terça-feira, 31 de março de 2009

COM AMOR


O próximo Clubbing da Casa da Música conta com Legendary Tiger Man e os uns sedutores Magic Numbers. Mas da programação extensa do próximo sábado, destaca-se ainda uma homenagem ao malogrado Arthur Lee, músico venerado por estas bandas. Na Sala Roxa, Álvaro Costa apresenta uma noite evocativa intitulada Arthur Lee, o profeta da escuridão, na terra da paz e do amor. Por lá passará, presumivelmente, o documentário “Love Story” editado em 2008, onde se faz a história e histórias dos Love, bem como algumas conversas gravadas com Barney Hoskins, autor do magnífico livro “Arthur Lee – Alone Again”. É às 23h00. Uma noite de céus laranja

LUNARIDADES #98


. é a invasão 80: Madness, Spandau Ballet, Tubes, Foreigner, Ac/Dc, Kim Wilde, Rick Astley, Belinda Carlisle, ABC, Curiosity Killed The Cat, Nick Kershaw… Assusta um pouco!

. acabamos de acompanhar uma visita especial de Manoel de Oliveira pelas salas e exposições do Museu da Imprensa! Notável a vivacidade, lucidez e humor de um vulto vivo da nossa história e que lamentou, profundamente, que a cidade do Porto não tenha uma única sala de cinema a funcionar. É triste, mas é verdade!

. parece que Carlos Queirós só vai cortar a barba quando Portugal marcar dois golos! Pelo andar da carruagem, só se for na própria baliza…

. a nossa querida Scarlett decidiu emagrecer e há quem diga que parte do charme se perdeu! Para nós, está na mesma bem, mesmo muito bem…

segunda-feira, 30 de março de 2009

45 DISCOS DEPOIS...


Já roda o 46º disco de Bob Dylan. Sai dia 28 de Abril e o primeiro tema serve já para se entranhar

MOCKY CLÁSSICO


Gostamos muito dos discos do canadiano Mocky, uma mistura bem doseada de electro e hip-hop, com pitadinhas de soul. Brilhante compositor e produtor, com amizades antigas com Feist, Jamie Lidell ou Gonzalez, decidiu-se agora por um novo rumo. Durante duas semanas acampou no Ferber Studios parisiense, local onde Gainsbourg ou Nina Simone se inspiraram, e gravou um disco totalmente acústico! Deu-lhe o nome de “Saskamodie” e sai pela primeira vez na editora Crammed Discs. Alguns dos habituais cúmplices, como Taylor Savvy ou os já citados Gonzales, Lidell e Feist, dão uma ajudinha em alguns instrumentos e vozes e o resultado parece ser surpreendente. Um imprevisto disco de jazz e soul clássico, a ser rodado ao vivo com a Saskamodie Orchestra na companhia de um quarteto de cordas e que é apresentado desta forma hilariante…

sexta-feira, 27 de março de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #88

WILL FERRELL & DAVE GROHL
Leather and Lace (Stevie Nicks)
Concerto de beneficiência para 826LA.org

Los Angels, Janeiro de 2007

AMAZING GRACE: O DVD!


Da anunciada evocação dos quinze anos sobre a edição do album “Grace” de Jeff Buckley (disco de ouro em Portugal!) prevista para o mês de Junho, não prestamos muita atenção a um pormenor curioso. É que das diversas edições de “Grace Around the World”, nome da compilação e DVD a editar produzida por Mary Guilbert, mãe de Jeff, há uma, por sinal a versão luxuosa, que incluirá, finalmente, o DVD referente ao documentário “Amazing Grace”! Este filme, estreado em Portugal no Festival de Cinema e Video Jovem de Espinho em Março de 2005, sofreu sucessivos adiamentos e complicações legais, apesar de diversas vezes ter sido anunciada a sua disponibilização. Trata-se de uma visão pessoal do trajecto de Buckley realizada por dois devotos fãs e que inclui inúmeros testemunhos e imagens inéditas e que foi aclamado e premiado em diversos festivais internacionais. O filme, realizado há já cinco anos, nunca passou em televisão, nunca estreou em sala e dele, nem em tempos de apogeu do Youtube, se conhecem imagens ou trailers. Amazing!

THE RUBY SUNS, Salão Brazil, Coimbra, 26 de Março de 2009

O álbum “Sean Lion” dos neo-zelandeses The Ruby Suns editado em 2008 fez parte de algumas das mais prestigiadas listas publicadas pela imprensa especializada. Uma mistura de influências e ritmos faz do disco um testemunho evidente dos novos trilhos da pop, com brilhantes e arrojados arranjos e vozes. Havia, assim, muita curiosidade em perceber como é que ao vivo, tamanha confluência e ambiente poderiam ser executados. Os The Ruby Suns foram já uma verdadeira banda, com guitarras e bateria, mas ultimamente as apresentações ficaram reduzidas a um duo ele e ela que junta Ryan McPhun a Amee Robinson. Surpreendentemente, em Coimbra a dupla manteve-se, mas no lugar da cantora surgiu um novo (?) compincha. Ao longo de uma hora e perante um espaço quase repleto, o concerto começou morno, mas não foi preciso esperar muito para que o ambiente aquecesse. Juntando loops e bases pré-gravadas a cadências rítmicas fortes, o balanço foi irresistível principalmente nos temas “Tane Mahuta”, cantada em Mãori , “These Are Birds” e “Oh!Mojave”, floreado do deserto verdadeiramente encantador. Uma noite que se poderá titular de solarenga, num Salão Brazil tão acolhedor e informal que nunca como ontem fez jus ao nome. Uma viagem luminosa pelo mundo da música, que apesar dos imensos aplausos e insistências haveria de terminar por falta de canções. Mesmo assim, no encore houve tempo para dois novos temas, sendo um deles um instrumental composto e ensaiado no próprio dia de ontem e que serviu de apoteose energética. A festa continua logo à noite no bar portuense Maus Hábitos!

quinta-feira, 26 de março de 2009

PRIMA DONNA ESTREIA EM MANCHESTER



Depois de rejeitada pelo New York Met, após Rufus Wainwright se ter recusado em trocar o libreto de francês para inglês, a ópera “Prima Donna” terá estreia absoluta durante o próximo Festival Internacional de Manchester. Entre 10 e 19 de Julho, estão marcadas cinco apresentações que decorrerão no Manchester Palace Theatre. Dividida em dois actos, conta a história do regresso, ao fim de uma pausa de seis anos, de uma soprano de ópera. A orquestra sera dirigida por Daniel Kramer e contará com os sopranos Janis Kelly e Rebecca Bottone, o tenor William Joyner e o barítono Jonathan Summers.
Este aventura de Wainwright é explicada desta forma:
Opera seems to have been hijacked by intellectual elements. For a long time I wanted to make it a little less intellectual and have more emotional engagement. You have to remember it was a populous form, like the bandstand of its time."
A estreia é uma das principais atracções da segunda edição do festival, reconhecido como o maior acontecimento mundial no que se refere a novos trabalhos e eventos especiais. Neste âmbito, o programa contempla, ainda, uma colaboração entre os Elbow e a Hallé Orchestra, um primeiro concerto de Lou Reed com a sua nova esposa, Laurie Anderson, ou uma inédita colaboração de Steve Reich com os Kraftwerk! Haverá ainda tempo para outros espectáculos, como o dos De La Soul ou Dorutti Collumn e um concerto especial de Antony & The Johnsons com a Manchester Camerata, um colectivo clássico de 36 elementos…
Entretanto, Rufus Wainwright tem já novos projectos definidos, sendo um deles a interpretação inédita de cinco sonetos de Shakespeare com a Orquestra Sinfónica de San Francisco. A estreia está agendada para Abril de 2010.

