segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PEDRA CERTA


















É novo, é muito bom, é Black Keys.
Primeiro single para o álbum "El Camino" que sai em Dezembro. Mais uma "pedra"...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

(RE)LIDO #37





















LIFE 
de Keith Richards e James Fox.
London: Weidenfeld & Nicolson, 2010
Poucos ou nenhuns dos figurões da história do rock se aventuraram a contar na primeira pessoa a sua vida. Ou porque não tiveram tempo para o fazer ou porque, simplesmente, não tiveram coragem e génio para pegar o touro pelos cornos. Ora, Keith Richards, talvez o principal figurão-mor do rock roll ainda vivo, deitou mãos à obra e com a ajuda do amigo e jornalista James Fox conseguiu uma biografia obrigatória para quem gosta e não gosta dos Rolling Stones. Ao longo dos dez intensos capítulos da obra, há, na versão original, uma expressão que talvez resuma da melhor forma o conteúdo desta biografia - "cold turkey". Não sabemos como é que a ela foi traduzida na versão portuguesa de "Life", que só agora foi editada por cá, mas atendendo às inúmeras vezes que surge citada, o significado só pode remeter para o óbvio, ou seja, sarilhos. Claro que "Cold turkey" é o título de uma canção de John Lennon supostamente inspirada na dependência de heroína do casal Lennon/Ono, o que aplicado ao caso de Richards talvez ainda faça mais sentido. A droga é aliás, sem rodeios, a principal temática biográfica, desde os primeiros impulsos inocentes até à completa dependência (ao ponto de ter entrado em lojas de brinquedos para comprar kits de enfermeira p/ crianças só porque essa era a única forma de obter uma seringa...), só que a fórmula satírica e sarcástica com que Richards aborda o assunto sério e o êxito obtido na sua cura, faz-nos quase sempre esboçar um sorriso de contentamento. Confronto, irreverência e, porque não, alguma arrogância, foram e continuam a ser atitudes típicas de quem viu numa guitarra a salvação e ganha-pão de uma vida necessariamente atribulada e esticada até ao limite. Tribunais, advogados, divórcios, litígios, separações, loucuras, algumas escaramuças e, claro, muita má imprensa, são pratos fortes de uma ementa explosiva e atractiva para o leitor e nitidamente saborosa de contar para o lúcido e orgulhoso Richards. Há, no entanto, um indisfarçavel motivo de fundo para que este livro tivesse visto a luz do dia: Mick Jagger. As alfinetadas são mais que muitas, numa relação quase de amor e ódio e que a publicação desta biografia veio definitivamente acicatar, como que à espera efectiva de uma resposta. Na contracapa cartonada Richards escreve: "This is the life. Believe it or not I haven't forgotten any of it. Thanks + praises". Por incrível que possa parecer, só temos mesmo é que acreditar, o que torna as mais de 550 páginas desta verdadeira maratona literária numa raridade cintilante e quase extraterrestre. Ao jeito de Fox Mulder dos saudosos "Ficheiros Secretos" diríamos "I Want To Believe"!



Parte 2; Parte 3; Parte 4; Parte 5; Parte 6.

PEDRAS/PÉROLAS ROLANTES PORTUGUESAS













Tem lançamento previsto para Novembro próximo o livro "The Rolling Stones - Discografia Portuguesa a 45 RPM" da autoria de Abel Rosa, Jorge Nogueira e Pedro Freitas Branco. Na senda do irmão mais velho dedicado aos Beatles editado em 2010, trata-se de uma recolha exaustiva das capas dos singles portugueses dos Stones, o que, atendendo à longevidade da banda, resultará certamente num volume maior e, por isso, a necessitar de trabalho de equipa tripartido. Cá estaremos para o bem receber e devorar, numa salutar iniciativa do blog Beatles Forever! que, rivalidades Beatles/Stones à parte, continua de parabéns.  

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O SOL, SEMPRE!












