sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
MAIS UM VIGOCONCERTO
A seleccionada digressão de Mark Kozelek / Sun Kill Moon pela Europa no próximo mês de Fevereiro tem paragem rara em Vigo. No dia 19, o Auditório del Concello local recebe um dos quatro espectáculos por terras espanholas, embora se desconheça, para já, onde e como se adquirem bilhetes. Tendo em conta a qualidade do álbum "Admiral Fell Promises" e do EP de covers que o acompanha, ambos editados em 2010, esta parece ser uma promissora noite de encanto.
JOANNA NEWSOM, Centro Cultural Caixanova, Vigo, 22 de Janeiro de 2011
Apesar do atraso e porque o momento foi de luxo, não resistimos a tecer alguns comentários ao concerto do passado sábado. Noite de gala, numa sala algo fria mas de adornos dourados. Plateia silenciosa, conhecedora, mas, como é habitual por terras galegas, sem arrebatamentos exagerados. Tudo a preceito, calmo e respeitador e um som de sala irrepreensível. Talvez jogando à defesa, Newson foi parca em comentários, que se limitaram a agradecimentos de circunstância e elogios ao público, deixando a música falar por si. E que música! Acompanhada por um banda ao jeito de pequena orquestra, onde se reconheciam, para além de duas violinistas e um trompetista, o baterista Neal Morgan (acompanhou Bill Callahan na mesma sala em Fevereiro passado) e o multi-instrumentista e arranjador Ryan Francesconi, Newson encantou, melhor, hipnotizou a plateia. Voz de exageros, mas cada vez mais segura, que conta histórias e nos faz sonhar. Canções na sua maioria eleitas a partir do songbook que é "Have One On Me" e do qual é difícil propor destaques, mas "In California" e "Baby Birch", esta já no encore, voaram mais alto. Saltando entre a harpa e o piano, Newson esteve sempre jovial e linda de morrer e só foi pena termos lugar marcado no lado errado da plateia, onde a coluna da enorme harpa ganhou maior protagonismo... Algumas recordações como "Peach, Plum, Pear" ou "Inflammatory Writ" com algumas variações orquestrais parecem ter ganho outra vida e só foi pena "Cosmia" não ter sido escolhida... ou então foi tocada, mas, por hipnotização sonora, nem demos conta. Tal como desabafava um amigo de viagem, uma noite de outro mundo!
AS CONTAS DE MARK EITZEL
Demos conta por aqui que Mark Eitzel tinha apagado todos os posts do seu blogue. Pois bem, o artista parece agora mais calmo e retomou as opiniões e novidades, contando-se, entre elas, o anúncio de um disco a solo quase terminado. Chama-se "The Bill is Due", tem já mais de uma dúzia de temas e a receita acústica certamente confirmará, mais uma vez, aquilo que o artista sabe fazer melhor - compor canções acompanhadas por uma única guitarra. Editora ainda não existe, mas esta é a única forma que Eitzel conhece de ganhar algum dinheiro para ajudar a pagar as contas. Conta connosco!
NOVENTA E QUATRO PONTO TRÊS
Nos muppis espalhados pelo Porto que anunciam a Vodafone.fm, um dj acerta discos de vinil ladeado por uma sedutora cantora, num conjunto trendy mas, obviamente, enganoso. A nova rádio não tem locutores nem música ao vivo, mas a playlist que rodou nestes primeiros dias até que é bem atractiva, um shuffle gigante bem escolhido. Para além de inúmeros projectos e artistas lusos, ouve-se Avi Buffalo, Aurevoir Simone, LDC e Arcade Fire, mas também Walkmen, Monae, El Guincho, Big Boi, Gala Drop, Dark Dark Dark e até Rural Alberta Advantage e Gil Scott Heron! Atendendo ao desolador panorama radiofónico da cidade e ao facto de não termos que ouvir locutores carentes a pedir para darmos opiniões sobre tudo e mais alguma coisa, rogamos, desde já, que, contrariando o spot promocional (Vodafone.fm: mexe na música), não mexam muito!
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
ROCKY RACOON #1
Neste blogue, foi sempre nossa intenção ter uma rúbrica sobre os Beatles. As razões poderão ser muitas e diversas, mas não pretendemos agora dar muitas justificações nem, muito menos, explicar o porquê do nome "Rocky Racoon" para esta nova etiqueta. É sobre os Beatles e só isto basta!
Entre inventários e listagens de publicações portuguesas, surgem algumas vezes aos nossos olhos referências e artigos a que achamos piada, que decidimos digitalizar para futura memória e que podem interessar a outros aficionados.
É, precisamente, o que acontece com este primeiro número da revista "AZ" de Julho de 1967. Na capa temos Jackie Stewart ao volante do seu BRM em Silverstone, mas entre a pág. 55 e 59 há um artigo intitulado "Os Beatles Perderam a Cabeça?" da autoria de um tal James Richard, ilustrado por Diogo de Castro, que tenta explicar "O que se passa realmente com o famoso conjunto". Nesse ano, a banda já não tocava ao vivo e as fricções começavam a avolumar-se. Parece ser uma tradução de um artigo estrangeiro, já que com esse nome não existe na ficha técnica nenhum jornalista.
