quinta-feira, 10 de janeiro de 2008


(RE)LIDO # 5
BELLE AND SEBASTIAN
Just a Modern Rock Story
de Paul Whitelaw
Helker Skelter Publishing, London, 2005
Já lá vão quase seis meses desde o início da leitura deste livro. Parece muito tempo, mas atendendo a que não estamos de férias, a disponibilidade para a literatura não é muita... Ainda por cima trata-se de uma bandas “protegidas” e “protectoras” deste blog, o que requer alguma atenção. Assim, decidimos iniciar hoje a publicação de alguns comentários sobre um conjunto de material impresso e em imagem sobre os Belle & Sebastian que fomos recolhendo criteriosamente. Este livro, da autoria de Paul Whitelaw, jornalista e conterrâneo da banda de Glasgow, é, no fundo, o começo perfeito. Para o efeito, o autor entrevistou directamente os elementos da banda, envolvendo-os na sua “teia” ao ponto de ser o próprio Stuart Murdoch o responsável pelo brilhante design da capa. Os B & S são, notoriamente, um grupo de músicos muito especial. Os primeiros capítulos do livro, que traçam individualmente a biografia de cada um dos elementos até à formação da banda, permitem essa conclusão. Apego, força de vontade e auto-confiança, transformaram receios em vitórias, principalmente no capítulo dos concertos ao vivo e no aperfeiçoamento musical. O arrojo permitiu, desde 1996, que banda suscitasse curiosidade nos media e interesse das editoras. Neste ponto, o mítico primeiro disco “Tigermilk” haveria de marcar, para sempre, a aura indie da banda muito à custa de uma (auto) editora chamada Jepsteer. O conturbado romance de Isobele Campbell (Belle) e Stuart Murdoch (Sebastian) é o fio condutor de toda a história, facto que marca a narração e a discografia do grupo. Este talvez tenha sido o facto que mais nos surpreendeu, já que o jogo de parada/resposta, de bem-me-quer/mal-me-quer amoroso, das alfinetadas nas letras das inúmeras canções do grupo, foram, ao que parece, imensas e complexas. A tensão latente levaria à saída, em 2002, de Campbell para uma, até agora, intocável carreira a solo. O ego e irreverência de Murdoch marcam também o livro em diversos episódios e histórias divertidas: o fascínio por Morrissey e Lawrence dos Felt (que saudades!!!) convidando-os, por carta, a participar nos telediscos do grupo, sem resultados, a ideia e organização do primeiro Bowlie Weekender (1999) em clima de caos e pândega, a célebre votação para melhor Best Newcomer dos Brit Awards (1999) que haveriam de ganhar para desespero de alguns trutas da indústria e utilizando a internet para o efeito, a presença endiabrada (em playback) no TOTops inglês depois de algumas bebidas e invasões de espaços proibidos da BBC que os levou à expulsão do edifício (2000), o convite malfadado para realizar a banda sonora do filme “Storytelling“ de Tod Solondz (2001), etc., etc.. O livro termina com a custosa saída da banda da primitiva editora para a Rough Trade em 2002 e o também surpreendente convite a Trevor Horn para a produção do álbum “Dear Catastrophe Waitress”. Os Belle & Sebastian depois disto tudo parecem ter estabilizado e amadurecido, mas continuam inconfundíveis. Resumindo, um livro sincero, divertido e para fãs, o que é o caso!

Belle And Sebastian - Legal Man (live TOT 2000)

2 comentários:

Hug The DJ disse...

agora já sabes... toca a emprestar.

Anónimo disse...

Ora nem mais. 2º lugar na lista espera :-)

ana