domingo, 30 de março de 2014

SUN KIL MOON + THURSTON MOORE, Casa da Música, Porto, 29 de Março de 2014
















Um dos primeiros pedidos de Mark Kozelek foi para que a luz de palco fosse reduzida, o que parecia um sinal. Não que ela fosse sequer em demasia, mas a penumbra e a música dos Red House Painters foram sempre, para a maioria dos presentes, uma boa parceria. Puro engano, que dos Painters não se ouviu uma única canção, mas sim a quase totalidade do último disco dos Sun Kil Moon, excelente por sinal, a que se juntaram dois temas do trabalho, também de trás da orelha, com Jimmy Lavelle. Apesar do som quase de caverna, o recital foi sempre bem recebido, com um Kozelek solto e saudoso do país de que elogiou a gastronomia (inspiradora da tal Caldo Verde Records) e até a edição de um livro que virou raridade. Quanto à anunciada, mas não concretizada, presença de Steve Shelley na bateria, estranha colaboração ao vivo pré-anunciada como exclusiva, deu até para brincar (era uma brincadeira, não?) com a plateia aquando da apresentação da banda na qual se integrou, com distinção, o guitarrista Vasco Espinheira dos Blind Zero. Confirmou-se, assim, a veia inspirada de um autor nem sempre devidamente valorizado por esse mundo fora, mas que Portugal soube desde o princípio, como ontem, receber de braços abertos.  

Pela primeira vez juntos em palco estiveram, agora sim, Steve Shelley na bateria, James Sedwards na guitarra e o mestre Thurston Moore (foto) para apresentar um conjunto inédito de canções em fase de ensaio mas com disco prometido para Setembro. Terá como nome "The Best Day" e será, pelo que se deu a ouvir, um álbum a solo com todos os tiques inconfundíveis dos Sonic Youth, nalguns temas esticados ao longo de quinze minutos de puro e aprazível delírio sonoro. Sem um baixo de adorno, Moore chamou-lhe "raw power" com dedicatória a Doris Lessing para gáudio de uma plateia privilegiada e que serviu para compensar alguma da orfandade que o abrupto rompimento dos Youth continua amargamente a prolongar. Seja como for, uma grande concerto!      
















sábado, 29 de março de 2014

LOBO #3





















Em Abril de 2001 o álbum "Old Ramon" via finalmente a luz do dia. Era o último assinado em nome de Red House Painters, colectivo refúgio de uma vincada persistência de Mark Kozelek que a partir daqui mudou o rótulo para Sun Kil Moon, mantendo, ainda bem, toda a pertinência. O merecido destaque que António Sérgio revelou no suplemento "Dependências" do semanário "O Independente" de 15 de Junho desse ano refere-se a uma feliz promoção de um passatempo onde os ouvintes eram convidados a realizar e conceber uma capa alternativa para o disco e que, como se pode atestar, obteve resultados magníficos. Temos verdadeiras saudades desses tempos em que respondíamos a muitos os desafios que o mestre lançava no ar e ainda hoje guardamos religiosamente muitos dos prémios de consolação que, por cortesia, ele acabava por nos enviar... Quanto aos Red House Painters, ou seja, os Sun Kil Moon, subirão logo à noite ao palco maior da Casa da Música com a ajuda de Steve Shelley dos Sonic Youth e também uma surpresa lusa na guitarra e, esperemos, que toquem bem alto este magnífico e felino "Woop-a-Din-Din" que abria o tal "Old Ramon"...

quinta-feira, 27 de março de 2014

DUM DUM BOY





















De Bret Easton Elllis não há novidades nas livrarias desde "Quartos Imperiais" de 2010. O polémico escritor parece entretido com outros afazeres mais inspiradores, principalmente os que dizem respeito à redacção de guiões para filmes (The Canyons, 2013) ou curtas-metragens. Neste âmbito e seduzido pela música das Dum Dum Girls, coube-lhe a tarefa do argumento para o video de "Are You Okay", single do novo álbum da banda saído na Sub-Pop em Fevereiro passado. As imagens, captadas em parte no parque de Joshua Tree na Califórnia, escondem um pequeno thriller que é agora devidamente, ou não, explicado pelo próprio. Quanto às Dum Dum Girls, cá as esperamos no Parque da Cidade...    





