quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

BOM ANO!

Every night before I go to sleep
Find a ticket, win a lottery
Scoop the pearls up from the sea
Cash them in and buy you all the things you need


Assim seja... UM GRANDE 2016!

(RE)LIDO #68





















VIDA DUPLA
de Sérgio Godinho. Lisboa; Quetzal, 2014
As histórias contadas por Sérgio Godinho em formato de canção são, no âmbito de uma suposta hierarquia da música popular portuguesa, do melhor que a lusofonia conheceu nas últimas décadas. Como ouvimos de viva voz em 2012, as influências ou estilos são certamente diversos mas a sua inquietude permanente confirma uma irreverência artística que nunca se confinou à música e cedo se espalhou ao guionismo para cinema, às peças de teatro, histórias infantis, poesia ou crónicas como as que se reuniram em "40 Caríssimas Canções". Faltava a estreia na ficção dita adulta que aconteceu o ano passado com "Vida Dupla", um conjunto solto de nove histórias na primeira pessoa e que teve como ponto de partida o conto "Notas Soltas da Corda e do Carrasco", um encomenda da já extinta Biblioteca Digital do "Diário de Notícias" iniciada em 2012. Como sempre, é a vida quotidiana e as suas perturbações (in)comuns o principal campo de manobra ficcional do multifacetado autor sem que, contudo, alguns dos personagens não pareçam pertencer a este mundo terreno de que é exemplo a cavaleira de "O Circo de Três Pistas", um fabuloso conto que dá vontade que não acabe. Esse é mesmo um dos "problemas" do livro - quando já estamos envolvidos e absortos a história termina ao jeito, lá está, de uma canção sem tempo nem lugar. Com setenta anos de vida completados este ano e uma longa vida artística, de Sérgio Godinho só podemos esperar que estes pequenos enredos se transformem algum dia em grandes canções destinadas a encantar. Como esta pré-história...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

THE LAST SHADOW PUPPETS NA (NO?) PRIMAVERA















A dupla maravilha Alex Turner e Miles Kane, ou seja, os The Lat Shadow Puppets que surpreenderam meio mundo em 2008 com o álbum de estreia "The Age of Understatement", tem regresso marcado para a primavera do próximo ano. Certa é a insistência no mesmo produtor, James Ford e no mesmo arranjador, nada mais nada menos que Owen Pallett! Aqui ficam dois teasers saídos das câmaras de amigos e namoradas. Esperamos encontrá-los num parque à beira-mar em plena Primavera...



terça-feira, 29 de dezembro de 2015

WHAT WOULD NICK DRAKE DO?











A resposta à pergunta que surge quase imperceptível e em coro logo no início de uma canção chamada "Nick Drake" é inconsequente... A autora da façanha nada inédita (por exemplo, já os Mogwai o tinham feito há muito) tem o nome artístico de Miynt, uma jovem sueca que escreve e produz os seus próprios temas ao jeito dos MO, Oh Land ou Lana Del Rey. Ao longo de 2015 foi fazendo um pequeno furor na rede que resultou num sete polegadas em vinil e uma versão orelhuda de "Baby One More Time" de Britney Spears. Certo é que a tal Miynt não se sai nada mal e a inspiração confessada em Drake talvez não seja descabida... mas, já agora, alguém arrisca hipóteses sobre o que Nick Drake faria ao ouvir isto?
       






segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

RADIOBOND!

“Last year we were asked to write a theme tune for the Bond movie Spectre. Yes we were. It didn’t work out, but became something of our own, which we love very much. As the year closes we thought you might like to hear it. Merry Christmas. May the force be with you.” 

Radiohead 

Obrigadinho... é só decarregar!


JACCO GARDNER NO BERÇO!













Caído do céu, está agendado para dia 23 de Janeiro, sábado, um concerto do fabuloso Jacco Gardner no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães, por sinal o único por terras lusas no âmbito do arranque da nova digressão europeia. Por todas as razões, imperdível... o bilhete custa 3€!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

BOM NATAL!

