A actuante e refrescante onda jazz que vêm de Londres já nos valeu este ano encontros imediatos com os Sons of Kemet, Nubya Garcia ou Joe Armon-Jones, exemplos de partilha artística de tradição clássica onde a renovação e fruição são o adubo do êxito. Os The Comet Is Coming são da mesma cidade mas a vibração é, para além de mais antiga (2013), de um desalinho intoxicante mais agitador onde o saxofone de King Shabaka Hutchings, a bateria de Betamax Max Hallett e as teclas e efeitos de Danalogue Dan Leavers nos empurram sem contemplações para impulsos perigosos.
A alienação provocada sugeriu uma qualquer pulverização do espaço com pozinhos energéticos de origem cósmica ou não fosse este um cometa que, apesar da proximidade terrena, ainda não saiu da nossa órbita emitindo uma fusão grandiosa de electrónica, psicadelismo e muito jazz. Nesta onda, adoramos os planantes "Unity", "The Softness Of The Present" ou "The Universe Wakes Up", este já no encore a sinalizar uma aterragem programada que nos colocou os pés no chão ao fim de duas horas de levitação em que outros enlevos mais expansivos nos fizeram apertar o cinto de (in)segurança desde o início da viagem. Como qualquer cometa que brilha na atmosfera, o efeito foi visível, tangível e muito, mas mesmo muito, revigorante! O cometa dá-nos asas...
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