domingo, 12 de março de 2017

PASCAL PINON, Auditório de Espinho, 10 de Março de 2017

Mesmo distantes, sempre sentimos que a natureza e a paisagem islandesa tem na música uma extensão sensorial que múltiplas bandas e artistas nativos conseguiram espalhar magistralmente por todo o lado. As irmãs Akadóttir, duas jovens que adoptaram o nome de Pascal Pinon numa alusão a um artista circense de suposta dupla cabeça num só corpo, são só mais um perfeito exemplo dessa capacidade inconfundível de nos pôr a viajar de olhos fechados a partir da música mesmo que sejam canções ouvidas pela primeira vez. Ao leme da jornada de ontem esteve Jófridour, regressada ao norte do país por onde andou o ano passado, tendo sido a irmã Ásthildur substituída por uma discreta parceira de palco que, inexplicavelmente, não chegou a ser sequer apresentada... O cruzamento de temas antigos, canções do disco a solo e mesmo alguns inéditos por editar, permitiu à plateia a partilha de uma notável série de delicadas vibrações que alcançaram um patamar subliminar quando ao duo se juntou um quarteto de cordas constituído por jovens alunos da academia espinhense. Essa simples e esforçada contribuição deu ao concerto um tónico ainda mais precioso e entusiasmante, principalmente numa inesquecível "peça" intitulada provisoriamente de "My Work" e que deveria merecer uma apropriada edição oficial. Irrepetível e, por isso, único!    



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