A edição dezassete do Manta vimaranense concentrou no segundo dia uma ementa particularmente suculenta se bem que imprevisível. Exemplo dessa incógnita era a jovem belga Meskerem Mees que se estreava no país para apresentar as canções que, desde muito cedo na juventude, decidiu compor. Dona de uma voz intrigante, começou com uma versão de Jonnhy Flynn, por sinal, uma boa aposta no despertar da atenção quanto à doçura da receita mas, essa, foi mesmo a melhor de um curto e desequilibrado alinhamento. Os vários originais escolhidos transpareceram ainda em bruto e quase inocentes, nada que a perseverança e confiança demonstradas travem numa progressão, certamente, proveitosa.
De outro calibre de refinação é a britânica Billie Marten, senhora de uma carreira já sustentada em cinco álbuns de originais de proeminente acústica. A lembrar, no louro dos cabelos e até na figura, a conterrânea Laura Marling, a coincidência aproxima-as também nos recursos sóbrios da composição e das líricas. Como não admirar "Felling" com que abriu o concerto ou "Toulouse", uma pérola de popicidade adulta e misteriosa que nos levam, sem outro remédio, a ter que começar a ouvir os seus discos como deve ser e como merecem. Excelente surpresa!
A segunda investida dos Still Corners pelo Minho em menos de um mês talvez explique a enchente de público, uma expectativa que se agarrou a uma sensação de nostalgia que a sua música evoca desde 2007. As canções, sonhadoras e viajantes, adornam-se pelo fascínio da guitarra de Greg Huges e da voz Tessa Murray, uma marca muito própria que comporta vantagens e óbvios perigos. O exagero é um deles, e essa ratoeira foi notória na noite de Sábado, onde ao "despachar" das canções se juntou uma rotina instrumental que, mesmo sem contratempos, pouco se entranhou e cresceu e que, talvez, um baixista de profundidade apurada pudesse abanar. O pecado ficou demonstrado nalguma da frieza com que a plateia lhes bateu palmas, um envolvimento sonífero que só mesmo os riffs e guitarradas a la Knopfler ou Chris Isaak causaram um leve, mas inconsequente, estremunhar...
As seis peças de "Swallowtail", o segundo projecto colaborativo de Jim White e Marisa Anderson, são elucidativas quanto ao poder da música - mesmo que separadas formalmente no disco, a sua apresentação ao vivo mereceu uma perfomamnce contínua ao longo de uma hora, período onde a guitarra e a percussão se fundiram sem pausas ou intervalos num género de fluxo espiritual.
O fenómeno, presenciado por cerca de sessenta testemunhas de todas as idades, teve no pátio murado do claustro do município barcelence um género de contenção física que não impediu que a energia emanada tenha flutuado muito acima de tudo e de todos no seu intrépido impulso de improvisação, virtuosismo e liberdade. A criação, certamente, irrepetível, navegou constante numa pulsação majestosa, próxima e de um hipnostismo imediato que teve em Jim White um íman atencional.
A subtileza, a classe, a qualidade de um baterista talvez não sejam mesuráveis, mas sempre que White tira as botas para lá colocar o jogo de baquetas e se senta por trás dela, um círculo mágico parece fechar-se único na grandeza e numa envolvência de inimitável e diferenciador carimbo. Juntar-lhe os redemoinhos e variações da guitarra de Anderson, efusão improvável mas expansiva, é só mesmo um fenómeno de inevitável poder transformado em estrondo. E que bem alto, e ao largo, ele se fez ouvir...
Uma sexta feira 13 foi o dia escolhido para a estreia tardia de Bill MacKay na cidade apesar do compositor e guitarrista de Chicago acumular excelentes discos há muito mais que uma década. Mesmo que parceiro e cúmplice de, entre outros, Ryley Walker, Steve Gunn ou Nathan Bowles, foi sempre sozinho que ganhou reconhecimento, mantendo, contudo, uma discrição mediática que o converteu num segredo bem (a)guardado.
Paisagens, devaneios, viagens ou memórias, juntaram-se como por simbiose sonora pela guitarra eléctrica que domina de forma hábil e virtuosa e a que juntou, em algumas canções, a voz para contar histórias que foi introduzindo num português colonial surpreendente e divertido. Parte delas, escolheu-as de "Locust Land", disco deste ano na Drag City que o confirma como um músico meticuloso e de uma sagacidade apreciável. O vibrante rasganço, já de pé, com que encerrou o serão entre muitas palmas, teve o condão de revalidar a obrigação de um regresso rápido e de bom caminho. Para o efeito, qualquer dia de um mês será sempre um dia de sorte...
Perdida que foi a passagem de Alynda Segarra akaHurray For The Rifdf Raff por Coura e na expectativa de um regresso rápido, aqui fica (mais) uma demonstração fascinante das suas canções.
