Sem novo álbum e, aparentemente, sem novos temas, o percurso de final de tarde fez-se de um apanhado de doze das muitas pérolas que Matthews vem gravando desde 2006 e que se encontram dispersas em sete discos de originais. O tempo tratou de as fazer ramificar num tronco comum que tem na distinção da composição um caso inexplicável de subestimação a merecer estudo e que faz, continuamente, com que as canções sejam motivo de adoração para os muitos que nunca as tinham escutado.
Em dois momentos, Matthews escolheu deixar o palco para, sem amplificação, pôr à prova esses atributos de encantador e logo em algum do seu melhor cancioneiro - "Home & Dry" e "Elusive", lado a lado com o público surpreendido, tiveram nas paredes quinhentistas um eco e um retorno de absoluta perfeição e de que talvez se acabe por obter cópia audível em (novo?) disco ao vivo.
De Vila Real de Santo António, à Guarda ou Portalegre, passando por Arcos de Valdevez, Ponte de Lima ou São João da Madeira, há que continuar a insistir em levar esta música e esta dádiva ao país inteiro, confirmando a fortuna que constitui a proximidade e a cumplicidade que se obtém e multiplica pela sua simples escuta e fruição. Não há, pois, desculpa para que estas visitas não sejam programadas num género de camaradagem anual, com ou sem microfones, com ou sem feeddbacks, com ou sem guitarras emprestadas, com ou sem reclamações de falhas nos alinhamentos (já agora, faltou o "Wait in The Car").
Cá te esperamos, Scott, de braços abertos nem que seja só para te congratular mais uma vez ou cantar os parabéns cinquentenários que se aproximam!
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