Ao fim de uma semana de chuva sentimos já falta de uma tarde de sol quentinho e reconfortante e ainda não chegamos ao inverno... Temos esperanças que, em Novembro, o afamado verão de São Martinho permita matar saudades. Para compensar, nada melhor que um disco soalheiro como o que Josh Rouse editou no início do verão passado na companhia dos Long Vacations, ou seja, os dois companheiros Xema Fuertes e Caio Bellveser. Gravado em Espanha, temos por ele desde essa altura um carinho especial. Rouse não traz nada de novo, é certo, mas consegue sempre ser certeiro nas fórmulas simples com que nos envolve. Canções como "Oh, Look What the Sun Did!” ou "Lazy Days" são como uma loção fresquinha que nos transporta para bem junto do mar, sensação pela qual os dois videos abaixo agora publicados ajudam a suspirar. A banda tem digressão marcada por algumas cidades do país vizinho e restante Europa, mas enquanto não aparecem por cá, podem sempre sintonizar um concerto gravado na televisão espanhola há apenas dois dias.      



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

25 ANOS DE INSUBMISSÃO


















Em 1986 um estudante parisiense arriscava a edição de uma revista produzida na intimidade do seu quarto sem imaginar que passados 25 anos a Les Inrockputibles continuaria a ser, sem restrições, sinónimo de irreverência e insubmissão. Para comemorar o feito, para além de um blog exclusivo, está já nas bancas uma edição especial com quatro capas diferentes onde os eleitos foram Morrissey, Björk, David Lynch e Michel Houellebecq, um livro retrospectivo e uma antologia de 10 CD com uma selecção de 150 canções. Já agora, parabéns!  

É A FESTA?


















O sempre recomendável Amplificasom decidiu comemorar os seus cinco anos de actividade da melhor forma, ou seja, com um festival. Chama-se Amplifest e está marcado para o próximo fim-de-semana no Hard Club, onde, entre filmes, vinil e outras tentações, haverá mais que uma mão cheia de espectáculos. Até aqui tudo jóia. Quanto ao (único) preço dos bilhetes (50€ para os dois dias) é que, sinceramente, nos parece um pouco exagerado e sem alternativas.
Não há descontos para blogs? 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O REGRESSO MELOSO DE TELLIER


















Estranhava-se o silêncio de Sebastien Tellier nos últimos tempos. Depois do álbum "Sexuality" e da intensa digressão que se seguiu, de múltiplos e apimentados videos e da célebre participação no Eurofestival, eis que surge um novo disco ao jeito de compilação. Reune uma vintena de temas ditos de amor, seja lá o que isso for para um compositor notável e com provas dadas na difícil arte de derreter corações. Basta ouvir "La Ritournelle" ou "L'Amour Et La Violence", canções que ao vivo, como testemunhado em Famalicão, recebem quase sempre um tratamento adequadamente satírico. Via iTunes ou Bandcamp, que os tempos não estão para edições físicas, esta é uma excelente oportunidade para redescobrir, de forma calma, a veia sedutora de um talentoso artista com mais de uma década de actividade.

THE XX vs EBTG


















A história conta-se em poucas linhas: no verão de 2010, aquando dos Mercury Prizes, os XX, fãs confessos dos Everything But The Girl, convidaram Tracey Thorn e Ben Watt para gravarem uma versão de um tema do multi-premiado álbum de estreia a fim de ser incluida numa compilação futura que reuniria covers desses originais interpretados pelos seus artistas favoristos. O projecto acabaria por não se concretizar, mas os EBTG tinham já registado a sua canção preferida, "Night Time", que agora encabeça um novo Ep de Tracey Thorn a ser editado no final do corrente mês na Strange Feeling Records (Merge nos E.U.A.). A versão de vinil transparente será asssinada pela própria e incluirá remixes de "Swimming" e "Love And Its Opposite" produzidas pelo amigo Ewan Pearson.

Tracey Thorn - Night Time (The xx Cover) by MergeRecords

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ANDREW BIRD EM BANDA SONORA

















Estreou na passada semana nos E.U.A o filme "Norman" que tem banda sonora original composta por Andrew Bird. A película realizada por Jonathan Segal conta a história de um estudante problemático e a sua estratégia engenhosa para enfrentar o aparecimento do cancro na família. Como seria de esperar, Bird está à altura do desafio, recorrendo de forma sublime à sua guitarra, violino e habituais assobios, não deixando também de cantar em alguns dos temas como acontece nos magníficos "Arcs and Coulombs", "Night Sky" e "Darkmetter" com que se encerra o disco. Há ainda originais dos The Blow com a colaboração de Richard Swif, dos Wolf Parade e do canadiano Chad Vangaalen. Aqui fica o trailer.
  

