segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O TALENTO DE JUDEE SILL


A história repete-se, sempre, algumas vezes: a cantora e compositora americana Judee Sill, a primeira artista que David Geffen contratou para a sua editora Asylum Records no início dos anos 70, viria a falecer em 1979 devido a uma suposta overdose de heroína. Para trás, esquecidos, tinham ficado dois álbuns de originais (Judee Sill de 1971 e Heart Food, de 1973), mas a inabilidade para lidar com concertos e o insucesso comercial, levou a artista a retira-se e a refugiar-se na droga. A triste história, a fazer lembrar o percurso similar de Nick Drake (1948-1974), só em 2005 ganharia novos capítulos. Nesse ano, foram reeditados ambos os discos em CD com a inclusão de demos de um inacabado terceiro disco e diversas versões ao vivo, trabalho devidamente misturado por Jim O’ Rourke, admirador de longa data da sua música. Desde aí, a redescoberta do legado de Judee Sill permitiu, entre discos de duvidosa proveniência, a edição inédita de um álbum de canções interpretadas a solo na BBC inglesa (vide vídeo abaixo) em começo de carreira (Live in London: The BBC Recordings 1972-1973) e ainda uma compilação de 2006 da responsabilidade da Rhino Records.
A culminar um reconhecimento mais abrangente, surge agora um disco tributo (Crayon Angel: A Tribute To The Music Of…) promovido pela editora independente American Dust, que reúne interpretações de alguns dos magníficos originais por artistas como Final Fantasy, Nicolai Dunger, Ron Sexmith ou Daniel Rossen, a voz dos Grizzly Bear e Department of Eagles. A principal novidade é, no entanto, a inclusão de dois temas de que só se conheciam as pautas originais, mas das quais não havia versões originais gravadas. A tarefa de dar vida a estes inéditos coube a Beth Orton, com a bonita reinterpretação de “Reach for the Sky” e a Bill Callahan que, ajudado por um antigo namorado de Judee Sill, reescreveu a balada “Like A Rainbow”.

Um talento que urge descobrir a que nem os Fleet Foxes resistiram!



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