Gravado em Junho último para a série This Field Recording da NPR americana, no âmbito do Aspen Ideas Festival, o cenário montanhoso do Colorado serve da melhor maneira, entre sálvias e ao longo de vinte minutos, para fazer flutuar ao vento cinco temas ao lado do guitarrista Johnny Wilson, um formato que adoraríamos ver repetido bem por perto...
Entre a agenda de novos concertos do Auditório de Espinho para o Outuno destaca-se o regresso do mestre pianista Lubomyr Melnyk ao norte do país, depois da passagem por Braga em 2019.
Da combinação feliz de minimalismo e meditação que o fizeram um dos mais reputados executantes do mundo, espera-se uma noite de magia e devoção marcada para sábado, dia 2 de Novembro, e onde, certamente, a homenagem sentida aos seus concidadãos ucranianos não deverá faltar. Já há bilhetes.
Para Shara Nova a relativa distância entre Detroit e Chicago teve as suas compensações - trabalhar no registo de um novo disco do alter ego My Brightest Diamond no estúdio The Loft dos Wilco ao longo de cinco dias do verão do ano passado. Pensava ela em regravar as demos de muitas das canções que foi alinhando previamente, mas Tom Schick, experiente produtor e habitual residente do estúdio, insistiu que a verdura e alguma da rudeza que ouviu se deveria manter e melhorar.
O resultado está em "Fight the Real Terror", o regresso de Shara aos discos ao fim de oito anos de espera.
O tema título é um manifesto tributo a Sinead O'Connor, cuja morte por aqueles dias de Julho levou Nova a não dispensar uma abordagem ao tema do abuso de crianças e que O'Connor denunciou corajosamente numa perfomamce inesquecível a capella de "War" de Bob Marley num programa do SNL em 1992. O toque de desafio e inquietude está, assim, dado para um álbum que fervilha de criatividade e também de alguma revolta na procura de um mundo melhor. A fraternidade e também a solidadriedade, essas precisarão sempre de(ste) lustro...
Um novo Ep de Joan Shelley está anunciado para Outubro pela No Quarter Records, existindo já em pré-encomenda uma bonita rodela branca gravada de um só lado e limitada nas cópias. A pintura de capa, magnífica, é de Mia Bergeron.
A peça de vinil, em jeito de tesouro, guarda cinco novos temas, todos de inspiração no nascimento da filha e numa recente mudança do Kentucky natal, mas as conexões das líricas tocam, naturalmente, outras temáticas. É o caso do tema título "Mood Ring", inebriante canção que só ela sabe embelezar, uma ode ao que nos interliga na amizade ou no amor, afinal, aquilo que nos impele a ir vivendo...
Shelley toca muitos dos instrumentos e o marido e pai Nathan Salsburg é o autor de algus rifs de guitarra, como os que se ouvem eléctricos perto do final do tema, também ele já rendido à paternidade como entusiasmo artístico. Radiante!
Em 2023 William Tyler editou dois temas em colaboração com Kieran Hebden dos Fourtet, uma manobra arriscada mas saborosa atendendo ao tradicional som da guitarra a que nos habituou, ali polvilhado de samples, beats e vozes soul. Para alguém que já andou pelos Lambchop ou Silver Jews, claro que o avanço efectuado nada têm de inusitado, um espírito aberto que tem levado Tyler a outras dimensões sonoras que, de facto, crescem e florescem devagar.
Nota-se esse enroscado exploratório no novo tema "Final Flight", desta vez a solo, saído o mês passado e que é o pronúncio de alguma provocação em relação ao passado folk e de que se esperam outras aventuras em 2025. Para já, à estranheza inicial segue-se mais estranheza. Há que insistir...
Entretanto, a digressão pela Europa agendada para este e o próximo mês foi anulada por doença, mesmo que tal facto não esteja afixado oficialmente pelo artista em nenhum lado. Estranho.
Certo é que o anunciado e exclusivo concerto ao lado de Ryley Walker marcado para 4 de Outubro no GNRration minhoto já não contará com a sua presença, mantendo-se o evento confirmado somente com Walker. Olhando ao cartaz afixado pelo mesmo Walker desde Agosto, está lá uma outra data, na véspera, dia 3 de Outubro, também no GNRation mas, já na altura, sem referências à parceria em cima do palco com Tyler no dia seguinte. Estranho, mais uma vez!
Depois do disco de antiguidades e registos antigos ao vivo de 2022, onde se escondiam verdadeiras pérolas, os The Innocence Mission anunciam o décimo terceiro álbum de originais, uma já robusta arca de tesouros fortalecida desde 1985. Chama-se "Midwinter Swimmers", terá edição pela Bella Union no final do mês de Novembro, e promete acrescentar novas riquezas a um erário, desta vez, de sons vintage.
