quinta-feira, 13 de novembro de 2025

ONEOHTRIX POINT NEVER, Theatro Circo, Braga, 9 de Novembro de 2025

                                             Fotografia: facebook do Thetaro Circo
















Já lá vai um quarteirão de anos quando no já demolido Cinema Terço do Porto se assistiu à estreia dos Thievery Corporation na Invicta. Na nossa inocência, saímos da sala desanimados com a prestação, melhor, a atitude da dupla norte-americana: atrás de uma vistosa mesa de aparelhagens, Garza e Hilton, sorridentes, divertiram-se em conversas, ginga-gingas e umas passas em cigarros, deixando a música pré-gravada correr sem pejo enquanto uma cantora e outros figurões na frente de palco faziam um papelão dispensável. Ficamos vacinados. 

Comparecer, por isso, a um dito concerto de Daniel Lopatin aka Oneohtrix Point Never em sala grande, distinta e nobre como a de Braga será um eufemismo que os tempos performativos foram diluindo. O género de música sintetizada que o artista tem desenvolvido nos últimos quinze anos aproxima-o a um condão efectivo de bom gosto e transcendência que tem alimentado bandas-bonoras de acutilância e mistério, capacidades que outros inovadores como Anohni, David Byrne, James Blake ou o saudoso Ryuichi Sakamoto não dispensaram para fazer abrir novos caminnhos sonoros. 

O motivo da, dita assim, perfomance chama-se "Tranquilizer", um novo álbum a sair para semana na Warp Records, e o serão do Domingo serviu com uma refinada e antecipada listening party colectiva da totalidade das quinze peças, a que se juntou uma notável imersão visual da responsabilidade de Freeka Tet, entremeada por fumarolas e strobes que nos pareceram de exagero desnecessário, talvez porque já não estamos há muito habituados a isto das noitadas e das batidas... 

O disco e os videos, contudo, são de justa e, sem esforço, recomendada fruição.



 

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