terça-feira, 30 de junho de 2009

UM DIA NA VIDA DE...

A actual digressão de Neil Young terminou no sábado no Hide Park de Londres, com um concerto no Hard Rock Calling Festival. Como habitualmente, o último tema do alinhamento foi uma versão poderosa de “A Day In The Life” dos Beatles, culminando uma actuação de mais duas horas. Young, que tinha tocado na sexta-feira em Glastonbury, apresentou-se pleno de energia e teve a ajuda de um dos prórios autores da canção – Sir Paul McCartney! Para surpresa de todos, durante este encore o ex-Beatle entrou em palco e o resto é história!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

SECRET CHIEFS 3, Passos Manuel, 28 de Junho de 2009


A noite de Domingo no Passos começou com um pequeno recital de Franklin Pereira em cítara indiana. Instrospecção em ambiente calmo, um género de bálsamo benzido para um auditório quase esgotado.
Segundo o aviso prévio, o concerto dos Secret Chiefs teria três partes distintas e, por isso, dois intervalos. Num primeiro momento (“UR surf set”), o quinteto comandado pelo guitarrista Trey Spruance (Faith No More, Mr. Bungle, etc) apresentou-se a rigor, trajando de negro e óculos escuros, para uma sequência de rock antigo. Meia hora de intenso ritmo a lembrar velhas canções de surf-rock, rockabilly e western spaghetti com direito a trompete e tudo! Entre as diversas versões pareceu-nos ouvir o mítico “Halloween” de John Carperter…
Depois de uma curta pausa para trocar de roupa, a banda surgiu envergando trajes encapuçados de monge! Spruance largou a guitarra eléctrica e surgiu empunhando uma outra guitarra, um género estranho de saz indiano ligado à corrente. As sonoridades mudaram de forma notória, para um género indefinido (“Ishraqiyun set”) de influência medieval e árabe, mas nada estranho para quem conhece o disco “Book Of Horizons”. Destacou-se ainda o violino de Timb Harris que ajudou ao prolongar da intensidade. O frenético movimento dos personagens em palco e respectivos trajes sob fundo negro, constituíram um cenário pouco habitual e, por isso mesmo, memorável!
Num último momento, já vestidos normalmente, a parte mais aguardada (“SC3 favorites set”). Temas dos Secret Chiefs 3 mais conhecidos onde Spruance continuou imparável nos seus solos de guitarra, instrumento donde surgiram os mais inesperados sons e sequências. Realce ainda para a bateria poderosa de Ches Smith e o baixo e percurssão de Shahzad Ismaily, numa perfomance arrebatadora. Uma noite progressiva em todos os sentidos
!

DUETOS IMPROVÁVEIS #101

MICHAEL STIPE & NATALIE MERCHANT
Hello in there (John Prine)
Festival Big Day Out, Glasgow, Escócia, 3 de Junho de 1990

sexta-feira, 26 de junho de 2009

SALVÉ!


Um café com 100 anos é coisa rara. Um café com 100 anos, cheio de gente e animação é ainda mais raro. O Piolho faz hoje 100 anos e o Porto cidade está de parabéns. Não são precisas comemorações muito especiais, basta ouvir pela noitinha o habitual burburinho e o barulho dos copos ou das chávenas. Uma festa centenária mas, felizmente, moderna, informal e viva. Bem haja!

WE CAN'T HELP HIM


Por coincidência, acabamos há dois dias a leitura de um livro sobre a gravação de um dos discos mais importantes da história da música popular – “What’s Going On” de Marvin Gaye. Nele se traçam as dificuldades do músico em fazer aceitar os seus objectivos junto de Barry Gordy, dono da Motown de Detroit. Estavamos em 1971 e Gordy, anunciava, pouco depois, a transferência da editora para Los Angeles onde, dizia ele, estava o futuro – os Jackson 5 e, acima de tudo, o génio de Michael Jackson. Gordy não se enganou por muito, embora as suas previsões catastróficas quanto à validade de “What’s Going On” tenham, obviamente, saído goradas. O génio viria a confirmar-se e convivemos com ele até ele ir desaparecendo aos poucos. Depois, um certo desconforto, como dizia Nuno Galopim ontem na SIC, vinha sempre ao de cima. Desconforto nos escândalos, nas historietas, nas opções e manias, mas acima de tudo, na qualidade da música. Desconforto ao comparar os álbuns “Of The Wall” ou “Thriller” com todo o resto desprezível e incompreensível posteriormente editado. Michael Jackson já há muito tinha desaparecido, porque a tal “soul” esvaziou-se. Desalmou-se. No fim da linha, aqui fica um dos grandes temas de “Off The Wall”, da pena e génio de um grande Stevie Wonder, a banda sonora perfeita para uma vida na terra do nunca…

