domingo, 1 de novembro de 2009
ANTÓNIO SÉRGIO (1950-2009)
A rádio é tramada. Quase sempre as más notícias abrem os noticiários, mas a viagem continua. Hoje, pelo contrário, o anúncio seco da morte de António Sérgio fez-nos encostar o carro à berma e suster a respiração. Múltiplas recordações e memórias toldaram-nos o pensamento, num misto de surpresa e orfandade. Uma geração inteira tinha em António Sérgio uma referência educacional marcante, que nos ensinou a gostar de música, da boa música, tal e qual um bom professor que nunca vamos esquecer. No fundo, um ídolo silencioso que os mais novos nunca irão perceber e que hoje não existe. Ponto. Neste simples blog, temos dado conta desta lacuna nunca preenchida e por aqui lamentamos a suspensão do seu programa na Comercial em 2007, da sua força e constante luta solitária e chegamos, sem ironias, a propor que lhe fosse dada uma medalha. Agora é tarde. Nem um simples programa de rádio de âmbito nacional conseguimos que lhe fosse atribuído e foi com surpresa e satisfação que o vimos em Agosto passado, num momento raro de televisão, a contar histórias e algumas lamentações com aquela voz inesquecível que anunciava as canções e as bandas.
Recordamos hoje o Festival Sudoeste de 2004, quando saímos mais cedo da praia só para ir ver o Arthur Lee e os Love e dar de caras com o António Sérgio nas primeiras filas à espera do concerto. O Arthur Lee afinal não veio e o concerto traduziu-se num equívoco confrangedor. Na altura, não tivemos coragem de abordar o nosso ídolo, de lhe dizer o quanto o adimaravamos, de lhe dar um abraço sentido de reconhecimento e de junto a ele tirar uma fotografia. Pois bem, o abraço aqui vai e quanto à fotografia, ela estará para sempre bem impressa, com todas as cores, na nossa vida. Obrigada por tudo, Antonio Sérgio. Peace!
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