sexta-feira, 11 de julho de 2008

GOGOL BORDELLO + THE HIVES + HERCULES & LOVE AFFAIR + RAGE AGAINST THE MACHINE, Festival Oeiras Alive, 10 de Julho de 2008


A prévia estratégia de “corrida” só em parte foi cumprida devido a alguns contratempos de última hora, o que fez atrasar e de que maneira a nossa entrada no recinto. Já os Gogol Bordello faziam a festa (+-22h00) quando, finalmente, mergulhamos no meio da multidão (40.000?) presente no Parque Marítimo de Algés, sendo verdadeiramente surpreendente a quantidade de nuestros hermanos presentes sob o efeito RATM! Para trás tinham ficado concertos que aguardavamos com expectativa, como os Spiritualized e MGMT, já que, quanto aos Vampire Weekend e National, estavam bem presentes os ainda recentes e insuperáveis (?) concertos na CDM e Aula Magna. Contudo, parece que perdemos qualquer coisa...

Bom, parte da festarola presenciada dos Gogol Bordello prova a vocação da banda para animar ou reanimar qualquer tipo de público. No caso, a massiva aliança ibérica de sangue quente presente não se rogou a bailaricos, palmas e alarido, só sendo pena que a distância entre o palco e o público seja prejudicial a uma temperatura ainda mais alta. Se fosse no palco secundário da tenda com toda a certeza se aplicaria a máxima “até a barraca abana”!

Os The Hives, pela segunda vez em Portugal são ao vivo um caso sério de rock & roll. Decidimos arriscar uma incursão pela frente do palco, mas a agitação em mosh e a contínua algazarra multiplicavam-se a cada canção iniciada: “Main Offender”, “Hate To Say I Told You So, “Walk Idiot Walk” e outros hits fizeram literalmente mazelas. Fãs são mais que muitos e ferrenhos, pelo que apostamos numa e pequena pausa para respirar e reabastecer e fomos espreitar os Hercules & Love Affair na tenda.

Em formato banda, com metais, baixo e bateria, o projecto tem a sua alma no duo ele e ela ou ela e ele, sendo principalmente ele (ela) o centro da atenções, num bambulear vistoso e estudado. Muita gente conhecedora e que não mais parou depois do must DFA disco/dançante que é “Blind”, mesmo sem a voz original de Antony Hegarty. No entanto, a receita ao vivo parece algo falível, sendo o produto final, em disco, por agora mais recomendável. Mesmo assim, um bom espectáculo.

Nunca fomos verdadeiramente acérrimos fãs dos Rage Against The Machine, mas não ficamos indiferentes ao primeiro disco e, mais tarde, a um esquecido mas surpreendente disco de versões. Ontem tinhamos alguma curiosidade, sem expectativas muito altas. Mas fomos surpreendidos! Os RATM tinham, à partida, o público na mão e podiam ter-se limitado a cumprir calendário ou a debitar canções porque muitos suspiravam há longos anos. Mas o que se viu e ouviu foi uma banda em plena forma, dando literalmente o litro. Os rios de suor que o quarteto fez escorrer pelo palco só foram, certamente, ultrapassados pela quantidade de cerveja ingerida em todo o recinto. Suor não faltou também do lado de cá, fruto de agitadores clássicos como “Guerrilla Radio”, “Bulls on Parade” ou “Killing in the name”, canção poderosamente extasiante e por isso guardada para o final. Não faltou também um fundo com a estrela revolucionária, uma bandeira do Che pendurada numa das colunas do palco e um elogio a Saramago, provando que, quinze anos depois e mais de três milhões de discos vendidos, a luta continua. Convencidos, unidos venceremos!

2 comentários:

O Puto disse...

Também cheguei atrasado e perdi parte dos concertos a que me propus assistir. Destaco os Hives (animais de palco) e os Hercules and Love Affair (o duo era constituido por duas raparigas).

José Miguel Neves disse...

o tal duo não é 100% feminino: o que parecia um rapaz é uma rapariga e a que parecia uma (boa) rapariga é de facto um rapaz... modificado!