SAVAGES, JÁ CÁ FALTAVA!

















Passado que está quase um ano sobre a edição de "Silence Yourself", o grande álbum de estreia das Savages, fazia falta a edição em vinil de uma da faixas que, apesar de não estar incluída no disco, mas frenesim causa ao vivo. Chama-se "Fuckers", costuma encerrar os espectáculos ao fim de dez intensos minutos e terá finalmente uma versão oficial plasmada num 12" de vinil registada no Forum de Londres a 6 de Novembro de 2013. No lado B, outra excelente rendição, a versão também live de "Dream Baby Dream" dos Suicide. Ambos foram momentos altos da passagem da banda pelo Hard Club em Fevereiro passado e que agora aproveitamos para recordar já com saudade...


quarta-feira, 26 de março de 2014

NICK WATERHOUSE, É SÓ CLASSE!















Podemos chamar-lhe o que quisermos - neo soul, retro soul, soul revival - que o resultado é o mesmo: perninhas a mexer e ancas a dar-a-dar que isto é música da melhor mesmo que feita em 2014 por um miúdo maduro que ainda não chegou aos trinta. De Nick Waterhouse só se esperava classe e o recente "Holly" confirma todas as expectativas, ou seja, nada de novo e tudo barrado com aquela patine rock e soul sem idade nem dono! Ao vivo, o colectivo deve ainda ser mais apelativo e dá mesmo vontade de amanhã fazer o "caminho de Santiago" para a festarola...      



EXCELENTE!

O velhinho "Johnny and Mary" de Robert Palmer ganha nova vida!

terça-feira, 25 de março de 2014

UAUU #189

(RE)VISTO #57





















À PROCURA DE SUGARMAN
de Malik Bendjelloul. Red Box Films/Passion Pictures/Protagonist, DVD, 2012 
Já muito se disse e escreveu sobre a incrível história de Sixto Rodriguez, fonte inspiradora do melhor documentário de 2013 para a academia americana. Sem conhecer qualquer outro dos concorrentes, não duvidamos da justeza do prémio para este "À Procura de Sugarman", um notável e feliz registo das várias vidas de um músico e da sua música, um emaranhado nebuloso de coincidências e fervilhantes acasos mesmo à espera da luz do dia... Agora que a "poeira maior" já assentou, nada como pegar na edição DVD saída com um jornal diário e, finalmente, comprovar todos os pormenores que fomos ouvindo de boca em boca ou os muito relatos que a imprensa escrita não resistiu a destacar ao longo do ano passado. O busílis não é novo mas é sempre sedutor - o "artista vs sucesso" ou, melhor, a "qualidade vs indiferença" em que o universo humano é pródigo e que, no caso particular da música, é germinador de verdadeiras lendas. Apelidado de "novo Dylan", Rodriguez gravou dois álbuns fabulosos, tocou em algumas salas e muitos bares e, como muitos, desistiu. Sem vender discos e sem editora, voltou ao seu dia a dia de simples trabalhador por Detroit enquanto o tempo tratou de apagar esta sua faceta por esquecimento ao longo de vinte e cinco anos. Mas, há sempre um "mas" que conta, havia um país noutro continente onde a sua música se tornou obrigatória e influente - numa África do Sul ditatorial as canções passaram de casa em casa, de geração em geração até que o advento da Internet permitiu uma "ressurreição" inesperada para quem, por lá, era dado como morto. A história de tão inverossímil rapidamente nos agarra, mesmo que o realizador exagere no mistério, ao mesmo tempo que os temas originais do próprio Rodriguez fazem o resto. E o resto, neste caso, é história, feliz por sinal, o que trouxe o músico novamente para cima dos palcos. Primeiro na ávida África do Sul e depois, mais recentemente, até à Europa como aconteceu em 2013 muito por culpa do sucesso deste filme. O orelhudo "I Wonder" serviu até de banda sonora dos spots televisivos do Festival Primavera Sound portuense mas um cancelamento nunca muito bem explicado acabou por adiar a estreia portuguesa que, esperemos, venha em breve a confirmar-se (o artista, diga-se, está por esta altura em digressão europeia). Hoje, há agora muito mais para ver e comparar - antigos programas de televisão, concertos ao vivo na totalidade, entrevistas reveladoras, etc. - e a sensação que tudo nos sugere é que esta aparente história de uma vida esconde ainda muitas outras facetas e omissões que estão ainda por contar... Vai dar (outro) filme!       






