Esta vida de artista não é fácil. Tocar à meia-noite, viagem de avião às 6h00 da matina para Barcelona para daqui a pouco subir outra vez ao palco. Resultado? Um Mark Eitzel acelerado e mais nervoso, sem contemplações ou histórias para contar e a trazer atrás de si o trio de músicos na rotação máxima. O alinhamento semelhante ao da noite anterior em Espinho, trouxe, no entanto, algumas novidades - tocou-se o "Patriot´s Heart", o "Bad Liquor" mesmo a acabar, estreou-se (mundialmente?) uma versão de "I'm Your Man" de Leonard Cohen e até uma surpreendente canção antiga e, talvez, ainda inédita dos American Music Club chamada "I Have Spent the Last Ten Years Trying to Waste Half An Hour". Tudo para conferir abaixo pela lente do amigo HugtheDj. E pronto, duas noites para "encher a barriga" e confortar a alma!
sábado, 31 de maio de 2014
sexta-feira, 30 de maio de 2014
MARK EITZEL, Auditório de Espinho, 29 de Maio de 2014
Foto de Duarte Silva
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Foto de Duarte Silva
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São já mais de trinta os anos de canções. São já muitos os altos e os baixos de uma carreira nem sempre reconhecida, mas onde a persistência tem servido continuamente de combustível inspirador. É certo que Mark Eitzel faz dela uma bandeira de resistência admirável que se reflecte nos discos que continua a editar, mas é em cima do palco que ela é desfraldada e agitada a todo o pano para gáudio de alguns fãs, nem sempre muitos, mas reconhecidamente fieis. Ontem, mais uma vez, confirmou-se a história. Em nítida fase positiva, longe de tempos de auto-comiseração e flagelo, deu gosto ver Eitzel sorridente, contente até, ao lado de um trio-banda que o envolve e respeita perante uma plateia de auditório quase completa e onde, notoriamente, muitos se estreavam para o ouvir. A voz, aquela voz, continua forte, sedutora e a não precisar de qualquer amplificação para contar, em canções, histórias de vida e de vidas. O mote de embalo foi dado com "What the World Holds Together", tema enorme que inicia as "The Konk Sessions", o disco europeu editado recentemente e onde o artista recria alguns clássicos e novos temas de forma quase jazzy. Mão no bolso do casaco, microfone ora perto ora longe da boca, seguem-se "Mission Rock" e "Apology For An Accident", assim, de enfiada, para nos atirar para canto sem demoras. Não faltaram, como sempre, comentários introdutórios, ora sarcásticos, ora confessionais, que podem ir do feitio dos sapatos, ao que esconde o título "I Love You But You're Dead", às desgraças que inspiraram "Why I'm Bullshit" ou o elogio traiçoeiro da cidade de Espinho traduzido no remoque "I love this city, is so depressing"! Quando ao trio de baixo, bateria e piano se juntou a guitarra do próprio, a leveza das canções saiu nitidamente prejudicada em alguns momentos mas Eitzel não quer e não quis saber. Há que perseguir o arrebatamento. Antes dos encores, "We All Have to Find Our Own Way Out" como que adiava uma despedida e enfiava a carapuça a alguns dos presentes a quem Eitzel prometeu retribuir o dinheiro da entrada por notório fastio. Nada disso, que faltavam, ora bem, dois incontornáveis clássicos cantados como se não houvesse amanhã: "Firefly" e "Western Sky" a tal canção que nos "lê a mente" e nos manda soletrar "Time for me to go away/I'll get a new name, I'll get a new face/Time for me to go away/No I don't belong in this place...". A luta continua mais logo em Guimarães.
Fotografias de Duarte Silva.
Full concert cortesia HugtheDJ.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
MARK EITZEL, IMPERDÍVEL... MESMO!
Hoje em Espinho, amanhã em Guimarães, não há desculpa - Mark Eitzel em dois concertos obrigatórios, a preços em desuso e onde certamente nos vamos divertir, surpreender e emocionar. Antes, nada como ler sobre as suas taras e manias confessadas ao jornal i e pôr as canções a rodar sem freio...
quarta-feira, 28 de maio de 2014
MESMO A TEMPO!
