terça-feira, 29 de abril de 2025

BADBADNOTGOOD GANHAM NORTE!


















Se é certo que os excelentes Badbadnotgood são visita recorrente ao nosso país, tendo já passado por Coura em 2017 e 2022, mais raro será vê-los em nome próprio e em sala de maravilhas a norte do país. Apontem: dia 22 de Junho, Domingo, o Theatro Circo é o destino obrigatório para fruir de todos os prazeres que o grande disco "Mid Spiral" (2024) contempla e a oportunidade perfeita para a sua consagração. O concerto acontece um dia depois da passagem do trio pelo festival Meo Kalorama de Lisboa e está integrado na milagrosa Braga Capital Portuguesa da Cultura 2025Good

Pena já não restar quase nenhum bilhete. Bad!

Entretanto e depois do viciante tema "Poeira Cósmica" com Tim Bernardes, os Badbadnotgood acabam de publicar "Found A Light (Beale Street)" com a colaboração da produtora e multi-instrumentista V.C.R. (Veronica Camille Ratliff), mais um inédito que sugere um futuro disco pleno de ajudas amigas. Not Bad! 


sábado, 26 de abril de 2025

UAUU #741

COLA, GOMA DOCE NA SOCORRO!

















Dois anos depois, os canadianos Cola regressam ao Porto para um concerto de final de tarde na loja Socorro - dia 16 de Junho (segunda-feira, 19h30) ou, em alternativa, no dia seguinte na Galeria Zé dos Bois em Lisboa. 

Entre as duas visitas, saiu na primavera passada o segundo álbum "The Gloss", uma maravilha crescente de bateria, baixo e guitarra a que a voz de Tim Darcy acentua na sedução e rendilho. Chamem-lhe um doce... gomado! Já há bilhetes.


sexta-feira, 25 de abril de 2025

(RE)LIDO #126





















7 POEMAS PARA CARLOS PAREDES
 
de Carlos Carranca. Lisboa: Edições Universitárias Lusófanas, 1996 
O centenário do nascimento de Carlos Paredes (1925-2004) que se comemora no corrente ano deveria ter já merecido outro destaque nesta casa. Afinal, Paredes é uma das nossas memórias mais longínquas no que a música diz respeito, nomeadamente, em cassete a rodar semanalmente lá por casa, onde o eco da guitarra se impregnou misteriosamente até aos nossos dias. Uma daquelas marcas que não há forma de limpar ou esquecer... ainda bem! 

Ao livro, de aparente grandeza e utilidade editado há meses, cruzamos esta singela publicação de 1996, uma terceira edição de uma homenagem de Carlos Carranca (1957-2019) ao mestre da guitarra em forma de poesia, aqui aumentada com um oitavo verso, mas mantendo os desenhos ilustrativos do escultor Rui Vasquez. 

Palavras simples, nostalgia imediata, levitações genuínas que evocam um país, uma cidade do Mondego, um dia inicial inteiro e limpo, um pai Artur, um filho Carlos e uma maravilhosa guitarra, ainda e sempre, com gente dentro...

SINGLES #58





















JOSÉ JORGE LETRIA 
Pare, Escute e Olhe / Arte Poética 
Portugal: Zip Zip, ZIP 3002 0/S, 1971 
As aventuras por França de um jovem José Jorge Letria assustado com o país em ditadura e na vertigem de uma guerra colonial, foram já relatados pelo próprio em forma de livro sincero. Fazer da música, daquela que interessava e incomodava nessa altura, só noutro lugar e, já agora, na companhia certa de José Mário Branco e de outros parceiros e cúmplices,     

No parisiense Strawberry Studios foi em 1971 registado "Até ao Pescoço", álbum de marcante estreia de um compositor inquieto e de vigorosa poesia, trabalho produzido por Manuel Jorge Veloso e arranjado por José Mário Branco. A intenção era romper com a sonoridade típica dos ditos "baladeiros", usando ambientes sonoros inovadores e timbres de risco assumido que o "prog-rock" ou a chamada "avantgarde" proporcionavam, para o que se contou com um bom naipe de músicos franceses e até de Francisco Fanhais. 