Numa confissão de Karen Peris, o disco é como se tivesse sido gravado em Western Electric nos anos 60 a pensar em Vashti Bunyan ou Sibylle Baier, mas as harmonias das canções revelam-se, ainda e sempre, de sedução imediata. Ouvindo a primeira amostra "This Thread Is A Green Street", não restam dúvidas quanto a isso, canção com video de corta e cose, colagens e animações da própria Karen. Tudo uma riqueza!
Desde que em Maio foi anunciado o regresso, vinte cinco anos depois, dos The The aos discos grandes, fomos ouvindo, curiosos, as canções que foram saindo... “Cognitive Dissident”, a primeira, e “Linoleum Smooth To The Stockinged Foot”, a segunda, indicavam que Matt Johnsson não anda por aí a balouçar em facilitismos, mantendo-se como uma força criativa de densidade própria e de sofisticação impregnada.
Uma semana antes da saída do álbum de título "Ensoulment", prova-o o terceiro single largado no dia de hoje, canção a la The The chamada "Some Days I Drink My Coffee By The Grave Of William Blake", tema antigo nunca acabado e que pertence, segundo o próprio, a um todo incompleto sobre a cidade de Londres, ao lado de "Heartland" ou "The Beat(en) Gneration". Tal como os anteriores singles, o video, onde Johnsson surge ao lado dos colaboradores regressados à banda, é dirigido pelo amigo Tim Pope, who else!
Os cuidados postos neste regresso são bem notórios na diversidade de pacotes comerciais já disponíveis para encomenda, muitos deles, entretanto, esgotados, nomeadamente, os três singles de vinil. Esgotados estão, também, os concertos deste mês de Agosto, quase todos os dos próximo mês de Setembro pela Europa, e alguns dos que se agendaram para os E.U.A. e Austrália para Outubro e Novembro. Não sabemos porquê, mas pressentimos que lá para a/o Primavera deverá acontecer regresso à Invicta. Seria justo... e em grande!
O dia escolhido para a picagem de ponto em Paredes de Coura adivinhava-se como uma maratona árdua. Não estivemos presentes na partida (17h30) nem, como seria previsível, no término (4h30 da madrugada!) mas a chegada fez-se ao som já agitado do tema/hino dos Conferência do Inferno e o melhor seria, então, entrar na corrida nos lugares da frente ao lado dos que já estavam mais que prontos para a festa.
O anfitrião foi João Barbosa akaBranko, dj e produtor habituado a horários mais nocturnos, mas já sabemos que durante quatro dias os ponteiros do relógio são para os residentes um detalhe desprezível. Bailes e balanços não têm horas marcadas, mesmo que a presença de um guitarrista e uma teclista em cima do palco se tenha afigurado de resultado imperceptível, e como a máquina estava ligada e a sincronização com os videos dos vocalistas activa e rigorosa, não foi preciso muito para o terreiro fronteiro se inverter num saboroso e eficaz sunset dançável ainda a cheirar a gel de banho...
Tem doze anos a passagem mítica de Willis Earl Beal por Coura e foi desse momento que nos lembramos quando Marcus Brown akaNourished By Time, também sozinho, entrou no palco secundário. Envergando uma t-shirt dos The Stooges, à base pré-gravada das canções sobrepôs-se uma voz de feição soul, forte, de recriação nos sintetizadores anos oitenta e nalgum r&b que uma postura irrequieta estimulou ao movimento. Há por aqui muito nervo e coragem, uma modernidade e reinvenção de estilos que a música agradece mas nem sempre reconhece. No caso, sendo já grande na figura, não será difícil adivinhar que também o será como artista.
Os franceses Nouvelle Vague andam por aí a rondar há já mais de vinte anos. Até lhe achamos piada quando emergiram com as versões de hits dos anos oitenta e quando alegravam plateias sedentas de um revival bem feito e cool, mas a novidade foi-se perdendo e diluindo numa indiferença confrangedora. É estranho, ou talvez não, vê-los em Coura num final de tarde a fazer o mesmo de sempre, agora uma onda dispensável ainda que, evidentemente, entretida. Se este é um dito e propagado festival de tendências, esta é mesmo a que sinaliza a mais perigosa delas todas - a banalidade!
Nove anos depois, os Allah-Las regressaram onde foram felizes mesmo que o estrado e o anfiteatro tenham encolhido na dimensão. Nada que tenha motivado queixas da banda californiana, logo agora que a madureza do conjunto está num ponto de pérola rock que os discos têm confirmado - "Zuma 85", o último deles, é feito de uma reinvenção amena que se refresca a cada audição e que ao vivo ganhou corpo de asas avantajadas. Uma excelente primeira parte, não programada, do que se haveria de seguir.