NOVAS DO TEMPO!


Depois da surpresa que foi “Cruisin Alaska” em 2006, Alexandre Monteiro aka The Weatherman prepara para Abril o lançamento de um novo disco a que chamou “Jamboree Park At The Milky Way”. O álbum foi gravado no auditório da Academia de Espinho, com recurso a inúmeros músicos convidados, contando-se entre eles LittleFriend e Sandy Kilpatrick & the Pilgrims Of Light. Segundo o próprio autor, o novo trabalho “é um disco de canções que nasceu envolto na ideia de consciência cósmica. Pode-se dizer que o disco tem um pé na terra e os olhos postos no espaço. (…) é uma espécie de cançoneteiro para ser entoado em qualquer acampamento com vistas privilegiadas para o espaço sideral”. O videoclip de “Chloe’s Hair”, o primeiro single, foi concebido por André Tentugal, realizador responsável por outros clips dos X-Wife, Sizo ou Old Jerusalem. O disco já foi apresentado em Espinho e Braga e está marcada para Sábado, 4 de Abril (às 17h30!), uma nova oportunidade no Auditório de Serralves. A não perder.


JANIS JOPLIN NO PALCO


No âmbito do Dia Mundial do Teatro que se comemora amanhã, dia 27 de Março, o Cine-Teatro Constantino Nery em Matosinhos permitirá a entrada gratuita até á lotação da sala para assistir à representação de “Janis e a Tartaruga”. Trata-se de “uma visita à geração dos sessenta. Ficção, monólogo, uma rapariga, uma tartaruga... e outra que aparece no lugar de cada um de nós”, tendo por base a vida de Janis Joplin. A interpretação é de Filomena Cautela. Uma boa oportunidade para (re)descobrir uma sala e para beber um copo no café-concerto. É às 21h30.

quarta-feira, 25 de março de 2009

(RE) LIDO #15


JOHN PEEL - MARGRAVE OF THE MARSHES
de John Peel e Sheila Ravenscroft. Londres, Corgi Books, 2005
Há já algumas semanas que terminamos a leitura deste livro. Contudo, a coragem em escrever seja o que for sobre ele não é muita, porque o fascínio exercido não permite explicar a admiração e beleza do seu conteúdo. Pensado como uma autobiografia pelo próprio Peel, o livro só em parte saiu da pena do radialista e dj, já que a sua morte em 2004 impediu a sua conclusão. Seria a sua esposa e companheira Sheila Ravenscroft a levar a bom porto este desígnio, escrevendo uma segunda parte da obra. No seu final estão reproduzidas, em apêndice, duas cartas de Peel dirigidas ao seu editor em 1992 onde resumia as suas pretensões e lançava algumas ideias do que iria ser o livro. Ao lê-las, logo concluímos que muitas coisas ficaram por contar. Uma vida tão intensa e uma estadia de quase quarenta anos na Radio1 inglesa muito dificilmente poderiam ser resumidas em prosa. Os episódios, as pessoas, as querelas, os amores e amizades de um personagem incontornável da história ocidental no século XX, amado por muitos, mesmo por aqueles como nós, que só veneramos o nome, deviam ser infindáveis. O nome Peel num programa de rádio, numa capa de um disco ou num artigo de imprensa, era sinónimo de arrojo, de modernidade, de desafio! Este livro espelha precisamente o calibre de uma vida dedicada à música e aos músicos de uma forma tão avassaladora. Ao lê-lo, como que sentimos inveja, no bom sentido, de um homem que falou com Kennedy, que conviveu com John Lennon, que pôs meio mundo a dançar sempre que punha discos, que teve os White Stripes ou os Belle Sebastian a tocar e jantar em sua casa, etc., etc., etc., mas que sempre deu lugar aos mais novos e desconhecidos. A sua voz inconfundível na rádio é inesquecível, a sua missão um tesouro patrimonial memorável que uma rainha, ainda a tempo, condecorou. Tal como costumava dizer no final dos seus programas “Thanks, as always, for listening”. You're welcome, apetece dizer. Obrigada, Sir. John Peel!

A SAGA DE UM LIBERTINO


Ainda do álbum “Sexuality”, Sebastien Tellier escolheu “Kilometer” para novo single, agora que uma intensa digressão americana está prestes a começar. A RecordMakers, editora fundada pelos Air em 2000, apresenta-o desta forma: “Imagine Justin Timberlake turned truck driver in Germany and singing a song about how he makes love to a girl. That’s ‘Kilometer’, a European hommage to the american R&B sound”. O video, obviamente, faz jus à tradição…

terça-feira, 24 de março de 2009

FRAGILIDADE POP


A menina Annie Clark, que se esconde sob o nome de St Vincent, tem regresso marcado para breve. Depois do maravilhoso álbum “Marry Me” de 2007, onde repousavam canções tão brilhantes como “Jesus Saves”, a multi-facetada artista prepara-se para editar pela mítica 4AD um novo disco de originais a que chamou simplesmente “Actor”. Os fãs e admiradores tem aumentado consideravelmente e houve até quem tivesse levado à letra o nome do primeiro álbum e as propostas não tem parado de chegar à sua casa em Brooklyn! Na retina sempre nos ficou a delicadeza com que interpreta uma canção de Jackson Brown (e não de Nico…) de nome “These Days” e que está no lado B de um single de vinil que guardamos religiosamente. O novo disco tem como principal inspiração um conjunto de filmes favoritos que passam pelo “Feiticeiro de Oz” ou a “Bela Adormecida”. As canções resultam, assim, numa “pop cinematográfica” que alguém já descreveu como “the fantasy of Disney is juxtaposed with the sweep of Morricone”. Na semana passada, St Vincent apresentou-se no festival South by Southwest em Austin em dois pequenos showcases e o sucesso foi tremendo. Há já alguns temas disponíveis para descobrir, como é o caso deste "The Strangers".

