segunda-feira, 13 de julho de 2020

LIVE AID NUMA CANÇÃO!
















Na tarde de 13 de Julho de 1985, um sábado solarengo e quentinho, a viagem de autocarro até Campanhã foi feita em pulgas - o ajuntamento festivo de parte da turma do Liceu Rainha Santa Isabel em casa do amigo Zé tinha a música como motivo e a amizade como rastilho. A transmissão televisiva do "Live Aid" começou logo depois do almoço e o alinhamento das bandas e artistas prometia ser demolidor e inesquecível e, por isso, deixamos a rolar na "aparelhagem" a cassete de noventa minutos sintonizada na rádio que transmitia o evento.

Entre brincadeiras, comentários e copos, a turba da maralha não dava descanso a outras bocas, desafios e dança animada pelos U2, os Queen, o Bowie, os Stones ou a Madonna e só no dia a seguir, quando rebobinamos a fita sonora e nos sentamos concentrados no sofá, é que nos apercebemos da grandeza do momento: os U2 tinham entrado em palco, o António Sérgio a fazer os comentários em directo tinha pedido para nos ajoelharmos, e os de Dublin largaram o "Sunday Bloody Sunday" para incendiar uma multidão impressionante presente em Wembley. Depois veio o "Bad", doze minutos históricos, marcantes e imbatíveis já depurados minuto a minuto, onde aquele magnífico riff de guitarra do The Edge vai crescendo entre pitadas escolhidas a dedo de "Satellite of Love" de Lou Reed a começar e acabar ou, caramba, o "Ruby Tuesday" dos The Rolling Stones. Andamos semanas aturdidos a fazer um para frente e para trás incontável até a fita começar a dar sinais de desgaste. Faz hoje 35 anos mas, mesmo assim, ainda nos arrepia...

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