Ter Cat Power a recriar Dylan num festival nacional só ali, nas margens do Tabuão, fazia sentido. Pena que parte da plateia não tenha ouvido a sério o disco excelente e corajoso que Chan Marshall lançou este ano, onde recria o concerto lendário de 1966 no Royal Albert Hall londrino, para não se pôr a assobiar sem sentido quando o que se pedia era apoio. Certo que o set acústico, reduzido a quatro temas, foi armadilhado pela própria em constantes apelos às mesas de som entre saídas de palco, mas, ainda assim, aquele "4th Time Around" foi/é mesmo de outro mundo. Quando o resto da banda, e que banda, entrou para o set eléctrico, também ele naturalmente encurtado, o concerto elevou-se, como por magia, a uma dimensão intangível de uma soberba instrumentalidade e ainda maior vozeirão de que "Ballad of a Thin Man" se mostrou monumental. Uma dádiva, talvez, irrepetível e, certamente, inesquecível para uma imensa turba que não comprou bilhete só para os Idles. How does it feel?
A tenda não chegou para todos os que não dispensaram acolher Benjamim e companhia para o que adivinhava ser uma festarola. Embalados pela multidão, pelos muitos coros colectivos e pela boa onda latente, os músicos em cima do palco não disfarçaram a satisfação perante a recepção estrondosa e que teve direito a comparência de Samuel Úria para ajudar no seu "Os raros", raridade, afinal, não tão rara assim. Um exemplo apropriado de boa e fina pop portuguesa, na hora o no sítio certos e que a todos nos deve orgulhar no namoro. Aí Benjamim!
A menina Marie Ulven Ringheim, ou seja, Girl in Red, é norueguesa mas os trejeitos são todos, sem excepção, aqueles de vedeta americana das redes sociais e dos digitalismos. Dizem que isto é indie-pop, que isto é dream-pop, mas isto é só mesmo chatice-pop de irritação crescente e sofrível, um incómodo que a menina acicatou na desistência - em vinte minutos fez questão de frisar duas vezes, sem razão aparente, a sua orientação sexual... Fomos ganhar vez para uma ida à praia.
Não fomos os únicos. A estreia dos Beach Fossils em Portugal (?) tinha já muitos em pré-marcação de espaço, o que nos surpreendeu e muito! Estacamos na parte central, mas logo ao fim do segundo tema percebemos que a escolha colidia com uma carreira de tiro de um inesperado crowd surf e de uma divertida concentração de fãs espanhóis e não só mais que prontos para a contenda, ou seja, para a moshada. Letras repetidas e antecipadas em coro foram, assim, uma constante de um concerto que nos engoliu, entre empurrões e encostos, pela satisfação, pela energia e, afinal, por uma espontaneidade a que a banda de Dustin Payseur chamou e saboreou como um inesperado figo. Ora aqui está uma primeira semente de partilha que, ou nos enganámos, irá dar frutos consecutivos!
O fenómeno Idles, que prevíamos caótico em 2018, não demorou a avolumar-se e ele aí está, grosso na atitude, perverso na mensagem, mas, caramba, imbatível na força e na corrente. Há razões mais que evidentes para o sucesso, já que uma reinvenção do punk, não sendo fácil, requer talento e muita, mas mesmo, muita luta insistente de que Joe Talbot é símbolo agitador e propagador nato, um pirómano nocturno que multiplicou correrias e agitações anárquicas de uma plateia sempre irrequieta e, ainda assim, respeitadora. Já chegamos a uma idade em que ver tamanha comunhão do cimo de uma colina é simples motivo para uma alegria inocente e fé num rock que tantas vezes já quiseram enterrar, mas que tantas vezes, as que forem eternamente necessárias, irá sempre renascer.
Como seria previsível, da excelência do filme "Opus", que documenta um abnegado esforço de Ryuichi Sakamoto, iria florir uma banda sonora que se impunha obrigatória e, ao mesmo tempo, magnífica.
Saído a semana passado na Milan Records, há agora um disco eterno com as vinte peças escolhidas de uma carreira para um último adeus ao piano, colecção impressionante de resiliência e talento de que estes dois pedaços, que aqui deixamos, são só uma réstia imensa de tocante perfeição!
Talvez o nome da norte-americana Margo Guryan (1937-2021) cause estranheza e justificado desconhecimento, mas o álbum "Take A Picture" de 1968, o único gravado em vida, é, ainda hoje, referência de uma carreira que se estendeu à produção de outros artistas, à escrita ou ao ensino do piano. Com a sua morte em 2021, depois de se ter acentuado na última década uma redescoberta das suas canções e composições, ficou prometido um disco de tributo que a editora Sub-Pop agendou para o último mês de Julho mas de que, até agora, são só conhecidas duas versões.
Em "Like Someone I Know: A Celebration Of Margo Guryan" juntam-se uma série de artistas e admiradores para reinterpretar a totalidade dos onze temas do referido "Take a Picture", destacando-se os nomes de Bedouine com Sylvie ("Can You Tell"), Frankie Cosmos and Good Morning ("Take a Picture"), Empress Of ("Someone I Know") ou os canadianos TOPS ("Sunday Morning") mas também, entre os mais conhecidos, Kate Bollinger e Margo Price, que realiza uma versão extra de "California Shake".