SINGLES #37





















FRANK SINATRA Chante Noel
Whatever Happened To Christmas? / I Wouldn''t Trade Christmas
France, RV.20186, Reprise Records, 45 RPM, 1968
Em 1968 Frank Sinatra reuniu Nancy, Tina e Frank Jr., filhos do primeiro casamento com Nancy Barbato, convocou dois dos seus melhores colaboradores e compositores- Nelson Riddle e Don Costa - e gravou um álbum inteiro de canções de Natal a que chamou "The Sinatra Familly Wish You a Merry Christmas". Ainda hoje uma raridade em vinil, o disco, apesar de alguns desequilíbrios, tem aquela aura "good feeling" muito por culpa das orquestrações quase pop de Don Costa e de uma produção sem mácula do habitual Sonny Burke, mas o projecto seria mais uma daquelas apostas arriscadas do Old Blue Eyes, numa época conturbada da sua vida artisticamente chamada "The Reprise Years" e que, mesmo assim, nos deu fabulosos álbuns como os que gravou com António Carlos Jobim. A presença a solo da sua voz nesta reunião de família resume-se a dois temas: "The Christmas Waltz" e "Whatever Happenned To Christmas?" que encabeçou um single de vinil com várias edições (a francesa, que aqui trazemos, parece ser desconhecida) e que constitui mais uma grande canção só ao jeito de Sinatra, remetendo-nos para uma nostalgia natalícia que todos vamos vivendo à medida que os anos passam. O que é feito do Natal? (suspiro...)




UAUU #295

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

(RE)LIDO #67





















BOB DYLAN
Forever Young
New York; Life Books, 2012
Agora que se aproximam os 75 anos de Bob Dylan, convertendo 2016 num ano especialmente apetecível para uma intensa digressão (para já só o Japão está confirmado) que, quem sabe, chegará até cá (allô Primavera Sound Porto... we've got a feeling! ) e, certamente, intermináveis comemorações disco e videográficas, nada como começar pelo princípio. Este livro saído do arquivo da mítica revista Life é o perfeito exemplo do que deverá ser uma excelente introdução ao mundo longínquo de Dylan para o grande público, um desígnio que sempre acompanhou a famosa publicação americana, mas que sem dificuldade se estende a aficionados na demanda de pormenores ou, principalmente, imagens raras e desconhecidas. Impresso em papel couché de brilho fácil revelando todo o fascínio das fotografias a preto-e-branco, a quase centena de páginas demonstra o habitual bom gosto da paginação numa forma clássica de intercalar as imagens com uma escrita escorreita e altamente credenciada e documentada sobre o eternamente jovem Dylan, desde a chegada a Nova Iorque em 1962 até fases mais recentes, dos Travelling Wilburys, doutroramentos Honoris Causa ou idas à Casa Branca de Barack Obama. A faceta intitulada "Dylan at the Movies", o que nos sugere a homenagem de um certo colectivo escocês, relembra-nos que o homem até um Óscar já ganhou com uma grande canção, num curriculum na sétima arte simplesmente intocável, continuando a sua vida pessoal a ser ainda hoje um incontornável mistério. Por pouco menos de 20€, este é sem dúvida um verdadeiro achado para a compreensão ou o adensar das incógnitas e surpresas - veja-se o fabuloso álbum de versões de Sinatra saído este ano - sobre uma das últimas lendas vivas da história da música popular.