Está desde ontem disponível uma sessão exclusiva de Caetano Veloso gravada para o iTunes em Outubro passado no Rio de Janeiro. São oito canções renovadas por uma banda que junta os habituais Márcio Victor e Pedro Sá ao Baixista Danilo Tenebaum e ao baterista Nilton César. O registo, o primeiro de um artista brasileiro na série promovida pela mais famosa loja digital de música, funciona como um breve sumário de uma carreira já longa com canções de 1967 ("De Manhã") até 2009 ("Por Quem?"), passando por temas menos conhecidos ("Samba da Cabeça") ou a versão de "Cu-cu-ru-cu-cu Paloma" popularizada no filme "Habla Con Ella" de Pedro Almodóvar. Há ainda uma dedicatória especial a Devendra Banhart em "Lost In Paradise", tema incluído no "álbum branco" do artista registado em 1969 antes do exílio londrino. E é assim, com este magnífico aperitivo, que esperamos ansiosos a noite do próximo dia 5 de Junho no jardim primaveril do Parque da Cidade onde, certamente, o galo (en)cantará...
DUETOS IMPROVÁVEIS #187
ANNA CALVI & DAVID BYRNE
Strange Weather (Keren Ann)
EP "Strange Weather", Domino Records, Julho 2014
Strange Weather (Keren Ann)
EP "Strange Weather", Domino Records, Julho 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
segunda-feira, 26 de maio de 2014
PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #5
De volta à Rua 31 de Janeiro para tentar perceber a história da Casa Figueiredo. Não temos nenhuma recordação desta loja naquela rua e por isso decidimos investigar um pouco mais. O resultado foi, no mínimo, saboroso. Num magnífico artigo intitulado "Elementos para a história da rádio no Porto. Os 60 anos dos Emissores do Norte Reunidos" de Rogério Santos datado de 2013 e disponível online, encontramos estas duas referências que transcrevemos:
"A relação com os produtores e vendedores de discos era uma actividade essencial de um locutor-programador de rádio, como diz Carlos Silva: “Eu tinha muito gosto naquilo e comecei a interessar muita gente: o Arnaldo Trindade, a Rádio Triunfo, que eram produtores de discos. O Arnaldo Trindade tinha a representação em Portugal dos discos da Vogue. [...] o Figueiredo aqui da rua Santo António, que era malas, carteiras de senhora, também tinha uma secção de discos. [...] A partir dessa altura, todos os dias fazia a minha ronda pelas capelinhas. Ia ao Arnaldo Trindade, ia ao Figueiredo: «então, o que é que há de novo»? E eles emprestavam-me os discos para eu tocar e eu tocava as novidades todas. Claro, tocava e devolvia, tudo muito limpinho”. (...)
Ou seja, a Casa Figueiredo parece ter sido das primeiras lojas de vendas de discos da cidade e misturava o negócio com malas, carteiras e luvas, produtos aliás característicos desta artéria comercial, fornecendo novidades discográficas a algumas rádios da Invicta! Por volta de 1979 o negócio foi integrado numa nova empresa chamada Edisco que se viria a destacar na produção de cassetes como se pode ler aqui. O envelope de cima, certamente de uma época pós-25 Abril de 1974, altura em que a rua foi rebaptizada de 31 de Janeiro, não apresenta nomes de editoras ou dos seus representantes mas há no espólio da Biblioteca Nacional um catálogo de discos datado de 1955 da Casa Figueiredo referente à marca alemã Telefunken (vide aqui). Hoje, como muitas, o nº 74 é ocupado por uma loja de vestuário e mantêm-se a dúvida sobre a ligação desta Casa Figueiredo a uma outra do mesmo nome situada na Rua Passos Manuel e que vendia (vende?) papéis pintados. Será que também vendia discos?