quinta-feira, 25 de junho de 2009

POP INTELIGENTE DE VOLTA


Os irmãos Friedberger, Eleanor e Mathew não param! O oitavo álbum dos Fiery Furnaces está pronto e chama-se “I’m Going Away”. Como sempre a música e a produção é da responsabilidade de Mathew, enquanto a maior parte das letras nasceram da inspiração de Eleanor. Até ao fim do ano a editora Thrill Jockey lançará ainda uma caixa de vinil com outro álbum e um outro projecto denominado “Silent Record:”, considerado um “non-record record” (!) em forma de livro! A primeiro amostra do novo trabalho é “The End is Near”, single lançado no passado dia 21 de Junho e descrito como um dos mais “normais” que alguma vez a banda escreveu… Entretanto, decorre até 31 de Agosto um concurso on-line para criação de um vídeo para esta canção e que pode ser, para o efeito, legalmente descarregada por aqui. Tendo em conta umas mirabolantes filmagens que se realizaram em pleno São João de Miramar, não deve ser muito difícil ao parceiro HugtheDj conceber uma curta-metragem ganhadora! Aqui fica o desafio. Os brilhantes e surpreendentes Fiery Furnaces bem merecem o esforço…

KING ERLEND


Esta é uma das novas fotografias promocionais dos Kings of Convenience que podia até ter sido tirada nos Açores... Os ecos da actuação em Ponta Delgada não são muitos, mas num dos poucos relatos que conseguimos descobrir a personagem “cromo” continua a ser descrita como imparável! ErlEnd Oye pintou, mais uma vez, a manta e, tal como o ano passado na CDMúsica, o saxofone vocal na versão de “Corcovado” devia ser considerado património humorístico mundial!

terça-feira, 23 de junho de 2009

O REGRESSO DOS MARS VOLTA


Está já disponível, a partir de hoje, o novo álbum dos The Mars Volta chamado “Octahedron”. A promessa de um disco mais acústico parece ter sido mal interpretada, já que as doses hipnóticas de electricidade continuam, embora a melancolia esteja mais presente. As guitarras de Omar Rodríguez-López e a voz inconfundível de Cedric Bixler-Zavala, marcam ainda a sonoridade, num trabalho onde a colaboração de outros músicos foi substancialmente reduzida. Sobre este facto, as reacções dos fãs são divergentes. Algum do experimentalismo habitual foi ultrapassado, tornando o disco mais directo, mas, como sempre, poderoso! A capa pertence novamente ao artista Jeff Jordan, responsável pela imagem marcante do anterior "The Bedlam in Goliath". Explicações e audições por aqui.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

