sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

NADINE KHOURI, Maus Hábitos, 16 de Fevereiro de 2017

Na azáfama moderna em torno de novos artistas e os seus discos nem sempre tivemos a felicidade de ver concertos quase íntimos no momento certo. O nome de Jeff Buckley talvez seja paradigmático, com várias digressões europeias que passaram ao lado da Península Ibérica, mas há felizmente casos de que a Invicta se pode orgulhar como por exemplo os de Antony ou Beach House no Passos Manuel ou até Kurt Vile na mesma sala onde ontem Nadine Khouri se estreou em Portugal. Ao longo do serão, canção atrás de canção, as saudades, que muitas vezes só uns tempos depois acabam a moer a memória, surgiram quase instantaneamente e a fazer crescer a vontade de parar o tempo e, como se fosse possível, fazê-lo andar para trás! Sobre o sucesso do trio feminino em cima do palco e do enorme resultado sonoro que um violino uma guitarra e uma percussão minimalista conseguiram alcançar, a explicação talvez não seja fácil de definir mas teremos sempre a justificação, verdadeira, de que o disco "The Salted Air" que autora libanesa tem como cartão de visita é uma obra assinalável de composição mais que pronta a fazer mossa ao longo deste e de muitos outros anos. Se lhe juntarmos a simpatia do trio que se juntava em digressão pela primeira vez e até uma sedutora timidez que percorreu quase todo o concerto, está garantido que serão muitas as vezes que vamos acabar a carregar no play do registo quase negro de uma noite iluminada...        

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