Passaram quase três anos sobre o concerto que Kaki King trouxe até Braga e onde se comprovaram todos os seus multi-elogiados dotes de guitarrista. Na altura, com ajuda de um baterista, a noite foi maioritariamente de teor rock, ou não fosse a guitarra eléctrica o instrumento eleito para, cruamente, fazer vincar as suas canções. Neste regresso ao norte do país, a aposta na vertente acústica permitiu um espectáculo mais aconchegante ou, vá lá, mais íntimo. O denominado "finger tapping" continua a ser quase surreal, vibrante e irrepreensível, não sendo por isso estranho que o formato instrumental se tenha feito notar. Antes do encore, King tinha cantado uma só canção, tendo desenvolvido nas restantes uma imensa paleta de sons e acordes nas três guitarras que tinha em palco. Numa delas experimentou e ensinou o público a inventar novos sons recorrendo a uma trave de madeira intercalada a meio do instrumento, um "dois-em-um" que se toca na horizontal e que nos deixou, como certamente a muitos dos presentes, literalmente boquiebertos. Quem sofre são as cordas, esticadas ao limite e afinadas invariavelmente antes de cada tema, o que levou, numa das ocasiões, ao rebentar amplificado e inesperado de uma delas. Nada que a menina não tenha rapidamente resolvido em palco, substituindo-a enquanto contava algumas histórias, o que foi bom, aproximando o público e descomprimindo a artista. Já no encore, visivelmente bem disposta, suspirou pelo regresso a casa previsto para amanhã (hoje) e o reencontro com a família e animais de estimação, principalmente uma chorona dupla canina cuja história serviu para introduzirr "Sunnyside", uma perolazinha de alto calibre que encerra "Junior", o último álbum de originais. Prometeu regressar com disco novo, o sexto, e nós estaremos sempre prontos para repetir o encantamento.
2 comentários:
A primeira vez que vi Kaki King ao vivo foi em Braga. Concerto fantástico, onde, tal como referiste, imperou o rock e a guitarra elétrica de Kaki, acompanhada por dois virtuosos músicos, o baterista Matt Hankle e o multi-instrumentista Dan Brantigan.
Ontem, estava à espera do mesmo formato de concerto, e foi uma surpresa quando vi o palco apenas com uma cadeira rodeada com as guitarras de Kaki King.
Foi, igualmente, muito bom! Tão bom que até nos fez ''miar'' :) Uma verdadeira delícia vê-la tocar! :)
Foi realmente um concerto de alto nível!
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