O disco haveria de sair no ano seguinte pela Zip Zip, etiqueta da Sassetti & Cª/Guilda da Música portuguesa e só teve reedição recente pela Tradisom, incluído que foi numa caixa com quatro das principais obras de Letria. O primeiro e marcante single foi este "Pare, Escute e Olhe" de intencional e anónima capa rubra, preta e branca onde se estiliza a prisão pelo arame farpado que era necessário cortar. Canta-se o desencanto, a revolta silenciosa que urgia promover e explica-se, na contra-capa, ao que se vêm - "É do Silêncio Que Vos Falo", assim, assumido, destemido, "(um certo silêncio, entenda-se), que se descobre a utilidade das palavras. O seu fogo. A sua forma exacta. A sua alucinante facilidade de chegar onde mais ninguém chega." Corajoso até ao pescoço!
    
O tema sofreu duas aparentes orquestrações - uma de guitarras vincadas e perfeitamente rock que sugere ser a que foi incluída no álbum (a de abaixo) e, uma outra, a do single antecipador, onde os riffs foram amainados e substituídos pelas teclas de um orgão eléctrico (Moog?) e uma toada mais ligeira. No lado B surgia "Arte Poética", tema em jeito de hino escolhido para encerrar o disco grande e com poema incisivo da escritora Hélia Correia, autoria ausente da rodela pequena e do seu invólucro, o que causou alguns mal entendidos...      

 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

DUETOS IMPROVÁVEIS #304

LUCY DACUS & HOZIER 
Bullseye (Dacus) 
Álbum “Forever Is A Feeling”, Geffen Records,
E.U.A., Março de 2025

terça-feira, 22 de abril de 2025

AZYMUTH MARCAM O PASSO!














Para o trio brasileiro Azymuth a perda do baterista Ivan "Mamão" Conti em 2023 parecia ser uma contingência de difícil superação. Contudo, e tal como aquando da partida de José Roberto Bertrami em 2012, teclista fundador, a revitalização do projecto acabou por ser considerada e liderada por Alex Malheiros, baixista original e, por sinal, o único membro fundador que esteve ausente da passagem notável por Espinho em 2022

Aí esteve presente Kiko Continentino, teclista de Milton Nascimento ou Djavan, que ao lado de Malheiros e de Renato Massa, baterista de Marcos Valle ou Ed Motta, se relançaram na direcção certa gravando no Rio de Janeiro um novo álbum para a Far Out chamado "Marca Passo". Sai a 6 de Junho.

Entre os onze novos temas contam-se "Last Summer In Rio", com a colaboração de Jean Paul "Bluey" Maunick dos ingleses Incognito, e "Arabutã", palavra Tupi-Guarani para denominar pau-brasil, uma árvore em perigo de extinção e um símbolo do valor e, também, da fragilidade da beleza natural do Brasil. Esta canção terá uma remistura a cargo de David Maunick, filho do referido Jean Paul e que edita e alinha pela mesma editora

O primeiro avanço "Andarai" comprova o acerto e o calibre longínquo de uma sonoridade sedutora e irresistível que se aconselha, sempre que possível, presencial e sem pacemaker, oportunidade agendada para o próximo dia 21 de Maio no MusicBox da capital.

quarta-feira, 16 de abril de 2025

YOUNG GUN SILVER FOX, UM PRAZER!





















Aproxima-se mais um álbum dos Young Gun Silver Fox, dupla que combina a voz de Andy Platts da banda de soul britânica Mamas Gun, e Shawn Lee, o multi-instrumentista devoto fã de soft rock dos anos 70. O resultado é sempre, diríamos, o mesmo, isto é, um puro prazer nostálgico e refrescante

O disco terá edição da Candlion Music no dia 3 de Maio e a respectiva digressão pela Europa central, mas sem inclinações desejadas para sul. Ah... e chama-se "Pleasure"! 

Nota: o mais recente single "Late Night Last Train" têm um "por trás da canção" que se resume à seguinte dúvida - uma música para conduzir à noite ou uma música para conduzir durante um dia de verão? Aceitam-se respostas.


UAUU #740

PANDA BEAR DE SECRETÁRIA!

terça-feira, 15 de abril de 2025

ADRIANNE LENKER, DUAS HORAS AO VIVO!















A próxima semana verá a edição de um álbum ao vivo de Adrianne Lenker onde se reúnem, em duas horas, quarenta e três canções, incluindo cinco inéditos como "Hapiness", o primeiro dos avanços. Os registos pertencem a três noites da "Bright Futur Tour" de Junho de 2024 no Revolution Hall de Portland, onde Lenker recebeu a ajuda de Nick Hakim no piano, Josefin Runsteen no violino e até do seu irmão mais pequeno Noah Lenker.