Casa Figueiredo, Rua 31 de Janeiro, 74, Porto |
domingo, 25 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
BRINC DANCE DE VAYORKEN
Para esquecer agruras e contratempos, esta é mesmo uma canção-borboleta eficaz. A gente diverte-se imenso...
terça-feira, 20 de maio de 2014
LOBO #4
Unwound? White Hotel? Sim, são mesmo dois nomes de bandas "sem fama nem proveito" que António Sérgio arriscava lançar para o caldeirão sonoro do seu programa radiofónico e das quais nunca ouvimos uma única canção, o que pode ser aplicado a uma imensa maioria. Talvez por isso mesmo, o mestre deu-lhes um destaque em jeito de surpresa numa das suas crónicas de "O Independente" (22 de Junho) de 2001, juntando-as sem conexão aparente a não ser o tal "som alternativo" cuja extrema validade se pode confirmar abaixo. A este propósito não deixem de ler o último parágrafo destas "Notas Alternativas", uma constatação já com uma dúzia de anos mas, ainda assim, perfeitamente aplicável aos nossos dias... infelizmente!
segunda-feira, 19 de maio de 2014
sexta-feira, 16 de maio de 2014
A JOGAR EM CASA!
Habituados a "vasculhar" vinil sabe-se lá onde, amanhã teremos o privilégio de o fazer numa casa que muito bem conhecemos. No âmbito do Dia Internacional dos Museus que se celebra no Domingo, dia 18, o Flea Market joga pela antecipação, ocupando o exterior do edifício do Museu da Imprensa no Freixo já amanhã, sábado 17 a partir das 15h00, e para onde estão programadas uma série infindável de actividades paralelas. Apareçam!
quinta-feira, 15 de maio de 2014
FUTURE ISLANDS NO PORTO
Quando no mês de Março demos por aqui conta do novo álbum dos Future Islands estávamos longe de imaginar o seu rápido e viral sucesso. À conta da passagem pelo programa de Letterman e das bizarrias do vocalista Samuel Herring, a banda é hoje mais que requisitada para espectáculos e, nessa onda, surge agora a notícia da sua estreia na Invicta a 24 de Outubro próximo no palco do Hard Club. Queremos acreditar que a música e as canções falarão mais alto...
ANNA CALVI, VERSÕES CINCO ESTRELAS
Fazer versões de encantamento está no sangue de Anna Calvi. Ao vivo ou nos lados B dos singles a inglesa não se acanha e, de Springsteen a Elvis passando por Cohen, a façanha ganha quase sempre contornos de perfeição. O EP "Strange Weather" apontado para Julho é o espelho desse respeito pelo passado mas também o reconhecimento que, nos dias hoje, há artistas a merecer a sua admiração. Senão vejamos: o disco, produzido na companhia de Thomas Bartlett em Nova Iorque, terá covers de Connan Mockassin ("I'm the Man That Will Find You") onde conta com a ajuda de David Byrne, Suicide ("Ghost Rider") com Matt Johnson na bateria, Keren Ann ("Strange Weather") também com David Byrne, David Bowie ("Lady Grinning Soul") e FKA twigs ("Papi Pacify") com arranjos de Nico Muhly. Tudo, certamente, cinco estrelas!
quarta-feira, 14 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
GIL SCOTT-HERON, O MAIOR
A história está devidamente contada no site oficial por Richard Russell (ali na foto ao lado da lenda). Podemos atirar argumentos sobre o aproveitamento comercial, o timing da edição ou a pertinência do registo. Não restam é dúvidas quanto à grandeza de "Nothing New", um álbum póstumo de Gil Scott -Heron saído no Record Store Day na XL Recordings com um apanhado de canções de todo o seu reportório interpretadas ao piano e onde, entre comentários e conselhos, se eleva uma voz de arrepiar a alma. Soul, brother!
YOUNG E WHITE, FAZEDORES DE HISTÓRIA!