LUNARIDADES #97


. a invasão espanhola não dá tréguas! Os bilhetes para PJ Harvey na CDM voaram em menos de meia-hora, o espectáculo de Antony em Braga já está esgotado há muito e o concerto dos Wilco, também no Minho, vai rapidamente pelo mesmo caminho. Em Paredes de Coura, nuestros hermanos são já 37%... Eles comem tudo!

. a propósito, lemos que finalmente o mercado da música ao vivo já ultrapassou o mercado da venda de discos. Ou seja, vendem-se cada vez mais bilhetes e cada vez menos discos. Notoriamente, nunca houve tanta e diferente oferta de concertos como agora, mas a saturação vai deixar marcas irreversíveis.

. desta vez não podemos falhar! Leonard Cohen regressa a Portugal a 30 de Julho, agora na versão indoor. O palco é o Pavilhão Atlântico. Ao que parece, o cantor intensifica as digressões para recuperar alguns desfalques que quase o deixaram na penúria! Deve estar a faltar pouco para chegar a vez de Tom Waits… salvo seja!

. triste, mas frontal, simples, mas inquietante. Algumas sequências são mesmo memoráveis, num filme aparentemente inocente. Não percam “O Casamento de Rachel”!

segunda-feira, 23 de março de 2009

ARTE BRUTAL


O terceiro dos Art Brut sai a 20 de Abril pela velhinha Cooking Vinyl. Tem o nome de "Art Brut vs Satan", foi produzido por Mr. Frank Black e o desenho de capa é da responsabilidade do artista de bd Jeff Lemire. Gravado em menos de duas semanas, num estilo auto-denominado de “punk-as-fuck”, o álbum vai ser apresentado numa intensa digressão europeia, que termina no final de Maio no Festival Primavera Sound de Barcelona. Com jeitinho, ainda vão acabar por vir até cá beber o resto das cervejas! A propósito, o primeiro single chama-se “Alcoholics Unanimous” e é um “direct hit” em potência!



TELEVISÃO DE ALTA VENERAÇÃO


A passada quinta-feira, dia 19, parece ter sido em grande na TV americana!
O novo programa de Jimmy Fallon não demorou muito para convidar os Vampire Weekend para o show e o resultado é esta nova canção que agora já tem título – “White Sky” –, numa versão acompanhada por uma secção de cordas. Poderá ser este um dos caminhos do próximo álbum do grupo previsto para este ano, mas ainda sem data certa… Experimentem a versão de alta definição! Uma outra canção inédita – “Cousins” – tinha já sido apresentada ao vivo no México, na cidade de Guadalajara, onde tocaram com os Black Kids!
Entretanto, na mesma noite o irreverente John Stewart recebia Bruce Springsteen no “Daily Show” para uma pequena conversa e um tema a solo – “Working on a dream” – em verdadeiros momentos de veneração!

sexta-feira, 20 de março de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #87

ELLA FITZGERALD & TOM JONES
Sunny (Bobby Heb)
This Is Tom Jones TV Program, ABC, EUA, 25 de Dezembro de 1970

THE DOORS VERDADEIROS EM FILME


Está já disponível on-line um pequeno trailer do novo filme/documentário “When You’re Strange” sobre os Doors. Realizado por Tom DiCillo, a película traça o trajecto meteórico da banda entre 1965 e 1971, período em que foram gravados seis álbuns! Como sempre, argumenta-se que este é um filme revelador e intenso a que se juntam uma série de novas imagens exclusivas e inéditas. Estreado no Festival de Sundance em Janeiro passado, o documentário passou também recentemente por Berlim, onde foi classificado como uma desilusão. Bom, deve ser, contudo, um pouco melhor que o filme de Oliver Stone, película que nunca foi do agrado dos elementos dos Doors, nem do nosso! Vamos esperar para ver, certamente em DVD, que quanto a estreias por cá e tendo em conta o exemplo do filme sobre Patti Smith, vamos ter que ter muita paciência!
Aqui fica um aperitivo suculento, dedicado, em dia comemorativo, à amiga Cris!

CAETANO: NOVO DISCO


Há um novo disco de Caetano Veloso prontinho a sair já em Abril! Terá o nome de “Zij e Zie” (tios e tias em italiano…), título inspirado numa passagem da obra “Instambul” de Orham Pamuk. Os novos temas foram experimentados ao vivo ao longo dos concertos de 2008, tal como aconteceu em Aveiro em Julho passado e colocados no seu blog “Obra em Progresso” nos últimos tempos. No espectáculo de Aveiro, Caetano prometeu fazer uma música com o nome de “Menina da Ria”, momento captado pelo amigo HugTheDj. A promessa foi cumprida e esse é um dos novos temas que o álbum vai incluir e onde se poderá ouvi-lo cantar “Portugal, ovos moles, Aveiro”! O disco sairá a 20 de Abril e conta com a mesma banda que fez o anterior “Cê” de 2006 o que, nas suas palavras, é “fazer samba com uma banda rock”. No Youtube podem ser, desde já, testadas algumas das novas canções. Escolhemos estas:
Menina da Ria

O RENASCIMENTO DE PETE(R)!


Sim, Pete Doherty gravou um álbum! Com a ajuda do lendário produtor Stephan Street, o novo “Grace/Wastelands”, o primeiro a solo, resulta numa experiência de cariz folk, onde não falta a contribuição do velho amigo Graham Coxon (Blur) à guitarra e de Dott Allison em dueto na canção “Sheepskin Tearaway". Para trás das costas estão os Babyshambles, mas alguns dos seus companheiros também o ajudam neste projecto. Quanto ao anunciado regresso dos Libertines, só falta o difícil acordo de Carl Barat, o que torna o assunto quase tabu… Os novos temas parecem algumas das baladas dos discos saudosos dos Libertines, embora o single escolhido “Last of The English Roses" tenha um não sei quê de Gorilazz… O álbum saiu em Inglaterra na segunda–feira passada pela Parlaphone e ao Pete foi acrescentado oficialmente um R! Parece charmoso.

quinta-feira, 19 de março de 2009

O VERDADEIRO SBSR


Como sabem, decorre em Lisboa e no Porto, quase sempre no verão, um festival denominado Super Bock Super Rock. Pare este ano recrutaram-se já alguns nomes pesados como Depeche Mode (Porto) ou Killers( Lisboa), mas confessamos cada vez mais algum distanciamento a estes grandes palcos. Sendo assim, o verdadeiro e genuíno festival SBSR deste ano decorrerá no chamado palco Super Bock do Festival Optimus Alive, situado numa tenda do recinto, onde a proximidade e intensidade das bandas é uma mais valia. O programa deste ano é, para já, imbatível: The Ting Tings, Klaxons, Fisherspooner, TV on The Radio, Los Campesinos, Late of The Pier (foto), Crystle Castles, Erol Alkand, etc. em três dias seguidos! Esperam-se ainda mais confirmações. Propomos que seja criado um bilhete mais em conta só para este local, visto que a “separação das águas” só trará vantagens...