JUDY COLLINS, Casa das Artes, V.N. de Famalicão, 20 de Junho de 2009



Contrariamente ao anunciado, o concerto de Famalicão não marcou a estreia de Judy Collins em Portugal. Como ela própria confirmou, já conhecia o país duma Festa do Avante nos anos oitenta e falou também de um concerto anterior no Porto… Na Jo Jo’s de Cedofeita, onde esteve sorridente e a espalhar simpatia na Sexta-feira à noite, não houve qualquer referência a este suposto espectáculo, mas ali pudemos confirmar a beleza da sua presença e aquele olhar que parece não ser deste mundo e pelo qual Stephan Stills se apaixonou ao ponto de lhe dedicar uma canção (“Suite: Judy Blue Eyes” dos Crosby, Stils & Nash, 1969).
Em Famalicão, o concerto começou com “Both Sides Now”, talvez o seu tema de maior êxito, com a cantora à guitarra acompanhada por Russel Walden no piano. A noite seria, então, uma luminosa aula de história sobre a música do século XX. Desde Cohen com um “Suzanne” acapella, aos Beatles (“In My Life” e ”Norwegian Wood”) ou a obrigatória Judy Garland (“Somewhere Over The Rainbow”), sobre todos eles narrou histórias e desfilou recordações. Contudo, nenhuma destas versões ultrapassou “Who Knows Where The Time Goes”, um original de Sandy Denny com os Fairport Convention, sublime na toada atmosférica que fez o tempo parar e nos fez estremecer. Numa segunda parte, sentou-se ao piano para demonstrar toda a sua prodigiosa técnica e onde esteve nitidamente mais liberta, apresentando, de uma assentada e sem intervalos, três a quatro temas, contando-se entre eles “Since You’ve Asked” e o líndissimo “My Father”. No único encore, duas verdadeiras maravilhas: “Chelsea Morning”, um pedido vespertino de um fã e o incontornável “Send In the Clowns”, sedutor, arrepiante e envolvente, que fez levantar a plateia em aplauso vigoroso e merecido. Apesar da insistência, mesmo com luzes já acesas, Judy não voltou. Se existissem finais perfeitos, este seria, sem dúvida, um deles. Hey, Judy, obrigado!
(+ tarde ou + cedo videos HugTheDj)

DUETOS IMPROVÁVEIS #100

ELLA FITZGERALD & NAT KING COLE
It's all right with me (Cole Porter)
The Nat King Cole Show, 9 de Outubro de 1957

sexta-feira, 19 de junho de 2009

NOVAS DA NORUEGA!


Os Kings of Convenience enviaram-nos um postal a dar notícias! Ao fim de alguns meses de retiro e incertezas, parece que é desta que o terceiro álbum chegará a ver a luz do dia no final de Setembro. Alguns temas novos estarão no myspace da banda muito em breve. Segue-se uma digressão já com algumas datas definidas. Exclusiva é a visita aos Açores já amanhã, sendo o palco o lindíssimo Teatro Micaelense em Ponta Delgada, na formosa ilha de São Miguel. Um verdadeiro paraíso: Açores e Kings of Convenience! Por falar em ilhas…

quinta-feira, 18 de junho de 2009

LINDA JUDY


O nome de Judy Collins pode afastar alguns que argumentam o desuso da voz e um tipo de sonoridade que pertence ao passado. É certo que não é das nossas audições recorrentes, mas não escondemos que um “best of” está no nosso Ipod desde o início. A razão é simples e tem uma história. Lá por casa havia um vinil com os êxitos da artista que rodava algumas vezes e ao qual nunca demos muita atenção a não ser quando uma orquestração clássica iniciava o tema “Send in the Clowns”. Intrigante lírica, numa balada triste mas sedutora que, sabemos agora, é um tema de um musical da Broadway sobre as agruras da vida. Um verdadeiro clássico, que o diga Mark Kozelek que decidiu incluir uma versão no seu último disco “Lost Verses Live”! Há ainda mais algumas grandes canções e álbuns inteiros que mereciam uma outra atenção e até um disco de homenagem onde Rufus Wainwright fez uma perninha... Pois bem, a senhora Judy Collins, agora com setenta anos, tem concerto marcado na Casa das Artes de Famalicão no próximo sábado, mas antes passa amanhã à noite pela Jo Jo’s para uma sessão de autógrafos e conversa. Se chegarmos a tempo, o single português (1975) do tal tema, onde cintilam uns olhos tão bonitos, é mesmo aquele onde queremos tão distinta dedicatória. Num outro single da nossa colecção e da mesma época (“Bread And Roses”), encontramos no interior esta curiosa nota feita em duplicador pela editora Elektra portuguesa. Um pedaço de história…

3 X 20 JUNHO


Com atraso indisfarçavel, mas de bom grado...

