Do lado do espectador e ouvinte, a perfomance acelerou a atenção nessa variação de recursos sonoros sem que o rabecão, em bom português, perdesse qualquer centralidade e primazia que o jogo de luz em palco fez o obséquio de envolver ricamente. Ao alinhamento sóbrio de temas dos dois discos até agora editados, o primeiro dos quais ("Verve" de 2019) com distinta nomeação para um Grammy, juntou-se um par de inéditos que confirmaram a permanente inquietação de uma música que resiste a separar purezas etéreas (analógicas) de sujidades e fluxos eléctricos (digitais), um limbo de incertezas que excedeu expectativas, surpreendeu pela coragem e levantou a melhor das dúvidas, ou seja, o que virá a seguir. Um disco com o Nils Frahm?
sábado, 30 de outubro de 2021
SEBASTIAN PLANO, Auditório de Espinho, 29 de Outubro de 2021
Vinte meses depois, o regresso presencial e insubstituível a um concerto ao vivo coincidiu com a estreia em Portugal de Sebastian Plano, ele que por cá já tinha andado a estudar violoncelo no conservatório nacional. Jovem promessa da chamada música contemporânea de influência clássica, a composição não é um fim em si mas um ponto de partida para uma ambiciosa instrumentação por camadas que uma série de aparelhagens permitem por sobreposição ou loop. Para o efeito, serve-se de um teclado, de um jogo de pedais, de um inédito duplo pad instalado no corpo do violoncelo e até da voz que faz vibrar no próprio instrumento em elevação ao jeito de ritual de cerimónia. Mas, será possível tanta autosuficência?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário