quarta-feira, 31 de julho de 2024

AMBROSE AKINMUSIRE NO GUIMARÃES JAZZ!















A trigésima terceira edição do Guimarães Jazz anunciada no dia de hoje tem na abertura um luxoso concerto - dia 7 de Novembro, quinta-feira, o trompetista Ambrose Akinmusire regressa à cidade, oito anos depois, para apresentar o colectivo "Honey from a Winter’s Stone”, projecto que só será estreado durante o próximo mês de Agosto em Los Angeles. Ao lado do Mivos String Quartet e de um conjunto de outros instrumentistas e vocalistas, espera-se uma perfomance criativa inesperada e irrepetível. Bilhetes já à venda

Akinmusire editou no final do ano passado um excelente disco de subtil jazz clássico que, sem certezas, poderá ser eleito em algum momento para execução, mais um forte motivo para marcar presença. 

DUETOS IMPROVÁVEIS #292

THE SECRET SISTERS & RAY LAMONTAGNE 
All the Ways (Laura Rogers/Lydia Slagle) 
Álbum "Mind, Man, Medecine", New West Records,
E.U.A., Março 2024

terça-feira, 30 de julho de 2024

BILL CALLAHAN, NOVA REALIDADE!

Talvez se afigure pertinente perguntar se seria mesmo preciso um disco ao vivo de Bill Callahan. As tentativas anteriores nem sempre validaram da melhor forma a experiência a três dimensões que uma sala de concertos proporciona, havendo até casos de desastres inexplicáveis apesar de oficiais, mas uma nova insistência surge agora com o título de "Resuscitate!" via Drag City Records e é, no mínimo, um testemunho de inconformismo artístico. 

Registado em plena digressão do álbum "YTI⅃AƎЯ" em Março de 2023, numa noite em Chicago ao lado de Jim White, Matt Kinsey, Nick Mazzarella, Pascal Kerong', Nathaniel Ballinger e o duo Joshua Abrams e Lisa Alvarado dos Natural Information Society, não há por aqui docinhos instrumentais ou veludos vocais mas sim uma mutação propositada dos temas que se agigantam num desfile poderoso de virtudes e méritos que, em boa hora e um mês depois, testemunhamos em pleno e esgotado Theatro Circo bracarense. Nas palavras de Callahan, esta transfiguração como que requisitava uma posteridade obrigatória, o que o próprio criador autorizou e promoveu de forma natural numa realidade restaurada, melhor, ressuscitada1   


KELLEY STOLTZ, SOM FLORES!





















O disco regresso de Kelley Stoltz tem já um mês de gestação mas o percentil de crescimento afigura-se, como sempre, elevado. Pai tardio pela primeira vez aos cinquenta anos, encontramos Stoltz a insistir naquelas canções a roçar um psicadelismo que os anos oitenta preencheram de camadas pop irresistíveis, uma perfeição obstinada mais que testada ao longo dos dois últimos anos com a ajuda de Fred Barnes e Jason Falkner, guitarrista dos Jellyfish que surge em "Hide In A Song" e "Make Believer", dois dos doze novos temas. 

Em "La Fleur" é na mesma Stoltz que toca, praticamente, todos os instrumentos e tem inspiração lírica no raio da pandemia, na política americana (tchhhh...) e na paternidade inesperada ("About Time" é um um assumido conto sonoro dedicado à filha). Há, contudo, outras histórias como a que envolve "Reni's Car", o primeiro single que rodopia sobre uma viagem por Manchester ao volante do carro do baterista dos Stone Roses, Alan John "Reni" Wren e com video rodado, parcialmente, no local original. O disco é o décimo oitavo de uma longa carreira e segue-se a "The Stlyst", mais uma obra prima saída em 2022



quinta-feira, 25 de julho de 2024

NICK DRAKE, CELEBREMOS!

















Como anunciado, decorreu ontem o concerto promenade dedicado a Nick Drake, uma noite de celebração orquestral mas com várias surpresas e excelentes contribuições vocais em pleno Royal Albert Hall londrino. São mais de duas horas de magia, desde logo, bastante elogiadas e que se podem ouvir de fio a pavio através da gravação da BBC Sounds agora disponibilizada. Intemporal!

quarta-feira, 24 de julho de 2024

FEIST DE SECRETÁRIA!

