segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

LUCINDA WILLIAMS, A MANIA DOS BEATLES!





















Em 1963, aos dez anos de idade e a viver a infância em Santiago do Chile, Lucinda Williams foi uma das muitas crianças fascinada com o fenómeno The Beatles. Ouvidos pregados ao rádio, posters colados na parede, recortes contínuos de notícias e fotografias dos jornais ou revistas e paixonetas por Paul McCartney ou Georges Harrison. Da Beetlemania, infecciosa, não mais se livrou... 

Não se estranha por isso que um disco chamado "Lucinda Williams Sings the Beatles From Abbey Road" tenha saído a semana passada, mais uma colecção, a sétima, de versões que a cantora de Nashville tem dedicado a bandas e artistas preferidos, um género de "jukebox series" iniciadas durante a pandemia e que já contemplou vénias a Bob Dylan, The Rolling Stones ou Tom Petty. Todas a funcionar como uma terapia curadora de um ataque cardíaco que nunca mais lhe permitiu tocar guitarra, mas que lhe manteve a força para continuar a compor, gravar e cantar. 

Aquando de um série de concertos em Londres, a sugestão do marido para que o registo fosse nos Abbey Road Studios, local mítico donde os The Beatles emanaram a maior parte dos hits planetários, parecia tola. Certo é que ela se tornou uma das primeiras a gravar os Fab Four na casa, na sala de estar, dos Fab Four, sendo a maior dificuldade escolher que canções eleger entre os dois centos que os de Liverpool germinaram. 

Doze era o número pré-definido e a melhor estratégia seria concentrar a seleccção no tal período inicial e de descoberta dos The Beatles, mas tornou-se irresistível e tentador estender a recriação a mais recentes fases, sendo por isso que o álbum contempla canções como "Something", "Let It Be", "While My Guitar Gently Weeps" ou "Yer Blues". Apesar de ouvidas milhares de vezes, Williams confessa a sua dificuldade em cantá-las. A classe, contudo, com que o faz é magistral e até surpreendente. Fab!



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