quarta-feira, 23 de julho de 2008

KINGS OF CONVENIENCE, Casa da Música, Porto, 22 de Julho de 2008


As questões deixadas em aberto no “episódio” anterior tiveram ontem à noite grandes desenvolvimentos. Os Kings Of Convenience dão-se muito bem por estes lados e à festa na CDM só faltou mesmo um after-hours merecido! Mas já lá vamos... Há hábitos enraizados que ontem se renovaram: a banda apresentou-se numa primeira parte em versão duo, começada, como sempre, em toada calma com “Until you Understand”, medindo a atenção e devoção da assistência, ganhando confiança e esvaziando (ainda) algum nervosismo. É então que um perfeito personagem ganha a nossa atenção. Ele chama-se Erlend Oye e ontem, mais uma vez, esteve perfeitamente imparável! O indescritível figurão, troca as voltas ao início dos temas, faz expressões e movimentos irresistivelmente hilariantes, esquece-se do aperto das cordas que afinal estava na própria guitarra, quando já todos os outros procuravam o aparelho por todo o lado, no momento mais desconcertante da noite! O que vale a tudo isto assiste a outra cara metade, Eirik Boe, mais calmo, controlador e que estabiliza o aparente caos. Entretanto, já os dois habituais músicos – um contrabaixista e um violinista – se tinham juntado ao duo para, tal como prometido, apresentarem diversos temas novos (ainda não gravados e sem data de edição prevista). Este novo material, ouvido com muita atenção, souo, sinceramente, prometedor e seguro, na linha obrigatória dos dois e únicos discos já editados, com arranjos simples e particularmente brilhantes no pizzicato eficaz do violino. No regresso às canções antigas e tal como na Aula Magna lisboeta, Oye aproveitou para convidar todos a descer até à frente do palco (aren’t you tired of being seated?) para um melhor balanço dos temas “Misread” e “I’d rather dance”. Se até aí não havia permissão para máquinas de filmar ou fotografar, a proibição foi obviamente esquecida e os flashes não mais pararam! Muitas palmas, coros colectivos, clap’s e dança a que só faltou mesmo a invasão do palco, que não aconteceu porque dois seguranças subiram para cada um dos cantos numa atitude intimidatória. No encore, já em versão reduzida, não houve dueto com Caetano Veloso (era uma brincadeira...), mas o surpreendente “Corcovado” (video HugTheDj) com Boe a cantar em (meio) português e Oye no notável saxofone vocal, constituiu a despedida perfeita para uma noite inesquecível na CDM! Já cá fora, no largo fronteiro para onde desceram logo após o final, o duo não se cançou de fotografias e autógrafos num verdadeiro assédio controlado, com Oye a perguntar a toda a gente qual era o bar de destino. Andamos há anos a pedir uma sessão dj de Oye na cidade (de preferência num bar pequeno) e ali, naquele momento, damos conta que ontem foi uma oportunidade perdida (se alguém souber outros pormenores...). Já nos camarins, Oye, só ele, num continuo desfilar de palhaçadas provocatórias, dava a entender que a festa tinha tudo para continuar... (+ videos HugTheDj)

1 comentário:

baba disse...

eu estou ali meio de costas, é meio direitos de imagem! Recebi as fotos, thanks!