quinta-feira, 31 de janeiro de 2008


(RE)LIDO #7
IF YOU’RE FEELING SINISTER

de Scott Plagenhoef, Continuum Books, 2007
Para teminar a trilogia literária sobre os Belle & Sebastian, seleccionamos o recentemente editado nº 50 da já incontornável série 33 1-3, precisamente dedicado ao primeiro disco a sério da banda. O mítico “Tigermilk” editado em 1996 para uma reduzida faixa de fãs locais escoceses, despertara tal curiosidade que, no mesmo ano, sairia o por muitos considerado (inclusivamente nós) seu melhor disco – If You’re Feeling Sinister. Os temas continuam difíceis de ultrapassar e foi particularmente um deles (Fox in the Snow), seleccionado por António Sérgio nas noites da Comercial, que marcou, desde aí, a “atracção romântica” pela banda. Neste pequeno livro e contrariamente ao esperado, não encontramos um massivo rol de informações sobre o tal álbum, mas sim uma descrição bem feita da conjuntura musical e até social em que o grupo se desenvolveu. As “taras e manias” de Murdoch são decisivas na compreensão do som da banda, mas esse feitio iluminado define ainda outras situações iniciais, particularmente a relação com a imprensa e com outras bandas. Conclui-se facilmente que os Belle & Sebastian devem muito às potencialidades da Internet, sendo decisiva a sua utilização para o nascimento e florescimento de uma imensa onda fanática que rapidamente se espalhou do Japão ao Brasil, passando pela pouco permeável América. A criação de uma mailing list – Sinister List – permitiu, desde logo, ligações afectivas e até sentimentais (pelo descrito, dessa massa em comunicão exclusiva, surgiram alguns casamentos, incluindo o do autor!) que germinou até hoje um crescente número de acérrimos e fiéis admiradores. Só na parte final do livro se fazem algumas considerações sobre as faixas do disco, sendo “Fox in the Snow” descrita desta forma: “...is among B &S most purely beautiful songs. It’ also Murdoch’s most abstract lyrics”. Correcto e afirmativo! O disco é todo ele clássico, sendo compreensivelmente aquele que a banda escolheu para interpretar na totalidade, em Setembro de 2005, numa série de concertos em Londres chamados ”All Tomorrow's Parties Don't Look Back series “, em que um artista ou banda executou ao vivo a totalidade do seu melhor trabalho. A gravação da actuação viria depois a ser lançada exclusivamente no Itunes com objectivos de caridade com as vítimas do terramato na India e Paquistão desse ano. Por sinal é o único disco/edição que falta na nossa colecção...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


WOW!!
O novíssimo clip e single da menina Minogue já aí (aqui) está! Há remixes de CSS, MSTRKFRT e David Guetta o que atendendo ao balanço/groove da canção (tipo Holiday da Madonna) terá resultados instantâneos em qualquer dancefloor... Mas há mais: simultâneamente foi lançado outro single – “In My Arms” – e video numa estratégia inédita de “assalto”. Mãos ao ar... Rendemo-nos!
Kylie Minogue - Wow



DUO OURO NEGRO...
Os The Kills, talvez o duo mais sexy do actual rock roll, tem novo álbum pronto que sairá já em Março. O disco chamado “Midnight boom” foi gravado em Michigan e na California e tem “URA Fever” como single de apresentação. Se tiveram jeito e disposição podem, alías, participar num desafio lançado online para a realização de remixes deste novo tema... Para o novo disco a banda contou com a colaboração de Spank Rock e do produtor Alex Epton, o que parece traduzir-se num som (ainda) mais negro e de forte inspiração urbana a que chamaram “modern playground songs”! Concertos ainda não estão agendados, mas com toda a certeza não faltará oportunidade para rever ao vivo (inesquecíveis passagens por Coura e Sudoeste) momentos intensos e desafiantes.
The Kills - URA Fever

terça-feira, 29 de janeiro de 2008


LUNARIDADES # 42

. um dia meio de cama por motivos físicos e virais (o chamado dois em um...), deu para acabar com a bateria do Ipod, não em discos novos, mas em clássicos. Dos Beatles aos Stones, de Tom Jobim a Dionne Warwick, só houve pachorra para ouvir a “nossa” música, aquela que reconforta, aquela que aconchega! Velhices...

. as estatisticas de 2006 não enganam: os concertos de música chamada ligeira renderam nesse ano 32 milhões de euros, mais 10 milhões que em 2005. Os espectadores foram na ordem dos 3,2 milhões... Atendendo ao ritmo a que surgem em agenda novos concertos, este parece ser, decisivamente, um negócio da China!

. a utilização do Mercado Ferreira Borges para um remodelado Hard-Club parece ter pernas para avançar... Os responsáveis lançaram já um inquérito on-line para testar reacções. Nós já respodemos!

. para terminar, duas notas/alertas solidários:


. já podem ser adquiridas nas lojas H & M algumas t-shirts desenhadas por músicos e bandas que revertem, em parte, para a luta contra a SIDA. Podem escolher, entre outros, designs de Nina Persson (Cardigans), Timbaland, Chicks on Speed ou... Rufus Wainwright;

. na luta contra a descriminação das doenças mentais, estarão disponiveis ao longo de 2008 doze temas (um por mês) em duetos inesperados de artistas e bandas portuguesas numa iniciativa da Encontrar+se. O pagamento do download serve de donativo.