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

JOHN GRANT, Auditório de Espinho, 19 de Outubro de 2011





















Não seria difícil de prever que a estreia de Grant em Portugal fosse um grande momento. O disco do ano passado "Queen of Denmark" está repleto de clássicos instantâneos, canções intemporais de intensidade marcante já nitidamente absorvidas/amadas pela plateia expectante que enchia o simpático espaço de Espinho. Acompanhado por um teclista, Grant esteve irrepreensível. Voz magnífica, simpatia quanto baste, som de sala à altura e, claro, as canções que todos queríamos ouvir, que, mesmo sem os arranjos que os Midlake ajudaram a construir para o álbum, surgiram em toda a sua plenitude e grandeza. Escolher a melhor é sacrilégio, porque a qualidade esteve sempre bem alta, mas a sequência ao piano que se iniciou com "Sigourney Weaver", passando por "TC And Honeybear" e "Firefly" até "Queen of Denmark" é memorável. A penumbra da sala, a iluminação residual e as histórias de infância ou de desamor contadas por um Grant bem disposto, ajudaram ainda mais a que os íntimos noventa minutos do espectáculo fluíssem sem quase darmos conta. Um concerto certeiro, de uma leveza aparentemente fácil, mas só ao alcance de um talentoso artista deste calibre. Prometeu regressar com canções novas, algumas já escritas e apresentadas em primeira-mão e nós não teremos outro remédio que comparecer obrigatoriamente. Pelo andar da carruagem, apostamos que, nessa altura, as salas do Coliseu ou da Casa da Música já serão pequenas...   





CAPA DE REVISTA!


















Uma única entrevista, inexistência de imagens em movimento, raríssimas ou nenhumas fotografias de Nick Drake em cima de um palco! Este é o magríssimo resultado promocional de um artista desprezado aquando da gravação dos seus três álbuns há mais de trinta anos e que, obviamente, cedo caminhou para a depressão e consequente morte. Nick Drake ser capa de revista já não é inédito, mas é, mesmo assim, notícia felizarda. Acontece no segundo volume da Mojo 60's editada a semana passada em Inglaterra e que chegará em breve até alguns dos nossos quiosques especializados. O próprio Drake ficaria, certamente, contente! 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

I WANNA GO TO MARZ

Where green rivers flow

And your sweet sixteen is waiting for you after the show

I wanna go to Marz

We'll meet the gold dust twins tonight

You'll get your heart's desire, I will meet you under the lights


A viagem começa às 21h30...

HANNON, O IRLANDÊS

Ao longo da passada semana o canal de rádio e televisão norte-irlandês RTE promoveu, uma vez mais, a sua já famosa Big Music Week. Entre os convidados estiveram Mike Scott dos Waterboys e Neil Hannon, o senhor Divine Comedy, ele próprio um irlandês de gema nascido na cidade de Derry há quarenta anos. Hannon esteve em estúdio no programa de Ronan Collins na companhia da orquestra da própria RTE e o resultado é, obviamente, fabuloso...



UAUU #7


RACHAEL YAMAGATA - Even If I Don't

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

SINGLES #25

THE WOODENTOPS - Good Thing
Rough Trade, 45 rpm, RT177, UK, 1986
Há mais de vinte anos, uma noitada portuense ficaria para sempre na nossa memória. Em 1988 (?) depois de um atribulado concerto dos Lord Of The New Church (chiiiii...) no Rivoli, abalamos num carro cheio para Matosinhos onde os The Woodentops tocavam tarde numa discoteca local (Cais447? KoolKat?). O espectáculo confirmaria o grupo como um excelente baluarte da pop inglesa, confirmando toda a agitação a que o Blitz tinha já feito referência desde 1986. O álbum então gravado - "Giant" - era mesmo isso, um gigante avançado de canções de primeira água como este "Good Thing", o primeiro (único?) grande hit da banda e que ao vivo foi esticado, do que recordamos, até ao extâse. O single, comprado em Portobello Road na única viagem que fizemos a Londres, tem desenho fantástico de Panni Charrington e no lado B uma outra pérola de nome "Travelling Man". Amanhã, como caídos do céu, os The Woodentops tocam em Vila do Conde e continuamos indecisos em dar lá um salto e matar, de vez, a excelente memória de 1988 ou esconder que não soubemos de nada e continuar a manter uma daquelas recordações tão saborosas dos anos oitenta.  