Parte dos lucros obtidos serão doados a instituições não lucrativas associadas à prevenção de saúde infantil, estando prometido o lançamento definitivo para 8 de Novembro, data que marca o terceiro aniversário da sua partida. O original "Take A Picture" será, entretanto, reeditado no final do corrente mês.
A estreia dos The Pains of Being At Heart com o álbum homónimo fará quinze anos em 2025 e há já digressão comemorativa pela Península Ibérica. A ronda terá dez concertos por Espanha que se estendem do final de Fevereiro até ao início de Março. Contudo, o tiro de partida da gira tem data portuense agendada para o M.Ou.Co. a 19 de Fevereiro, espaço onde Kip Berman, o líder e vocalista da banda, esteve para comparecer como seu projecto The Natvral em Maio de 2021, mas que uma série de mal entendidos o levou a tocar só para uns sortudos na loja Mercado 48.
Trata-se, assim, de um regresso a uma cidade que sempre recebeu os TPOBPAH de forma acolhedora, o que se prevê se irá repetir. A banda, reunida para o efeito com a formação inicial, promete não desiludir. Fica já o pedido: não se esqueçam de "Say No To Love" de 2010, que apesar de não fazer parte da estreia em LP, é uma das suas melhores canções e singles...
A nona edição do Jazz ao Largo - Festival de Jazz e Música Improvisada de Barcelos terá uma versão ao ar livre em Setembro, estando já definida a respectiva programação e ocupação. Todos os concertos serão de acesso gratuito.
Entre tantas coisas boas, destacamos, como não, a matinée marcada para o claustro da Câmara Municipal de Barcelos no dia 14 de Setembro, sábado pelas 17h00, onde o magos da bateria e guitarra Jim White e Marisa Anderson irão apresentar "Swallowrail", o segundo álbum colaborativo editado em Maio pela Thrill Jockey e que sucede a "The Quickening" de 2020.
Quando por aqui apresentamos o novo e magistral álbum "Here In The Pitch" de Jessica Pratt escrevemos que iríamos ficar à espera de um milagre, isto é, um concerto por perto. Esperamos até hoje por ele, embora sabendo que desde o mês passado estava já agendado um regresso a Lisboa no âmbito da segunda edição do Festival Vale Perdido que ocupa vários palcos e salas da capital no Outono.
Nada! Sem desdobramento a norte, o festival é, pois, o evento exclusivo para acolher, a 14 de Novembro no B.Leza, uma preciosa artista e as maravilhas que ela (con)têm. Qualquer esforço e sacrifício para lá chegar e ouvir (d)isto, terão bênção garantida... Beleza!
Faltava a Father John Misty uma compilação de êxitos da sua carreira convertida em cinco álbuns desde 2012. Não parecem muitos mas há por lá muito onde escolher e, por isso, decidiu-se por dezasseis canções óbvias incluídas em "Greatish Hits: I Followed My Dreams and My Dreams Said to Crawl" a que se junta, a terminar, um inédito surpreendente que Josh Tillman promete também irá fazer parte de um novo álbum de originais a editar antes do final do ano.
São oito minutos de puro deleite e gozo disco de título “I Guess Time Just Makes Fools of Us All” e que tem tudo para se converter num arrebatador e aditivo maxi-single de verão!
"Informing, educating and entertaining since 2009".
É esta a divisa que os britânicos Public Service Broadcasting afixam, não por acaso, no perfil oficial do seu facebook. Cada álbum, cada concerto, cada canção, cada video, contêm uma lição de bom gosto e sobriedade onde a história inglesa e os seus excelentes arquivos e documentos, são aproveitados pela banda para comporem, pela pesquisa e selecção, discos conceptuais como o último inspirado por um plano de arquitectura para Berlim ou inesquecíveis perfomances como a de 2023 com a BBC British Symphony Orchestra.
Uma nova viagem no tempo e na música se aproxima - "The Last Flight" é o nome de um álbum gravado no Jacamar Studio de Londres em Fevereiro e Março deste ano e nele se conta a história da aviadora americana Amelia Earhart e do seu fatal último voo, em 1937, depois de mais de vinte mil milhas sobre os cinco continentes. O avião Electra haveria de desaparecer, misteriosamente, perto da Howland Island no Pacífico, perdendo também a vida o navegador Fred Noonan.
O nome da aeronave deu já título ao primeiro single, mas o disco alcança ainda outras dimensões que examinam o carácter e a resiliência de Earhart, o seu fascínio pela vida e pelo momento, tudo transformado em canções polvilhadas de samples de registos de voz obtidas durante o referido voo e colaborações diversas. O tema mais recente a ser divulgado - "The South Atlantic" - conta com Kate Stables aka This Is The Kit e o disco, a sair em Outubro, têm notável versão de vinil zoetrope em pré-encomenda.