A selecção foi aprimorada pelo produtor e engenheiro, mas também amigo, Andrew Sarlo, ora clareando pormenores, ora nivelando exageros dos fãs. Algumas dos temas foram captados, mesmo assim, em momentos sem público ou no backstage

O disco terá versão digital e em cassete dupla pela 4AD em número limitado a quinhentas cópias... já esgotadas!  

domingo, 13 de abril de 2025

CHICO BERNARDES, Auditório Municipal de Esposende, 10 de Abril de 2025

Decorridos cinco anos sobre a primeira passagem de Chico Bernardes pelo país, período a que se acrescentou o disco "Outros Fios" (2024), o caminho parece, em definitivo, traçado. Como notado anteriormente, a toada envolve-se numa folk assumida cada vez mais na onda inglesa dos anos sessenta e setenta, sem tentações pela MPB ou bossa nova, sem que essa tendência seja sinal de uma qualquer fraqueza. 

A presença em palco ou a guitarra como companheira, permite imediatas comparações com o seu irmão Tim, mas será sempre fácil notar-lhes as diferenças, o que no caso de Chico se reduz no arrojo da composição e até na sua variedade, sendo difícil, à primeira audição, detectar quais são os temas do primeiro e homónimo disco e os mais recentes, complementaridade que o alinhamento escolhido uniu de forma nivelada. 

Talvez como excepção dessa regulação se possa apontar a magnífica versão de uma desconhecida "In a Mist" da autoria de um tal Duncan Browne, o que incentiva, sem dúvida, a sua redescoberta. Vincada nessa cover, esteve o domínio na execução da guitarra e o dedilhar irrepreensível das cordas, uma aptidão instrumental onde Chico se mostrou bastante evoluído e brilhante, talvez porque a pandemia lhe permitiu aprimorar uma técnica que, como confessado, um disco de Carlos Paredes roubado ao pai apressou na influência, imitação e veneração. 

O serão em Esposende, de plateia atenta e acolhedora, confirmou-se, assim, como um agradável momento de partilha e também de aferição de um estilo a que se reconhece, sem dificuldade, distinção, mas a que, talvez, um maior atrevimento permita elevar as canções de Chico Bernardes a um patamar de outra excelência.

sábado, 12 de abril de 2025

ANY NICK IS GOOD NICK!





















O primeiro e fundamental disco de estreia de Nick Drake, lançado há mais de cinquenta e cinco anos, terá edição em caixa em Julho - "The Making Of Five Leaves Left" contempla quatro rodelas, ora de CD ora de vinil, com demos ou canções, um total de trinta outakes nunca ouvidos! 

O novo conjunto foi masterizado por John Wood, produtor original dos três discos do mestre editados em vida, e terá por companhia um livro escrito por Neil Storey e Richard Morton Jack, autor da mais recente biografia oficial, onde se contam os detalhes de cada um dos temas e sua gravação. 

Existem já vários sites que aceitam pré-encomendas, sendo certo que a versão de vinil rondará sempre uma quantia de aquisição acima de cento e dez euros. Seja como for, any Nick is good Nick!

sexta-feira, 11 de abril de 2025

RECORD STORE PRAY!

Haverá, certamente, alguma coisa de bom por onde escolher entre os inúmeros lançamentos previstos para o Record Store Day de amanhã e até de outras edições, muitas, não contempladas na lista oficial

A reza é para que, pelo menos, dos oito exclusivos de abaixo, sobrem alguns exemplares a tempo de fazer crescer a colecção...

quinta-feira, 10 de abril de 2025

3X20 ABRIL

EFTERKLANG, Auditório de Espinho, 6 de Abril de 2025

Não são já poucas as vezes que os dinamarqueses Efterklang visitam o Porto ou os seus arredores para fazerem o que melhor sabem fazer - concertos de inspiração crescente, adoráveis na partilha e de repetida magia. Os vinte anos da banda e de discos, sem alterações no trio fundador, permitiram cimentar uma consistência instrumental e uma série infindável de canções pop onde o comodismo não tem sequer espaço para crescer. 

Entre a mão cheia de vezes em que marcamos presença, o facto de, pela primeira vez, o fazermos num final de tarde soalheiro de Domingo e bem instalados, isto é, sentados na plateia, permitiu-nos detectar e apreciar uma dimensão diferente da sonoridade que os Efterklang nos habituaram, como a que testamos e validamos em 2021. Para esta inédita fruição terá que ser notada a presença do baterista finlandês Tatu Rönkkö, amigo e parceiro no projecto paralelo Liima, também ele já apreciado a três dimensões, o que se traduziu numa intensa limpidez de propagação particularmente notória em temas novos do disco mais recente "Things We Have In Common" - "Plant" e "Animated Heart" foram, a esse nível, incandescentes. 