Ontem, no programa de Jimmy Fallon, juntaram-se Jack White e Neil Young para contar as peripécias de um disco de versões - "A Letter Home" - gravado num antigo estúdio/caixa de 1940 chamado "Voiceograph". O aparelho foi deslocado para o palco para ser usado na interpretação de "Since I Met You Baby" de Joe Hunter e no registo de uma versão de "Crazy", original de Willie Nelson, que acabou prensada em vinil na hora e chegou mesmo a ser tocado no final do programa. História ao vivo!
segunda-feira, 12 de maio de 2014
GARETH DICKSON, LUSO CONEXÕES
Sobre Gareth Dickson e as suas qualidades artísticas não restam muitas dúvidas. As recriações que o escocês executa de Nick Drake são hoje em dia imbatíveis mas as composições em nome próprio não lhes ficam nada atrás, um verdadeiro tesouro sonoro ainda a descobrir por muita gente mas já incluído em diversos filmes, séries ou spots publicitários. Uma dessas pequenas pérolas chamada "Cara" que repousa em "Collected Recordings" de 2009, disco entretanto reeditado em edição limitada o ano passado, tem a partir de hoje um simples mas notável video da autoria do português André Marques e onde participa a também actriz portuguesa Joana de Verona, o que atendendo ao título luso da canção acaba por ser uma parceria perfeita!
Gareth Dickson - Cara from André Marques on Vimeo.
Gareth Dickson - Cara from André Marques on Vimeo.
TAME IMPALA DE COPO CHEIO!
Sabem qual foi o disco mais vendido no último Record Store Day no conjunto das lojas independentes? Pois é, foi este fabuloso "Live Versions" dos Tame Impala onde se dão a conhecer nove versões ao vivo de temas antigos e novos da banda australiana gravados em Outubro do ano passado em Chicago. Potente e irresistível, o álbum aguça ainda mais a vontade de os ver em concerto, sabendo ainda por cima que a banda voltará pela terceira vez a Portugal a 17 de Julho para o SBSR do Meco! Celebremos, então...
sábado, 10 de maio de 2014
THE NOTWIST, É AGORA!
Deixem-se desse zapping inconsequente e sintonizem agora, sim, agora mesmo, o canal Arte que neste momento transmite um concerto inteirinho dos fabulosos The Notwist gravado em Janeiro passado em Paris. Rápido! (Repete dia 18 de Maio...)
quarta-feira, 7 de maio de 2014
JEHNNY BETH, UM ANO COM AS SAVAGES
Passou quase um ano desde que as Savages se estrearam no Primavera Sound portuense, uma noite memorável de música do lado de cá e do lado de lá do palco. Jenhnny Beth conta agora, na primeira pessoa, esta e outras histórias num texto sincero e confessional devidamente acompanhado por excelentes fotografias. Para ler e ver, obrigatoriamente!
JACK WHITE, O PROF. PARDAL DO VINIL #2
Já por aqui destacamos as invenções de Jack White no que diz respeito aos discos de vinil, às suas potencialidades e encantos. Surgem agora novas descobertas que conduziram ao baptizado ULTRA LP, uma saudável doidice aplicada ao novo álbum "Lazaretto" e que se "desdobra" assim...
sábado, 3 de maio de 2014
SHARON VAN ETTEN, A SEDUTORA
Ou nos enganamos muito ou o novo álbum "Are We There" de Sharon Van Etten é um forte candidato a disco do ano. Basta uma única e simples audição para a sedução ser imediata! Aqui fica um delicioso aperitivo...
FRAMED BEATLES!
Iniciado e pronto há meses, o quebra cabeças dos The Beatles só hoje foi colocado na moldura e na parede. Venha o próximo!
sexta-feira, 2 de maio de 2014
WILLIAM TYLER, NOVO EP
O disco "Impossible Truth" de William Tyler que o ano passado nos deu base sonora de eleição para algumas viagens, tem desde esta semana uma pequena sequela. O EP "Lost Colony" apresenta uma nova canção chamada "Whole New Dude" onde o guitarrista se junta a uma banda completa, confirmando o seu enorme talento e aproveitando a ainda para reinterpretar "We Can't Go Home Again", tema originalmente incluído no tal "Impossible Truth". Há ainda, para surpreender, uma versão de "Karussell", tema escrito por Michael Rother dos Neu! em 1977.
quinta-feira, 1 de maio de 2014
TRACEY THORN, SÃO PÉROLAS!
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