segunda-feira, 4 de agosto de 2008

THE TEENAGERS + THE MARS VOLTA + DEUS, Festival Paredes de Coura, 2 de Agosto de 2008


Como não poderia deixar de ser, há que marcar o ponto! Em ano de colheita inconsistente, decidimos por uma deslocação cirúgica ao Alto Minho, acima de tudo para não perder os Mars Volta. E valeu a pena!

Descíamos o recinto quando os Teenagers faziam já a festa. Surpresa, já que a banda é realmente uma banda, com bateria, duas guitarras e um irrequieto vocalista que passou a maior parte do tempo junto do caloroso público. Os temas ganham ao vivo um som e atitude rock&roll, veja-se a t-shirt dos Sonic Youth do vocalista, os seus wayferer fashion e a Scarlett Johansson estampada na t-shirt do baixista. Incitou-se à dança, tocaram-se temas que muitos conheciam – “Starlett Johansson” logo a abrir e “Homecoming” a terminar, com um notável cheerleader em palco seleccionada entre algumas candidatas e que se portou à altura!

O que dizer do muito aguardado concerto dos Mars Volta? Numa palavra, brutal! Chamam-lhe rock progressivo mas o melting pot tem de tudo, do jazz, à fusão e ao free-rock, baladas clássicas ou solos intermináveis de guitarra. O primeiro tema, que durou quase trinta minutos, serviu para nos agarrar definitivamente ao palco, onde o pequeno maestro guitarrista Omar Rodrigues Lopez e o vocalista Cedric Zavala são o centro das atenções. Este último é um poço de energia, em movimentos e poses estudadas, saltos e cambalhotas e voz em falsetto tão ao jeito de Robert Plant. Os temas vão-se misturando uns nos outros, poucas pausas e conversas da “treta”, excepção para uma repreensão directa a alguns crowd-surfers mais afoitos a pôr em perigo a segurança de “inocentes”. No colectivo de oito músicos destaca-se ainda um baterista poderoso que bate em “tudo” ao mesmo tempo e um baixo do outro mundo, certeiro e envolvente. Ao fim de 90 minutos, sem encore, a viagem terminou e muitos continuavam de boca aberta, num concerto que Coura não vai mais esquecer. Tripante! Haja Deus! (Video HugTheDj)

Precisamente aos Deus cabia o difícil papel de manter o nível. Com uma legião de fãs assinalável, os belgas decidiram alinhar o azimute pelo passado. Contudo, “Favourite Game”, “Slow” ou “The Architect” do novo “Vantage Point” constituem um bom cartão de visita para o regresso e a sua apresentação em Coura teve resultado perfeito. Entre os mais antigos soaram, entre outros, “Nothing Really Ends”, “Instant Street” (lindo!), o inebriante “Suds and Soda” e “Roses” e "Serpentine" a terminar o encore, satisfazendo de forma competente e intensa as expectativas dos já “famintos” aficionados lusos. Tom Barman e companhia não deixaram assim os créditos por mãos alheias e o regresso está já prometido para Outubro. Era vê-los, mais tarde, no recinto em peregrinação pelos bares, “convertendo” novos fiéis ou recebendo o “beija-mão” de outros. Abençoado seja...

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