3 X 20 OUTUBRO












20 canções:
. WILCO - Art of Almost
. DUCKTAILS - In The Swing
. JOHN MAUS - Believer
. MY MORNING JACKET - The Day Is Coming
. GIRLS - Alex
. GOTYE - Giving Me A Chance
. NEON INDIAN - Arcade Blues
. PATRICK WOLF - The Falcons
. THE STROKES -  Taken For A Fool
. WAVVES - Nodding Off (feat. Best Coast)
. THE DRUMS - What You Were
. ELEANOR FRIEDBERGER - Heaven
. TINARIWEN - Imidiwan Win Sahara 
. JENS LEKMAN - A Promise
. LAURA MARLING - My Friends
. FEIST - The Circle Married The Line
. ST VINCENT - Champagne Year
. LIA ICES - Daphne
. JONHATAN WILSON - Can We Really Party Today?
. JAMES BLAKE - A Case of You

20 versões:
. HARRY NILSSON - She's Leaving Home (The Beatles)
. PETER BRODERICK & NILS FRAHM - Harmonics (Efterklang)
. PETER GABRIEL - Suzanne (Leonard Cohen)
. CHAMBERLAIN - Go Outside (Cults)
. STARS - Asleep (The Smiths)
. LUMINA - I'll Be With You (Black Lips)
. PIKELET- Wheel Of Fortune (Ace of Base)
. NOAH & THE WHALE - You Can Call Me Al (Paul Simon)
. THE SHINS - Breathe (Pink Floyd)
. KINGS OF CONVENIENCE - Once Around The Block (Badly Drawn Boy)
. LYKKE LI - Unchained Melody (The Righteous Brothers)
. IAN BROWN - Thriller (Michael Jackson)
. THE WALKABOUTS - Cello Song (Nick Drake)
. NORAH JONES - More Than This (Roxy Music)
. RON SEXSMITH - I Don't Like Mondays (Boomtown Rats)
. FRIDA HYVONEN - Everybody Hurts (R.E.M.)
. SIMON BOOKISH - Sea Song (Robert Wyatt)
. JAMES VINCENT McMORROW - Wicked Game (Chris Isaak)
. MGMT - Lucifer Sam (Pink Floyd)
. ASOBI SEKSU - Little House Of Savages (The Walmen)

20 Remixes:
. JUNIOR BOYS - FM (Tensnake Remix)
. ALOE BLACC - Loving You Is Killing Me (Mano Le Tough Remix)
. TEED - Garden (Jesse Rose Remix)
. LANA DEL REY - Video Games (Club Clique For The Bad Girls Remix)
. LONEY DEAR - My Heart (L'Elephant Remix)
. FANFARLO - Replicate (Teletextile Remix)
. FOOL'S GOLD - Wild Window (Superhumanoids Remix)
. RADIOHEAD - Give Up The Ghost (R/D Remix)
. MATTHEW HERBERT - December (Micachu Remix)
. BEACH HOUSE - Norway (Dkon Remix)
. LITTLE DRAGON - Seconds (Syd The Kyd of OFWGKTA Remix)
. THE DRUMS - Money (Beat Connection Remix)
. GIVERS - Meantime (RAC remix)
. SMITH WESTERNS - End of the Night (Peaking Lights Remix)
. METRONOMY - Some Written (NewVillager Remix)
. THE RAPTURE - How Deep Is Your Love? (A Trak Dub aka Dub For Mehdi)
. SURFER BLOOD - Miranda (SVIIB Exhalation Mix)
. PATRICK WOLF - Time Of My Life  (No Ceremony Remix)
. JUSTICE - Civilization (Q.G. remix)
. THE SHOES - Cover Your Eyes (Mattanoll Remix)

































