JOHN VANDERSLICE
Casa das Artes de VNFamalicão
Sábado, 01 de Março
O suplemento Ipsilon do jornal "Público" chamou à música de Vanderslice “folk esquisito” e previu que sua vinda Famalicão seria destinada a satisfazer a devoção de meia dúzia de fãs. Ora bem, no Sábado nada disto ficou provado e ainda bem! Venderslice, acompanhado por um baterista e um teclista, apresentou canções para uma pequena plateia de cinquenta pessoas, interessadas em descobrir a sua música e que, certamente, tão cedo não irá esquecer a ida à Casa das Artes. Desde melómanos ferrenhos, famílias em saida de sábado à noite ou grupos de amigos em pós-jantar convívio, todos tiveram oportunidade de ouvir e aplaudir um músico inspirado e inspirador a que não é alheia a muita experiência de palco e de música. Sem um baixista de raiz mas com um “moog” e teclados fantásticos, de esquisito na sua música, nada transpareceu. Chegados à frente do palco e em forma de semi-círculo, o trio apresentou-se de forma escorreita, respeitadora, sem exageros de poses ou truques. Vanderslice elogiou os técnicos de som num merecido reconhecimento à limpidez sonora e agradeceu aos promotores esta (rara) oportunidade. Numa hora e sem rodeios, brotaram canções de “Pixel Revolt” (2005) e, essencialmente, de "Emerald City” (2007). Brilharam os temas “The Tower” e “White Dove” com que terminou a actuação preliminar. Mas o melhor ainda estava para acontecer! Aquando do encore, preparou-se para circular em versão acústica pelo meio dos espectadores, mas numa acção “expontânea” (ou não...), decidiu subir todo o auditório, sair porta fora e transferir o “encore” para o foyer exterior. O público incrédulo, rapidamente o seguiu, descendo as escadas, juntando-se em roda, tipo “espectáculo de rua”, à volta dos músicos (ver fotos abaixo). Ali, em versão acústica e sem amplificação, um simples bombo, uma pequena concertina, uma guitarra acústica e a voz de Vanderslice em contínuo rodopio fizeram a festa, um momento que marcará para sempre o festival, mas também o local. Palmas e mais palmas para quinze minutos de magia e genealidade, num daqueles momentos inesquecíveis e que muitas vezes, invejosamente, ouvimos os outros contar. Desta vez estivemos lá! Nunca um nome de um festival soou tão bem - Afinidades!
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