Lindo! Foi assim que alguém na plateia esgotada da Sala Suggia reagiu ao final de "Take Me Back", primeiro tema de um serão, no mínimo, surpreendente. Despir as canções de Aloe Blacc de toda a envolvente intrumental soul acarreta algum risco e apesar da pronta e expontânea adesão do público, a "coisa" demorou algum tempo, no nosso caso, a entranhar-se. Em palco, um quinteto de cordas liderado pelo violinista Miki, rodeava um Blacc impecável no seu fato estreito e aprumado tal e qual um Marvin Gaye clássico em noite de gala. Como Gaye, o autor de "Good Things", álbum que o lançou para o êxito, canta o amor, a família, mas também os problemas sociais ou a farsa política, no caso uma excelente e apropriada "Politician" de lírica facilmente aplicável a qualquer realidade ocidental. A comparação com os temas originais é fatal, havendo nalguns casos, poucos, alguma perca de intensidade, mas na maioria das vezes as canções ganham óbvios e radiantes caminhos particularmente notórios em "Femme Fatale" ou "Mama Hold My Hand". Claro que o mais que esperado "I Need a Dollar" não fez ninguém levantar-se das cadeiras para dançar, mas a receita rítmica aplicada recebeu a maior ovação da noite. Bem disposto, feliz, Blacc já no encore não perdeu a oportunidade de aveludar um "Billy Jean" até ao limite e repetir "Loving You Is Killing Me" para gaúdio do público há muito rendido. Uma noite de coisas boas.
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