O TABLOIDE DOS PHOENIX


A irrequieta casa francesa Kitsuné inciou o ano transacto uma série de compilações a que chamou Tabloid. Trata-se de convidar um artista ou banda a escolher alguns dos seus temas favoritos, quase sempre raridades ou obscuridades. Os primeiros sortudos foram os Digitalism e agora os eleitos foram os Phoenix, que não se fizeram rogados e juntaram uma verdadeira melange imprevista: Dirty Projectors, Ritchie Valens, Lou Reed, Roxy Music, Tangerine Dream, Elvis Costello, Red Crayola ou Kiss estão todos no mesmo saco! A própria editora classifica esta escolha como o disco mais melódico e sentimental que a Kitsuné editou até hoje. Sai dia 23, mas já se pode ir ouvindo por aí…

quarta-feira, 18 de março de 2009

(RE)VISTO #27


MOOG
de Hans Fjellestad, Plexifil, DVD, 2005
O engenheiro Robert Moog começou por construir teramains mas seria como inventor do sintetizador em 1954 que a sua fama perduraria no tempo. Chamou-lhe Moog e o culto ainda hoje é imenso. Acusado inicalmente de destruir a música, pela possibilidade que o aparelho permitia em diversificar sons de teor electrónico a partir de um teclado, cedo o Moog foi adoptado por produtores e músicos: os Beatles usaram-mo em “Abbey Road”, mas seria Keith Emerson (Emerson Lake & Palmer) e Rick Akeman (Yes) os mais entusiastas nas suas potencialidades sonoras. Este documentário, que assinalou em 2004 os 50 anos sobre a invenção, acompanha o próprio Robert Moog em visitas e conversas com alguns desses percurssores na sua utilização, recolhendo o seu testemunho entusiasmado sobre a criatividade e até, interactividade, que este sintetizador permitiu desenvolver. Somos assim conduzidos por diversos locais como Londres, Tóquio ou Nova Iorque ao encontro informal com músicos ou técnicos de diferentes idades e influências, desde Dj Spooky ou Money Mark, Luke Vibert ou os Stereolab, passando pelos já referidos Wakeman e Emerson. Muitos deles contribuíram com temas para a compilação que, na mesma altura, foi editada e onde a verdadeira estrela, tal como neste filme, não é um músico ou uma banda, mas sim um instrumento musical e o seu inventor. De assinalar ainda a inclusão de imagens da época, fabulosos testemunhos da revolução que estava em curso, um sonho tornado realidade pela prodigiosa imaginação e persistência de um homem que se tornou um verdadeiro mito. Robert Moog viria a falecer em 2005, mas a indústria Moog continua a ser hoje em dia um caso sério de qualidade que nem a informática moderna conseguiu travar. Uma história emotiva de sucesso!


GALLON DRUNK É JÁ NA SEXTA-FEIRA


Inesperadamente, os veteranos ingleses Gallon Drunk vão estar no Armazém do Chã na próxima sexta-feira para um concerto! O vocalista e principal mentor James Jonhston faz parte dos Bad Seeds que acompanha Nick Cave há já largos anos e é o único que sobra da formação inicial. A banda é acusada muitas vezes de ser uma cópia abusiva do som e estilo atribuído a Nick Cave, uma mistura de rock e algum jazz. O último álbum “The Rotten Mile” saído em 2007 será certamente a pedra de toque de uma noite que se espera intensa.
Entretanto, o concerto de The Bug previsto para o dia seguinte, sábado, no PlanoB foi cancelado.

terça-feira, 17 de março de 2009

PATRICK WOLF: INVESTIDORES PRECISAM-SE!


O prometido novo álbum duplo de Patrick Wolf afinal já não se chama “Batlle” e foi dividido em duas partes separadas. A primeira, chamada “The Bachelor”, é editada dia 1 de Junho e contem 14 temas. Entre eles está o novo single “Vulture”, recentemente diponibilizado on-line e que terá uma edição em vinil. Nota-se a mãozinha de Alec Empire, mestre da electrónica inglesa por detrás dos Atari Teenage Rio, banda assumidamente ao gosto de Patrick Wolf. A segunda parte a editar em 2010 também já tem nome – “The Conqueror”. Neste novo projecto Wolf teve ainda a ajuda de Mathew Herbert, Eliza Carthy e da actriz Tilda Swinton que canta no tema “Voice of Hope”. Depois de ter abandonada a Universal, este novo disco surgirá no mercado via Bloody Chamber Music, editora criada por Wolf para o efeito, em colaboração com o site Bandstocks. Trata-se de uma nova fómula de vender música, pois cada um de nós poderá comprar um pouco de ”stock” de cada artista, ajudando-o a gravar o disco e esperar ainda algum retorno proveniente das vendas! Será que resulta?

LUNARIDADES #96


. na procura intensa de bilhetes para o concerto de Bruce Springsteen em Santiago de Compostela damos de caras com a notícia que haverá, supostamente, um concerto em Portugal no dia 14 de Agosto em Lisboa! Confirmem lá isso, que quem espera, desespera…

. o talentoso Jack White não pára! Entre os Raconteurs e o regresso dos White Stripes (que tocaram no último programa de Conan O’Brian no passado dia 20 de Fevereiro), temos agora os The Dead Weather, onde aparece ao lado de Alison Mosshart dos Kills e gente dos Queens of The Stone Age e dos próprios Raconteurs. Pela amostra, a coisa é de arromba, principalmente a versão de “Are Friends Electric “ de Gary Numan!!

. quase não damos conta, mas um dos mais antigos festivais do Porto – o Intercéltico – não se vai realizar este ano por falta de verbas. Este cancelamento junta-se ao do Festival Vilar de Mouros, ao desaparecido em combate Festival Hi-Teca no Carlos Alberto que só se realizou em 2004, ao definhar do Festival de Jazz do Porto ou à evaporação do Festival Codex no Teatro São João que tanto prometia… É uma rasia à moda do Porto!

. havia a Tendinha dos Clérigos (ainda há?) e agora vai passar a haver o Mercadinho dos Clérigos! Mais uma excelente iniciativa do Plano B.

ELE FALA!