sexta-feira, 21 de março de 2014

UAUU #188

A POESIA NUM DISCO




















Corria o ano de 2005 quando, envolvidos na pesquisa, selecção e montagem de uma exposição evocativa do Dia Mundial da Poesia, ficamos a saber que até o Herberto Hélder gravou discos! Em 1968 (?) o poeta registou dois singles de vinil na série (a merecer um estudo) "Poesia Portuguesa" da Philips (com os números 431 991 PE431 999 PE) e uma das raridades, precisamente a que se reproduz acima, fez parte dessa curiosa mostra intitulada "A Poesia em Vinil" que incluía ainda outros inusitados registos de Pablo Neruda, Ary dos Santos, Natália Correia, António Gedeão, Mário Cesariny e até Dylan Thomas. Se um livro de Hélder já é raro, imaginem um disco! Assim, entre algumas das rigorosas obrigações que o coleccionador detentor da peça envolvido no projecto realizou estava a proibição expressa de colocar a pequena rodela a rodar num gira-discos, evitando o perigo de riscar e por isso nunca tivemos a oportunidade de o ouvir. Hoje, dia da poesia, a curiosidade levou-nos ao youtube e, claro, foi revelador confirmar toda a originalidade e mistério das suas palavras contidas em tais negras estrias de vinil...

RECORD STORE PRAY 2014










A menos de um mês de mais um Record Store Day, estas são algumas das tentações que, por muitas preces rogadas, gostaríamos de deitar a mão! Por cá há algumas lojas aderentes e, atendendo à extensão da lista em constante actualização, pode ser que sobre alguma coisa... 




























quarta-feira, 19 de março de 2014

LOBO #2

























A estreia em álbum dos I Am Kloot mereceu destaque de António Sérgio nas páginas do semanário "O Independente" de 8 de Junho de 2001. A banda teria por terras britânicas um êxito moderado mas o que é certo é que lhe perderíamos, sem razão aparente, o rasto. Fica a recordação de algumas grandes canções, principalmente este "Sunlights Hits The Snow" que o mestre tinha por hábito rodar no éter...    

KURT VILE EM COURA!













Só não acertamos no Euromilhões porque quanto a outras apostas... Kurt Vile estará no Festival Paredes de Coura deste ano (onde já esteve em 2011) juntando-se aos já confirmados Black Lips, Cut Copy, Yuck, The Dodos, Franz Ferdinand e Mac DeMarco, outro dos nossos suspiros concretizados! Paredes parece ter regressado, ainda bem, ao rock!

