Não se estranha por isso que um disco chamado "Lucinda Williams Sings the Beatles From Abbey Road" tenha saído a semana passada, mais uma colecção, a sétima, de versões que a cantora de Nashville tem dedicado a bandas e artistas preferidos, um género de "jukebox series" iniciadas durante a pandemia e que já contemplou vénias a Bob Dylan, The Rolling Stones ou Tom Petty. Todas a funcionar como uma terapia curadora de um ataque cardíaco que nunca mais lhe permitiu tocar guitarra, mas que lhe manteve a força para continuar a compor, gravar e cantar.
Aquando de um série de concertos em Londres, a sugestão do marido para que o registo fosse nos Abbey Road Studios, local mítico donde os The Beatles emanaram a maior parte dos hits planetários, parecia tola. Certo é que ela se tornou uma das primeiras a gravar os Fab Four na casa, na sala de estar, dos Fab Four, sendo a maior dificuldade escolher que canções eleger entre os dois centos que os de Liverpool germinaram.
Doze era o número pré-definido e a melhor estratégia seria concentrar a seleccção no tal período inicial e de descoberta dos The Beatles, mas tornou-se irresistível e tentador estender a recriação a mais recentes fases, sendo por isso que o álbum contempla canções como "Something", "Let It Be", "While My Guitar Gently Weeps" ou "Yer Blues". Apesar de ouvidas milhares de vezes, Williams confessa a sua dificuldade em cantá-las. A classe, contudo, com que o faz é magistral e até surpreendente. Fab!
Sem comentários:
Enviar um comentário