UAUU #294

(RE)LIDO #66





















THE LOOK
Adventures in Rock & Pop Fashion
de Paul Gorman: London; Adelita, 2006
A ligação eterna entre a moda e a música ou vice-versa permitiria, certamente, organizar uma enciclopédia de uma vintena de volumes e ainda alguns anexos remissivos. O que Paul Gorman se propôs há quase dez anos tem, no entanto, um fio condutor bem definido e decisivo - Londres, cidade sempre na vanguarda destas duas expressões artísticas embora o início de tamanha aliança pecaminosa passe obrigatoriamente, nos anos cinquenta, pela americana Memphis de Elvis Presley, lenda em destaque merecido e infalível na capa e primeiras páginas deste magnífico álbum visual e histórico. Depois tudo se precipitou por terras de Sua Majestade numa avalanche de tendências e loucuras que a explosão da música pop incendiou, passando a ser muitos os figurões que entram porta dentro das novas lojas atraídos por amigos modistas de vanguarda, amizades que o livro documenta na perfeição ao longo de 31 capítulos. Esses "figurões" são quase sempre de elevado calibre, de Miles Davis, aos Stones, ao lado de Jimmy Hendrix, Bowie, Roxy Music, The Who, Sex Pistols ou os The Clash e as suas meias brancas, tocando, claro, nos The Beatles em fase psicadélica e o fiasco da Apple Boutique, três andares numa esquina londrina que durou oito meses e custou, na altura, 100.000 libras esterlinas! Curiosidades e extravagâncias são muitas mas não resistimos a destacar o pormenor daqueles estranhos sapatos que Nick Drake tem descalçados na capa do álbum "Bryter Later" (1971), afinal uma criação da influente loja Mr. Freedom de King's Road e a referência a uma tal "Plazza", marca portuguesa (!) para a qual o afamado Antony Price desenhou, por volta de 1975, as primeiras t-shirts de mangas ultra-curtas tão ao gosto de muitos rockers. Mais próximo da nossa geração, ou seja, os anos oitenta trouxeram personagens arrojados como Kevin Rowland em figuras tristes e os seus Dexy's Midnight Runners ou o visionário Malcolm Mclaren, mas a obra não deixa de destacar a "gaulteriana" Madonna, Andre 3000, as Spice Girls e o auto-didatismo de uma sempre brilhante Alison Goldfrapp. Ou seja, um livro que, sendo já uma peça de colecção a precisar de actualização, constitui ainda uma referência para o estudo da cultura contemporânea na sua expressão ocidental a que se acrescenta uma excelente selecção de canções que cabem num magnífico CD de bónus.






segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

SHARON JONES DE SECRETÁRIA!

UAUU #293

(RE)LIDO #65





















OS BEATLES POPULARES
Os Beatles na Imprensa Portuguesa
1963-1970: Os Jornais
de Abel Soares Rosa. Lisboa: Blogue Beatles Forever, 2015
A saga de Abel Rosa tem neste final do ano um novo capítulo, talvez o último: mais uma compilação de notícias em jornais onde os The Beatles como banda ou a solo tiveram destaque, principalmente numa trilogia de diários lisboetas constituída pelo "Diário de Lisboa", o "Diário de Notícias" e o "Diário Popular", tendo este último servido de inspiração para o cabeçalho da capa e título do livro. Pena que a diversidade não seja mais abrangente, talvez mesmo porque não existiu, mas atendendo a que só no Porto saíam neste período três jornais centenários que amiúde lá vão aparecendo reproduzidos (de "O Comércio do Porto" não há uma única referência!), significa que pela Invicta os Fab Four não seriam assim tão populares... ou então a linha editorial era de certeza mais conservadora. Tal como anteriormente, a primazia recai, obviamente, sobre o fait-divers, o superficial ou sensacional mas há excepções: por exemplo, a interessante entrevista de Joaquim Letria a Paul McCartney em Albufeira ("O Sansão era da Bíblia... a nossa força não reside nos cabelos" in "Diário de Lisboa", 30 de Maio de 1965) mas é bom constatar que a unanimidade da época sobre os ingleses era, mesmo entre os mais jovens, inexistente. Uma jovem loura portuguesa responde mesmo que os Beatles "não têm qualquer interesse. Não gosto deles. Não me satisfazem, nem como estilo de música nem como figuras. Prefiro, então, a Françoise Hardy ou a Sylvie Vartan" ("Diário de Lisboa", 31 de Maio de 1965). Ora toma! Um dos textos introdutórios da autoria de Afonso Cortez ("A popularidade dos Beatles Nunca Foi Grande Entre Nós", pág 2 e 3) ajuda talvez a perceber o fenómeno invertido, mas a conclusão a que já fomos aludindo aquando da leituras dos capítulos anteriores desta série é que, como fenómeno musical e social importantes, os The Beatles foram por cá simplesmente ignorados e desprezados, contrariando o vaticínio da época de Mahrashi Maresh, guru da meditação transcendental, sobre os seus pupilos: "Os Beatles são os maiores filósofos práticos deste século..." (in "Diário de Lisboa", 29 de Agosto de 1967). Helllo!

sábado, 19 de dezembro de 2015

IRMÃOS MARSHALL: O LIVRO + DISCO





















O nome artístico de King Krule esconde a história do miúdo inglês Archy Marshall, um caso sério de talento que tem na música a expressão mais visível e reveladora e que conhece agora uma outra dimensão. Ao lado do irmão Jack, o processo criativo abrange outras artes como a poesia ou a pintura na casa do Sul de Londres que se vê agora revelado através de um fabuloso livro projecto chamado "A New Place 2 Drown" e que se estica ainda a um envolvente disco de 12 pequenos temas já disponíveis digitalmente via Amazon inglesa. O pequeno filme da responsabilidade de Will Robson Scott aqui abaixo só serve para fazer crescer o apetite...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

3X20 ESPECIAL 2015










20 CANÇÕES X 20 ÁLBUNS X 20 CONCERTOS
+ 10 Low + 10 High 2015
Tempo de escolhas nada fáceis em ano difícil.

20 Canções:
1. TOBIAS JESSO JR. - Without You
2. TAME IMPALA - Let It Happen
3. BILL FAY - War Machine
4. LAURA MARLING - Gurdrieff's Daughter
5. NATALIE PRASS - Bird Of Prey
6. VETIVER - Time Flies By
7. FATHER JOHN MISTY - The Night John Tilmann Came...
8. BLUR - There Are Too Many Of Us
9. LOWER DENS - To Die In L.A. 
10. UNKNOWN MORTAL ORCHESTRA - Can't Keep Checking My Phone
11. BENJAMIN CLEMENTINE - London
12. RICKIE LEE JONES - Jimmy Choo
13. WILCO - Random Name Generator
14. ON AN ON - You Are So Scared
15. RICHARD HAWLEY - Nothing Like A Friend
16. MARK RONSON - Daffodils (feat. Kevin Parker)
17. MAC DEMARCO - Another One
18. FFS - JOHNNY DELUSIONAL
19. SUFJAN STEVENS - Should Have Known Better
20. THE AMAZING - Fryshusfunk  

20 Álbuns: 
1. JULIA HOLTER - Have You In My Wilderness
2. LAURA MARLING - Short Movie
3. LUBOMYR MELNYK - Rivers And Streams
4. TOBIAS JESSO JR. - Goon
5. DESTROYER - Poison Season
6. JESSICA PRATT - On Your Own Love Again
7. BENJAMIN CLEMENTINE - At Least For Now
8. BOB DYLAN - Shadows In The Night
9. DANIEL KNOX - Daniel Knox
10. JOANNA NEWSON - Divers
11. NATALIE PRASS - Natalie Prass
12. THE WHITE BIRCH - The Weight Of Spring
13. FATHER JOHN MISTY - I Love You Honeybear
14. VETIVER - Complete Strangers
15. THE ACORN - Vieux Loup
16. SUFJAN STEVENS - Carrie And Lowell
17. ROBERT FORSTER - Songs To Play
18. HEATHER WOODS BRODERICK - Glider
19. CORRINA REPP - The Pattern Of Electricity
20. GHOSTFACE KILLAH & BADBADNOTGOOD - Sour Soul

20 Concertos:
1. PATTI SMITH, Primavera Sound, Porto, 5 de Junho »»»»
2. LUBOMYR MELNYK, Catedral de Viseu, 4 de Julho »»»»
3. IRON & WINE, Casa da Música, Porto, 2 de Novembro »»»»
4. THE WAR ON DRUGS, Festival Paredes de Coura, 21 de Agosto »»»»
5. BENJAMIN CLEMENTINE, Casa da Música, Porto, 25 de Novembro »»»»
6. VASHTI BUNYAN, Culturgest, Porto, 31 de Outubro »»»»
7. BEACH HOUSE, Teatro Sá da Bandeira, Porto, 24 de Novembro »»»»
8. DEVENDRA BANHART & ANDY CABIC, Auditório de Espinho, 27 de Maio »»»»
9. CHARLES BRADLEY, Festival Paredes de Coura, 21 de Agosto »»»»
10. JESSICA PRATT, GNRation, Braga, 26 de Outubro »»»»
11. FOXYGEN, Primavera Sound, Porto, 6 de Junho »»»»
12. TAME IMPALA, Festival Paredes de Coura, 20 de Agosto »»»»
13. LOWER DENS, GNRation, Braga, 22 de Novembro »»»»
14. DANIEL KNOX, Salão Brazil, Coimbra, 12 de Setembro »»»»
15. CORRINA REPP, Passos Manuel, Porto, 20 de Outubro »»»»
16. ANGEL OLSEN, Manta, CCVF, Guimarães, 5 de Setembro »»»»
17. FATHER JOHN MISTY, Festival Paredes de Coura, 20 de Agosto »»»»
18. YASMINE HAMDAN, Primavera Sound, Porto, 5 de Junho »»»»
19. MARK ERNESTUS' NDAGGA RHYTHM FORCE, Serralves em Festa, 31 de Maio »»»»
20. JOAN BAEZ, Coliseu do Porto, 31 de Março »»»»