O duo Chromeo lançou este ano "Adult Contemporary", uma sexta insistência longa num descomprometido e moderno estilo funk que, há muito, não dispensamos e de que gostamos, sempre que possível, arrebanhar em sete polegadas matadores (o de "Bonafied Lovin" é já um clássico).
É por isso um sacrilégio não terem sido prensadas nenhumas rodelas pequenas de qualquer um dos três bombons de abaixo e de que "BTS" é um recheado exemplo de injustiça! Para bombar bem alto a qualquer hora e em qualquer lugar. Por isso, groove(m) umas BOAS FÉRIAS!
Ao longo de cinco anos, o sempre impressivo Fionn Regan tratou de, aos poucos, alinhar canções que só ele sabe fazer e que, como aconselhado, deverão ser ouvidas de fio a pavio e sem interrupções num género de nova narrativa chamada "O Avalanche".
Um primeiro capítulo, despertador, já por aqui foi folheado mas há agora um outro que desbrava uma inspiração e composição pela ilha de Maiorca - "Headphones" junta-se ao inicial "Islands" mas o conjunto sonoro de onze temas só terá disponibilidade total no primeiro dia de Novembro pela Nettwerk, tudo a tempo de uma já programada digressão pela Irlanda e Inglaterra.
Os três miúdos canadianos, agora não tão miúdos, BADBADNOTGOOD registaram em Fevereiro último, e numa única semana, uma série alargada de novos temas no Valentine Studios de Los Angeles com um destino definido - um álbum de jazz criativo, instrumental e certeiro com a ajuda de amigos e colaboradores habituais de palco ou sessões, a saber, o teclista Felix Fox-Pappa, o trompetista Kaelin Murphy, o percussionista Juan Carlos Medrano e o guitarrista de Tyler Lott.
O resultado final foi rotulado de "Mid Spiral" e está dividido em três partes - "Chaos", "Order" e "Growth" – já disponibilizadas digitalmente mas que terão edição de vinil duplo em Outubro pela XL Recordings.
O conjunto afigura-se de uma diversidade assinalável que perfura e preenche na perfeição dias de calor ou bruma, de nortada ou brisa de leste, passeios de fim de tarde ou regressos madrugadores a casa. Espiral+ar!
A trigésima terceira edição do Guimarães Jazz anunciada no dia de hoje tem na abertura um luxoso concerto - dia 7 de Novembro, quinta-feira, o trompetista Ambrose Akinmusire regressa à cidade, oito anos depois, para apresentar o colectivo "Honey from a Winter’s Stone”, projecto que só será estreado durante o próximo mês de Agosto em Los Angeles. Ao lado do Mivos String Quartet e de um conjunto de outros instrumentistas e vocalistas, espera-se uma perfomance criativa inesperada e irrepetível. Bilhetes já à venda.
Akinmusire editou no final do ano passado um excelente disco de subtil jazz clássico que, sem certezas, poderá ser eleito em algum momento para execução, mais um forte motivo para marcar presença.
Talvez se afigure pertinente perguntar se seria mesmo preciso um disco ao vivo de Bill Callahan. As tentativas anteriores nem sempre validaram da melhor forma a experiência a três dimensões que uma sala de concertos proporciona, havendo até casos de desastres inexplicáveis apesar de oficiais, mas uma nova insistência surge agora com o título de "Resuscitate!" via Drag City Records e é, no mínimo, um testemunho de inconformismo artístico.
Registado em plena digressão do álbum "YTI⅃AƎЯ" em Março de 2023, numa noite em Chicago ao lado de Jim White, Matt Kinsey, Nick Mazzarella, Pascal Kerong', Nathaniel Ballinger e o duo Joshua Abrams e Lisa Alvarado dos Natural Information Society, não há por aqui docinhos instrumentais ou veludos vocais mas sim uma mutação propositada dos temas que se agigantam num desfile poderoso de virtudes e méritos que, em boa hora e um mês depois, testemunhamos em pleno e esgotado Theatro Circo bracarense. Nas palavras de Callahan, esta transfiguração como que requisitava uma posteridade obrigatória, o que o próprio criador autorizou e promoveu de forma natural numa realidade restaurada, melhor, ressuscitada1
O disco regresso de Kelley Stoltz tem já um mês de gestação mas o percentil de crescimento afigura-se, como sempre, elevado. Pai tardio pela primeira vez aos cinquenta anos, encontramos Stoltz a insistir naquelas canções a roçar um psicadelismo que os anos oitenta preencheram de camadas pop irresistíveis, uma perfeição obstinada mais que testada ao longo dos dois últimos anos com a ajuda de Fred Barnes e Jason Falkner, guitarrista dos Jellyfish que surge em "Hide In A Song" e "Make Believer", dois dos doze novos temas.