(RE)VISTO # 15
STORYTELLING

dir. de Todd Solondz
New Line Cinema, DVD, 2002

Dando sequência ao destaque sobre os Belle & Sebastian, trazemos até aqui o filme Storytelling para o qual o grupo realizou uma banda sonora exclusiva. A verdade é que os problemas entre a banda/realizador e a indefinição que o projecto manteve até ao final, levaram a que só surjam ao longo da película pouco mais de cinco minutos de música! Os B & S, na altura, receberam o convite de forma entusiasmante, tendo viajado para Nova Iorque expressamente para o efeito, lisonjeados pelo convite de um realizador que admiravam. Aí, inteiraram-se do guião e de algumas filmagens e conceberam temas direccionados às cenas (p.ex. “Big John Shaft”, “Wandering Alone” sobre a personagem Consuelo) e créditos finais. Mas as indecisões da produção, cedo deram a perceber que a colaboração não teria muito êxito. Inicialmente à banda foi pedida música para a totalidade da película, depois só para a primeira parte ou, melhor, para a segunda... ah, não é melhor ser para o filme todo! Ao egocêntrico e turculento Solondz nada parece ter agradado, quer a música quer as letras, mas o grupo cedo percebeu que o trabalho efectuado poderia resultar, com alguns acertos, num novo álbum. Na realidade, os temas escritos não constituem nada de admirável, sendo quase sempre considerado o material da banda mais dispensável, mas uma audição mais atenta pode trazer surpresas e bons momentos.
Ou seja, muita música (17 temas) e pouco tempo de “antena”, entenda-se no filme, que pensamos ter chegado a estrear em Portugal (Maio de 2002) com o nome de “Conta-me Histórias”. Trata-se de uma curiosa e cruel panorâmica em duplicado: a primeira, chamada “Fiction”, sobre uma relação de uma aluna com um professor e a segunda, de nome “Non-Fiction”, sobre uma família suburbana americana, principalmente um dos filhos, que aceitam participar como tal na realização de um documentário. E mais não contamos. Disponível para empréstimo...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

DUETOS IMPROVÁVEIS # 32
SUZANNE VEGA & VANESSA PARADIS
Blowin’ in the wind (Dylan)

Taratata - France 4 TV, 16th November 2007

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008


MEMORABILIA # 5
Já lá vão mais de dez anos! Havia tempo e disposição para ouvir rádio, muito por culpa da memorável XFM, desaparecida em 1997. O António Sérgio foi depois para a Comercial e a sua “A Hora do Lobo” convidava os ouvintes para a elaboração de uma lista/top, repto para o qual, de quando em vez, enviamos umas sugestões. Em troca recebíamos, às vezes, algumas “prendas” referentes à nossa participação, principalmente cd’s, promos e outros goodies que o mestre amavelmente oferecia aos ouvintes, mas que davam uma trabalheira levantar nas instalações da Comercial (Media Capital) no Porto. De entre estas ofertas, sempre guardamos com especial carinho esta cassete de um grupo português chamado Tracy Loba Massagens, principalmente pelo que a envolve. Trata-se, como deve ser, de uma maqueta em cassete com quatro temas no lado A (Xmas dirty mother fucker, Hey, Trilling Bills – repassed mix, Porquinhito) e três no labo B (Slow motion picture, Nice quiet band, and another) chamada Pyjamming/Jamming in Pyjamma. Como capa, a produção concebeu então um “pijama” devidamente costurado, com direito a colchete e tudo, no qual gravou, a quente, o nome do grupo na frente e o título da gravação nas costas. Da informação disponível no cartão atrevido e plastificado(!) incluído no interior, conclui-se que a maqueta é datada de Dezembro de 1997 (Xmas dirty mother fucker...) e o contacto telefónico de uma empresa (?) Indústria Rock da antiga rede 055, a actual zona de Paredes e/ou Marco de Canaveses. Da banda muito pouco sabemos (aceitam-se achegas), a não ser que teve alguns temas incluídos nos cd’s que saiam com a antiga revista Prómúsica entre 1997 e 2000 e que ganhou o prémio de Melhor Maqueta Rock de 1997 (será esta?) organizada pela (extinta?) Deixa Ser Duro de Ouvido de VNFamalicão. A música soa a experimentalismo (jamming) sónico e por vezes “industrial” (o Trent Reznor fazia mossa), estruturado, cantado em inglês ou português e, em alguns casos, muito bem conseguido (“and another” p.ex.). Sempre que olhamos para esta maqueta/cassete, faz-nos pensar no cuidado, ambição e crença de uma ou qualquer outra banda numa época sem mp3, myspaces ou youtubes e em que o único meio de dar a conhecer a sua música era, para além dos concertos, a rádio... em cassete!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008



VIDAS!
Possivelmente já sabem da trágica morte do actor Heath Leadger, conhecido pelo papel em "Brokeback Moutain" e um dos sete personagens de Bob Dylan no filme “I’m not there” ainda por estrear por cá. Quando ouvimos a notícia logo pela manhã, que dava conta da ingestão de comprimidos como provável causa da morte, logo pensamos em Nick Drake, cujo falecimento teve também semelhante origem. Estavamos longe de pensar que esta era a única coincidência! O canal VH1 divulgou que o actor era obcecado, nos últimos tempos, pela figura e música de Drake, tendo até gravado um clip/video do tema “Black Eye Dog”, por sinal a última canção que Drake gravou em vida e que tem inspiração na depressão! Mais, o actor demonstrou até vontade em desempenhar o papel do mítico trovador em qualquer futuro projecto videobiográfico. Ou seja, as coincidências são muitas e as especulações, tal como aconteceu com Nick Drake, ainda agora estão a começar.

