezes termos cantado bem altHei Hei Vickie/Hei Vickie Hei/Levanta bem a vela...

PRIMAVERA FLORIDA

























Agora que já passaram uns dias sobre a apresentação oficial do Primavera Sound portuense e o cartaz está já espalhado pelos muppi's da cidade, ocorre-nos sempre um misto de excitação e, mesmo assim, de desilusão. Para além dos óbvios nomes grandes para captação de massa humana (p. ex. Blur, Nick Cave, Dead Can Dance, Breeders, My Bloody Valentine ou Grizzly Bear), das muitas bandas novas que queremos muito experimentar (p. ex. Savages, Foxygen, Local Natives ou Wild Nothing), dos artistas inesperados e em oportunidade possivelmente única pelas nossas bandas (p. ex. Rodriguez, Daniel Johnston ou Neko Case e, já agora, esperemos que nenhum destes seja agendado para a sala da Casa da Música em pleno festival com necessidade de fazer fila para obter bilhete...), "ficar" sem, entre outros, os The Knife, Animal Collective, Tame Impala, Postal Service, Fiona Apple ou Band Of Horses em relação a Barcelona fez-nos "cair na real". Por 65€ temos que aprender a baixar as expectativas, a colher as "flores" possíveis e a deixarmo-nos ir na grande onde!    

UAUU #74

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

BEACH HOUSE EM DIRECTA












Os Beach House trocaram a areia da praia pela do deserto de El Paso e Tornillo no Texas e ao longo de três dias, do pôr do sol até ao amanhecer, gravaram quatro temas de "Bloom" em jeito de curta metragem. Chama-se "Forever Still" é, segundo os próprios, inspirado no "Live at Pompeii" dos Pink Floyd e nós agradecemos. 


POND GIGANTES

É a partir da cidade de Perth na Australia que um colectivo de músicos tem feito furor nos últimos anos. Chamam-se Pond já vão em quatro álbuns de um psicadelismo cintilante que tem brilhado mais alto quando se juntam a Kevin Parker e formam os Tame Impala. O ano passado, para além do grande álbum "Loneirism", os Pond tinham ainda posto cá fora "Beard Wives Denim", trabalho que só não recebeu maior reconhecimento pelo ofuscante e merecido sucesso dos Impala. Mas não desistem e assim já esta Primavera haverá "Hobo Rocket", certamente mais uma lança avançada em nome próprio que tem em "Giant Tortoise" um single-anúncio de calibre superior em regime de oferta e que merece imediata descarga. Prometedor.        

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PERRY BLAKE ELECTRO





















Um amigo sempre atento chamou-nos a atenção para um novo álbum de Perry Blake já para Março. Trata-se de uma nova aventura e faceta do irlandês ao lado de dois antigos colaboradores, Glenn Garrett e Graham Murphy, traduzido num disco baptizado como "Electro Sensitive Behaviour" e que será promovido sob o nome artístico de ESB feat. Perry Blake. Um cheirinho do primeiro single "Michael Caine" está já em rodagem e o projecto será devidamente apresentado por cá, uma quase segunda casa de Blake, em Lisboa (Ritz Clube a 7 de Março) e Barcelos (Auditório de São Bento Menni, Sábado, dia 9 do mesmo mês). Atendendo à inesperada aposta no electro qualquer coisa e contrariamente aos concertos anteriores, o melhor será ir ensaiando a dança!     

UAUU #73

TORO? OUI, C'EST MOI... AU PIANO.

Sempre tivemos Chazwick Bundick e seu alter-ego Toro Y Moi em boa conta. Discos frescos, concertos consistentes e sedutores onde demonstra toda a sua mestria nos teclados e acerta sem esforço numa sonoridade chillwave irresistível. O último de originais "Anything In Return" apesar de ainda mais ligeiro demora a entranhar-se sem desiludir, mas talvez um pouquinho menos de produção permitisse outra fruição. É por isso que gostamos muita desta sua surpreendente apresentação sozinho ao piano para o Laura Leishman Project, programa diário da rádio francesa Le Mouv emitido no passado dia 23 de Janeiro, uma hora de música que vai de Tame Impala a Justin Bieber (não, não é tanga) salpicada, certamente, com todo o charme nocturno da língua francesa...