terça-feira, 5 de junho de 2018

CHICO BUARQUE, Coliseu do Porto, 2 de Junho de 2018

Fotografia O Observador















Doze anos depois, Chico Buarqe regressava ao Porto e a cidade de imediato percebeu a importância da oportunidade esgotando as duas datas destinadas a apresentar o grande disco "Caravanas" e não só. O álbum, que fomos ouvindo com prazer e até surpresa nos últimos tempos, era assim o momento certo para a nossa estreia num dos seus raros espectáculos o que, em boa hora e afortunadamente, acabou por acontecer da melhor forma desde que a cortina se abriu e a plateia o ovacionou de abraço. Começava então um recital em crescendo que alternou clássicos como "Iolanda", "Retrato em Branco e Preto" de Jobim ou o arrepiante "Todo o Sentimento" com canções recentes tão grandes como as nossas preferidas "Jogo de Bola", "Massarandupió", "As Caravanas" ou a lindíssima "Tua Cantiga". Com uma banda e músicos de calibre intocável, a noite planou entre fortes aplausos a um Chico bem disposto e em plena forma mas quando chegou um tal "Sabiá" ("sei que ainda vou voltar"...) e "Gota de Água" alguém atirou duas rosas para o palco que, esquecidas no solo, haveriam de ir parar às mãos do destinatário durante a ovação seguinte parecendo cravos do tempo do "Fado Tropical" do imenso Portugal... Quando nos encores chegou, entre outros, a vez de "Geni e o Zeplin", "Para Todos" ou "Futuros Amantes" faltava o cheirinho de alecrim do nosso "Tanto Mar" para que a noite bonita acabasse por florescer de alegria. Tanta primavera!

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