Fame is but a fruit tree
So very unsound
It can never flourish
Till its stalk is in the ground...

JOSÉ GONZALEZ - Mais um...
A este ritmo a agenda esgota-se e o orçamento evapora-se. O sueco José Gonzalez passa pelo Porto a 30 de Abril próximo (Sá da Bandeira) e no dia anterior por Lisboa (Aula Magna). Já há bilhetes... Prometemos não dar mais notícias de concertos nos próximos tempos!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008


DIA DE PORTUGAL COM FEIST!
O ano de 2008 promete! As novidades sobre concertos chegam de todos os lados... Pois bem, Feist tem concertos marcados para o Porto (Coliseu, dia 10 de Junho) e Lisboa no dia seguinte (Aula Magna). Esperamos que desta vez traga a banda e já agora que ganhe nos Grammys (está nomeada para Melhor Voz Feminina, Melhor Novo Artista, Melhor Álbum Pop e Melhor Teledisco) Os bilhetes estão à venda a partir de quinta-feira. 1,2,3, 4...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008


LUNARIDADES # 41

. o título da notícia do JN não engana “Empresas de concertos num braço de ferro”. Em 2008 corre-se o risco de ter, coincidentemente e no mesmo fim-de-semana, diferentes festivais como o Oeiras Alive e o SBSR ou o Sudoeste e Paredes de Coura. Alguém se vai “aleijar”...

. a RTP ficou sem os Fedorento e ficou ressabiada! Agora temos que levar com repetições domingueiras de programas antigos. Será que é à revelia? Não foi esta a razão para a gatice ter saído há uns anos da SIC? Miau...

. o amigo NunoKarmatoon descobriu o video de um tema novo de Ed Harcourt que merece mais que cinco estreIas. O cantor confessa “I only wright songs when I’m sad”. Por favor, continua triste…

. a cara/metade masculina da dupla HugTheDj cumpriu mais um aniversário comemorado em festa rija. Agora só falta mesmo a sessão dj da praxe que sugerimos se chame, tal e qual os míticos disco dos anos oitenta, StarsOn45! Parabéns!

THE GO! TEAM
CLUBBING – CASA DA MÚSICA
19 Janeiro 2008

Verdadeira surpresa a lotação (esgotada) da CDM no sábado à noite! Para quem, como nós, já esteve em anteriores iniciativas mais calmas e a meio-gás, o êxito desta primeira edição de 2008 é, sem dúvida, um bom sinal. Como nota e bem o Diário Digital, o Clubbing é agora “Um conceito musical cada vez mais social (...) Inicialmente o conceito estranhou-se, mas está visto que se entranhou. Deixou-se de ir só pela música. Passou-se a ir pelo convívio e por ser aquele o sítio certo a estar, pelo menos uma noite por mês (...)”. Se a isto juntarmos uma banda em plena pré-fase de subida de divisão como os The Go!Team, então temos uma receita explosiva. O concerto no Oeiras Alive de 2007 tinha já despertado elogios merecidos, devidamente destacados por estas bandas e que o novo disco veio confirmar plenamente. No Sábado, desde o início do "jogo", o público esteve receptivo à dança e a voz/MC de comando, adequadamente chamada de Ninja, tinha a táctica bem definida: provocações regionalistas Porto/Lisboa, refrões previamente ensaiados, divisão do “recinto/público” ao meio, meninos vs meninas, etc. Temos quase a certeza que nada disto seria necessário para que a o concerto resultasse numa verdadeira onda frenética de dança pela simples razão que a música da equipa principal é irresistível. A mistura de influências e estilos que vão das sonicyouthianas “Junior Kickstar”, “Huddle Information” ou “Fake ID” até ao easylistening de “Thunder Lightning...”, num contínuo cola e cose de estilos bem feito, é obviamente apetecível e consistente. O ritmo é avalassador, os músicos tanto podem jogar a guarda-redes ou a ponta de lança (isto é, na bateria, baixo, guitarras...) que a equipa leva tudo à frente! O objectivo é só um: não parar, numa impressionante força colectiva que se poderá designar por TMR – Tudo ao Monte e Fé no Ritmo! The Power is On, em versão instrumental, cantada, com megafone ou aos gritos, não são precisos tonificantes que dão asas para fazer a festa (vá lá, umas cervejitas de oferta também ajudam). No encore grita-se pelo clube e a resposta é mais um complemento energético chamado “Doing it right”. As luzes da sala acendem-se, mas apetecia mesmo ouvir outra vez o excelente e já clássico/spaghetti “Everyone’s a VIP to Someone” para recuperar o folêgo. Ou muito nos enganamos ou esta é uma equipa que vamos ver muitas vezes nos nossos “relvados” e que, honra lhe seja feita, deverá cumprir a velha máxima “em equipa que ganha não se mexe”. De volta a casa, notamos que os “jogadores” masculinos do team treinam frisbee no empedrado exterior do recinto em alongamentos físicos reconfortantes e relaxantes. Seguiram-se, certamente, banhos e massagens merecidos.
Nota de reportagem: não conhecemos a Julinha, mas gostamos muito do seu kitsch mobile estacionado no exterior!