10 Low:
. o fanatismo islâmico em modo descontrolado;
. a impotência bacoca de uma Europa perdida;
. a chico-espertice de António Costa;
. a visão estratégica e infalível de Cavaco e Silva;
. o definhar da Vodafone FM;
. os "fuminhos" a mais da intocável VW;
. a figurinha execrável de Daniel Trump;
. o inconsequente "peito-feito" grego;
. a xaropada dos Lambchop em Vila do Conde;
. a PDI, médicos, exames e afins intermináveis.

10 High:
. a dose dupla inesquecível de Patti Smith pela Invicta;
. a Antena3 finalmente uma alternativa pop;
. uma conversa telefónica com o Lubomyr Melnyk;
. a "chuva" de dólares sobre o Blatter;
. o Joshua Tilmann e uma bandeira portuguesa em Coura;
. o "River Man" em transe clementiniano;
. as "idas" de bike para o Primavera Sound;
. a baixa, a Rua da Conceição e tudo à volta;
. o entranhar melancólico de Miramar;
. apesar de tudo, a corrida... sempre!

PODEROSA!



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PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #16





















Agora que a Rua de 31 de Janeiro parece voltar a estar "in" com a reabertura de mais alguns espaços comerciais, o nosso roteiro chega hoje à Discoteca Santo António, talvez a loja de discos com a fachada mais bonita da cidade! Situada logo no início da rua num prédio de colunas marmoreadas, era por isso a primeira visita da nossa deambulação por aquela artéria, nem que fosse só para ver os álbuns das montras pendurados por uns esticadores de aço, o que lhe conferia um aspecto primoroso e arejado. Temos ainda a dúvida, mas na versão original a loja de discos ocupava ainda o espaço que antecipava a actual entrada, hoje um pronto-a-vestir, como se depreende olhando para a geminação do edifício original. Como (quase) todas, fechou para dar lugar a um restaurante de cozinheiro/sorveteiro plastificado à porta, o que retira nobreza e beleza a um espaço que merecia mais cuidado e requinte, tendo o negócio antigo, em fase mais recente, passado para o 1º andar, letra F, como ainda se pode confirmar hoje na rede. Nada mais sabemos sobre o seu proprietário, data de encerramento ou qualquer outro pormenor, mas a história da Santo António não terá sido muito diferente de todas as outras discotecas da cidade - um lento definhar com o advento do Cd e do mp3 à espera de melhores dias que parecem ter, em boa hora, chegado à mítica Rua de 31 de Janeiro, antiga Rua de Santo António.

Disco. Santo António, Rua 31 de Janeiro, 231-235, Porto
Disco. Santo António, Rua 31 de Janeiro, 231-235, Porto
Disco. Santo António, Rua 31 de Janeiro, 231-235, Porto