A Apple acaba de lançar um novo Ipod Shuffle. Até aqui nada de surpreendente a não ser o facto do aparelho anunciar o nome do artista e da canção ou o título da playlist... Como é tão pequeno (4,6 cm X 0,8cm, o mais pequeno construído até hoje) e como não tem ecrã, esta foi a fórmula encontrada para sabermos o que estamos a ouvir! Pesa 10,7 gramas e há para já djpods (voiceover) em 14 línguas. Os controles estão numa pequena central colocada num dos fios dos auscultadores. Weird!

segunda-feira, 16 de março de 2009

METRONOMY + MODERNAIRE, Clubbing/Casa da Música, 14 de Março de 2009


A julgar pelo entusiasmo com que os Metronomy foram recebidos na Casa da Música, devemos estar perante mais um fenómeno de culto nacional. Enganados estávamos quanto à estreia dos ingleses de Manchester em Portugal e no Porto, já que, como foi afirmado, a banda já cá esteve há uns anos (onde? quando?), passagem rotulada de memorável e recordada com saudade. Contudo, o concerto de sábado será motivo ainda de maior saudação. Os três músicos multiplicaram-se e desdobraram-se em sintetizadores, guitarras, baixo eléctrico ou saxofone, numa sequência centrada no último disco e donde brotaram canções que são já clássicos modernos. Surpreendente o coro colectivo em muitos desses temas, mais notórios nos singles “Heartbreaker”, “A thing For Me” e, principalmente, em “Rádio Ladio”. Submersos numa penumbra estratégica, o trio sinalizou a sua presença com uma luz pendurada ao pescoço de cada um, numa cenografia combinada com poses e gestos simultâneos a la Devo ou Beck. Excelente prestação, que ao vivo faz ainda maior mossa, donde ressalta, sem dúvida, alguma originalidade na composição pop de tratamento eléctrico, o que se tornou claro na onda dançante que percorreu a sala vermelha da CDM. Um concerto ao rubro!
Quanto aos, melhor, às Modernaire, poder-se-á dizer que foi um espectáculo curioso! A banda vive da prestação vocal de duas irrequietas e provocadoras vocalistas de estilo gótico, num misto algo estranho de electro pop e harmonias vocais. A isto junta-se, algumas vezes, um pequeno violoncelo tocado por uma das moças. Certamente metidas no mesmo voo proveniente de Manchester que trouxe também os Metronomy, a banda mostrou-se já bastante rodada em palco e em aceleração, talvez devido ao adiantado da hora. Ainda sem álbum gravado, mas já com alguns EP’s, as Modernaire mostraram-se imparáveis na interacção com o público a que não devem ser alheias anteriores experiências ao vivo com bandas como os Friendly Fires, The Whip, Tin Tings ou Ratatat. Ao pouco público que inicialmente ocupava a frente do palco foi-se juntando uma massa maior de curiosos em perceber o que se passava. Ainda hoje não é fácil concluir sobre essa precepção, já que, se em alguns dos temas existe qualidade, noutros a “coisa” chega a roçar o inaudível. Merecem, assim, uma segunda oportunidade!


(video HugTheDj + videos)

sexta-feira, 13 de março de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #86

JASON COLLETT & FEIST
Hanghover days (Colett)
Minneapolis, 29 de Janeiro de 2006

CHOCOLATE NEGRO


É uma das nossas últimas perdições. O disco a solo de Karin Dreijer, metade dos The Knife, sob o nome de Fever Ray é incrivelmente viciante! O blog Sound + Vison descreve-o, acertadamente, como um álbum de “electrónicas e um sentido cinematográfico na composição ao serviço de uma envolvente música assombrada”, mas o “filme” só faz mesmo sentido ao fim de múltiplas audições. O mais recente single, “When I Grow Up”, é dos momentos mais alto de um projecto realmente intenso, com direito a um brilhante videoclip de Martin de Thurah. Os Fever Ray vão estar em Barcelona em Junho durante o Sonar e talvez a proximidade condicione um saltinho a estas bandas. Entretanto, o primeiro single “If I Had a Heart” já tem edição em vinil pequeno, negro e doce como se impõe!

SINAIS DOS TEMPOS!


A funcionar há quase vinte anos, a loja da Fnac Bastilha em Paris vai encerrar no final do mês, por decisão da administração. Trata-se da única loja especializada na venda de discos e música, onde tivemos o previlégio de estar em Setembro de 2007. Na actual situação de crise, prevê-se ainda o despedimento de 400 funcionários da cadeia em solo francês. Recorda-se que a Virgin encerrará todas as lojas nos EUA ao longo do corrente ano, ao mesmo tempo que a cadeia Zavvi fará o mesmo em Inglaterra. A venda de discos apresenta-se, assim, num momento sem igual e nem o novo disco dos U2, apontado como o salvador, parece fazer ressurgir o mercado. Enquanto por cá se vai discutindo o eterno problema dos downloads ilegais, assunto inconsequentemente recorrente, denota-se a inexistência de qualquer estratégia de retoma. O futuro, quanto a nós, passa novamente pelas pequenas lojas especializadas, movimento imparável a nível mundial e que a net ajudou a renascer. A 18 de Abril, o dia será delas!

quinta-feira, 12 de março de 2009

3 x 20 MARÇO



20 Canções:
. THE JUAN MACLEAN – One day
. METRONOMY – Holiday
. PONY HOAX - Pretty tall girls
. LATE OF THE PIER – Mad dogs ant englishmen
. EMPIRE OF THE SUN – Half mast
. PHOENIX - 1901
. WHITEST BOY ALIVE – 1517
. LONEY, DEAR – Airport surroundings
. SIMON BOOKISH - Portrait of the Artist As a Fountain
. FRANZ FERDINAND – Live alone
. FUJIYA MIAGY – Rook to queen’s pawn six
. M83 – We own the sky
. OF MONTREAL - Lysergic bliss
. THE NATIONAL - So far around the bend
. BEIRUT – Mimizan
. ANDREW BIRD – Fitz & Dizzyspells
. THE ANTLERS – Two
. RUBY SUNS – These are birds
. FEVER RAY – When I grow up
. BAT FOR LASHES – Moon and Moon

20 Versões:
. RUFUS WAINWRIGHT – Wonderful Song For Children (Brian Wilson)
. BEACH HOUSE – Play the game (Queen)
. FRANZ FERDINAND – Call Me (Blondie)
. COLTRANE MOTION – I’m on fire (Bruce Springsteen)
. MY BRIGHTEST DIAMOND - Everybody's Got Something To Hide… (Beatles)
. MARIANNE FAITHFULL & NICK CAVE – Crane wife (The Decemberists)
. THE BOOKS & JOSÉ GONZALEZ – Cello song (Nick Drake)
. PETER GABRIEL & HOT CHIP – Cape Cod Kwassa Kwassa (Vampire Weekend)
. YO LA TENGO – Be thankful for what you got (William DeVaughn)
. PAVEMENT – The killing moon (Echo & The Bunnymen)
. THE RUBY SUNS – Palmito’s park (El Guincho)
. EARLIMART – Two many people (Paul / Linda McCartney)
. GOODBOOKS – Only you (Yazoo)
. THE CHAIRS – Flume (Bon Iver)
. FRIDA HYVOENEN – Everybody hurts (R.E.M.)
. ST. VICENT – These days (Nico)
. CAT POWER – Fortunate sun (Creedence Clearwater Revival)
. SIA – Paranoid android (Radiohead)
. BLIND MAN’S COLOUR – Taste (Animal Collective)
. THE ANTLERS - Apple Orchard (Beach House)