DAVID DONDERO
Casa das Artes, VNFamalicão

18 de Janeiro 2008
No auditório não havia mais de trinta pessoas assistir ao primeiro concerto de David Dondero em Portugal! Poderão ser apontadas inúmeras razões para tão fraca adesão, mas tendo em conta, por exemplo, o reduzido preço dos bilhetes (8€), que o artista era/é capa da agenda de Janeiro da CAVNF e que a própria Antena3 tinha, na véspera, dado um bom destaque à sua música, algo não funcionou. Da qualidade da música parece não haver dúvidas. Ao longo de quase uma hora e meia, Dondero, sozinho e palco, vai interpretando de forma intensa e abnegada canções dos seus dois mais recentes discos, principalmente o último e sublime “Simple Love”, de forte influência folk tão ao jeito de trovadores míticos como Woodie Guthrie. Histórias divertidas e trágicas de amizades, vícios e dependências, amores e desamores, vividas pelo próprio nas suas muitas e conturbadas viagens pela América. A voz e a guitarra juntam-se, sem falhas, para contar episódios de vida inspiradores, em composições seguras e até surpreendentes. Temas como “The Transeunt”, “South of the South, “Journal Burning Party” ou “Pornographic love song” constituem, por isso, exemplos perfeitos de trovas sobre a condição humana nos tempos modernos. Inesquecível a interpretação, já no final, de “Double Murder Ballad Suicide”, o guião perfeito para uma curta metragem cinematográfica de cariz negro e mordaz. Ou seja, concerto intenso e motivador para a descoberta urgente de um artista em ascenção. Pena, mesmo assim, que o espectáculo não tivesse subido um andar, porque no café-concerto o resultado teria sido ainda melhor...

DEZ ANOS É MUITO TEMPO...
A notícia está em todo lado mas não podíamos deixar de a dar. Depois da única e mítica passagem pelo Sudoeste em 1998, os Portishead tem, surpreendentemente, concertos marcados para Portugal em Março próximo! O Coliseu do Porto recebe no dia 26, ao que parece, o primeiro espectáculo de uma digressão finalmente agendada e no dia seguinte é vez do Coliseu de Lisboa. O novo e difícil terceiro disco é editado em Abril e do qual se esperam mais pormenores em breve. Os bilhetes já estão à venda... Rápido!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008


SIMPLESMENTE DAVID DONDERO
Quase dez ano depois do seu primeiro álbum (já lá vão oito...) David Dondero sobe hoje ao palco da Casa das Artes de Famalicão. Trata-se da primeiro concerto em Portugal integrado, aliás, na primeira digressão europeia do músico! À conversa ontem nos Bons Rapazes da Antena3, ficou-se a saber que só agora leva a música mais a sério pois só agora também começa a ganhar algum dinheiro com ela. Na versão acústica e a solo, de tradição folk, espera-se a apresentação do seu último disco “Simple Love” editado em 2007 (Team Love) e aquela intensidade e brilhantismo de uma alma solitária em contínua procura da “terra do nunca”.
DAVID DONDERO Vestige Gone

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

DUETOS IMPROVÁVEIS # 31
PAUL McCARTNEY & KYLIE MINOGUE

Dance Tonight (McCartney)
Jools Holland Hootenanny New Year Special
BBC, 31 de Dezembro 2007 (gravado a 14 Dezembro)



FAROL # 45
Aproveitando a onda cool dos Midlake, sugere-se uma ligação a um concerto da banda em Setembro de 2007 no Crocodile Cafe de Seattle. O som não é o melhor e o grupo não parece em grande forma, mas nada como tirar as dúvidas.

MIDLAKE - PRIMEIRO EP REEDITADO
O primeiro disco dos texanos Midalke acaba de ser reeditado na Europa pela Pinnacle Records. O mini-lp “Milkmaid Grand Army” foi gravado em 2001 e esgotou rapidamente as 1000 cópias produzidas, tendo a qualidade da banda chamado a atenção de outras editoras, facto que os levou a assinar pela Belle Union Records. A gravação agora reeditada apresenta 7 temas, um deles instrumental, e soa, ao que parece, mais “rock” que os seguintes discos. A curiosidade aumenta...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008


(RE)LIDO # 6
PUT THE BOOK BACK ON THE SHELF
A BELLE & SEBASTIAN ANTHOLOGY

Image Comics, EUA, 2006

A Image Comics, fundada em 1992 por alguns dos melhores desenhadores da Marvel e uma das principais editoras de bd americana, lembrou-se (já que não conseguimos apurar realmente a razão desta aliança) de convidar jovens criadores e cartoonistas independentes para conceberem histórias (entre 5 a 10 páginas) inspiradas ou sugeridas pela música e letras dos Belle & Sebastian! Temos assim vinte e quatro diferentes narrativas com nomes de canções da banda escocesa e, nalguns casos, as legendas presentes são mesmo e unicamente, a reprodução taxativa da letras. Sendo assim e, por exemplo, nos casos de “Piazza, New York Catcher” ou “Me and The Major” esta é uma boa oportunidade para ligar o Ipod e, simultaneamente, dar música às imagens que nos vão aparecendo à frente, criando como telediscos sincopados, onde se nota que a inocência e bondade da música esconde sarcasmo e ironia. Outros artistas decidiram não incluir sequer legendas, tendo-se só baseada na temática da canção. Brilhante, a propósito, a história do brasileiro
Kako D’Angelo que, sugestionado por “Dog on Wheels”, construiu uma intensa sequência automobilística. Concluíndo, trata-se de um conceito antigo (Rock Comics) ainda pouco explorado ou esquecido, que promove uma banda e a sua música junto de públicos que a desconhecem e, ao contrário, divulga as potencialidades da bd junto de fãs dos Belle & Sebastian (foram enviados cerca de 40.000 emails para fãs inscritos na mailing list da banda). Boa ideia e excelente resultado!

