quarta-feira, 25 de novembro de 2015

BEACH HOUSE, Teatro Sá da Bandeira, Porto, 24 de Novembro de 2015















Um concerto ao vivo dos Beach House é e sempre será um momento especial. No nosso caso, já experimentamos uma primeira fila do Vila Flor vimaranense (2010), a frente de palco do Hard Club (2013) e escapamos propositadamente à enchente impraticável da tenda do Primavera Sound portuense (2012) por sentirmos que, lá está, o espaço inadequado tolheria de forma irremediável a tal especialidade da sua música. Ontem, na procura do melhor lugar, entrando e saindo dos camarotes e balcões do velhinho Sá da Bandeira, acabamos por não resistir à tentação de, desta vez, nos sentarmos de forma privilegiada sobre a beleza de uma plateia esgotada de um teatro centenário que assentava, previsivelmente, como o melhor dos palcos para as canções da banda. A opção acabou por ser mais que acertada. À bruma e à espessura rugosa das canções, novas e velhas, juntou-se um jogo de luz imparável que alia uma soturnidade e um brilhantismo aparentemente incompatíveis mas que os Beach House sempre souberam usar a seu grande favor. Se lhe adicionarmos um alinhamento quase sem mácula (ok, faltou o "Astronaut"), um som enorme e uma rouquidão de Victoria Legrand que todos seduz (mais aquele abanar do cabelo...), facilmente se percebe que o término da digressão culminou de forma apoteótica no coração do Porto, cidade que desde 2008 sempre recebeu de braços abertos o duo de Baltimore, facto que Legrand fez questão de frisar antes do inquietante "Irene" com que finaram o serão com a ajuda do guitarrista Daniel Wong. Esse carinho nitidamente correspondido poderá não ter já muito espaço para crescer mas, como se provou ontem, será eternamente especial... e aconchegante!
                         

















1 comentário:

aglidole disse...

Tudo na perfeição!
No fim, não resisti a ir felicitar o técnico de luz :)
Legrand, you rock! <3