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

MEMORABILIA #15


















Os britânicos The The de Matt Johnson são, sem dúvida, uma das bandas mais injustiçadas de sempre. É verdade que, instantaneamente, muitos reconhecem e vibram com o "Uncertain Smile" ou o "This Is The Day" que faziam parte obrigatória do alinhamento nocturno de muitos discotecas e bares dos anos oitenta, mas a obra e o legado que Johnson foi construíndo ao longo de mais de uma década e meia (1983-2000) merece uma maior atenção e envolvimento a que fomos dando toques aqui pela casa. Agora que o regresso está prometido para 2016 enquanto o génio de Johnson se vai espraiando a algumas bandas sonoras e auto-programas de rádio (a sua Radio Cineola teve, curiosamente, um contributo recente da portuense Rádio Manobras), desenterramos esta K7 do baú para contar uma historieta rock&roll: tínhamos, claro, marcado presença na vinda da banda ao Porto (Pavilhão das Antas, Julho de 1989) que marcou também a estreia do ex-The Smiths Johnny Marr por cá e mantivemos a atenção sobre qualquer disco novo. Foi o caso de "Dust" de 1993 que numa edição especial em CD que topamos na altura num hipermercado de Gaia (Carrefour?) tinha agarrada com fita-cola esta K7 bónus grátis com temas ao vivo em Nova Iorque (o "ao vivo" é o estúdio da Sony no dia 5 de Maio de 1993) e na qual se destacava um autocolante dando conta da digressão por lá com os Depeche Mode (estranho, mas sobre esta parceria não há na rede qualquer registo!). Como já tínhamos as canções desse álbum devidamente gravadas em K7 e adivinhando o pouco controle dessa grande superfície comercial, retiramos a cola e amarramos o bónus a um outro disco que há muito procurávamos - o "The First Day" do David Sylvian com o Robert Fripp - e passamos com o "conjunto" pela caixa sem qualquer incómodo ou chatice. "Yeah, It's a Bootleg" (Demonstration - Not For Sale) é o que nela se inscreve e, sendo assim, para quê pagar o que não está à venda... Já agora, esse álbum é um dos tais replecto de grandes canções, numa fase algo depressiva de Johnson pela morte do irmão (que homenageou na canção e no video de "Love Is Stronger Than Death"), mas onde a veia pop continuou a ser marcante. Ouça-se, por exemplo, este maravilhoso "Slow Emotion Replay" com video do amigo Tim Pope. 
                   


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

UAUU #292

A BÍBLIA ILUMINADA DE DAVID SYLVIAN!
















Continua disponível para aquisição uma obra, a todos os títulos, de peso: Hypergraphia 1980-2014 reúne uma colectânea de poesia e lírica de David Sylvian em 635 páginas cuidadas pelo próprio com a ajuda do designer Chris Bigg e onde se incluem desenhos, fotografias e outros trabalhos de artistas como Atsushi Fukui, Katharina Grosse ou Anton Corbijn. Uma edição limitada devidamente assinada esgotou ao fim de poucos dias e os 3000 exemplares da tiragem terão certamente o mesmo fim apesar do preço... pesado!



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DAMIEN JURADO, VISÕES TERRENAS

Com o título de "Visions Of Us On The Land" aproxima-se a edição de um novo disco de Damien Jurado via Secretly Canadian (Março de 2016), mais um registado na companhia do mago Richard Swift. Um mês depois inicia-se uma digressão europeia com quatro datas no país vizinho e, mais uma vez, sem aparentes concertos por cá. Aqui fica a primeira e, desde já, irresistível amostra de um conjunto de dezasete novos temas sobre viagens na companhia de Silver Kathrine, já nome (ficcionado?) de canção... 

KEVIN MORBY E A INVICTA 2!





















"I wrote the b-side, "Bridge To Gaia", while on vacation in Porto, Portugal. I ended up there after a tour and it quickly became my favorite city in all of Europe. The apartment I was renting was at the foot of a bridge that would take you to the town across the river, Gaia. It, like everything about Porto, is immensely beautiful and inspiring. It's a different beauty than I had ever experienced. There was almost something sinister to it. The clouds moved fast, there was always a bell tolling and all the school kids were caps. This song came out of all that."

Estas são palavras de Kevin Morby sobre o Porto que ele fez o favor de maravilhosamente homenagear com o tema "Bridge To Gaia" no lado B do single "Moonshiner" lançado em Setembro passado. Acresce que a edição física do 7" em vinil tem na contra-capa uma fotografia do "local do crime", como se comprova acima, um sítio inspirador e uma imagem impressa prontinha a receber o autógrafo da praxe. Cá o esperamos na leal e sempre invicta em 2016!