SLEEPINGDOG
Ano novo banda nova #2. A holandesa Chactal Acda, baseada em Bruxelas, decidiu gravar na cave de sua casa algumas canções acompanhada do seu cão Darko prostrado ao seu colo... Chamou ao projecto Sleepingdog e o disco “Polar Life” acaba de sair pela Zeal Records. Sem dúvida a merecer uma audição atenta, sendo o tema “The Prophets” particularmente irresistível. A sua anterior banda chamada simplesmente Chactal abriu para espectáculos de Yolatengo ou Lambchop e o novo projecto Sleepingdog depois de actuar com os Tunng, fará a primeira parte do concerto de Iron & Wine previsto para a Bruxelas sexta-feira próxima. Ora aqui está uma boa dupla para o próximo Festival Para Gente Sentada...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008


A MÚSICA DA SOMBRA DO VENTO
O livro de Carlos Ruiz Zafon “A Sombra do Vento” vai já em Espanha na sua 54ª edição... Uma dessas últimas publicações inclui também a banda sonora do livro (?) composta pelo próprio autor e da qual podem escutar ou decarregar alguns temas no seu site!! Tudo isto é supreendente, uma verdadeira “Zafonmania” mundial a que se junta agora um fundo agradavelmente musical. Se ainda não leram, rápido às livrarias ou peçam-no emprestado. Só já falta mesmo o filme...

3 X 20 JANEIRO

20 canções:
. FIELD MUSIC – Give it lose it take it
. NO KIDS – For halloween
. PATRICK WATSON – Luscious life
. RADIOHEAD – House of cards
. PANDA BEAR – Ponytail
. THE MAGNETIC FIELDS – California girls
. RILO KILEY – Dreamworld
. SHNEIDER TM – Pac manshopping cart
. MATHEW DEAR – Deserter
. DIGITALISM – Idealistic
. THE PRESETS – Bad up your betterness
. KYLIE MINOGUE – The one
. ROISIN MURPHY – Let me know
. CHROMEO – Bonafied lovin’ (Tough guys)
. CLARA HILL’S FOLKWAVES - Everything
. THE BIRD AND THE BEE – My fair lady
. CLUB 8 – Football kids
. GOLDFRAPP – A & E
. PROMISE AND THE MONSTER – Light reflecting papers
. SIGUR ROS - Samskeyti

20 versões:
. FATBOY SLIM – Radioactivity (Kraftwerk)
. MYLO – Sweet child of mine (Guns’ Roses)
. THE PUPPINI SISTERS – Crazy in love (Beyonce)
. KATE NASH – Fluroscent Adolescent (Arctic Monkeys)
. JEANS LEKMAN – You can call me Al (Paul Simon)
. CHROMATICS – Running up that hill (Kate Bush)
. JOAN AS A POLICE WOMAN – Sweet thing (David Bowie)
. NINA SIMONE – Just like a woman (Bob Dylan)
. JOSH RITTER – Blame it on the tetons (Modest Mouse)
. KINGS OF CONVENIENCE – Gatekeeper (Feist)
. THE LUCKSMITHS – I started a joke (Bee Gees)
. THE BIRD AND THE BEE – How deep is your love (Bee Gees)
. ERLEND OYE – Friends and lovers (Bread)
. ELVIS COSTELLO – Briallant disguise (Bruce Springsteen)
. ASTRID SWAN – When we were young (The Killers)
. LEONA LEWIS – Run (Snow Patrol)
. SARAH BLASKO – Don’t dream is over (Crowed House)
. BEN KWELLER – Today (Smashing Pumpkins)
. AZTEC CAMERA – Jump (Van Hallen)
. COUNTING CROWS – Ghost in you (Psychedelic Furs)

20 remixes:
. JUSTICE – D.A.N.C.E. (Les Rythmes Digitales remix)
. SIMIAN MOBILE DISCO - It's the Beat/Hustler (Everything Continues Fidget Hustle Mix)
. CHROMEO – Bonafied lovin (The Teenagers remix)
. MIDNIGHT JAGGERNAUTS - Road to recover (Miami Horror remix)
. NEW YOUNG PONY CLUB – Get lucky (MSTRKRFT remix)
. GOSSIP – Yr Mangled heart (Tiga remix)
. LOST VALENTINOS - 17 Deaths (Hey Now remix)
. BLOC PARTY - Where is Home? (Burial remix)
. SILVERSUN PICKUPS - Lazy Eye (Jimmy Tamborello Pulses remix)
. GOODBOOKS - Leni (Crystal Castles Remix)
. HALF COUSIN - The Absentee (Fujiya & Miyagi remix)
. TRACY THORN - King's Cross (Hot Chip remix)
. THOM YORKE - The Clock (Surgeon remix)
. HOT CHIP - Ready For The Floor (Soulwax Dub remix)
. COLD WAR KIDS - Hang Me Up To Dry (Ingo Star Cruiser remix)
. BUY NOW - For Sale (Felix Da Housecat remix)
. SHARON JONES & DAP KINGS - How Long Do I Have To Wait For You? (Ticklah Remix)
. FIERY FURNACES - Slavin' Away (Bass Clef Remix)
. THE THRILLS - Not For All The Love In The World (Sebastien Tellier remix)

. BLUR - Tender (Cornelius remix)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008


LUNARIDADES # 40

. a intenção de Barack Obama em recrutar artistas como Jay Z ou Kanye West para “educar” (alguns) americanos pelo hip-hop dá que pensar. Ele próprio reconhece -“But also something that I'm really concerned about is (they're) always talking about material things about how I can get something; more money, more cars." Pois… Burac(k)o?