DIA DO PAI DIABATÉ





















Na cidade de Bamako no Mali nasceu há quase cinquenta anos Toumani Diabaté. Estava assim assegurada a continuidade de uma linhagem secular de músicos e instrumentistas encarnada pelo seu pai, Sidiki Diabaté (1922-1996), também conhecido pelo "Rei da Kora". Em algumas ocasiões estiveram os dois em cima do palco como aconteceu há vinte e cinco anos no Royal Festival Hall de Londres, não se perdendo nunca a virtuosidade e grandiosidade do estilo, uma magia comprovada, já lá vão uns anos, na sala grande da Casa da Música. É dessa altura um dos videos abaixo, onde o filho Sidiki, que ganhou o nome do avô, acompanha o pai Toumani numa parceria que se concretiza em disco via World Circuit Records já em Maio próximo. O diálogo em jeito de duetos, algo a que Toumani já nos habituou (ouça-se, por exemplo, as colaborações magistrais com Ali Farka Toure ou Ballake Sissoko), chama-se simplesmente "Toumani & Sidiki" e tem uma digressão conjunta com algumas datas já marcadas. Espera-se, suplica-se, por uma noite por perto!          



sexta-feira, 14 de março de 2014

NEIL YOUNG, O PAI DO PONO. PAI DO QUÊ?



























"Steve Jobs was a pioneer of digital music. (...) His legacy is tremendous. But when he went home, he listened to vinyl. And you gotta believe that if he lived long enough, he would have eventually done what I'm trying to do."

Estas palavras sábias de Neil Young são a pedra de toque de um movimento criado por ele em 2011 com o nome de PonoMusic e que, na sua essência, pretende recriar a experiência de ouvir o som de um disco de vinil mas de forma digital. Confuso? Talvez, mas se pensarmos que o poder de um simples mp3 está ainda por explorar de forma convincente e que a compressão digital e a sua portabilidade retiraram uma certa magia a muita da música que ouvimos, às tantas este projecto é um virar de página vital. O leitor entretanto criado recebeu o nome de "Pono", que traduzido do havaiano quer dizer "bom", "justo" ou "honrado" e lê em FLAC de alta resolução seis vezes mais informação musical que o tradicional mp3, reconstruindo, ao que parece, de forma incomparável o que se dá a ouvir. O projecto esteve em "banho-maria" durante três anos, mas na actual edição do festival SXSW o tio Young regressou à carga com enorme êxito já que projecto recebeu, para além de outra visibilidade, um incentivo monetário de peso através da recolha de fundos via Kickstarter. Haverá edições limitadas do aparelho com assinatura do próprio Neil Young e de, entre outros, Beck, Arcade Fire, Pearl Jam, My Morning Jack ou Patti Smith, mas os preços finais do produto são ainda uma incógnita. As dúvidas, algumas, podem ser retiradas aqui. Uma coisa é certa: vamos ter que experimentar!

Entretanto, Neil Young prometeu um novo álbum só com versões que se irá chamar "A Letter Home" e onde participa Jack White. Cool! 

UAUU #186

quinta-feira, 13 de março de 2014

MARK EITZEL A DOBRAR!

















Num ano em que já tivemos Cass McCombs, Bill Callahan, Damien Jurado e com Mark Kozelek já na calha, a confirmação de dois concertos por perto de Mark Eitzel é uma maravilha! Assim, no dia 29 de Maio, quinta, em Espinho e no dia seguinte em Guimarães, o ex-lider dos American Music Club apresentará (com banda?) o mais recente "The Konk Sessions" gravado o ano passado com a agora nomeada The Mark Eitzel Ordeal. Antes, a 28, passará pelo Musicbox lisboeta e no sábado aguarda-o um enorme desafio no Parc del Fòrum de Barcelona durante o Primavera Sound. Pela nossa parte, não vamos falhar esta dupla dose de bons momentos!    



FUTURE ISLANDS, O FUTURO É HOJE





















Há no mundo da música uma série de bandas das quais só se espera o óbvio, ou seja, que continuem simplesmente a gravar discos. Os Future Islands são um desses casos, com álbuns cheios de grandes canções como acontecia com "On The Water", o terceiro de originais editado em 2011 pela Thrill Jockey e que rendeu uma série de singles fabulosos com "Balance" ou "Before the Bridge". O regresso faz-se agora com "Singles", um trabalho quase a sair pela 4AD e que tem no single, lá está, de apresentação "Seasons (Waiting On You)" (e já com um lindo 7"...) uma forte candidata a canção de verão com direito até a coreografia a preceito do vocalista cromo Samuel Herring para gáudio do próprio David Letterman... E depois há também "A Dream Of You And Me" que só está à espera de um pôr-do-sol para se juntar à lista. Despretensioso e, mesmo assim, obrigatório!