20 Remixes:
. THE BPA – He’s Frank (The Twelves Remix)
. FRIENDLY FIRES - Skeleton Boy (Air France Remix)
. AIR FRANCE – Never content (Friend’s Tropic Thunder edit)
. GRACE JONES – Williams Blood (AeroplaneRemix)
. EMPIRE OF THE SUN - We Are the People (Son of Vader Remix)
. PNAU - Baby (Breakbot Remix)
. METRONOMY - Radio Ladio (Radioclit French Remix)
. CAZALS – Poor Innocent Boys (Shinichi Osawa Remix)
. BURAKA SOM SISTEMA - Kalemba (Wegue Wegue) (Hot Chip Remix)
. THE PRESETS - I Go Hard U Go Home (Ascii Disko Mix)
. WHO MADE WHO - TV Friend (Hot Chip Remix)
. LITTLE BOOTS - New in town (Fred Falke remix)

. THE VIRGINS – Rich girls (The Twelves Remix)
. PHOENIX - 1901 (Immuzikation Remix)
. YEAH YEAH YEAHS – Turn into (Nick Zinner remix)
. LYKKE LI - Dance Dance Dance (80 Kidz Edit)
. SEBASTIAN TELLIER - Roche (Kavinsky Remix)
. THE LONG BLONDES - Nostalgia (Glass Candy Remix)
. M83 - We own the sky (Maps Remix)
. FEVER RAY - If I Had a Heart (Fuck Buttons Remix)

FONIX!


O quarto disco dos Phoenix chama-se “Wolfgang Amadeus Phoenix” e sai no final de Maio. Tem dez temas produzidos em parceria com Phillipe Zdar do duo Cassius. Desde o início do ano já roda “1901”, uma canção potente e que recebeu já diversos tratamentos como a excelente remix de Immuzikation. Entretanto, o primeiro single oficial do disco surgiu já na rede – “Liztomania” é inspirado no filme de Ken Russell de 1975 com Roger Daltrey. A banda decidiu criar uma editora própria, tendência recorrente nos dias que correm, de nome Layaute, abandonando a Astralwerks. Pelas duas excelentes amostras conhecidas e, atendendo ao desenho da capa, parece estarmos diante de uma verdadeira bomba... Aqui fica um video não oficial que um fã se deu ao trabalho de conceber!

quarta-feira, 11 de março de 2009

CLOSED ZONE

O realizador isaraelita Yoni Godman, responsável pelo aclamado filme de animação “A Valsa de Bashir”, concebeu recentemente uma pequena animação contra o bloqueio de Gaza, um pedido da organização pacifista israelita Gisha, que luta pela liberdade de circulação do povo palestiniano. Um problema que a recente ofensiva ainda não resolveu e que o curto filme chamado "Closed Zone" expressa sem subterfúgios. A música e os efeitos sonoros são da responsabilidade de Ori Drumer, artista e músico israelita.



UM BOM HOSPÍCIO


Como já alguém referiu, desde a invenção dos estúdios caseiros e dos portáteis multi-funções, a música e a sua concepção tornou-se imparável. O caso dos The Antlers, com sede em Brooklyn, Nova Iorque, é mais um exemplo de persistência e bom gosto gravado em casa! Acabam de editar o terceiro disco chamado “Hospice”, um verdadeiro retiro solitário de beleza e romance. A voz do vocalista Peter Silberman faz lembrar, entre outras, Buckley, o que naturalmente nos afecta e contagia. Ouça-se só o tema “Kettering” e o efeito borboleta é instantâneo. Uma terapia nada penosa a que nos vamos ter que adaptar ao longo de 2009. Um projecto a descobrir rapidamente o que nem é difícil, já que são gratuitos os downloads de temas de discos anteriores, contando-se entre eles magníficas versões de Beach House, My Bloody Valentine ou Yo La Tengo.

SUPER FURRY ANIMALS TV


Os sempre inovadores Super Furry Animals preparam-se para editar, no dia 16 de Março, um novo disco de originais que receberá o nome de “Dark Days/Light Years”. Naquela data, pelas 20h00, a banda tocará online nos estúdios galeses a totalidade das novas canções, que poderão ser vistas em imagens disponíveis no site oficial. A brincadeira começou quando a banda pediu emprestadas algumas câmeras a amigos para documentar as sessões finais de produção do ábum, classificadas por eles próprios como “observações do género Wharhol”. A inspiração está no filme de Mike Figgis “Time Code” e serão 21 os episódios individuais a transmitir e que foram iniciados dia 23 de Fevereiro. Os regresso dos galeses Super Furry Animals aos discos, depois de aventuras a solo de alguns dos seus músicos (Candylion ou Acid Casuals), ficará também marcado por uma mudança de editora e pelo renovado convite ao consagrado artista japonês Keiichi Tanaami para conceber o design da nova capa, tal como tinha acontecido no anterior “Hey Venus”. Como sempre, mais um grande disco em perspectiva.

terça-feira, 10 de março de 2009

FAROL #68



Ao longo dos últimos anos, têm surgido diversas compilações de material não oficial de Nick Drake. Houve algumas tentivas de remediar a situação, basta ver a líndissima caixa “Fruit Tree” editada o ano passado. Claro que entre essas edições existe muito material duvidoso e repetido, mas para os verdadeiros aficionados, como nós, não há limites... Agora, on line, podem descarregar quase a totalidade dessas gravações pirata. Para quem não sabe por onde começar, recomendam-se as compilações “Ultimate Rareties Vol I e II”, com excelente som e tratamento. Uma verdadeira fruit tree...

NOVO MUSEU DA MÚSICA EM LONDRES


Abriu ontem em Londres um novo museu dedicado à música. Chama-se British Music Experience e conta a história do rock a seguir à 2ª Guerra Mundial, recorrendo a imensa memorabilia e interactividade numa mostra intitulada “C’mon Feel the Noise”. Em destaque estão, obviamente, bandas e artistas ingleses como os Beatles, Rolling Stones, Bowie, Dusty Springfield, The Who, Queen, The Specials e os Sex Pistols, mas fenómenos mais recentes como as Spice Girls, Oasis, Coldplay, Arctic Monkeys ou Amy Winehouse são também objecto de atenção. Entre a imensa memorabilia apresentada há um pouco de tudo, desde o fato de palhaço de Bowie do tempo de “Ashes to Ashes”, os óculos de Jarvis Cocker dos Pulp, a guitarra Union Jack de Noel Gallenger ou o fato usado por Roger Taylor no vídeo “Rio” dos Duran Duran...
O Museu disponibiliza um estúdio interactivo equipado com guitarras Gibson, baterias, teclados e um outro estúdio incentiva os visitantes a pegar e a tocar os instrumentos. Está instalado na grande 02 Arena, em Londres, numa área de cerca de 6.500 m2, onde não faltam diversos bares e restaurantes. Os organizadores esperam converter o local numa meca musical, algo como o Museu do Rock and Roll existente em Cleveland, Ohio, EUA. A entrada custa 15 libras, um pouco mais de 16 €...

segunda-feira, 9 de março de 2009

LUNARIDADES #95


. o tal tema inédito dos Beatles, que não é mais que uma versão longa de “Revolution”, não tem fácil acesso na rede. Mas o “Correio da Manhã” resolveu o problema e montou um vídeo/imagem em nome próprio. Simples...

