quarta-feira, 14 de março de 2018

(RE)VISTO #69





















BETTY DAVIS: LA REINE DU FUNK
de Phil Cox, França, Canal Arte, Março de 2018
A história da mítica Betty Davis é ainda hoje um enigma obscuro. O seu desaparecimento após gravar vários álbuns de puro funk plenos de raiva e revolta é o resultado aparente de uma vida de alvoroço e obstinação que ganhou contornos depressivos após a relação com Miles Davis com quem tinha casado em 1968. A sua influência na música do marido é bem notória durante o chamado período eléctrico (1968-1975) da carreira do trompetista, marcando alterações na sua personalidade e até da sua forma de vestir, uma relação curta e tempestuosa mas que incluiu a produção e colaboração em discos impressionantes. A fama, essa já ninguém a podia apagar mercê das arrojadas e provocadoras actuações ao vivo, das canções sedutoras e irresistíveis e uma atitude de confronto impagável que escondia um desespero diluído em muitos fantasmas e negritudes.
Realizar um documentário sobre este percurso na procura de respostas é, sem dúvida, uma tarefa arrojada que o canal Arte, sempre atento, suportou sem receios mas que deixa algum travo a desilusão. Como primeira abordagem com o aparente beneplácito da própria artista, o documento é, mesmo assim, curioso e interessante apesar de um lirismo a mais que não retira mérito ao esforço. Seja como for, recomendável. (disponível em streaming directo até dia 5 de Abril).

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