Com direito a banda de quatro músicos, uma fórmula bem diferente daquela em que o vimos pela primeira vez ao vivo (tchhhh, 2007!) ou ao lado de Sonic Boom com que regressou ao Porto há dois anos, a noite haveria de confirmar a plenitude de uma receita multi-sonora de profundeza desconhecida e infinita, tendo o mergulho contemplado novos e velhos temas, sem que o tempo pareça que os separe.
A tudo se poderá chamar, simplesmente, pop, mas o patamar de psicadelismo que a rodeia é de uma fertilidade criativa de indisfarçável espanto e que só alguma pobreza da amplificação não permitiu alastrar ainda mais. A contínua acrobacia das canções, como que unidas por uma liquefacção instrumental, tanto sugere ser válida para ambientes nocturnos e madrugadores ou para fins-de tarde ao ar livre de brisa fresca, variação que caberia libertadora, imaginámos, num qualquer festival de verão apetitoso.
Tamanha reinvenção, seja onde for, deverá anunciar-se como irresistível e excepcional ou não fosse a arca deste Noah uma das mais antigas, das presentes e das futuras tábuas da salvação da música.
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