20 CANÇÕES:
. SONIC YOUTH – No way
. DEERHUNTER – Circulation
. THE TERMALS – A pilar of salt
. ROYKSOPP – Tricky Tricky
. PATRICK WOLF - Thickets
. WHO MADE WHO – I lost my voice
. THE FIELD – Yesterday and today
. FRIENDLY FIRES – Paris
. WAVE MACHINES – Wave if you’re really there
. SPARKLEHORSE – Little girl (feat. Julian Casablancas)
. FRANZ FERDINAND – Turn it on
. SIMON BOOKISH – Colophon
. GRIZZLY BEAR – Cheerleader
. WILCO – One wing
. BOB DYLAN – I feel a change comin’ on
. PJ HARVEY & JOHN PARISH - Cracks in the canvas
. IRON & WINE – Morning
. RAY LAMONTAGNE – Let it be me
. ED HARCOURT – Girl with the one track mind
. PATRICK WATSON – Traveling salesman

20 VERSÕES:
. FINAL FANTASY – Interview (Simon Bookish)
. WILCO – Love and mercy (Brian Wilson)
. DAVID BAZAN – Hallelujah (Leonard Cohen)
. MARY LOU LORD – Jump (Van Halen)
. NICOLE ATKINS - Under the Milky Way (The Church)
. LAURA CANTRELL – Love vigilantes (New Order)
. NATALIE MERCHANT – All I want (Joni Mitchel)
. METRIC - Don't Think Twice, It's All Right (Bob Dylan)
. MATT POND PA – Champagne Supernova (Oasis)
. THA WATSON TWINS - Just Like Heaven (The Cure)
. THE THRILS – Like a virgin (Madonna)
. PEARL JAM - The Golden State (John Doe)
. EDITORS – Road to nowhere (Talking Heads)
. LIGHTSPEED CHAMPION - Xanadu (Olivia Newton John)
. FIONA APPLE – I want you (Elvis Costello)
. GRIZZLY BEAR - Owner of a Lonely Heart (Yes)
. WE HAVE BAND - West End Girls (Pet Shop Boys)
. LISSY TRULLIE - Ready For the Floor (Hot Chip)
. LITTKLE BOOTS – Rich boys (The Virgins)
. THE BLACK KEYS – She said (The Beatles)

20 REMIXES:
. WE HAVE BAND – Oh (Gentlemen Drivers Remix)
. HEADS WE DANCE - When the sirens sound (Don Diablo Remix)
. GANG GANG DANCE - First Communion (TV On The Radio Mix)
. TIGA - What You Need (Proxy Remix)
. FRIENDLY FIRES - Jump in the Pool (Thin White Duke Remix)
. MIIKE SNOW – Burial (Benny Blanco remix feat Neon Hitch)
. VIOLENS - Doomed (MGMT remix)
. PATRICK WOLF – Hard times (Alec Empire Remix)
. FEVER RAY - Triangle Walks (Tiga Remix)
. BURAKA SOM SISTEMA - IC19 (l-vis 1990 Remix)
. PETER BJORN & JOHN - It don’t move me (Miike Snow Remix)
. KINGS OF LEON – Pistols of fire (Mark Ronson Remix)
. AU REVOIR SIMONE - Shadows (The Teenagers Remix)
. SOUL VIGILANTES - Background Noise (Pilooski Remix)
. ANIMAL COLLECTIVE - Summertime Clothes (Dam-Funk Remix)
. INSTITUTO MEXICANO DEL SONIDO –Cumbia (Tom Tom Club Remix)
. LYKKE LI – Tonight (Dntel Remix)
. WHITE LIES – Nothing to give (M83 Remix)
. DAVID BYRNE – Dance on vaseline (Thievery Corporation Remix)
. JOSÉ GONZALEZ - Killing For Love (Beatfanatic Remix)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

NOVO GOVERNO!

O projecto (do) Governo liderado na voz por valter hugo mãe tem já um tema disponível! Chama-se “Meio Bicho e Fogo” e surpreende, tal como o vídeo…


GOVERNO - Meio Bicho e Fogo from 8 e Meio on Vimeo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

SCARLETT YORN



Estas são duas das capas conhecidas do single de apresentação do anunciado álbum de Scarlett Johansson e Pete Yorn! Talvez para manter alguma distância em relação à musa loira inspiradora Brigitte Bardot, a starlett insiste no moreno, o que não está nada mal... Mais fotografias para apreciar por aqui!

DUETOS IMPROVÁVEIS #99

BLOW MONKEYS & CURTIS MAYFIELD
(Celebrate) The day after you (Monkeys)
Festival Rock Montreux, Suiça, 1987

quarta-feira, 10 de junho de 2009

NOVIDADES DOS BUCKLEY'S!