Como bónus deixamos também uma curiosa crónica de Carlos Cruz, esse mesmo, publicada mais à frente no mesmo número e onde os Beatles são, claro, elogiados. Atendendo a que na mesma revista há ainda uma pequena crítica ao EP "Eleanor Rigby" ("Este é um dos melhores discos dos Beatles que nos tem sido dado a ouvir (...). Não interessa, no entanto, estar a escalar as faixas do disco, pois todas elas se situam num plano que podem conduzir a um autêntico "best-seller") e que a publicação encerra com um cartoon de Quito chamado "Yé-Yés Cabeludos", estamos, sem dúvida, perante um clássico!
Entre inventários e listagens de publicações portuguesas, surgem algumas vezes aos nossos olhos referências e artigos a que achamos piada, que decidimos digitalizar para futura memória e que podem interessar a outros aficionados.
É, precisamente, o que acontece com este primeiro número da revista "AZ" de Julho de 1967. Na capa temos Jackie Stewart ao volante do seu BRM em Silverstone, mas entre a pág. 55 e 59 há um artigo intitulado "Os Beatles Perderam a Cabeça?" da autoria de um tal James Richard, ilustrado por Diogo de Castro, que tenta explicar "O que se passa realmente com o famoso conjunto". Nesse ano, a banda já não tocava ao vivo e as fricções começavam a avolumar-se. Parece ser uma tradução de um artigo estrangeiro, já que com esse nome não existe na ficha técnica nenhum jornalista.
Como bónus deixamos também uma curiosa crónica de Carlos Cruz, esse mesmo, publicada mais à frente no mesmo número e onde os Beatles são, claro, elogiados. Atendendo a que na mesma revista há ainda uma pequena crítica ao EP "Eleanor Rigby" ("Este é um dos melhores discos dos Beatles que nos tem sido dado a ouvir (...). Não interessa, no entanto, estar a escalar as faixas do disco, pois todas elas se situam num plano que podem conduzir a um autêntico "best-seller") e que a publicação encerra com um cartoon de Quito chamado "Yé-Yés Cabeludos", estamos, sem dúvida, perante um clássico!
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
DODOS: NOVO DISCO E VIGOCONCERTO
Chama-se "No Color" o quarto disco dos Dodos a ser editado em Março via Wichita Records. São nove temas produzidos pelo amigo John Askew, onde contam com a participação de Neko Case, cantora dos The New Pornographs com uma interessante carreira a solo. O grupo parece ter regressado à sua base de duo, tendo prescindido da colaboração do vibrafonista Keaton Snyder. A tournée europeia, entretanto divulgada, chegará bem perto com um concerto na Universidade de Vigo a 28 de Abril próximo.
Aqui fica um pequeno documento sobre a nova produção.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
DUETOS IMPROVÁVEIS #162
JASON LYTLE (Grandaddy) + MIDLAKE
A.M. 180 (Grandaddy)
Ao vivo na Roundhouse, Londres, 2 de Novembro de 2010(RE)LIDO #29
THE BEATLES
DISCOGRAFIA PORTUGUESA A 45 RPM
de Abel Soares Rosa. Lisboa: Blogue Beatles Forever!, 2010
São quarenta as pequenas rodelas de vinil dos Beatles que saíram em Portugal entre 1962 e 1983. Entre 27 EP's (4 temas) e 13 singles (2 temas), há mais de 180 canções que o tempo nunca apagará e que, repetidamente, nos trazem recordações, alegrias e emoções. Quando a agulha do gira-discos pousa num dos poucos destes discos que temos lá por casa, mesmo que sejam edições espanholas de capas gastas ou de estrias riscadas, a sensação é sempre a mesma - "somos uns felizardos"! É pois com alguma inveja assumida que analisamos as capas e contra-capas que Abel Rosa reuniu na sua colecção e que, em bom tempo, fez o favor patriótico de editar em livro. Junta-se a excelência do formato, em tamanho idêntico ao das capas originais, a qualidade das reproduções, os comentários telegráficos mas pertinentes e a cereja em cima do bolo que é o poster com totalidade da rara e única colecção portuguesa. Quanto à inclusão não exaustiva de artigos de imprensa, livros e outros relatos sobre os Fab Four, é pena não terem seguido, tal como os discos, uma sequência cronológica, mas, mesmo assim, servem, na perfeição, para um melhor entendimento do fenómeno por terras lusas e ainda para algumas descobertas! Parabéns aos promotores e a todos os que, em tempos difíceis, ajudaram a concretizar, com brilho e amor pela música, uma obra tão rica. P.S.- No âmbito na nossa actividade profissional, vão-nos passando pelas mãos algumas publicações de época com entrevistas, artigos ou fait divers sobre os Beatles que o livro não inclui e que em breve começaremos a deixar por aqui.