3X20 MARÇO












quarta-feira, 12 de março de 2014

MEMÓRIAS #17


















Bem podíamos esperar pelo Frank Sinatra Day, data duvidosa e nada consensual e, por isso, é mesmo hoje. Do magote de registos que vamos de vez em quando vasculhando, apareceu uma só K7 com "Sinatra" escrito na etiqueta com registos de 1998. Há duetos, filmes, reportagens, testemunhos e espectáculos que acabamos por compilar e editar em dois pedaços postados abaixo. Um deles é mesmo um "pedaço inteiro" com o tributo televisivo de 1995 onde, ao que parece, "A Voz" se fez ouvir pela última vez em público mesmo no final, mas onde há, entre escolhas lamentáveis e datadas, alguns "highlights" com Bruce Springsteen, Ray Charles, Bono (grande canção!) e até Bob Dylan! Aproveitem enquanto dura que os "senhores" do youtube acabarão, mais tarde ou mais cedo, por fazer das suas!
O outro é um aglomerado de elogios de telejornais portugueses de 14 de Maio de 1998, o dia a seguir à sua morte onde, entre algumas curiosidades, temos o Herman José a contar histórias sobre a passagem "aérea" de Sinatra pelo Estádio das Antas do Porto em 7 de Junho de 1992 e onde gostaríamos de ter estado... Sendo assim, o mais "perto da lenda" que estivemos foi um aperto de mão e um sorriso da sua simpática filha Nancy em plena sala grande da Casa da Música em 2005. E como ouvir Sinatra é como o Natal - é quando o homem quiser - vão lá buscar o CD, o vinil, o leitor de mp3 ou entrem no Spotify e ponham o Ol' Blue Eyes a fazer eternamente magia...   



segunda-feira, 10 de março de 2014

NOVA AVENTURA DE SÉBASTIEN TELLIER















A calcinha branca, as lonas nos pés e uma camisa florida não enganam! Sébastien Tellier anda com calor e prepara-se para uma viagem inédita - editar um álbum de sabor tropical a que chamou "L' Aventura" registado entre o Rio de Janeiro e Paris nos estúdios de Arthur Verocai, conhecido arranjador de Marcos Vale. A aposta centra-se desta vez na recriação da sua infância para o que escolheu o agora muito badalado Brasil, um país, segundo o próprio, de esplendor e alegria. Para o confirmar basta, então, ouvir este "Ma Calypso" e esperar que a temperatura aumente até Maio!  

sábado, 8 de março de 2014

COURTNEY MARIE ANDREWS + DAMIEN JURADO, Auditorio do Concello, Vigo, 7 de Março de 2014

















