Se houvesse prémio para as bandas mais irrequietas no panorama indie rock da última década, os Efterklang deveriam ocupar o pódio sem dificuldades. Discos com orquestras, concertos em jeito de epitáfio com direito a filme, rádios online, viagens etno-musicais por ilhas dinamarquesas ou colaborações diversas como as que o trio fundador decidiu inaugurar com o baterista finlandês Tatu Ronkko em 2016 sob o nome de Liima, são só alguns sinais dessa constante inquietude. O nosso país tem sido, aliás, um território previligiado para experiências e inspirações como as que Casper Clausen desenvolve actualmente por Lisboa e que teve já apresentação informal e algumas das canções que motivaram a estreia a norte dos Liima foram até compostas por Viseu ou pelo Funchal em tempos recentes, passando a fazer parte do álbum agora em rodagem chamado circunstancialmente "1982". Esse ano de nascimento de Clausen bem impresso no casaco desportivo com que se apresentou depois de despir o impermeável branco das primeiras canções, poderia ser uma simples marca para avivar memórias e suspirar nostalgias mas a música do novo disco vai muito mais longe nos trejeitos de época, alcançando uma sofisticação saborosa que foi recebida de braços abertos no espaço vimaranense. O último trabalho foi, por isso, o fio condutor do serão onde a bateria de Ronkko fez maravilhas, o baixo de Rasmus Stolberg encheu as canções de groove, as teclas e samples de Mads Bauer planaram a preceito e a boa disposição de Casper Clausen andou à solta entre microfones, piadas ou deambulações pelo público com direito a abraços como a que culminou a apresentação de "Amerika", uma das recordações do primeiro álbum. Excelente concerto, na altura certa e onde aquele ambiental "The Winner Takes It All" dos Abba a servir de adeus foi a cola (Liima em finlandês) certa para uma noite vitoriosa e memorável! Beside the victory that's her destiny...
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