Em "La Fleur" é na mesma Stoltz que toca, praticamente, todos os instrumentos e tem inspiração lírica no raio da pandemia, na política americana (tchhhh...) e na paternidade inesperada ("About Time" é um um assumido conto sonoro dedicado à filha). Há, contudo, outras histórias como a que envolve "Reni's Car", o primeiro single que rodopia sobre uma viagem por Manchester ao volante do carro do baterista dos Stone Roses, Alan John "Reni" Wren e com video rodado, parcialmente, no local original. O disco é o décimo oitavo de uma longa carreira e segue-se a "The Stlyst", mais uma obra prima saída em 2022.
Como anunciado, decorreu ontem o concerto promenade dedicado a Nick Drake, uma noite de celebração orquestral mas com várias surpresas e excelentes contribuições vocais em pleno Royal Albert Hall londrino. São mais de duas horas de magia, desde logo, bastante elogiadas e que se podem ouvir de fio a pavio através da gravação da BBC Sounds agora disponibilizada. Intemporal!
Em Setembro a Merge Records vai lançar "For Beginners: the Best of M. Ward", catorze canções retiradas dos discos que o cantor e compositor lançou na editora desde "Transfiguration of Vincent" de 2003.
Entre as escolhas estão verdadeiros clássicos vintage pop como "Chinese Translation" ou "Rollercoaster" mas também versões intemporais como "Let's Dance" de Bowie a que se junta uma inédita cover acústica de "Cry", êxito dos ingleses Godley & Creme de 1985 e que tem ajuda do trio australiano Folk Bitch Trio. Tudo preparadinho para iniciadores e não só!
O irrequieto Jack White, dono da Third Man Records e da respectiva fábrica de vinis, faz o que lhe apetece e ainda bem. Desta vez decidiu oferecer literalmente um novo álbum em, claro, vinil a todos os que entrarem lojas dentro de Nashville e Londres. A rodela tem treze canções, foi chamada de "No Name" e já se tornou raridade proibitiva. Quanto à versão digital, o próprio incentiva à descarga e irradiação. Vamos a isso...
Mesmo que pouca, a chuva levou à transferência do concerto de Ego Ella May para o salão nobre da Câmara matosinhense, ali mesmo ao lado do tradicional e único coreto jazzístico. O espaço encheu-se de gente, mais próxima e concentrada de um palco improvisado e algo frio pelo marmoreado que o cercava e pela inexistência de um qualquer jogo de luz. Compreensível, mas, ainda assim, condicionante.
A onda neo-soul e algo distante de uma jazz tradicional, tem na voz de May um calmante testado que é quase uma homenagem a outra Ella de flama eterna mas que, mesmo assim, nem sempre se mostrou primorosa no acerto. Notou-se, contudo, uma segurança e postura de simpatia natural e já assente em quase dez anos de discos e canções que espantam pela honestidade mas que estão longe de qualquer deslumbramento. Agradável, bem tocado e interpretado, o registo talvez necessite de um abanão idêntico ao que arriscou apresentar quando estreou uma nova canção de diferente mas bom caminho. Ella sabe...
A kora que Toumani Diabaté tocava não era só um instrumento. Era uma chave mestra de uma porta que se abria, estreita mas luminosa, para uma viagem pela transcendência que só a música permite e que têm em "The Mandé Variations" de 2008 uma plenitude inexplicável. Logo nesse ano, fomos ouvi-la a tanger na sala grande da Casa da Música - sozinho com a sua kora, Toumani conduziu-nos longe na magia e na vibração espiritual, um encantamento único e memorável.
Já nos camarins, o abraço, a simpatia e o sorriso contínuo, que a fotografia acima tão perto nos transposta,
como que selaram, afinal, que o maliano era mesmo deste mundo e que também era, e sempre será, para além de embaixador de uma música tradicional de longínquas gerações, um tesouro mundial que nunca perderá o brilho. Peace!
Dois dos melhores guitarristas da folk americana irão juntar-se em noite única e isso é imperdível - William Tyler e Ryley Walker tem aparição conjunta marcada para o dia 4 de Outubro próximo, sexta-feira, no GNRation bracarense, organização que lançou o desafio para uma partilha simultânea de canções instrumentais, cantadas ou sussurradas. Walker repete, assim, a presença no mesmo palco ocorrida em 2017. Os bilhetes já estão à venda...
A jovem saxofonista Jasmine Myra lançou recentemente "Rising", segundo álbum de originas na conceituada Gondwana Records, casa de Hania Rani ou dos Portico Quartet, que é um brinquinho de jazz subtil de texturas radiantes. Apresentá-lo ao vivo sugeria, pois, um risco ímplícito atendendo à produção preciosa de Matthew Halsall.
