I HATE MYSELF AND WANT TO DIE
The Most 52 Depressing Songs You’ve Ever Heard
Tom Reynolds, Hyperion, Nova Iorque, 2006
Escrever um livro sobre canções ditas depressivas não parece tarefa fácil. Tom Reynolds, autor da ousadia, pegou no título de uma canção dos Nirvana (diz-se que “I hate myself and...” era o título que Kurt Cobain queria dar ao álbum “In Utero”) e tratou pessoalmente de escolher 52 (?) canções que, supostamente, motivam desespero, tristeza e até suicídio. No livro, depois de uma pequena apresentação de cada tema, justifica-se a seguir porque é que ele é supostamente depressivo. Nem sempre, contudo, a argumentação é coerente ou justa, como em “Strange Fruit” de Billy Holliday. Noutros casos, um pouco de hilariedade e humor cáustico provocam algumas gargalhadas, como quando decide falar de “Confortably Numb” dos Pink Floyd, “I Will Always Love You” de Whitney Houston ou “My Immortal” dos Evanescence! Tratando-se de um selecção particulamente suigeneris, na qual estão incluidas canções que não conhecemos ou reconhecemos e que parecem ter sido seleccionadas de audições e memórias de infância, estranha-se que os Beatles, os Rolling Stones ou até os Velvet Underground sejam completamente ignorados. Estes monstros sagrados da história da música tinham, certamente, canções facilmente elegíveis. Ou seja, um livro com alguma piada e desequilibrado mas, obviamente, cínico e até mórbido. Merecia uma maior investigação sobre cada um dos temas, estando longe de constituir um bom exemplo de jornalismo musical ou de literatura humorística. Nem sempre uma canção dita depressiva é uma má canção (p.ex. “The River” de Springsteen” ou “Love Will Tear Us Apart” dos Joy Divison), tornando-se nalguns casos muito difícil reunir bons argumentos para o provar. Nota positiva para as excelentes ilustações a preto e branco de Stacey Earley mas que, infelizmente, são muito poucas... Esperemos que a nova proposta do autor recentemente publicada sobre canções de amor (Touch me, I’m sick: the 52 Creepiest Love Songs You've Ever Heard) apresente outra consistência.
The Most 52 Depressing Songs You’ve Ever Heard
Tom Reynolds, Hyperion, Nova Iorque, 2006
Escrever um livro sobre canções ditas depressivas não parece tarefa fácil. Tom Reynolds, autor da ousadia, pegou no título de uma canção dos Nirvana (diz-se que “I hate myself and...” era o título que Kurt Cobain queria dar ao álbum “In Utero”) e tratou pessoalmente de escolher 52 (?) canções que, supostamente, motivam desespero, tristeza e até suicídio. No livro, depois de uma pequena apresentação de cada tema, justifica-se a seguir porque é que ele é supostamente depressivo. Nem sempre, contudo, a argumentação é coerente ou justa, como em “Strange Fruit” de Billy Holliday. Noutros casos, um pouco de hilariedade e humor cáustico provocam algumas gargalhadas, como quando decide falar de “Confortably Numb” dos Pink Floyd, “I Will Always Love You” de Whitney Houston ou “My Immortal” dos Evanescence! Tratando-se de um selecção particulamente suigeneris, na qual estão incluidas canções que não conhecemos ou reconhecemos e que parecem ter sido seleccionadas de audições e memórias de infância, estranha-se que os Beatles, os Rolling Stones ou até os Velvet Underground sejam completamente ignorados. Estes monstros sagrados da história da música tinham, certamente, canções facilmente elegíveis. Ou seja, um livro com alguma piada e desequilibrado mas, obviamente, cínico e até mórbido. Merecia uma maior investigação sobre cada um dos temas, estando longe de constituir um bom exemplo de jornalismo musical ou de literatura humorística. Nem sempre uma canção dita depressiva é uma má canção (p.ex. “The River” de Springsteen” ou “Love Will Tear Us Apart” dos Joy Divison), tornando-se nalguns casos muito difícil reunir bons argumentos para o provar. Nota positiva para as excelentes ilustações a preto e branco de Stacey Earley mas que, infelizmente, são muito poucas... Esperemos que a nova proposta do autor recentemente publicada sobre canções de amor (Touch me, I’m sick: the 52 Creepiest Love Songs You've Ever Heard) apresente outra consistência.
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