Anunciado com pompa e circunstância há alguns meses atrás, o DVD “Grace Around The World” de Jeff Buckley já está nas lojas. O conjunto agora editado inclui nove actuações do cantor em diversos estúdios de televisão, interpretando os temas do disco original e ainda um outro DVD de “Amazing Grace”, documentário finalmente disponibilizado ao fim de muita espera… Há ainda um cd com as versões áudio das actuações televisivas e, numa edição exclusiva para os E.U.A., mais um cd de mp3 com um concerto a solo no King Theatre em Maio de 1995. Todo este projecto é mais uma iniciativa de Mary Guilbert, mãe do malogrado cantor, no sentido de promover a sua música e memória, embora o resultado não seja, ao que parece, muito compensador. É certo que a duvidosa qualidade da capa do embrulho também não ajuda nada…





Há também notícia sobre um novo disco do pai Buckley, Tim Buckley! Trata-se de um acústico a solo, onde repousa a actuação do músico no Folklore Center de Nova Iorque a 6 de Março de 1967. Considerada uma das primeiras gravações conhecidas de Tim Buckley, o álbum terá seis inéditos - "Just Please Leave Me", "What Do You Do (He Never Saw You)", "Cripples Cry", "If The Rain Comes", "Country Boy" e "I Can’t Leave You Loving Me”- e ainda uma entrevista de Março do mesmo ano, também inédita, de Buckley a Izzy Young, proprietario do local onde decorreu o concerto. O disco será lançado no próximo dia 25 de Agosto.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

COROADO DE ÊXITO!


As meninas Sweptaways já nos tinham sido apresentadas há algum tempo, mas a avalanche de novidades relegou-as para o esquecimento. Descobrimos agora que elas não desistiram e lançaram um novo álbum, o segundo, em Abril passado cheinho de convidados. Assim, em The Sweptaways Show, com edição exclusivamente digital, o coro feminino das trinta senhoras suecas, continua a fazer versões pop de gente tão diversa como Terence Trent D’Arby, Dolly Parton ou Kirsty MacColl e de artistas lá da terra. Entre eles está Jens Lekman que dá voz a um original seu chamado “Happiness Will Be My Revenge”, escolhido para single e que, por sinal, é o único tema gravado em estúdio. Reza assim...

DUETOS IMPROVÁVEIS #98

DAVID SANDSTROM & FRIDA HYVONEN
Counting The Ties + Cocaine In Your Cola (Sandstrom)

Álbum "The Dominant Need Of The Needy Soul Is To Be Needed", 2008

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ELVIS COSTELLO ACÚSTICO


O 25º album da carreira de Elvis Costello já se encontra disponível desde terça-feira passada. Chama-se 'Secret, Profane & Sugarcane” e foi gravado em três dias no estúdio Sound Emperium de Nasheville. Nessa cidade, onde Elvis Costello já tinha feito o disco de country “Almost Blue” (1981), juntou-se a músicos como Dennis Crouch, Jerry Douglas ou Stuart Duncan e que agora fazem parte dos Sugarcanes, banda que acompanhará Elvis Costello na digressão americana entretanto agendada. Entre os treze temas acústicos, destaca-se um dueto com Loretta Lynn (“I Felt The Chill”), a colaboração de Emmylou Harris (“The Crooked Line”) e versões de Johnny Cash (‘Hidden Shame’) e Bing Crosby (‘Changing Partners’). O álbum foi produzido e co-escrito por T-Bone Burnette, o que já tinha acontecido em “King Of America” (1986) e “Spike” (1989) e com quem Elvis Costello fez parceria com o nome de The Coward Brothers. Um primeiro tema deste disco - “Complicated Shadows” - foi já editado em vinil/picture disc aquando do Record Store Day de Abril passado. A magnífica capa pertence ao ilustrador Tony Millionaire, autor da banda desenhada “Makkies”. Aqui fica um pequeno aperitivo…

OS BEATLES ENTRE POLEGARES!



