Coliseu do Porto, 26 de Março de 2008
O Porto de partida da digressão europeia dos Portishead teve no coliseu da Invicta o ancoradouro perfeito. Sala esgotada, ansiosa, tensa, que o atraso no início do concerto ainda mais agitou. Por fim, os renascidos embaixadores do trip-hop subiram ao palco e acalmaram (preencheram) todas as expectativas. A viagem começou por dois temas do novo disco – “Silence” e “Hunter” – para ter a primeira grande paragem com “Mysterions” cantado em coro. O cenário, sóbrio mas moderníssimo, recorre a câmaras que filmam a preto e branco os músicos, a bateria, os teclados ou outros pormenores que são projectados em três ecrans de fundo. A isto junta-se um jogo de luz simples mas bastante aconchegante. Notável, desde o primeiro tema, a voz de Gibbons, o seu trejeito quase desesperado de agarrar o microfone, a sua pose desajeitada e tímida com que agradece ao público ou com que vai bebendo continuamente de um copo de plástico. Uma década depois, as falhas são mínimas e o som envolvente está já a grande nível, mas ainda a requerer pequenos acertos. Misturando novas canções com alguns dos clássicos, os Portishead confirmam-se como uma banda fundamental e moderna na construção musical. Os temas mais antigos soam como frescos, sem data ou etiquetas – “Over”, “Glory Box”, “All Mine”, “Sour Times”, “Cowboys” permitem que a viagem/concerto seja feita quase sempre de olhos fechados pela maioria dos presentes. Momentos marcantes e especialmente arrepiantes foram ainda “Wandering Stars” tocado a trio quase acústico com uma Beth Gibbons sentada, “Only You” com aquele orgão maravilhoso (Farfisa?) no final e, claro, o indescritível e sudoestano “Roads” já no encore. Faltaram “It’s a fire” ou “It Could be Sweet” mas não se pode ter tudo... Os temas novos e numa primeira audição, parecerem-nos fantásticos e misteriosos que confirmam garantidamente um “Third” disco consistente e em crescendo. Dez anos de espera finalmente compensados e reconfortantes. Beth Gibbons não resistiu e tal como na Zambujeira, desceu para meio do público, tirou fotografias, abraçou e beijou fãs e de braços abertos no meio do palco gritou de forma sincera “We love Portugal”. Amor recíproco!
O Porto de partida da digressão europeia dos Portishead teve no coliseu da Invicta o ancoradouro perfeito. Sala esgotada, ansiosa, tensa, que o atraso no início do concerto ainda mais agitou. Por fim, os renascidos embaixadores do trip-hop subiram ao palco e acalmaram (preencheram) todas as expectativas. A viagem começou por dois temas do novo disco – “Silence” e “Hunter” – para ter a primeira grande paragem com “Mysterions” cantado em coro. O cenário, sóbrio mas moderníssimo, recorre a câmaras que filmam a preto e branco os músicos, a bateria, os teclados ou outros pormenores que são projectados em três ecrans de fundo. A isto junta-se um jogo de luz simples mas bastante aconchegante. Notável, desde o primeiro tema, a voz de Gibbons, o seu trejeito quase desesperado de agarrar o microfone, a sua pose desajeitada e tímida com que agradece ao público ou com que vai bebendo continuamente de um copo de plástico. Uma década depois, as falhas são mínimas e o som envolvente está já a grande nível, mas ainda a requerer pequenos acertos. Misturando novas canções com alguns dos clássicos, os Portishead confirmam-se como uma banda fundamental e moderna na construção musical. Os temas mais antigos soam como frescos, sem data ou etiquetas – “Over”, “Glory Box”, “All Mine”, “Sour Times”, “Cowboys” permitem que a viagem/concerto seja feita quase sempre de olhos fechados pela maioria dos presentes. Momentos marcantes e especialmente arrepiantes foram ainda “Wandering Stars” tocado a trio quase acústico com uma Beth Gibbons sentada, “Only You” com aquele orgão maravilhoso (Farfisa?) no final e, claro, o indescritível e sudoestano “Roads” já no encore. Faltaram “It’s a fire” ou “It Could be Sweet” mas não se pode ter tudo... Os temas novos e numa primeira audição, parecerem-nos fantásticos e misteriosos que confirmam garantidamente um “Third” disco consistente e em crescendo. Dez anos de espera finalmente compensados e reconfortantes. Beth Gibbons não resistiu e tal como na Zambujeira, desceu para meio do público, tirou fotografias, abraçou e beijou fãs e de braços abertos no meio do palco gritou de forma sincera “We love Portugal”. Amor recíproco!
2 comentários:
it was sweet!
C:)
magico
até agora o melhor concerto do ano
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