AMÁLIA NA BROADWAY, FINALMENTE!





















É um daqueles discos fetiche a que já demos por aqui destaque em 2009: Amália Rodrigues gravou em 1965 uma série de canções standar em inglês sob direcção de Norrie Paramor mas o conjunto só foi publicado em vinil em 1984 com o título de "Amália na Broadway" e onde repousava um apelativo texto de Miguel Esteves Cardoso. Finalmente, sexta-feira passada, a EMI-Valentim de Carvalho fez sair uma versão melhorada do registo a que chamou "Someday" e que inclui, para além do alinhamento original (ou seja, pela primeira vez o álbum tem edição oficial em CD!!), um inédito ("The Man I Love" de Gershwin) e uma série de versões alternativas entre as quais takes em português das canções "Ai Mouraria", "Solidão", "Lisboa Antiga" e "Coimbra" registadas nas mesmas sessões, as primeiras em estéreo realizadas pela fadista. A belíssima fotografia da capa é da autoria de Eduardo Gageiro e o disco conta com um texto de Vitor Pavão dos Santos, tudo numa coordenação do documentalista Frederico Santiago.     



sábado, 12 de dezembro de 2015

SINATRA ETERNO!



















Seriam 100 anos hoje mas como este homem não tem idade o melhor é dar-lhe os parabéns eternamente continuando a ouvi-lo de todas as formas e feitios como nestes maravilhosos trinta e poucos minutos!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

CHARLES BRADLEY, MUDANÇAS!













O primeiro avanço do terceiro álbum de Charles Bradley retoma uma versão do tema "Changes" originalmente editado pelos Black Sabath em 1972 e que o artista tinha já publicado em 7" na Black Friday de 2013 com a ajuda do colectivo The Budos Band. O disco com selo Dunham/Daptone Records estará cá fora em Abril de 2016 e promete, como sempre, excepcionalidade... 

UAUU #291

TINY RUINS, NOVO EP!

O regresso muito esperado aqui pela casa de Hollie Fullbrook/Tiny Ruins aos discos acontece neste final de ano e conta com a ajuda de Hamish Kilgour, percursionista da banda neozelandeza The Clean. São sete canções que cabem num EP chamado "Hurtling Through" saído na Bella Union no final do mês passado e que resultam de diversas colaborações registadas em Nova Iorque, cidade onde se conheceram em 2013. Entre elas estão dois poemas de W.B. Yeats ("Tread Softly" e "Wandering Aengus") em forma de canção e um curioso registo sonoro de um passeio nocturno por Brooklyn chamado "Public Menace" onde Kilgour se diverte a atirar uma colher às lâmpadas de iluminação pública entre outras tropelias... Esta e outras histórias podem ser comprovadas aqui

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

MERCADO 48 EM FESTA!

























O primeiro aniversário da melhor loja vintage do Porto - o Mercado 48, na Rua da Conceição - tem festa marcada para amanhã com um concerto de Diathoms e a inauguração de uma exposição de ilustração da amiga Cristina Costa. Estaremos por lá a tirar o pó às rodelas pequenas de vinil. Apareçam! 

FONIX! É NATAL...





















Para quem colecciona singles de Natal, ora aqui está mais uma inesperada peça: os Phoenix com a ajuda, entre outros, de Bill Murray numa cover de um tema inédito dos Beach Boys datado de 1979! A canção integra um especial natalício dirigido só por acaso pela esposa do vocalista da banda, Sofia Copolla, e chama-se "A Very Murray Christmas"! Ao comprar a rodela é a UNICEF e todos nós que lucramos.  

DUETOS IMPROVÁVEIS #197

JEHNNY BETH & JULIAN CASABLANCAS 
Boy/Girl (Sort Sol)
Single 7", Dezembro de 2015

FAROL #121











Agora que se aproxima o fim do ano, liga-se o farol para um dos melhores discos portugueses dos últimos tempos - é o homónimo dos Bassett Hounds que continua livre via NOS Discos... 

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

KELLEY STOLTZ, É LOGO!
















Dá vontade de cometer uma loucura: zarpar, petiscar umas tapas em Vigo e cumprir um desejo antigo... ver Kelley Stoltz ao vivo