O alinhamento não esqueceu outros mais antigos de preferência popular, tal como "Sedna" ou "Supertanker", tendo sido a trilogia indispensável "The Ghost", "Modern Drift" e "Cutting Ice to Snow" deixada para o encore final onde a colaboração memorável do Ensemble Vocal da Escola Profissional de Música de Espinho deu a este último um brilho ainda mais cintilante. Antes, já o jovem colectivo feminino, e em nome próprio, tinha empolgado a plateia e, certamente, a própria banda, com a execução a capella do tradicional "Este Linho é Mourisco", nada a que, mesmo assim, os Efterklang não estejam acostumados pois são infindáveis as colaborações e interacções que amiúde promovem de surpresa

A longa prestação haveria de acabar em plena plateia em formato acústico e sem amplificação, marcando, desta forma, a última data da digressão iniciada em Janeiro e, também, apertando ainda mais um laço de gratidão com o público rendido pelas melhores razões - sem truques, sem exageros, os Efterklang são um caso sério de fidelidade criativa onde a única ambição é manter o gosto e a paixão pela música, da boa... Tak!

terça-feira, 8 de abril de 2025

SUZANNE VEGA, HOMENAGENS?

A sempre menina Suzanne Vega terá um álbum de canções já em Maio a que chamou "Flying With Angels", o primeiro de originais em onze anos e em que cada tema, como confessado, "decorre numa atmosfera de luta, luta para sobreviver, para falar, para dominar, para vencer, para escapar, para ajudar outra pessoa ou apenas viver". O disco terá edição na velhinha Cooking Vinyl inglesa. 

Surpreendente é "Chambermaid", a canção que hoje se deu a ouvir e que é um assumido e saboroso pastiche de "I Want You" de Bob Dylan, tema lançado em 1966 e incluído no eterno "Blonde on Blonde". Lírica fabulosa na aproximação, melodia repetidamente fresca, solo de guitarra magistral e aquele a la Cohen final literário "Don't forget to write"... Homenagens?


THE DIVINE COMEDY, DÉCIMO TERCEIRO CAPÍTULO!





















O décimo terceiro álbum de originais dos The Divine Comedy está agendado para 19 de Setembro próximo, a que se seguirá, no mês depois, uma digressão inglesa. O resto da Europa terá que aguardar por 2026 para acolher a sua apresentação ao vivo e que terá, previsivelmente, datas portuguesas. 

O disco foi gravado no Outono passado no clássico e mítico Abbey Road Studios de Londres, no qual foi pairando uma espirituosa onda de bom humor e, claro, a necessária melancolia e sombra que carrega a personalidade de Neil Hannon. Mortalidade, memórias ou relacionamentos, mas também a agitação política e social, tudo envolto de uma dita pop orquestral que só ele sabe fazer. 

Teremos, pois, em "Rainy Sunday Afternoon" mais um conjunto de canções vintage de que "Achilles", o primeiro single, é exemplar na tonalidade, na cadência e na imediata e cativante atracção auditiva. O novo trabalho está já em pré-encomenda em diversos formatos, constando da versão em CD duplo um exclusivo "Live In Paris & London". 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

NILS FRAHM, NOITE DEPOIS DO DIA!

O compositor Nils Frahm escolheu o nome de "Day" para o álbum de 2024, uma colecção de peças sozinho ao piano. Coincidência ou não, para o corrente ano, tempos, para já, cheios de nuvens negras e alguma escuridão, anuncia-se uma continuidade inversa, ou seja, "Night", cinco novas andamentos no mesmo modo com publicação agendada para dia 9 de Maio. 

No registo foi usado um Klavins M450, o maior piano vertical do mundo e que foi instalado em 2015 no seu estúdio Funkhaus de Berlin, sendo "Canton" o primeiro dos nocturnos a ser divulgado. Estas novas composições dão sequência ao álbum ao vivo "Paris" lançado em Dezembro último e que reúne um concerto de Frahm na Philarmonie da cidade ocorrido a 21 de Março de 2024. 

Prometida está uma versão conjunta dos dois originais em formato de CD com o lógico título de "Night & Day", reunindo a totalidade dos treze temas. 

MARK EITZEL & OCTETO DE CORDAS, Auditório de Espinho, 4 de Abril de 2025

Os últimos anos não têm sido nada fáceis para Mark Eitzel - sustos cardíacos em duplicado, discos confessadamente falhados ou abortados com Bernard Butler, ausência de contratos discográficos ou a recente tragédia colectiva e global que emana em catadupa da presidência americana. O desafio lançado para que as suas canções recebessem um tratamento de cordas foi, por isso, de imediata anuência e entusiasmo, o que permitiu esgotar a plateia de Espinho e levar a façanha a Lisboa e a Braga. 