. a greve de argumentistas americanos levanta o véu sobre o (não) talento de muitos apresentadores de talk-shows ou enterteiners. Deviam contratar os serviços de algumas “producções fictícias” portuguesas ou, melhor, de alguns argumentistas da britcom. A cerimónia dos Óscares devia ter argumento do Rick Gervais...

. em fim-de-semana de arrumações, coleccionamos mais uns volumes de jornalada e revistas para guardar. “Guardar”? Nunca mais aprendemos...Com esta mania da preservação e salvaguarda não tarda e seremos os “reis da sucata” do papel. Será hereditário?

. por falar em preservação, muita atenção para um programa da RTPn chamado Urbanigrama. Pertinente, ritmado e bem filmado levanta questões e faz pensar. O de ontem sobre a (polémica) transformação da Avenida dos Aliados no Porto é o exemplo perfeito. Quartas à noite e Domingos ao fim da tarde, temos serviço público;


. 35, trinta e cinco! É este o número de livros em lista de espera que se empilham ansiosamente num “Anda lá, lê-me!” Tirando edições sobre música/bandas/artistas, as próximas escolhas arbitrárias são romances (atrasados) de Paul Auster e Valter Hugo Mãe...

GOLDFRAPP: acto de contrição?
O novo disco de Goldfrapp chamado “Seventh Tree” já circula no nosso Ipod há pelo menos quinze dias! Foi lá parar por mão amiga e conhecedora que nos alertou, aliás, para o regresso da menina à boa forma inicial e inesquecível do disco “Felt Mountain”. O single de apresentação “A & E” tem já direito a video e é quase impossível passar um dia sem a sua múltipla audição. O disco começa com o tema “Clowns”, inspiradora balada flutuante que nos converte à instrospecção e calmaria que os restantes nove temas confirmam e aconselham. É inevitável a comparação com o já referido primeiro disco, mas as mais recentes e surpreendentes sonoridades electro parecem definitivamente abandonadas. Com produção da própria Goldfrapp e de Will Gregory, tudo foi devidamente gravado no estúdio próprio que o duo tem no paradisíaco e certamente acolhedor countryside inglês. Numa palavra, lindo. Editado pela Mute o disco sairá a 25 de Fevereiro e esperamos, ansiosamente, por uma intensa e íntima apresentação ao vivo.
Goldfrapp – A & E

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

DUETOS IMPROVÁVEIS #30
STEVIE WONDER & BOY GEORGE
Part time lover (Stevie Wonder)

Live at the Apollo, 1986


PARKA
Ano novo banda nova! Os Parka são escoceses, assinaram com a Jeepster e começam a dar que falar. O single “Disco Dancer” foi lançado em 2006 pela independente Worst Case Scenario e esgotou num âpice por influência das suas electrizantes actuações oa vivo. O tema sofreu agora nova gravação com produção do experiente Ian Gore, saiu em single de vinil (hummm...) e espera-se álbum para breve. Potente!

Parka – Disco Dancer

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008


(RE)LIDO # 5
BELLE AND SEBASTIAN
Just a Modern Rock Story
de Paul Whitelaw
Helker Skelter Publishing, London, 2005
Já lá vão quase seis meses desde o início da leitura deste livro. Parece muito tempo, mas atendendo a que não estamos de férias, a disponibilidade para a literatura não é muita... Ainda por cima trata-se de uma bandas “protegidas” e “protectoras” deste blog, o que requer alguma atenção. Assim, decidimos iniciar hoje a publicação de alguns comentários sobre um conjunto de material impresso e em imagem sobre os Belle & Sebastian que fomos recolhendo criteriosamente. Este livro, da autoria de Paul Whitelaw, jornalista e conterrâneo da banda de Glasgow, é, no fundo, o começo perfeito. Para o efeito, o autor entrevistou directamente os elementos da banda, envolvendo-os na sua “teia” ao ponto de ser o próprio Stuart Murdoch o responsável pelo brilhante design da capa. Os B & S são, notoriamente, um grupo de músicos muito especial. Os primeiros capítulos do livro, que traçam individualmente a biografia de cada um dos elementos até à formação da banda, permitem essa conclusão. Apego, força de vontade e auto-confiança, transformaram receios em vitórias, principalmente no capítulo dos concertos ao vivo e no aperfeiçoamento musical. O arrojo permitiu, desde 1996, que banda suscitasse curiosidade nos media e interesse das editoras. Neste ponto, o mítico primeiro disco “Tigermilk” haveria de marcar, para sempre, a aura indie da banda muito à custa de uma (auto) editora chamada Jepsteer. O conturbado romance de Isobele Campbell (Belle) e Stuart Murdoch (Sebastian) é o fio condutor de toda a história, facto que marca a narração e a discografia do grupo. Este talvez tenha sido o facto que mais nos surpreendeu, já que o jogo de parada/resposta, de bem-me-quer/mal-me-quer amoroso, das alfinetadas nas letras das inúmeras canções do grupo, foram, ao que parece, imensas e complexas. A tensão latente levaria à saída, em 2002, de Campbell para uma, até agora, intocável carreira a solo. O ego e irreverência de Murdoch marcam também o livro em diversos episódios e histórias divertidas: o fascínio por Morrissey e Lawrence dos Felt (que saudades!!!) convidando-os, por carta, a participar nos telediscos do grupo, sem resultados, a ideia e organização do primeiro Bowlie Weekender (1999) em clima de caos e pândega, a célebre votação para melhor Best Newcomer dos Brit Awards (1999) que haveriam de ganhar para desespero de alguns trutas da indústria e utilizando a internet para o efeito, a presença endiabrada (em playback) no TOTops inglês depois de algumas bebidas e invasões de espaços proibidos da BBC que os levou à expulsão do edifício (2000), o convite malfadado para realizar a banda sonora do filme “Storytelling“ de Tod Solondz (2001), etc., etc.. O livro termina com a custosa saída da banda da primitiva editora para a Rough Trade em 2002 e o também surpreendente convite a Trevor Horn para a produção do álbum “Dear Catastrophe Waitress”. Os Belle & Sebastian depois disto tudo parecem ter estabilizado e amadurecido, mas continuam inconfundíveis. Resumindo, um livro sincero, divertido e para fãs, o que é o caso!