M. WARD, PARA INICIADORES E NÃO SÓ!





















Em Setembro a Merge Records vai lançar "For Beginners: the Best of M. Ward", catorze canções retiradas dos discos que o cantor e compositor lançou na editora desde "Transfiguration of Vincent" de 2003. Entre as escolhas estão verdadeiros clássicos vintage pop como "Chinese Translation" ou "Rollercoaster" mas também versões intemporais como "Let's Dance" de Bowie a que se junta uma inédita cover acústica de "Cry", êxito dos ingleses Godley & Creme de 1985 e que tem ajuda do trio australiano Folk Bitch Trio. Tudo preparadinho para iniciadores e não só! 



FAROL #154















O irrequieto Jack White, dono da Third Man Records e da respectiva fábrica de vinis, faz o que lhe apetece e ainda bem. Desta vez decidiu oferecer literalmente um novo álbum em, claro, vinil a todos os que entrarem lojas dentro de Nashville e Londres. A rodela tem treze canções, foi chamada de "No Name" e já se tornou raridade proibitiva. Quanto à versão digital, o próprio incentiva à descarga e irradiação. Vamos a isso...

segunda-feira, 22 de julho de 2024

NORAH JONES DE SECRETÁRIA!

EGO ELLA MAY, Matosinhos em Jazz, Salão Nobre da C. M. Matosinhos, 20 de Julho de 2024

Mesmo que pouca, a chuva levou à transferência do concerto de Ego Ella May para o salão nobre da Câmara matosinhense, ali mesmo ao lado do tradicional e único coreto jazzístico. O espaço encheu-se de gente, mais próxima e concentrada de um palco improvisado e algo frio pelo marmoreado que o cercava e pela inexistência de um qualquer jogo de luz. Compreensível, mas, ainda assim, condicionante. 

A onda neo-soul e algo distante de uma jazz tradicional, tem na voz de May um calmante testado que é quase uma homenagem a outra Ella de flama eterna mas que, mesmo assim, nem sempre se mostrou primorosa no acerto. Notou-se, contudo, uma segurança e postura de simpatia natural e já assente em quase dez anos de discos e canções que espantam pela honestidade mas que estão longe de qualquer deslumbramento. Agradável, bem tocado e interpretado, o registo talvez necessite de um abanão idêntico ao que arriscou apresentar quando estreou uma nova canção de diferente mas bom caminho. Ella sabe...

sábado, 20 de julho de 2024

UAUU #724

TOUMANI DIABATÉ (1965-2024)
















A kora que Toumani Diabaté tocava não era só um instrumento. Era uma chave mestra de uma porta que se abria, estreita mas luminosa, para uma viagem pela transcendência que só a música permite e que têm em "The Mandé Variations" de 2008 uma plenitude inexplicável. Logo nesse ano, fomos ouvi-la a tanger na sala grande da Casa da Música - sozinho com a sua kora, Toumani conduziu-nos longe na magia e na vibração espiritual, um encantamento único e memorável. 

Já nos camarins, o abraço, a simpatia e o sorriso contínuo, que a fotografia acima tão perto nos transposta, como que selaram, afinal, que o maliano era mesmo deste mundo e que também era, e sempre será, para além de embaixador de uma música tradicional de longínquas gerações, um tesouro mundial que nunca perderá o brilho. Peace!

quarta-feira, 17 de julho de 2024

TYLER & WALKER, OH MY... GNRATION!

 













Dois dos melhores guitarristas da folk americana irão juntar-se em noite única e isso é imperdível - William Tyler e Ryley Walker tem aparição conjunta marcada para o dia 4 de Outubro próximo, sexta-feira, no GNRation bracarense, organização que lançou o desafio para uma partilha simultânea de canções instrumentais, cantadas ou sussurradas. Walker repete, assim, a presença no mesmo palco ocorrida em 2017. Os bilhetes já estão à venda...


JASMINE MYRA, Matosinhos em Jazz, Jardim Basílio Teles, 14 de Julho de 2024

A jovem saxofonista Jasmine Myra lançou recentemente "Rising", segundo álbum de originas na conceituada Gondwana Records, casa de Hania Rani ou dos Portico Quartet, que é um brinquinho de jazz subtil de texturas radiantes. Apresentá-lo ao vivo sugeria, pois, um risco ímplícito atendendo à produção preciosa de Matthew Halsall. 

