Nos seis anos que separam a estreia dos Efterklang pelo Porto em 2013 até ao regresso na noite de quinta-feira a agenda do colectivo dinamarquês esteve quase sempre preenchida. Filmes, documentários, expedições, rádios online, digressões com orquestras, novos projectos como os Liima ou aventuras a solo como a de Casper Clausen pela margem Sul são o espelho de uma inquietude artística de notável arrojo que já merecia um regresso às origens traduzido na edição em Setembro passado de um álbum de originais, o quinto, cantado em dinamarquês e propositadamente chamado "Altid Sammon ", ou seja, "Always Together"!
Sempre juntos e para além do trio original, ao vivo a sofisticação envolve agora uma baterista, um guitarrista e teclista a que se junta uma inusitada pequena harpa horizontal e uns laivos de flauta que orquestram uma sonoridade fina e purificada de estirpe, diríamos, rara. Podem estranhar-se as palavras em dinamarquês mas apetece de imediato beber sem receio destas canções que ondulam num tal exotismo que nos impelem a cantá-las sem saber o significado dos refrões ou das frases para gáudio de um Casper rendido a um improvisado coro de assinalável tessitura vocal que fez de um tal "Havet Lofter Sig" um memorável recital de curta duração...
Ao libreto faltava, então, uma segunda parte de consagração onde desfilaram alguns dos temas suspirados por um público adulto e fielmente agarrado a antiguidades como "Alike" e "Sedna" ou a tesouros pop como "The Ghost". Todos saborosos, nostálgicos e refrescantes mas é ainda e sempre "Modern Drift" a vibrar por osmose a plateia e o palco num singular momento de partilha e agitação. Aos Efterklang só pedimos que durem para sempre!
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