Está marcado para o início de Setembro o lançamento do jogo Rock Band dedicado aos Beatles, um novo eldorado da indústria musical. A coisa será compatível nas três plataformas mais habituais – Xbox360, Playstation e Wii – e os cenários vão desde a Cavern Club de Liverpool até ao telhado da Apple. As famosas harmonias vocais dos Fab Four estão também incluídas, sendo algumas completamente inéditas… Há um total de quarenta e cinco canções, mas no futuro poderão ser carregadas outros temas em forma de download pago! Que saudades dos Beatles, a preto e branco, numa televisão de madeira…

NORBERTO LOBO: NOVO DISCO


O novo disco de Norberto Lobo chama-se “Pata Lenta” e é, ao que parece, ainda melhor que “Mudar de Bina”, o já muito bom álbum de estreia. São nove os temas inéditos e há canções chamadas “Srª do Monte” ou “Ayron Senna” e uma versão de “Unravel” de Bjork. Para o site Bodyspace, o álbum “consegue ser um dos melhores discos portugueses que esta década teve a sorte de receber”, elogios que se estendem à imprensa escrita. A capa apresenta um pintura de Michael Biberstein, artista suíço radicado em Portugal. O disco terá apresentação oficial já amanhã na Casa do Alentejo, em Lisboa, data em que será posto oficialmente à venda pela Mbari.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

SINGLES #17

AC/DC – Back in Black 
Atlantic, ATL11652, Portugal, 1980 
Para nós, o início dos anos oitenta tinha como centro do mundo a escola. As salas da chamada "cavalariça" do extinto Liceu Rainha Santa Isabel, na muito portuense Rua do Heroísmo, local onde recentemente foi reinstalada uma esquadra de polícia, eram o palco das mais diversas histórias e aventuras. Em tempo de Carnaval, fim de períodos ou aulas, o local era, numa tarde, “controlado” por alunos mais velhos com o objectivo de promover festas entre turmas, onde se "convivia” e bebia às escondidas… A banda sonora era da responsabilidade do saudoso colega Cardoso que carregava sempre um gira-discos portátil, um amplificador fanhoso, duas colunas roufenhas e vinis! O Cardoso era, então, o nosso ídolo. Nesses tempos, onde não havia tribos e expressões como metaleiros ou góticos eram desconhecidas, o Cardoso misturava tudo, desde os Orchestral Manoeuvres in The Dark (o “Electricity” era um must), Duran Duran, Clash, Springsteen ou Sex Pistols (o “My way” terminava sagradamente todas as festanças), chegando a repetir as canções meia dúzia de vezes! Numa dessas festas, o Cardoso trouxe um disco preto com as iniciais AC/DC que rodou na totalidade (em repeat, como agora se diz) até à exaustão. Sobre ele, o Cardoso sabia todos os pormenores: que a banda era australiana, que tinha um vocalista novo que substituiu um outro que tinha morrido de overdose (Bon Scott), que o tema “Back in Black" tinha sido escrito em sua homenagem e que o disco ia vender por todo o lado. Sempre que esta canção soava, estridente, o Cardoso subia a uma das carteiras de madeira e em estilo “air guitar”, saltava para o soalho fazendo a agulha sair das estrias… Não sabíamos, nem queríamos saber, se o som dos AC/DC era heavy metal, hard rock ou só rock. O que é certo é que a canção se tornou, obviamente, inesquecível. Passados alguns meses, já toda a escola ouvia o disco e muitos logos da banda estavam gravados na madeira das carteiras do liceu. Quando há dois anos demos de caras com este single, foi do Cardoso que nos recordamos, da sua amizade e das brincadeiras e travessuras contínuas que duravam uma viagem curta de autocarro entre o Bonfim e São Roque da Lameira, local onde morava. O Cardoso, infelizmente, haveria de falecer no ano seguinte num acidente estúpido durante um acampamento de escuteiros. O disco, tal como ele previa, é ainda um dos mais vendidos de sempre da história da música popular e os AC/DC continuam a esgotar estádios! Não é possível, mas hoje o Cardoso estaria certamente na primeira fila de Alvalade e quando o “Back in Black” se fizesse ouvir, já os seus braços seriam uma guitarra eléctrica.