Certo é que o super-colectivo que assomou ao coreto, sete músicos que, na maioria dos casos, tocaram e gravaram o disco, deu ao concerto uma segurança de delicadeza surpreendente, um verdadeiro luxo analógico em tempos de facilitismo digital, o que, ao ar livre e quase em plena natureza, se demonstrou abençoado e de fruição cimeira. À qualidade das peças, dos músicos e, já agora, do público, uma enorme vénia para quem fez o som e o calibrou numa tão grande superioridade e registo. Olha o nível!

terça-feira, 16 de julho de 2024

NICK DRAKE, PRO(E)MOÇÃO!





















A série de concertos promenade do Royal Albert de Londres para 2024, que começa na próxima sexta-feira, apresenta no programa deste ano uma soirée dedicada a Nick Drake denominada "An Orchestral Celebration" marcada para dia 24 de Julho, quarta-feira, pelas 19h30. 

Canções como "River Man", "Cello Song" ou "Time Has Told Me" serão interpretadas pela BBC Symphony Orchestra conduzida pelo maestro Jules Buckley ao lado de um leque de artistas convidados e onde se contam Scott Matthews, Marika Hackman e as The Unthanks. 

Prometida está a transmissão em directo pela BBC Radio 3 e a retransmissão futura via BBC Radio 2. Pena não haver indicações de nenhuma BBC TV. Isso é que era! Há mais de catorze anos foi assim...

FIELD MUSIC, VARIANTE Nº 9!





















Depois da surpresa de Maio passado e demonstrando, sempre, uma resiliência artística assinalável, os Field Music gravaram mais um disco de originais, o sucessor de "Flat White Moon" de 2020. Para "Limits of Language", o nono de originais, os manos Brewis não fizeram muitos planos, limitando-se a fazer valer o passado de algumas canções para chegarem a uma conclusão - a necessidade de um novo som e um novo alvo sonoro. 

A primeira prova, "Six Weeks, Nine Wells", talvez explique, ou não, o que se pretende, mas são notórias novas texturas de sintetizadores e variantes da guitarra que aguçam a curiosidade e que, de olhos fechados, confirmarão o disco como mais uma pedrada pop que aqui pela casa teremos muito gosto e vontade em partir e repartir.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

MOSES BOYD, Matosinhos em Jazz, Jardim Basílio Teles, 13 de Julho de 2024

Entre a fina selecção de músicos que já subiram ao coreto do Jardim Basílio Teles, faltava a comparência do baterista inglês Moses Boyd, verdadeira instituição moderna do chamado jazz de fusão ou nu-jazz. Ao seu lado, três aliados nessa tarefa sempre aventureira de ir torneando e contornando os instrumentos em peças de efeito rodopiante, cada um deles com direito a destaque próprio em vários momentos mas onde a guitarra gingona de Artie Zaitz se evidenciou sempre fascinante na toada quase funk

Foram, pois, muitos os momentos de perfeita simbiose a que o público, o sol e o arvoredo deram ainda mais colorido e sentido, uma sonoterapia de evidente vantagem terapêutica que se aconselha para todas as idades e maleitas e que se deve agradecer sem restrições. Os fortes aplausos e clamores prestados foram, por isso, todos mais que merecidos e sinceros, confirmando este Moses e respectivos parceiros como uns verdadeiros libertadores. Keep it free! 

THE CLIENTELE, VERÃO AZUL!






















A extensa safra "I Am Not There Anymore" dos The Clientele continua, um ano depois, a fazer-se ouvir aqui pela casa de forma recorrente já que a fibra pop de que é feita têm qualidade mais que suficiente para ser esticada, na suavidade e sem desgaste, a qualquer verão. 

Digressões e palcos não foram muitos desde aí, mas para assinalar o regresso aos E.U.A. para uma curta tournée, está prometida a reedição pela Merge Records de um sete polegadas só inicialmente disponível num concerto londrino de Janeiro passado e que ganha agora cor azul e disponibilidade global de quinhentas cópias. As canções incluídas são a maravilha "Claire's Not Real", o terceiro single retirado do disco, a que se junta o inédito "Still Corridor" no lado B, tema ainda sem streaming disponível. Encomendas aqui.

LAURA MARLING, MAGNÍFICA!





















A carreira de Laura Marling já leva oito álbuns em quinze anos. Qual deles o melhor, qual deles o maior, qual deles o mais importante em cada momento para sua vida de trinta e quatro anos e que a chegada da pandemia, em 2020, levou à antecipação do álbum de nome "Song For a Daughter" dedicado a uma filha há muito suspirada e imaginada. 