REFORMULAÇÃO ESTRATÉGICA
Os The Forms são (mais) um duo de Brooklyn, Nova Iorque, formados em 2003 e já com dois álbuns gravados com a ajuda do lendário Steve Albini. Contudo, o sucesso não quis nada com eles e, talvez por isso, decidiram regravar algumas das canções antigas com a ajuda de velhos amigos. Surge, assim, o EP "Derealization" a editar em Fevereiro e onde contam com a colaboração, entre outros, de Matt Berninger dos The National, Daniel Hart dos St.Vincent e Nat Baldwin dos Dirty Projectors, bandas com quem, por diversas vezes, partilharam palcos e backstages. Espera-se, desta vez, um reconhecimento há muito merecido.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
PAUL, JOHN, GEORGE E JIMMIE!
A história de um baterista dos Beatles por dez dias contada pelo próprio, com direito a imagens e algumas surpresas. Para descobrir por aqui!
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
AND THE WINNER IS...
São estes os videos vencedores do concurso lançado por David Lynch para videografar os seus dois novos temas.
TENIS COM ESTILO
O hype digital à volta do duo marido e mulher do Colorado chamado Tennis, levou-nos a uma investigação mais profunda. Confessamos alguma decepção ao ouvir os temas indie que entretanto foram lançados, embora seja de reconhecer muito frescura e uma curiosa e saborosa inocência pop. Estão encontrados os Best Coast de 2011! Prometido está um álbum de estreia para Fevereiro onde serão incluídos a maioria das canções já editadas em diversos singles, mas o que nos chamou mais a atenção foi a capa de "Cape Dory", nome do referido disco. Onde é que já vimos uma capa parecida? Com um pouco mais de paciência, lá descobrimos um blog que tira esta e outras dúvidas. Trata-se de uma réplica do álbum de Lisa Hartman "Hold On" lançado em Janeiro de 1979 e que incluía "Hold on, I'm coming", um hit disco ao jeito de tantos outros da mesma época e que, amiúde, nos passa pelas mãos em deambulações vinílicas (de vinil, não de vinho...). Ao que parece, os Tennis são obsessivos coleccionadores de capas antigas de inspiração feminina, mas, olhando bem, a capa original continua a ter muito mais estilo...
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
ABSOLUTE BRUNI
Tal como foi prometido em Setembro passado, há agora um segundo split single em vinil retirado da colectânea "We Were So Turned On: A Tribute To David Bowie". Desta vez os artistas eleitos foram os Duran Duran e Carla Bruni. A edição é de mil exemplares, sendo trezentos em rosa opaco, trezentos transparentes e quatrocentos no clássico vinil negro. Aceitam-se já pré-encomendas, relembrando-se que as receitas revertem na totalidade para a Warchild. Aqui fica Ms.Sarkozy num muito warholiano video não oficial de "Absolute Beginners".
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
TODOS JUNTOS!
A admiração de Beck e Devendra Banhart pela música de Caetano Veloso há muito que é conhecida. Por diversas vezes, os dois artistas norte-americanos expressaram a influência da bossa nova nas suas composições e chegaram até a entrevistar Caetano, como é o caso de Beck. Juntar os três talentos seria uma hipótese remota, mas o que é facto é que aconteceu. No passado dia 13 de Dezembro, no âmbito de um jantar de gala de angariação de fundos para o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MoCA), o impensável concretizou-se. O primeiro a actuar foi Devendra, para interpretar "At the Hop", tendo depois ajudado Beck no lindíssimo "The Golden Age" do álbum Sea Change de 2002. Já com Caetano em palco, o trio maravilhou os presentes, que pagaram entre 2500 a 10000 dólares, com "Nine Out of Ten" e "Maria Betânia", dois temas de Veloso interpretados harmoniosamente com a ajuda de uma pequena orquestra. Certamente, memorável...
Beck at MoCA from Beck Hansen on Vimeo.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
LUNARIDADES #112
. os Muse (arrgghhh) estão a pensar dar concertos nos espaço! Podiam ficar por lá... eternamente!
. "Já Não Há Pachorra" nº 13
DUETOS IMPROVÁVEIS #161
JARVIS COCKER & RICHARD HAWLEY
Born to cry (Pulp)
Programa de televisão "Music Instinct: Science and Song"Janeiro de 2009
CMYK PERFEITO
Não será por acaso que o primeiro post de 2011 seja sobre James Blake, jovem prodígio da electrónica inglesa que ao longo do ano passado despertou a atenção da imprensa de ouvido mais atento. A elogiada e viciante receita resulta num experimentalismo acessível do tipo "Bon Iver meets beat" (ouça-se "Lindesfarne II") e o álbum de estreia, prometido para Fevereiro, será, com certeza, uma confirmação das expectativas criadas pelos EP's entretanto lançados pela R&S Records, editora belga renascida das cinzas.
Um desses 12" recebeu o nome de "CMYK", iniciais das cores do sistema de obsorção de luz utilizado nas artes gráficas para obter a quadricromia (Ciano, Magenta, Amarelo/Yellow e Preto/Key) e foi publicado, em edições limitadas, em três coloridas rodelas que, sobrepostas, produzem as restantes cores (verde, azul, vermelho e preto). Bem que gostaríamos de realizar a experiência com os discos nas mãos, mas os vinis esgotaram num ápice e estão agora à venda por aí a preços a roçar o proibido...
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