A CERTAIN RATIO, SERRALVES EM FESTA, 31 DE MAIO DE 2009


Pelo parque de Serralves já passaram em anteriores festas nomes históricos como os Television ou os Wire. Dando continuidade a esta tradição, a comemoração deste ano terminou ao som dos A Certain Ratio, banda do chamado pós-punk inglês do início dos anos oitenta. Conhecidos pela fusão de ritmos de dança, jazz, funk e rock e pela ligação à Factory Records de Manchester, os ACR cedo foram associados aos Joy Divison e New Order, embora a comparação nunca os tenha favorecido. A formação original tem passado por algumas mutações mas o inconfundível baixo de Jeremy Kerr continua a marcar a diferença. O ritmo é, assim, comandado pelo som daquele instrumento, uma batuta permanente ao longo de todo o concerto e que a experiência e subtileza dos restantes músicos ainda mais valorizam. Toada calma, mas sempre ritmada, foi com o single “Shack Up” que o balanço ganhou mais movimento entre a plateia de seguidores. O espectáculo teve o seu epílogo com ritmos mais quentes e tropicais, onde se destacaram os apitos de samba imortalizados nos anos oitenta pelos Happy Mondays, enquanto Jeremy Kerr com a lição bem estudada, soltava, alto e bom som, “Pinto da Costa, olé…”. Mais um dia de vitórias! (videos em HugtheDj)

terça-feira, 2 de junho de 2009

AMERICAN MARK MUSIC EITZEL CLUB


O irrequieto Mark Eitzel anunciou no seu blog uma tournée de verão nos Estados Unidos na companhia do amigo e pianista Marc Capelle. A ideia é libertar-se da guitarra para se concentrar a cantar temas dos American Music Club, novas canções e ainda algumas versões, ao jeito de Tony Bennet… A nova aventura tem o nome de “Mark Eitzel performs American Music Club” e terá, segundo comentário do próprio no mesmo site, uma digressão europeia em Outubro. Esperemos que algum recanto, que não um casino, acolha por estas bandas uma proposta tão sedutora. O resultado deve ser semelhante ao que o músico apresentou no Noise Pop Festival de São Francisco em Fevereiro passado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

NORBERTO LOBO + LOBSTER + NOISERV, Serralves em Festa, 31 de Maio de 2009


Da variedade de eventos que passaram por Serralves ontem à tarde, estes três pequenos concertos a que assistimos aleatoriamente, provam a saúde da música moderna portuguesa. Norberto Lobo, na sala principal da Casa de Serralves, com o imenso movimento de pessoas e o verde do parque como cenário de fundo, precisou apenas de trinta minutos para fazer magia ambiental! O simples dedilhar da guitarra e as preciosas notas simples dos seus acordes misturaram-se com choro de bebés ou algumas conversas em voz alta de pessoas noutros locais da casa, contrariando o habitual silêncio que a fruição dos seus temas aparentemente requer. Uma banda sonora diferente, linda e que uma casa tão bonita certamente não vai esquecer.

Os Lobster, logo de seguida no andar de cima e de janela aberta para o jardim central de Serralves, rapidamente se fizeram notar. Uma guitarra eléctrica e uma bateria brutal, arrancaram palmas a alguns fãs já convertidos, mas conquistaram a atenção de muitos que, a medo, lá foram entrando no pequeno mas luminoso espaço. Mais meia hora de pujante adrenalina, de um projecto que merecia fama noutras paragens…

Já no exterior, acabamos no ténis do parque, onde um calor abrasador fez arrastar as cadeiras para qualquer espaço lateral onde houvesse sombra. Ao fundo, no palco, Duarte Santos limpava o suor e conseguia, mesmo assim, muitos aplausos para o seu projecto Noiserv. Ambiente calmo e canções sedutoras, trilhadas e cimentadas ao longo de quatro anos de persistência e que repousam no lindíssimo disco “One Hundred Miles From Thoughtlessness”. Pelo meio, uma história do nosso tempo sobre um single de vinil de edição escocesa. Atendendo aos discos que vendeu no final, o talento rapidamente se fará notar!