. em ronda de sábado à noite por bares da velha/nova zona de diversão, provam-se as potencialidades da cidade, mas começa a ser assustador o excesso de oferta. Aonde é que isto vai parar?

. por falar em Porto, especula-se que Rui Rio será o candidato do partido ao Parlamento Europeu, evitando desta forma o confronto com Elisa Ferreira!! Hello...

. em tempos de crise, os U2 lançam-se de cabeça para um nova forma de ver/fazer concertos e, dizem eles, mais barata... A nova digressão é a 360º e promete fazer furor!

. definitivamente, 70 km de bicicleta por montes e lama é um exagero. A idade não perdoa e ainda hoje mal podemos mexer os braços! Vamos voltar à natação, para relaxar...

SIMON BOOKISH, Casa das Artes, V.N. de Famalicão, 07 de Março de 2009


Tal como é apresentado pela própria organização, o palco da Casa das Artes é um cenário de imprevistos. É assim desde que a instituição famalicense se lançou na promoção de concertos diferentes, únicos e surpreendentes, que já trouxe até lá nomes como Rufus Wainwright, Rickie Lee Jones, Jonh Cale, John Vanderslice, Final Fantasy, Sebastian Tellier, Little Annie ou David Dondero. Espectáculos todos eles bem produzidos, com excelentes condições de palco, som e luz, bonitos e sóbrios cartazes e flyers promocionais e preços convidativos. No entanto e com excepção de Wainwright, um denominador comum: a falta de público. Apesar dos números estatísticos, o auditório, naqueles concertos, quase sempre não chega a metade da lotação, com ocupações verdadeiramente desoladoras, como seja o caso de Tellier com menos de cem pessoas... Um verdadeiro “case studie”, de uma autarquia apostada em fazer bem e em formar públicos, mas ainda com notório insucesso local no que ao pop-rock internacional diz respeito. Prometem-se para os próximos tempos outras apostas (Devotcka, Fujiya Miyagi, Alela Diane, p.ex.) e um dia, com certeza, a lotação vai esgotar. Um verdadeiro paraíso para melómanos!

O concerto de Sábado passado do inglês Simon Bookish não foi excepção. Num concerto único em Portugal de um músico talentoso e com um excelente disco do ano passado (“Everything/Everything”) para apresentar, as cadeiras ocupadas eram cerca de meia centena! Como agora se diz, Bookish faz pop inteligente, mas este é um rótulo, apesar de merecido, muito redutor, o que a noite haveria de comprovar. Numa primeira parte, o artista surgiu sozinho em palco e com a ajuda de um laptop, apresentou alguns “temas” de spoken word revestidos por alguma electrónica, experiências incluídas em anteriores discos. Logo aqui se notou a presença marcante, encenando as palavras, gesticulando e desafiando os presentes a manter a atenção. Terminou este primeiro momento com “Interview”, uma semi-canção que viria a dar o mote para o que se seguiria. Já acompanhado por uma banda completa (bateria, baixo, órgão e dois saxofones), a sua perfomance tornou-se ainda mais avalassadora. O conjunto, mais que oleado e sem falhas, interpretou imaculadamente quase todos os temas do novo álbum, uma mistura explosiva de várias influências, com destaque para o magnífico “Portrait of the Artist As a Fountain” logo no início. Magistralmente pensado e comandado pela sua genialidade, cuja formação clássica e uma voz sedutora permite “brincar” à pop de uma maneira fácil, o concerto demonstrou a suprema qualidade e validade das suas canções. No único encore, voltou a “Interview”, mas agora devidamente acompanhado por toda a banda em mais um momento brilhante.
Como é já habitual em Famalicão, um óptimo concerto só para alguns sortudos, de um nome que é um caso sério de talento e que merecia uma outra moldura humana. Fica, certamente, para uma próxima oportunidade, com a certeza, porém, que esta "primeira vez" é já memorável.

(+ cedo ou + tarde videos HugTheDj)

FUNNY!

sexta-feira, 6 de março de 2009

DUETOS IMPROVÁVEIS #85

SEAN LENNON & RUFUS WAINWRIGHT
This Boy (Lennon)
Come Together: A Night For John Lennon’s Words and Music

Radio Music City Hall, Nova Iorque, 2 Outubro de 2001

PAUL McCARTNEY: "RAM" EM L.A.


Chama-se Justin, vive em Los Angeles, é radialista e promotor de pequenos concertos. Dedica-se de alma e coração ao seu blog/site Aquarium Drunkhard, um caso de sucesso por aquelas bandas. Sempre à procura de novos desafios, decidiu promover uma homenagem ao disco “RAM” de Paul e Linda McCartney de 1971, o único álbum creditado a ambos e que muitos reconhecerão pela fotografia de Sir Paul e uma ovelha... Convidou doze bandas e artistas da cidade, de diferentes estilos e influências, a gravar cada uma das doze canções do disco original, considerado um dos melhores trabalhos a solo do ex-Beatle. O resultado está agora disponível para download gratuito no tal blog com o nome de “RAM On L.A.” e reconhecem-se contribuições dos Radar Bros ou Earlimart. Podem e devem ser feitos donativos à organização inglesa No More Landmines, dedicada à remoção de minas explosivas em diferentes partes do Mundo, iniciativa apoiada pelo próprio Sir Paul McCartney.

