terça-feira, 12 de outubro de 2021

PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #27






















De regresso à Philcolândia, motivo de destaque no #2 desta rubrica, agora que nos chegou um envelope bem mais antigo e, convenientemente, em papel. O desenho/design aproxima-se em demasia ao que aqui trouxemos referente à loja Arnaldo Trindade da Rua de Santa Catarina mas as semelhanças não são uma circunstância - a Philcolândia pertencia ao mesmo dono e não é de estranhar a coincidência que se estende ainda ao que lá se vendia (electrodomésticos e discos das melhores editoras sinalizadas na embalagem). No seu interior, calhou-nos um single/EP italiano da Durium de 1960 com quatro temas do incontornável Marino Marini e o seu quarteto, uma sonoridade muito em voga na época. 

Confirmando a memória, deixamos aqui uma curiosa história disponibilizada pelo site O Covil do Vinil e que se refere a um single dos espanhóis Los Deltas de 1961, editado pela Orfeu de Arnaldo Trindade, cuja fotografia de capa a preto e branco foi obtida precisamente em frente à Philcolândia:

"Grupo espanhol que fez um interessante percurso no início da década de 60 em Portugal, ora contratado pelo Casino Estoril, ora participando em Festivais e Bailes de Finalistas. O primeiro registo no nosso país que se conhece foi editado em 1961 pela Orfeu / Arnaldo Trindade, e, pelo que se sabe, não foi o único. Também se conhecem EP’s editados pela Belter e pela A Voz do Dono. 

Marino Marini e Renato Carosone foram duas das principais influências dos Los Deltas, mas pelos vistos a música portuguesa (Conjuntos Walter Behrend, Pedro Osório, Mário Simões) ‎foram, de igual modo, quem mais influenciaram a sonoridade e o reportório do grupo. 

Neste EP há ainda uma curiosidade adicional, pois a fotografia da capa foi tirada na cidade do Porto, precisamente na Rua Magalhães Lemos, uma artéria mesmo ao lado do Cine-Teatro Rivoli onde se situava a Loja Arnaldo Trindade (Philcolândia) e propriedade do dono da editora Orfeu. Nessa loja, repleta de muitos frigoríficos, televisores, rádios e outras aparelhagens de som, havia lugar para várias prateleiras e móveis com centenas de discos nacionais e estrangeiros. Como era expectável, tinham à disposição dos clientes muito do catálogo da editora Orfeu, e, para os mais abonados, uma boa diversidade de albuns de Rock Progressivo e Folk (maioritariamente importados de Inglaterra). Uma das 3 vitrinas da loja exibia orgulhosamente as últimas novidades e muitos dos discos de Top.". 

Uma peça de colecção!

 
Philcolândia, Rua Dr. Magalhães Lemos, 87, Porto

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