domingo, 18 de agosto de 2013

BLACK BOMBAIM + DUCKTAILS + PALMA VIOLETS + PHOSPHORESCENT + CALEXICO + BASS DRUM OF DEATH + BELLE AND SEBASTIAN + JUSTICE, Festival Paredes de Coura, 17 de Agosto de 2013
















Os Black Bombaim já mereciam um dia assim. Quase a jogar em casa, não se intimidaram pela grandeza do palco, pelo fim-de-tarde soalheiro e plateia atenta e ofereceram o que melhor sabem fazer: rock em catadupa, sem pausas para respirar que isto ainda agora está a começar e há que acordar os espíritos e fazer correr a cerveja.  

Dos Ducktails só esperávamos boas coisas. O álbum deste ano é um mimo e ao vivo as canções floriram em pouco tempo sem ser preciso quaisquer truques. O "Under Cover" deveria ser obrigatório em todas as esplanadas deste país! Quarenta cinco minutos de excelência. Ponto.  

Já ouvimos o disco dos Palma Violets uma meia dúzia de vezes e ainda não atinamos. O hype talvez seja merecido e esta era até uma boa oportunidade para o confirmar. Conclusão, muita parra e pouca uva, que os Clash não precisam de tributos tão forçados. Os miúdos, no entanto, adoraram!

Os festivais têm destas coisas, ou seja, surpresas. Os Phosphorescent de   Matthew Houck já cá andam há pelo menos dez anos mas nunca lhe pusemos os ouvidos em cima. Tenda cheia e muitos, como nós, sem arredar pé até ao fim para um notável momento de folk-rock americano de travo country. Gostamos mesmo muito. É bom dizer que sempre gostamos do Bob Seger!   

Descida rápida para junto dos Calexico em full-power! Trompetes indispensáveis, guitarradas a preceito e o mestre Convertino a fazer as delícias pela bateria. A plateia, já rendida, não tinha outro remédio que não fosse dançar mariachis tão bons ou as versões da praxe como as de Joy Division ("Love Will Tear Us Apart") ou dos Love ("Alone Again Or"). Uma grande banda que os portugueses bem conhecem e de que já tínhamos tantas saudades. Saboroso! 
  
Mais uma surpresa. Chamam-se Bass Drum Of Death é um trio clássico de garage rock e soam demasiado a Nirvana sem lhes chegaram, contudo, aos calcanhares. A julgar pela quantidade de crowd surf por minuto, estão encontrados os vencedores deste campeonato que ontem em Coura parecia ter dia de final.     

Os Belle And Sebastian de ontem foram muito, mas mesmo muito, melhores dos que vimos em Lisboa já lá vão sete anos. Som perfeito, um trio de cordas e trompete portugueses a ajudar à festa e um alinhamento veraneante e fresco para delírio de toda uma geração que não deixou de marcar presença e cantar, berrar mesmo, as letras das canções. O mestre Murdoch esteve irrequieto, bem disposto e in the mood o que ajudou à celebração com direito a invasão do palco aquando do magnífico "The Boy With The Arab Strap". Super-Pop!   

Quanto aos Justice em versão dj-set não temos comparações a fazer porque nunca os vimos ao vivo como deve ser, embora haja para aí um dvd ("A Cross The Universe") que permite tirar conclusões... Contudo, a quantidade de pó que se levantava na frente do palco sempre que as electrónicas ou loops cresciam demonstram o gáudio vivido por alguma da multidão sedenta de exercício e em nítido êxtase inapropriado. O duo francês tem bons discos, grandes temas de dança mas o que gostamos mesmo foi uma segunda parte do set com alguns hits alheios sem data, de George Michael às Supremes, passando pela Joan Jett de "I Love Rock Roll" ou os Queen de "Don't Stop Me Now" com que apagaram as luzes. Fica também a certeza que esta foi a primeira (e última?) vez que vimos uns poucos a fazer crowd surf intenso ao som de Marvin Gaye...            





















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