Belle And Sebastian - Legal Man (live TOT 2000)

SBSR REGRESSA AO PORTO!
Boa notícia! O Festival SuperBockSuperBock, que este ano terá a sua 14ª edição, decorrerá numa versão paralela e simultânea em Lisboa e no Porto no próximo mês de Julho, voltando, assim, a um modelo antigo e que já trouxe ao Porto gente como Beck, Smashing Pumpkins, Prodigy, Siouxie & Banshees ou Spain. Vamos esperar que as bandas escolhidas sejam em quantidade e qualidade comparável à da última edição. Enfim, parece ser o regresso da cidade aos festivais... Como somos um país de invejosos, divirtam-se, já agora, a ler os para cima de 200 comentários que notícia provocou, até agora, no site da Blitz!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008


G’ANDE MALUCO!
Sempre que Conan O’ Brian aparece na tv perdemos sempre algum tempo a ouvir as suas tretas e basófias divertidas. Que o homem cantava já tinhamos ouvido falar... Assim, na sexta feira passada no seu Late Night, de barba por fazer e jeito gingão country, arriscou interpretar o tema “Blue Moon of Kentucky”, uma canção antiga (1947) de Bill Monroe. Amazing!


segunda-feira, 7 de janeiro de 2008


LUNARIDADES # 39

. lemos que o concerto dos Babyshambles, previsto para amanhã no Coliseu de Lisboa, foi transferido para o Lux porque a procura de bilhetes tinha sido reduzida. Para a produtora nortenha Ritmos, que os trouxe a Paredes de Coura e agora à capital, a aposta parece arriscada. Será que o Pete Doherty vai aparecer?

. em dia de aniversário compramos o “Expresso”, o que já não acontecia há muitos meses. Fizemos mal! O jornal continua chato, aborrecido e nem mesmo o suplemento “Actual” escapa;

. em semana de um único vasculhanço (uma loja de artigos em 2ª mão), mais um milagre aconteceu – o single “Teenage Kicks” dos Undertones, edição inglesa de 1979. Um pouco torto, é certo, mas sem riscos! Great;

. revemos ontem no Canal1 o programa de fim-de-ano do Gato Fedorento no Pavilhão Atlântico e até deu pena. Desgraçados (ou não) dos que lá foram! Eles bem que avisaram. Salvaram-se os Clã. Conscientemente, os gatos retiraram-se...

. o tempo húmido e chuvoso, sem sol, leva-nos sempre a escolher ritmos mais lentos no Ipod, tons mais suaves e até a roupa que vestimos parece mais neutra. Será que existem “As Quatro Estações” do pop/rock?


MÚSICA COM ALMA
O novo álbum de Jill Scott, que se chama “The Real Thing: Words and Sounds Vol. 3”, passou despercebido a muita gente, incluindo nós. Editado no final de 2007 o disco está, ao que parece, repleto de clássicos instantâneos tal e qual os dois anteriores e magníficos álbuns! Os tempos parecem conturbados para a diva, em plena fase de divórcio, situação que as letras e temas parecem espelhar notoriamente, veja-se o single “Hate on Me”. Pela audição disponível, este será, certamente, um bom aconchegante em tempos de chuva e retiro.
Jill Scott "Hate On Me"

ARTE DE RUFUS WAINWRIGHT!
Confessamos que depois duma viagem cansativa de regresso da Galiza após um dia de neve e alguma lama, foi pura sorte sentarmo-nos no sofá à uma da manhã, fazer o habitual zapping, e, zás, deparar com o início da transmissão de um concerto de Rufus Wainwright! O canal Arte tem deste bomboms... Gravado em 29 de Novembro passado em Hamburgo, três semanas depois do concerto (do ano) do Coliseu de Lisboa e apesar de mais curto (quase uma hora) e formal, revemos o espectáculo, as mesmas músicas e alinhamento e ficamos com saudades! Anuncia-se repetição no dia 14, proxima segunda-feira, à 1.50h (0.50h em Portugal). Aí já teremos, sem falta, o videogravador pronto...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008