Certo é que o super-colectivo que assomou ao coreto, sete músicos que, na maioria dos casos, tocaram e gravaram o disco, deu ao concerto uma segurança de delicadeza surpreendente, um verdadeiro luxo analógico em tempos de
facilitismo digital, o que, ao ar livre e quase em plena natureza, se demonstrou abençoado e de fruição cimeira. À qualidade das peças, dos músicos e, já agora, do público, uma enorme vénia para quem fez o som e o calibrou numa tão grande superioridade e registo. Olha o nível!
A série de concertos promenade do Royal Albert de Londres para 2024, que começa na próxima sexta-feira, apresenta no programa deste ano uma soirée dedicada a Nick Drake denominada "An Orchestral Celebration" marcada para dia 24 de Julho, quarta-feira, pelas 19h30.
Canções como "River Man", "Cello Song" ou "Time Has Told Me" serão interpretadas pela BBC Symphony Orchestra conduzida pelo maestro Jules Buckley ao lado de um leque de artistas convidados e onde se contam Scott Matthews, Marika Hackman e as The Unthanks.
Prometida está a transmissão em directo pela BBC Radio 3 e a retransmissão futura via BBC Radio 2. Pena não haver indicações de nenhuma BBC TV. Isso é que era! Há mais de catorze anos foi assim...
Depois da surpresa de Maio passado e demonstrando, sempre, uma resiliência artística assinalável, os Field Music gravaram mais um disco de originais, o sucessor de "Flat White Moon" de 2020. Para "Limits of Language", o nono de originais, os manos Brewis não fizeram muitos planos, limitando-se a fazer valer o passado de algumas canções para chegarem a uma conclusão - a necessidade de um novo som e um novo alvo sonoro.
A primeira prova, "Six Weeks, Nine Wells", talvez explique, ou não, o que se pretende, mas são notórias novas texturas de sintetizadores e variantes da guitarra que aguçam a curiosidade e que, de olhos fechados, confirmarão o disco como mais uma pedrada pop que aqui pela casa teremos muito gosto e vontade em partir e repartir.
Entre a fina selecção de músicos que já subiram ao coreto do Jardim Basílio Teles, faltava a comparência do baterista inglês Moses Boyd, verdadeira instituição moderna do chamado jazz de fusão ou nu-jazz. Ao seu lado, três aliados nessa tarefa sempre aventureira de ir torneando e contornando os instrumentos em peças de efeito rodopiante, cada um deles com direito a destaque próprio em vários momentos mas onde a guitarra gingona de Artie Zaitz se evidenciou sempre fascinante na toada quase funk.
Foram, pois, muitos os momentos de perfeita simbiose a que o público, o sol e o arvoredo deram ainda mais colorido e sentido, uma sonoterapia de evidente vantagem terapêutica que se aconselha para todas as idades e maleitas e que se deve agradecer sem restrições. Os fortes aplausos e clamores prestados foram, por isso, todos mais que merecidos e sinceros, confirmando este Moses e respectivos parceiros como uns verdadeiros libertadores. Keep it free!
A extensa safra "I Am Not There Anymore" dos The Clientele continua, um ano depois, a fazer-se ouvir aqui pela casa de forma recorrente já que a fibra pop de que é feita têm qualidade mais que suficiente para ser esticada, na suavidade e sem desgaste, a qualquer verão.
Digressões e palcos não foram muitos desde aí, mas para assinalar o regresso aos E.U.A. para uma curta tournée, está prometida a reedição pela Merge Records de um sete polegadas só inicialmente disponível num concerto londrino de Janeiro passado e que ganha agora cor azul e disponibilidade global de quinhentas cópias. As canções incluídas são a maravilha "Claire's Not Real", o terceiro single retirado do disco, a que se junta o inédito "Still Corridor" no lado B, tema ainda sem streaming disponível. Encomendas aqui.
A carreira de Laura Marling já leva oito álbuns em quinze anos. Qual deles o melhor, qual deles o maior, qual deles o mais importante em cada momento para sua vida de trinta e quatro anos e que a chegada da pandemia, em 2020, levou à antecipação do álbum de nome "Song For a Daughter" dedicado a uma filha há muito suspirada e imaginada.
Nesse período e ao contrário da maioria, Marling resistiu à tentação de gravar novas canções, esperando por uma melhor oportunidade - o ano passado acabou por dar à luz uma menina, descobrindo depois as virtudes e as recompensas do embalo, da calma e dedicação à bebé, permitindo-lhe pegar na guitarra mais vezes e aperceber-se dessa bênção celestial que a natalidade aporta e transforma.
A nova canção "Patterns", enorme na sua transcendência, é pois o anúncio perfeito, desde quarta feira passada, de um disco maturado na ternura e de título "Patterns in Repeat", obra de uma artista, ainda e sempre, brilhante, com aparição agendada para final de Outubro. Magnífica!