A passagem de Ryley Walker por Paredes de Coura o ano passado talvez possa servir de explicação para a casa cheia de ontem em Braga, confirmando que a música ao vivo é ainda melhor forma dos artistas fazerem vingar as suas canções e darem a conhecer o seu trabalho. No caso de Walker a tarefa está facilitada por duas e inseparáveis razões: simpatia e boa disposição em doses certas - de referir que Walker teve sempre boas respostas e desafios por parte da plateia - e uma enorme qualidade de um reportório já credenciado, testado e aclamado. A dádiva, em véspera de feriado religioso a fervilhar nas imediações, prolongou-se por mais de noventa minutos de canções, muitas delas esticadas de forma quase irreconhecível em versão instrumental e onde a bateria se destacou pelo arrojo de recursos e sonoridades. Mas foi a voz, aquela voz, que se fez sempre notar particularmente quando, de regresso ao palco, fez soar Tim Hardin e, mesmo que a pedido da plateia, o maravilhoso "The Great and Undecided", tema obrigatório do último de originais e que teria sido um sacrilégio não ter feito parte do cerimonial. Uma noite intensa, brilhante e a merecer um brinde colectivo com muita Super Bock... fresquinha!
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