Nesse período e ao contrário da maioria, Marling resistiu à tentação de gravar novas canções, esperando por uma melhor oportunidade - o ano passado acabou por dar à luz uma menina, descobrindo depois as virtudes e as recompensas do embalo, da calma e dedicação à bebé, permitindo-lhe pegar na guitarra mais vezes e aperceber-se dessa bênção celestial que a natalidade aporta e transforma. 

A nova canção "Patterns", enorme na sua transcendência, é pois o anúncio perfeito, desde quarta feira passada, de um disco maturado na ternura e de título "Patterns in Repeat", obra de uma artista, ainda e sempre, brilhante, com aparição agendada para final de Outubro. Magnífica!

sábado, 13 de julho de 2024

UAUU #723

PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #32





















A longa Rua D. Afonso Henriques, que sai da Areosa para Ermesinde, continua a ser uma artéria de forte actividade comercial e, ao longo da qual, os hipermercados acabaram também por se espalhar de forma assustadora. 

Recheada de uma variedade cada vez mais reduzida - cafés e pronto a vestir assumem-se como preferencias - a rua teria, certamente, algumas discotecas disfarçadas em espaços multi-vendas como era a Casa Caçador já por aqui referida, e seria também o caso da Admar, um pouco mais acima no sentido de Ermesinde, já na freguesia de Pedrouços, Maia. 

Discos, mas também televisões, cassetes, fitas gravadas (?), cinema, rádio, fotografia e hi-fi, a Admar ocupava duas esquinas muito próximas para vender isto tudo: os nºs 424 a 428, ainda hoje no edifício original, são uma padaria e café da rede Molete e, mais à frente, o nº 472 está já transformado em prédio moderno nas traseiras mas a esquina sugere ser ainda a primitiva ocupada por uma frutaria. 

Da Admar nada mais sabemos e a única coisa que nos trás à memória é o nome de um jogador do Porto dos anos oitenta com o mesmo nome... ou quase (Ademar).

                      Admar, Rua D. Afonso Henriques, 424-428 Areosa 
                Admar, Rua D. Afonso Henriques, 424-428 Areosa
                    Admar, Rua D. Afonso Henriques, 472 Areosa















sexta-feira, 12 de julho de 2024

STILL CORNERS, PARA PINTAR A MANTA!













Com passagem prévia agendada para Paredes de Coura (17 de Agosto), os Still Corners voltarão ao Minho menos de um mês depois para se assumirem como principal nome do cartaz do festival Manta do Centro Cultual Vila Flor de Guimarães. Tocam dia 13 de Setembro, sexta-feira, com primeira parte a cargo da portuguesa Malva. 

O dia seguinte, sábado, dia 14, terá também boa onda - o belga Meskerem Mees abrirá as hostilidades para, depois, a folk adocicada de Billie Marten pairar no jardim. Tudo à borla, tudo para pintar a manta...

terça-feira, 9 de julho de 2024

NOUT, Matosinhos em Jazz, Jardim Basílio Teles, 7 de Julho de 2024

Do trio francês Nout repete-se, invariavelmente, o dito que a sua música é um género de missing link entre Sun Ra e os Nirvana, o que na ausência de outra classificação é capaz de fazer sentido... O tamanho do emaranhado de géneros é tão grande que talvez o jazz seja o reduto alargado e perfeito para receber, de braços abertos, este desrespeito benigno por convenções tradicionais. 

Uma flauta, uma harpa eléctrica e uma bateria foram, por isso, o rastilho sobreposto, ora suave, ora irrompido, que se deu a ouvir como primeira experiência arriscada de fim de tarde perante uma plateia, talvez, pouco habituada a estas modernices. Nada que tenha feito mossa, já que o público mais que adulto manteve-se atento, expectante e receptivo a um reforço energético surpreendente, que, por vezes, ouvido à distância, sugeria estarmos perante uma qualquer banda masculina de death metal

É, pois, notável que seja um trio feminino que manda, com classe, para as urtigas as lições e obrigações instrumentais, fazendo rodar por muitos festivais a sua originalidade, registada para a eternidade num recente álbum ao vivo e que contempla faixas tocadas o ano passado em plena Festa do Jazz lisboeta. Por isso, dêem as boas vindas a uma flauta cantora e electrónica, uma harpa distorcida e arranhada e uma bateria metaleira que as pedaleiras juntam, milagrosamente, numa torrente selvagem que do nout faz muito. Bravo!

