sexta-feira, 26 de junho de 2009
WE CAN'T HELP HIM
Por coincidência, acabamos há dois dias a leitura de um livro sobre a gravação de um dos discos mais importantes da história da música popular – “What’s Going On” de Marvin Gaye. Nele se traçam as dificuldades do músico em fazer aceitar os seus objectivos junto de Barry Gordy, dono da Motown de Detroit. Estavamos em 1971 e Gordy, anunciava, pouco depois, a transferência da editora para Los Angeles onde, dizia ele, estava o futuro – os Jackson 5 e, acima de tudo, o génio de Michael Jackson. Gordy não se enganou por muito, embora as suas previsões catastróficas quanto à validade de “What’s Going On” tenham, obviamente, saído goradas. O génio viria a confirmar-se e convivemos com ele até ele ir desaparecendo aos poucos. Depois, um certo desconforto, como dizia Nuno Galopim ontem na SIC, vinha sempre ao de cima. Desconforto nos escândalos, nas historietas, nas opções e manias, mas acima de tudo, na qualidade da música. Desconforto ao comparar os álbuns “Of The Wall” ou “Thriller” com todo o resto desprezível e incompreensível posteriormente editado. Michael Jackson já há muito tinha desaparecido, porque a tal “soul” esvaziou-se. Desalmou-se. No fim da linha, aqui fica um dos grandes temas de “Off The Wall”, da pena e génio de um grande Stevie Wonder, a banda sonora perfeita para uma vida na terra do nunca…
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