(RE)VISTO # 14
JAMES BROWN – SOUL SURVIVOR

Directed by Jeremy Marre
Universal Music Operations, DVD, 2003/2004

O final do ano de 2006 ficou marcado pelo desaparecimento de James Brown aos 76 anos, mas mesmo morto as polémicas continuaram. O folhetim do seu funeral e o actual diferendo relativo ao seu testamento, provam que o seu nome atrai polémica. Este documentário, com narração do próprio músico (ou alguém em vez dele), traça o percurso sinuoso desde a infância até ao seu último casamento. A marcante solidão aquando menino, abandonado pela mãe, não o impediu de querer ser alguém, como confessava aos amigos. E foi através da música, principalmente inspirado pelo gospel e discursos de igreja, que essa ambição se concretizou. Vamos vendo Brown na actualidade (2003?) a passear pelos lugares e edifícios dessa meninice, rodando, acompanhado pela mulher e flha, numa enorme limusina, visitando os velhos amigos e dando autógrafos... Recordam-se jogos de baseball, intrigas e roubos – “I was a Robin Hood” - mas mesmo preso é no coro de gospel da prisão que agarra a vida. Os primeiros êxitos como “Please, please me” ou “Try me” haveriam de o fazer reencontrar com a mãe e o mítico disco “Live at The Apolo” daria a partida para a consagração. A actuação no Ed Sullivan Show em 1956 com o eterno “I Feel Good” levariam o seu nome e sua música imparavelmente a toda a América. Desde logo se mostrou um businees man: comprou rádios, fundou a sua editora e até selos com a sua imagem vendeu! Claro que a chave do sucesso estava na música ritmada e sedutora a que hoje chamamos funk e que ao vivo não deixava ninguém indiferente, brancos ou negros! As convulsões políticas e a guerra do Vietnam acarreteram problemas legais e perseguições. A raiva transparece para a música e o tema “Say it Loud – I’m black and I’m proud” vira-lhe as costas de muitos admiradores brancos. Os anos 70, com o advento do disco sound, arrasariam a sua fonte de sustento – os espectáculos ao vivo. As rádios acabam por fechar, o fisco não perdoa e os célebres problemas familiares começam então a ser comuns: o abandono da mulher, o roubo das filhas, a morte do filho Teddy Brown, a droga e o álcool. Os anos 80 marcam a sua decadência total e a prisão é o destino. O chamado Godfather of Soul, o King of Soul teria então, na recuperação e inspiração que o hip hop realizou e realiza da sua música, o último dos reconhecimentos. É por isso também, como nota Chuck D no filme, o King of Hip Hop. Excelente e feliz documentário sobre uma lenda com mais de cinquenta discos e oitocentas canções gravadas a que muitos chamam Deus e como ele egocentricamente afirmava, sem rodeios, “I’m (was) the best”. Está dito e, hummmm, “I feel good”!
DUETOS IMPROVÁVEIS #29
THE FLAMING LIPS & CAT POWER

War Pigs (Black Sabbath)
Live TV, 2003


CLÁSSICO # 15
SOFT CELL –
SEX DWARF
Do álbum “Non Stop Erotic Cabaret” de 1981 dos Soft Cell todos conhecemos “Tainted Love”, uma versão de um tema de Gloria Jones de 1964. O disco construído à volta do sexo, erotismo e excesso foi acompanhado, na altura, com a saida de um video chamado "Non-Stop Exotic Video Show" com pequenos filmes dirigidos por Tim Pope, um (outro) icon dos oitenta. A polémica estalou precisamente sobre o filme do tema “Sex Dwarf” onde Marc Almond e David Ball apareciam rodeados de personagens despidos e, obviamente, anões em vestimentas arriscadas... Uma nova versão light haveria de ser gravada com Almond no papel de maestro dirigindo uma orquestra de anões! Tudo isto pode ser (re)visto no DVD editado em 2006 que recupera a versão original. Agora e tendo escutado o tema em ambiente electro-festivo de passagem de ano e também dedicado ao AntóNIo Lima que fez anos ontem (ninguém escapa..), aqui fica uma versão live já que o tal video polémico ainda não circula na rede...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008


MÚSICA QUE VEM DO FRIO
A Casa da Música decidiu dedicar o ano de 2008 à música vinda do norte da Europa destacando ambiências e sonoridades da Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia. O ciclo tem o nome de focus nórdico e pretende abranger diversos tipos de música, da clássica à contemprânea, do jazz à ambiental, da tradicional ao pop-rock. Ora, tendo em conta a diversidade e a qualidade de bandas, projectos e autores com aquelas proveniências que nos últimos anos surgiram a dar cartas, esperamos ver no "cubo", entre outros, alguns destes: Kings of Convenience, The Knife, Sondre Lerche, Jaga Jazzist, Susanna & Magical Orchestra, I'm From Barcelona, Loney Dear, Royksop, Bjorn Torske, José Gonzalez, Shout Out Louds, The Sounds, Seabear, Múm, Emiliana Torrini, Bang Gang, The Hives, Jans Lekman, Mando Diao e os Sigur Ros ou a Bjork! Ufa, seria bem bom...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008


NICK CAVE
NOVO DISCO E BANDA SONORA
Depois do projecto Grinderman, Nick Cave tem já um novo álbum pronto que sairá pela Mute Records a 3 de Março. Trata-se do seu 14º disco e tem o estranho nome de Dig, Lazarus, Dig!!! O artista parece ter-se inspirado na bíblica história/milagre de Lázaro, um momento que desde miúdo sempre o atormentou e arrepiou e que paira sobre todas as onze faixas do disco. O primeiro single, precisamente a faixa título, está já disponível para audição no site oficial e terá edição limitada em single de vinil e download a 18 de Fevereiro.
Entretanto, estreia amanhã o filme “The Assassination of Jesse James By The Coward Robert Ford” que tem banda sonora, ao que parece poderosa, assinada por Nick Cave e Warren Ellis (Bad Seds/Grinderman). O filme que conta a história de um dos míticos pistoleiros do Oeste tem Brad Pitt no papel principal mas ainda por lá anda, por exemplo, Sam Shepard. Esta é a segunda vez que a dupla Cave/Ellis realiza a banda sonora de um western pois foi da sua responsabilidade a música da película “The Proposition”(2005) e cujo guião tinha sido expressamente escrito pelo próprio Nick Cave. Resumindo, mais uma boa razão para ir ver o filme...