segunda-feira, 8 de julho de 2024

FAROL #153















Os enigmáticos mas maravilhosos Sault, colectivo britânico de mais que recomendada onda jazz e soul, lançaram no sábado passado, e de forma brusca, mais um álbum, no caso "Acts of Faith", traduzido numa única faixa de trinta e dois minutos audível no youtube mas também pronta para imaculada descarga gratuita - oupa!

sábado, 6 de julho de 2024

SCOTT MATTHEWS, Mr NOVEMBER!














O amigo inglês Scott Matthews, que nos visitou o ano passado em Arcos de Valdevez, está de regresso em Novembro para mais um punhado de convívios bem dispostos e em que as canções nunca cansam, havendo, para já, datas marcadas para o Montijo (dia 15), Vila Real de Santo António (dia 16) e Leiria (dia 17). 

Será uma pena que a digressão não chegue mais a norte onde uma série de estimados compinchas o aguardam, como sempre, com carinho e amizade. Se for preciso uma ajuda para desenrascar estadia e um local para (en)cantar, é só avisar... home & dry!

quarta-feira, 3 de julho de 2024

MERCURY REV, FANTASIEMOS!





















Talvez os Mercury Rev não tenham nunca mais alcançado a profundidade e eternidade de "Deserter's Songs", um marco sonoro lançado em 1998 e a que o amigo David Friedman deu arranjos sublimes. Talvez aos Mercury Rev também não se deva pedir que o façam mas é certo que muitos dos álbuns seguintes, mesmo sem deslustrar esse legado, se tenham sempre nivelado por uma pop aceitável e sem riscos. 

Agora, quando vislumbramos a capa de um novo disco de tonalidade aproximada nas cores e na tipografia ao referido "Deserter's Songs", fomos a correr ouvir as canções, mas de "Born Horses" de seu título, com saída pela Bella Union em Setembro, só duas estão audíveis, as primeiras em nove anos de ausência de originais. Mesmo assim, a coisa "espiritual" promete.

Registado, como é hábito, em Catskill Mountains, Nova Iorque, a sonoridade estica-se num género de psicadelismo ambiental, uma mescla assumida de negritude e claridade com muito passado e arrojado futuro a lembrar bandas sonoras de ficção científica ou de romances visionários. Fantasiemos pois...


terça-feira, 2 de julho de 2024

KEVIN MORBY E UMA ORQUESTRA PORTUGUESA!





















O regresso a Portugal, o seu país preferido, do ente-querido Kevin Morby acontece em Novembro para cinco datas com a orquestra da Escola Profissional de Música de Espinho. Promete "escavar" o seu reportório e apresentar algumas canções novas em formato inédito e desafiante, o que implicará, certamente, alguns dias de prévia estadia artística. Antes da volta portuguesa, Morby fará sete espectáculos com banda pelo centro da Europa.  

Os concertos de Novembro são os seguintes: Teatro das Figuras, Faro, quarta, 20; Culturgest, Lisboa, quinta, 21; Theatro Circo, Braga, sexta, 22; Teatro Viriato, Viseu, sábado, 23 e Auditório de Espinho a 24, domingo, pelas 18h00, local onde deu um magnífico concerto no mesmo mês de 2016. Bilhetes para Espinho aqui. Espera-se triunfo...

segunda-feira, 1 de julho de 2024

FAUSTO BORDALO DIAS (1948-2024)

















A música tradicional portuguesa perdeu no dia de hoje um dos seus expoentes máximos - Fausto Bordalo Dias representava o que de diferente e mágico o género ainda agora e sempre agrega, um misto de exotismo e poesia fantástica transformada em canções inigualáveis. Quando "Por Este Rio Acima" saiu em 1982, nos anos seguintes a nossa geração pareceu virar costas a esse património, incompreendido e rejeitado em favor do novo rock português e da invasão da música independente americana e, principalmente, inglesa. Se não fosse a insistência caseira da nossa irmã talvez os discos do Fausto ficassem esquecidos na voracidade de uma juventude, mas certo é que acabamos sempre por nos envolver nessa alquimia única das letras e das melodias. A que aqui deixamos é, pois, um dos nossos hinos secretos. Paz... e obrigado!