Toca a ajudar!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

OINK MUSIC




















Depois de sucessivos adiamentos, aí está, finalmente, o último disco da trilogia "One" idealizada por Matthew Herbert. Trata-se de "One Pig", um polémico trabalho que conta a história de um porco anónimo, desde o seu nascimento até a um prato de comida, captando os seus sons e grunhidos numa qualquer quinta inglesa, experiência que foi sendo contada num blog criado para o efeito, mas posteriormente desactivado. As dez faixas apresentam nomes de meses do ano, desde Agosto de 2009 até Maio de 2011, mas durante este tempo o artista foi alvo de inúmeras queixas como a da conhecida organização de defesa dos animais PETA. O resultado pode ser desde já testado no site do Guardian e tem edição via Accidental Records. Relembra-se que o primeiro trabalho da trilogia - "One One" - tem nomes de cidades e lugares ditos exóticos em todas as faixas, contando-se entre elas uma titulada "Porto"... Aqui ficam as explicações do próprio. 
   

UAUU #6

My Brightest Diamond - ALL THINGS WILL UNWIND: Be Brave from Asthmatic Kitty on Vimeo.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

CLÁSSICO #22





















OS RESENTIDOS - Galicia Canibal
Ontem, ao entrarmos no carro depois do almoço, o termómetro marcava 33º! O banco da viatura queimava que se fartava e não havia ponta de vento. Na estrada para o Freixo, uma extensa nuvem de fumo cobria o sol e ouviam-se sirenes dos bombeiros por todo o lado a caminho de mais um incêndio em Gondomar profundo. Tal cenário metereológico, por muito que nos tentemos lembrar, nunca se prolongou até tão tarde no Outono e, ao que parece, vai continuar mais uns dias... Fai un sol de carallo, sem dúvida! Recordamos imediatamente o tema mítico dos viguenses Resentidos que em plenos anos oitenta se tornou um must das matinées e noites dançantes. A canção tinha outro nome - "Galicia Canibal" - mas é o seu refrão sem papas na língua que o tornou popular um pouco por toda a península. A banda, liderada por Antón Reixa, tinha já um primeiro álbum badalado pela nossa imprensa, muito por culpa do título - "Vigo, Capital Lisboa" - mas o segundo trabalho, de capa e conteúdo brilhante, seria o seu ponto alto. Nome do disco: "Fai Un Sol De Caralllo". Do vinil que anda lá por casa, recordamos uma mistura de pop, funk e muito experimentalismo ao jeito do "Independança" dos GNR, a que se juntou um óbvio travo galego, com o som da gaita de foles e algumas indirectas socio-políticas sobre a Galiza vs Portugal. Há até um tema - "Alpinismo" - que brinca à má-fila com o "Felicidade" do Vinicius... O hit-single teria edição por cá, via EMI Portugal, mas na capa não há uma única referência ao refrão incendiário, para além do duplo S na palavra Resentidos (mal) impresso no rótulo interior! O lado b apresenta uma versão não tão conseguida da canção em inglês, mas mesmo assim o "It's So Fucking Sunny" fica sempre bem a seguir ao "Spanish Bombs" dos Clash. Oh yeah!                 

DUETOS IMPROVÁVEIS #166

BIA & LASA DE SELA
Los Hermanos (Bia)
Lançamento do álbum "Nocturno", Março de 2008

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

5 ANOS DE TOQUES














Mil novencentos e cinquenta e nove posts ao fim de mil e oitocentos e vinte cinco dias! Impressionante? Não parece, mas cinco anos depois, é esta a estatística deste blog em dia de aniversário. Com mais ou menos frequência, prometemos seguir com os nossos moques informais, esperando que, desse lado, continuem a tocar à campainha da porta com gosto e amizade. Abraço.       

ELEANOR FRIEDBERGER + EUROS CHILDS, Museu Nac. Machado de Castro, Coimbra, 8 de Outubro de 2011































A estreia a solo por terras lusas de Eleanor Friedberger, metade relevante dos The Fiery Furnaces, aconteceu Sábado passado no hall de entrada do renovado Museu Nacional Machado de Castro em Coimbra. Sem a presença de um palco ou estrado, entrou sorrateira e quase sem palmas da plateia, o que, certamente, não foi bom sinal. De guitarra em punho, atacou de fininho o single "My Mistakes", talvez a mais orelhuda canção do álbum "Last Summer" mas que, despida dos restantes arranjos, perdeu muito do seu refrescante fulgor. É certo que o som da guitarra não ajudou à festa, demasiado roufenho e a precisar de ser apurado, mas notou-se também algum desconforto em assumir a relação com os espectadores e, principalmente, com o espaço. Sabemos que a um Museu associamos, por tradição, algumas atitudes de silêncio e cerimónia e Eleanor, como prontamente assumido, não conseguiu ou não quis libertar-se desse peso. Mesmo assim e sem direito a encore, houve tempo para a estreia de algumas canções novas, felizes revisitações aos The Fiery Furnaces ("Lost At Sea") e o desfilar da maior parte dos bons temas de "Last Summer" como "Heaven", "I Won't Fall Apart on You Tonight", "Inn Of The Sevent Ray" ou o melancólico "Scenes From Bensonhurst".




















