segunda-feira, 16 de junho de 2008
SEBASTIEN TELLIER, Casa das Artes de VNFamalicão, 14 de Junho de 2008
Surpreendentemente, no palco da Casa das Artes a multiplicidade de teclados e microfones parecia não oferecer dúvidas – Sebastien Tellier trouxe a banda! O que se assistiu a seguir não é fácil de descrever, embora tenha sido muito bom ter estado lá. Sem termos de comparação prévios, apesar da actuação no Festival da Canção ter dado o lamiré, o espectáculo foi uma pândega controlada, num misto cool de stand-up comedie, rock-electro, baladas franco-italianas de sabor kitch e até algum hard rock. Houve quem não gostasse (leia-se o Público de hoje) ou quem esteja à espera de uma nova oportunidade para tirar dúvidas. Quanto a nós, este pintas chamado Tellier que caiu de pára-quedas em Famalicão, ofereceu um espectáculo irrepetível que a água “Evian com álcool” ajudou, definitivamente, a toldar e marinar. Com aquele ar de estrela quarentão abastado e despreocupado, apesar dos seus 33 anos, Tellier é um multi-intrumentista e compositor notável que uma ajuda chamada Daft Punk permitiu recentemente firmar. Sexuality, o disco novo, não engana – sexo em doses delicodoces e retro-chunga (basta ver a maravilhosa capa do disco...) como “Roche” (em jeito balada de verão e onde canta “je reve toi et moi/main dans la main/amours de Sebastien”!!!), “Pomme” ou “Une heure” e onde o já famoso festivaleiro “Divine”, tocado logo no início, funciona como cocktail gelado e um tributo adequado aos Beach Boys. De outros discos, sentado ao piano fez questão de introduzir maravilhosamente o já clássico “La ritournelle” à qual se juntou a banda momentos depois num climax perfeito. O encore arrancou com o intrumental “Sexual Sportswear” em jeito de êxtase prelongado e que alguns aproveitaram para dar azo à dança já mais próximo do palco. Num concerto que parecia não acabar, Tellier brincou com os músicos, contratados, segundo ele, por caridade, fumou e bebeu em doses perigosas, simulou diversas posições sexuais com o cinzeiro, o microfone ou o piano, em crescente matreirice e desconcertantes poses. Espectáculo soft-core divertido, reflexo certamente de uma vida intensamente desfrutada, mas onde a música continua, ainda bem, a ter o papel principal. Um grande (des)concerto!
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3 comentários:
Olá!
Já que não vens visitar as instalações da Editora, ao menos dá uma vista de olhos pelo espaço virtual, para veres o que andamos a fazer - que de virtual não tem nada... http://tectonuvens.blogspot.com/
Um abraço!
Teresa, não tenho desculpa! Mas está para breve... Já vi que as publicações são mais que muitas. Parabéns! Falta o tal livro de museologia industrial;-))
Bjos
Olá!
Tens razão, falta o livro, estou à espera que me entregues o ficheiro - até te faço um desconto e tudo!
Até breve! - espero.
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