Entre seis canções a solo e oito de orquestração propositada, mantiveram-se ao vivo os tradicionais tiques de comiseração, erros nos acordes ou um timbre de voz que, desde o início, parecia estar já perdido. Nada de estranho para quem já esteve presente noutras prestações do artista até no mesmo auditório (2014 ou 2017), ainda assim, trejeitos desta vez um pouco mais moderados atendendo a alguma da solenidade que o momento impunha aos jovens executantes e aos privilegiados ouvintes. 

A estreia do formato, de curto ensaio prévio e de teste por carimbar, evidenciou-se pungente no risco, engrandecedor na fruição e até gostosamente defeituoso na comparação com os originais, como o que pairou aquando de "Mission Rock Resort", facada sonora de beleza aterradora que um piano e um trompete ajudaram a crescer na estranheza e na melancolia. Mas "Firefly" ou "Western Sky", duas das canções clássicas em qualquer alinhamento de Eitzel, aguentaram na perfeição os arranjos seleccionados, permitindo evidenciar toda a maravilha das líricas e das melodias de um songbook antigo e sem pingo de arcaicidade. 

Para toda esta dádiva contribuiu o público de forma atenciosa, conivência que se estendeu, informal, a um respeito por um autor e compositor quase sempre elogiado pela imprensa especializada sem que, efectivamente, tamanho reconhecimento lhe tenha valido facilidades e desafogos ao longo de um carreira com mais de quarenta anos! 

A oportunidade que o Auditório de Espinho empreendeu, longe de uma recompensa, transformou-se, pois, numa celebração afectuosa e certeira sobre um compositor a que sempre demorou uma justiça artística, mas cuja gratidão terá de ser de inequívoca vénia e radiação. A terminar, sozinho e de guitarra em punho, "Blue and Grey Shirt" e "Why Won't you Stay" bastariam para selar, com distinção e louvor, uma hipotética mercê de "essencial". Parabéns aos promotores, professores e alunos e muito obrigado, como sempre, ao mestre Eitzel!       

sexta-feira, 4 de abril de 2025

FAZ HOJE (23) ANOS #97

 



















LAMBCHOP, Paradise Garage, Lisboa, 4 de Abril de 2002 
. Público, por Vítor Balenciano, fotografia de Eduardo Martins, 7 de Abril de 2002, p. 39

DUETOS IMPROVÁVEIS #303

JAPANESE BREAKFAST & JEFF BRIDGES 
Men in Bars (Zauner) 
Álbum "Melancholy Brunettes (& sad women)", 
Dead Oceans Records, E.U.A., Março de 2025

quarta-feira, 2 de abril de 2025

MARK EITZEL, CHAPEAU!

                                        fotografia: Pedro Correia/JN















Começa daqui a pouco, em Lisboa, o primeiro de três concertos de Mark Eitzel com um octeto de cordas. A esta programação inédita e imperdivel, soma-se, no dia de hoje, um bem-vindo destaque na comunicação social que se afigura até estranho para quem, como nós, vamos há muitos anos confirmando o desprezo com que Eitzel foi quase sempre brindado pelos media

Merece, por isso, elogio e leitura a reportagem/entrevista de página inteira da edição de hoje do Jornal de Notícias e o mesmo relevo que a RTP também lhe concedeu em canal aberto. Chapeau!

FAZ HOJE (24) ANOS #96





















THE DIVINE COMEDY, Coliseu do Porto, 2 de Abril de 2001
 
. Jornal de Notícias, fotografia de Leonel de Castro, 3 de Abril de 2001, última 
. Jornal de Notícias, 4 de Abril de 2001, p. 35 
. Jornal de Notícias, por José Manuel Simões, 4 de Abril de 2001, p. 36


terça-feira, 1 de abril de 2025

HARDY, EIS A QUESTÃO!















Já por diversas ocasiões sugerimos uma escuta completa a "La Question", disco maior que Françoise Hardy gravou com a brasileira Tuca em 1971. 

A história pormenorizada desta colaboração encontra-se devidamente tratada pela Wikipedia, mas sofreu recente actualização pela incontornável Pitchfork, que, a cada domingo, nos faz o favor de recordar um álbum do passado ainda com significado e eterna magia. Todas as oportunidade são, por isso, boas para o pôr a rodar...