NOVO DISCO DOS PAPERCUTS


O disco anterior dos Papercuts chamado “Can’t Go Back”, editado em 2007, ainda não perdeu o prazo de validade. Trata-se de um álbum já clássico, particularmente em dois temas – “Dear Employee” logo a abrir e “Unavailabe”, um pedacinho pop viciante. Para o próximo mês está marcada a edição de um novo trabalho, o terceiro, que promete tornar-se mais um caso sério. O talentoso Jason Quever, o responsável pelo projecto, recebe aqui a ajuda de Alex Scally dos Beach House, companheiro de editora e com quem são muitas vezes comparados. Arranjos brilhantes em doses meticulosamente retro e vintage – ouça-se “Future Primitive” o novo tema entretanto avançado! O disco chama-se “You Can Have What You Want” e na Europa terá o selo da Rough Trade, estando prometida a edição de um cd extra com remixes, entre outros, dos Ruby Suns e Go!Team. Ao longo do mês de Maio, os Papercuts estarão em digressão americana com os Vetiver, eles também com um novo álbum.

quinta-feira, 5 de março de 2009

PRAIA DA ROCHE


O tema “Roche” foi escolhido para novo single (o quarto?) do álbum “Sexuality” do francês Sebastian Tellier. Há já remixes dos também gauleses Kavinsky e Breakbot. Depois das polémicas da Eurovisão, Tellier embarca a partir de Abril para uma digressão americana, no mínimo, divertida. Quem esteve no inesquecível concerto em Junho passado em Famalicão, não estranha todo este ambiente kitch e matreiro que o vídeo expressa, uma realização de Fleur & Manu, os mesmos da capa do referido álbum. As filmagens decorreram nas praias Biarritz, local onde parece que o músico já foi muito feliz...

EITZEL EM FORMA!

A edição de 2009 do excelente Noise Pop Festival em São Francisco recebeu este ano a contribuição de Mark Eitzel, numa noite dividida, entre outros, com Bob Mould. O concerto decorreu no sábado passado e Eitzel, a jogar em casa, apresentou-se acompanhado de um conjunto de metais e piano, numa fórmula inédita, desafiante e, ao que parece, triunfante. Um dos temas do alinhamento, "The Decibels & The Little Pills", single do disco “The Golden Age” com os American Music Club, conta a história de um encontro com uma rapariga sob efeito de esctasy e o resultado é este...

54 - 45 = 9 ROUBO


A tal caixa especial dos U2, que contém, entre outros, o novo disco e um DVD com um filme de Anton Corbjin, custa a módica quantia de 60.29€ na FNAC. A preço de amigo/verde o artigo fica-se pelos 54.95€... Se espreitarem a MediaMarket, a mesma caixa custa, sem desconto, 45€! Amigo atento já nos tinha feito sentir a diferença, notória também em inúmeros outros produtos. A isto chama-se roubo e cumprindo a máxima publicitária de uma das lojas, nós é que não somos parvos!

quarta-feira, 4 de março de 2009

MELHOR QUE PRINCE...


Em 2008 tivemos os Teenagers e em 2009 a “coisa” chama-se Flairs. Faz furor por França e ameaça encher-nos os ouvidos ao longo do ano. Ao leme está o senhor Lionel Flairs que canta e toca baixo, com a ajuda de Prince William nas guitarras e sintetizadores e Prince Philipp na bateria e... drogaria! O álbum saiu no mês passado e tem o nome de “Sweet Simphony”. A canção hit “Better Than Prince” tem um vídeo brilhante da responsabilidade de Jonas & François, os mesmos de “D.A.N.C.E” de Justice. Estes gauleses são loucos!

ALELA DIANE EM FAMALICÃO


A norte americana Alela Diane acaba de editar o segundo disco em nome próprio. Chama-se “To Be Still” e saiu o mês passado pela Fargo, existindo um edição especial com um DVD de um concerto no Olympia de Paris. No final de 2008, a menina ganhou coragem e pôs cá fora um magnífico disco de versões em nome de Headless Heroes, onde constam geniais interpretações de Daniel Johnston ou Jesus & Mary Chain. Pois bem e apesar da página no myspace nada adiantar, tanto talento tem data marcada para apresentação ao vivo em Famalicão no próximo dia 22 de Maio. Mais um grande concerto em perspectiva!

NEW OLD JERUSALEM


Já há data para o novo disco de Francisco Silva, ou seja Old Jerusalem: dia 6 de Abril está prometida a edição de "Two Birds Blessing", o quarto de originais. O músico deixa a editora BorLand e assina agora pela Rastilho. O disco foi gravado em Viana do Castelo com a parceria de Paulo Miranda, mas capa tem algo de portuense à beira rio! Estão prometidas algumas novidades e há já dois temas para ouvir...

LUNARIDADES #94


. dois excelentes artigos no Y de sexta: um sobre o Bairro Alto lisboeta o outro sobre as salas de cinema no Porto. Ao mesmo tempo e em assuntos diferentes, o espelho reflecte a degradação do centro das cidades como espaço de fruição, quer por excesso quer por defeito. Sem meio termo...

. o Sonar 2009 já roda e o alinhamento começa a ser, como sempre, atraente! Grace Jones, Orbital, Late of The Pier, Fever Ray são alguns dos nomes já marcados para as noites de Barcelona. Tudo por 125€ para os três dias, praia e calor incluídos!

. os U2 montaram casa no Late Show de Letterman em Nova Iorque durante toda a semana. Uma canção por dia, nome numa rua e ainda tempo para limpar a neve... The show must go on!

. prometia-se o regresso em 2009, mas o que é certo é que até agora, nada! Em tempo de crise, o Festival de Vilar de Mouros parece, mais uma vez, uma miragem. The show is gone?

segunda-feira, 2 de março de 2009

ANTÓNIO PINHO VARGAS, Casa das Artes VNFamalicão, 28 de Fevereiro de 2008


Quase 25 anos depois da edição do primeiro álbum de originais, o ano de 2008 marcou o regresso de António Pinho Vargas aos concertos. Para o efeito, o músico regravou as suas obras para piano solo, nome com que baptizou o disco duplo entretanto publicado e nome com que se apresenta em versão ao vivo. Em Famalicão, com uma plateia bem preenchida, tendo em conta a noite de futebol simultânea, o pianista ofereceu a todos os presentes um excelente recital. Alternando a execução dos trechos com alguns comentários biográficos e de circunstância, a noite proporcionou, acima de tudo, imensas e boas recordações. Temas como “June” logo o início, “General Complex”, “Dança dos Pássaros” ou "Tom Waits", são momentos eternos de composição versátil, que fazem parte da nossa memória colectiva e que uma geração portuense, onde nos incluímos, não mais esquecerá. Entre os tais comentários, notou-se algum humor crítico em relação à não compreensão, por parte de muitos, daquilo que é a música chamada contemporânea e ao facto do tema “Tom Waits” nunca ter sido do conhecimento do próprio Tom Waits, facto que por si só tornaria o próprio Vargas mais feliz e... rico! Tal como no disco, destaque para a inebriante dupla “Fugato par Lindo Ramo” e “Lindo Ramo, Verde Escuro”, inspirados nos cantares alentejanos e que vem dar razão ao que acertadamente Boaventura Sousa Santos expressou: “Num país outonal, a música de António Pinho Vargas é a inabalável força da Primavera”. No encore, um único tema - “Cantiga para amigos” - serviu, da melhor forma, para marcar uma noite aconchegante.

DUETOS IMPROVÁVEIS #84

CATHERINE WHEEL & TANYA DONELLY (BREEDERS)
Judy staring at the sun (Catherine Wheel)
álbum “Happy Days”, 1985