Bem diferente foi o concerto de Euros Childs do outrora mentor dos Gorky's Zygotic Mynci. Sentado ou piano de cauda, o artista pareceu sempre ligado à corrente, contando histórias satíricas com aquele impressionante sotaque galês onde se misturaram Elton John e o marido, referências a animais, mas também elogios a Coimbra e à sua gastronomia. Da sua prolífica produção de canções quer a solo quer em diferentes colaborações, fizeram-se notar qualidades na composição e o perfeito domínio do piano de que é exemplo supremo o brilhante "Horses", o ponto alto da noite. Um concerto ao jeito de stand up comedy que merecia ter durado um pouco mais, mas que por falta de umas cervejas e imposições de horário, soube a pouco. Fica para a próxima. Cheers, mate!



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

BERT JANSCH (1943-2011)













Chegamos à música de Bert Jansch através das versões que um jovem Nick Drake cantava na intimidade do seu quarto. Temas como "Courting Blues" ou "Strollin' Down The Highway" eram alguns dos favoritos de Drake, originais de Bert Jansch que apareceriam ao lado de outras pérolas de Dylan ou Jackson C. Frank em bootlegs caseiros. Nessa época, finais de sessenta, já Jansch era uma lenda viva com um reconhecimento alargado de músicos como Donovan ou Jimmy Page, rendidos ao seu fervilhante dedilhar da guitarra, qualidades que, mais tarde, também Graham Coxon, Jonnhy Marr ou Richard Butler haveriam de reconhecer, tocando com Jansch ao vivo ou colaborando em disco (ouça-se o fenomenal "Crimson Moon" de 2006). Até Pete Doherty não resistiu ao encantamento. Bert Jansch faleceu em Inglaterra esta quarta-feira, dia 5 de Outubro, com 67 anos. Peace! 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

PEÇAS DE COLECÇÃO



































O álbum "Olympia" de Bryan Ferry tem ao longo do último ano dado origem a verdadeiras peças de colecção. Quer em livro ou nas edições exclusivas em vinil de 12" a vedeta é sempre uma desafiadora Kate Moss, colaboração iniciada a cores com a capa do próprio disco, uma alusão nada inocente ao quadro de Manet com o mesmo nome e que motivou uma produção glamorosa. A série tem agora uma nova pérola limitada a 500 cópias com remixes do norueguês Todd Terje para "Alphaville" e do colectivo inglês Quiet Village para "Me Oh My" embrulhadas, desta vez, por uma fotografia sépia de Moss a meio de um cigarro... Pois!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ESPÍRITO GENTIL


















Pois é, quem vê caras não vê corações! A capa de duvidoso gosto que acima se apresenta pertence ao álbum "Gentle Spirit" de Jonathan Wilson lançado em Agosto passado pela Bella Union, uma enorme benção de 2011. Topamos, desde logo, o moço quando o solarengo "Desert Raven" soou magnífico pelas ondas hertezianas. Agora que conseguimos descarregar o disco, a rendição foi imediata. Nada de novo, é certo, mas tudo tão bem (per)feito e já clássico que os America haveriam de corar. E pronto, agora não queremos outra coisa o que também deve ter acontecido aos Wilco que escolheram Jonathan Wilson para a primeira parte da tournée europeia que se aproxima o que quer dizer que o concerto de Vigo têm ainda mais atractivos. Festa certa.  

Can We Really Party Today by jonathanwilson

PRIMAVERA NO PARQUE


















... da cidade e não só! O espaço ao ar livre por excelência cá do burgo estava mesmo a pedi-las. Prometedor. Só falta saber quais as bandas.

(up) Já há video promocional...