GRAVY TRAIN!!!!, Serralves em Festa, 30 de Maio de 2009


A incursão nocturna a Braga para os imperdíveis Wilco não merecia esta sequência! A incompatibilidade de horário e a distância, levou-nos a perder a festa de Dan Deacon no parque e só chegamos a tempo desta paródia. Sim, porque sobre a música não vale a pena falar. Os Gravy Train!!!!, assim com quatro pontos de exclamação, um por cada elemento, não fazem a coisa por menos – o objectivo é animar o povo seja como for, embora a insinuação sexual seja a estratégia mais directa. Em permanente movimento, a quadrilha vive de algumas bases pré-gravadas a que acrescenta alguns teclados e, de vez em quando, uma guitarra eléctrica. Mas isso para o caso não interessa. Gritaria, poses supostamente chocantes, contínuos gestos e trejeitos maliciosos, misturam-se com acrobacias e cambalhotas, strip-teases, apalpões e, ui, tão ultra-chique, convites ao consumo de cocaína ou haxixe. Como perfomance, a maluqueira merecia uma gaiola mais pequena, como concerto foi para esquecer! E já agora, os Archies não mereciam tamanha afronta…

WILCO, Theatro Circo, Braga, 30 de Maio de 2009


Pela primeira vez em Portugal, os Wilco pisavam território desconhecido. Sem qualquer êxito na rádio, airplay em bandas sonoras ou hypes temporários, a banda é, certamente, um projecto de eleição para alguns maduros e dedicados fãs. Muitos deles, nesta noite, foram espanhóis que, apesar das oito datas previstas para o país vizinho em pouco mais de uma semana, escolheram Braga para a peregrinação. Contudo, a sala não estava cheia! Não será assim de estranhar que só ao fim de meia hora de concerto, Jeff Tweedy tenha, a frio, dirigido ao público algumas saudações, medindo as reacções e a temperatura. Até aí, já a consistência e rigor de uma banda com uma quinzena de anos se tinha feito sentir em doses excepcionais. Misturando temas dos quatro últimos álbuns, num alinhamento um pouco estranho, cedo se percebeu a notável harmonia e entrosamento destes seis músicos da velha guarda. Um som de sala sem reparos elevou ainda mais a perfomance, onde sobressaiu a polivalência multi-instrumental de Pat Sansone e as guitarras de Tweedy e de Nels Cline. Os três minutos do solo em “Impossible Germany” foram um dos maiores momentos da noite, mas outros se seguiriam. Provou-se também a excelente recepção a temas do disco novo, do qual escolheram cerca de meia dúzia de exemplos, com destaque para “One Wing”, “Bull Black Nova” ou “You Never Know”. O único encore funcionou quase como uma segunda parte, onde desfilaram, entre outros, “Heavy Metal Drummer”, “Sky Blue Sky” ou “Hate it Here”, mas nada superou os dez minutos alucinantes de “Spiders (Kidsmoke)”. Tweddy insistiu no pedido de desculpa por continuarem a tocar (!) e sugeriu ainda uma ida a Lisboa para ouvir outros temas entretanto solicitados pelo público, chegando a afirmar “that city don’t like us”, dando a entender a fraca adesão à bilheteira do Coliseu da capital.
Lamenta-se, desde já, o excessivo preço dos bilhetes, retirando a muitos a possibilidade de estar presentes num espectáculo há muito aguardado. Os Wilco são uma enorme banda, do melhor que o rock americano pode hoje oferecer, mas a captação e sedução não se faz, nos tempos que correm, com bilhetes a rondar os 45€! O preço vs qualidade não está em causa, mas não serve para justificar o exagero...
Em quase duas horas e meia de concerto, os Wilco não deixaram dúvidas quanto ao seu brilhantismo, mas a tal luz poderia ter sido ainda mais ofuscante. Sem triunfalismos ou exageros balofos, um concerto intenso e, para todos os efeitos, muito bom. (videos HugTheDj)

ALUCINAÇÃO!


O concerto dos Wavves previsto para hoje no Passos Manuel foi cancelado, tal como já tinha acontecido em Lisboa na sexta-feira passada. Os motivos são diversos, mas o aparente caos e desastre da actuação da banda no palco Pitchfork do Primavera Sound na quinta-feira, estão na base do cancelamento da actual digressão. Nathan Williams, o mentor do projecto, já pediu desculpas e assumiu que uma mistura de Ecstasy, Valium e Xanax com anteriores problemas de bebida não foi, obviamente, a melhor solução para enfrentar os milhares de pessoas presentes em Barcelona