Aqui pela casa "gasta-se" muito Damien Jurado. É uma daquelas "nascentes" sonoras básicas que desde 1997 (com "Waters Aves") se foi avolumando ano após ano até se transformar em "produto de primeira necessidade". Passados que estão nove (!) anos sobre a passagem por Vila da Feira e perdidas que foram outras oportunidades de "beber na fonte", a data galega da actual digressão a solo merecia desta vez, sem desculpas, uma comparência obrigatória. Ainda por cima havia um bónus prévio de nome Courtney Marie Andrews, jovem menina de Phoenix já com cinco álbuns editados e que prometia alguns mimos. Com meia dúzia de temas de puro folk a que se juntou uma voz tão anos sessenta que, fechando os olhos, se imagina Baez, Emylou Harris ou a grande Judy Collins, este foi um perfeito e encantador intróito a motivar fortes aplausos e merecidos elogios. 
Há na música de Damien Jurado algo de misteriosamente cativante. Quer nos discos quer em palco, a incomparável voz que jorra em todas as canções torna-se tão absorvente que rapidamente hipnotiza qualquer sistema auditivo. Podem ser novas pérolas como "Mettalic Cloud" ou "Silver Joy" do último álbum ou outras mais antigas, tal como "Beacon Hill" ou "Everything Trying", Jurado dá-lhe um tratamento tão sublime com uma simples guitarra e a ajuda de dois ou três pedais que o conjunto sugere tanta facilidade que, claro, está somente ao alcance de predestinados. Sem rodeios ou contemplações, exceptuando um curto discurso de elogio à Galiza, a preferida entre todas as regiões espanholas por ter semelhanças (?) com a sua Washington natal, o desfile de gala demorou uma rápida hora e meia de puro enlevo e sedução que foi bastante aplaudida por uma plateia rendida mas não eufórica, sim, que estes galegos são muito contidos e respeitadores! A repetir sem restrições...        

















quinta-feira, 6 de março de 2014

UAUU #184

LA SERA ROCK'S!

Agora que passaram poucos dias sobre o que dizem ter sido o último concerto das Vivian Girls, a menina vocalista Katy Goodman aproveita para anunciar o regresso do seu magnífico projecto a solo La Sera. Aposta para o sucesso num rock mais cru e duro, tal como se pode ouvir no primeiro single "Losing to the Dark" a incluir no álbum "Hour of the Dawn" a sair em Maio e que terá apresentação dupla por Barcelona durante o Primavera local. São uns sortudos estes catalães...
 

terça-feira, 4 de março de 2014

MICAH P. HINSON, REGRESSOS MÚLTIPLOS

O sétimo álbum de Micah P. Hinson que na Europa é editado ainda este mês é um verdadeiro regresso às origens. No teor das canções, nos instrumentos utilizados ou em grande parte da sonoridade é o caminho entre o Texas e o Tenessee que inspira o músico de Memphis por tradicionais caminhos americanos como o bluegrass ou o country. Intitulado "Micah P. Hinson & The Nothing" o trabalho marcará também o regresso à Europa para uma digressão que passará em Maio pelo país vizinho e talvez pelo nosso cantinho. Para já ouça-se esta maravilha de nome "On The Way Home (To Abilene)". 


MIDLAKE POW WOW!





















Quantos de nós sonharam já com isto: uma banda ou artista de eleicão sentados num sofá ou cadeirão a tocar só para meia dúzia de sortudos, respondendo a pedidos de canções, fotografias, autógrafos e, já agora, uma cervejita para animar o momento. Pois bem, os Midlake decidiram arriscar cumprir estes anseios de alguns fãs a troco de uma boa maquia que os tempos estão difíceis. Antes de alguns espectáculos da actual digressão europeia prometem tocar no backstage canções em jeito acústico com direito a retratos com velhinhas Polaroidposters assinados! Limitado a dez pessoas por noite, o "encontro imediato" de nome "Pow Wow" custa por alto 50€ e não inclui o bilhete para o concerto principal que terá de ser comprado antecipadamente. Atendendo a que os Midlake estarão no Porto para o Primavera apetece mesmo organizar uma "vaquinha" para os ouvir cantar no meio da relva ou então bem junto da barraquinha da "Padaria Ribeiro"...  Isso é que era!

segunda-feira, 3 de março de 2014

UAUU #183

SUPERNOVA DE RAY LAMONTAGNE

Sem dar notícias desde 2010, anuncia-se finalmente o regresso de Ray Lamontage aos discos: "Supernova" assim se chama o álbum gravado no estúdio de Nasville de e com Dan Auerbach dos The Black Keys e com saída marcada para Maio. Esse é também o nome do primeiro single a que só falta um grande dia de sol para soar ainda melhor...

OS BEATLES EM 2014!

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