segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
CHUCK PROPHET + CHRIS ECKMAN + GIANT SAND, Festival Para Gente Sentada, St. Maria da Feira, 13 de Fevereiro de 2009
Cumprindo um hábito salutar dos últimos anos, o principal festival de Inverno a norte do país, cumpriu na sexta-feira cinco anos de existência, embora tenha havido uma interrupção (que nunca ninguém percebeu...) em 2007. O antigo guitarrista dos Green On Red, Chuck Prophet, iniciou a noite em toada informal, fazendo uso da boa disposição e desafio constante ao público. Uma só guitarra acústica e voz forte serviram canções “americanas” nitidamente biográficas mas algo inconsistentes. Para terminar, os Giant Sand apareceram em palco e a festa animou. Já com Prophet na guitarra eléctrica, o momento funcionou como despertador do ambiente sonolento entretanto instalado.
O ex- lider dos Walkabouts, voltaria, contudo, à toada calma. Chris Eckman, que viveu perto do Bairro Alto lisboeta durante alguns anos (o primeiro disco a solo tinha o nome de “Janela”), reside actualmente na Eslovénia onde gravou o ano passado um disco a solo chamado “Last Side of The Mountain”. Desse disco seleccionou a maioria dos temas apresentados, bem cantadas, irrepreensíveis na composição e cujas letras foram retiradas de poemas de Dane Zajc, poetisa eslovena. Pareceu-nos algo exagerado no dramatismo empregue na interpretação e talvez isso não tenha aproximado mais o público às suas canções. Quando cantou “Fadista”, do tal disco português, algum do “gelo” quebrou-se e a reacção foi mais efusiva e expontânea. Faltaram mais alguns momentos idênticos.
Os vencedores da noite seriam, obviamente e sem dificuldades, os Giant Sand. Em formação quadrangular, Howe Gelb foi o principal “distribuidor de jogo”: ao piano a cantar PJ Harvey, no contrabaixo acompanhando Lonna Kelly em parte do espectáculo, na “guitarra ao desafio” já no fim acompanhado por Chuck Prophet, Gelb e sua voz radiofónica, comandou um colectivo rodado, mas que, mesmo assim, podia (devia?) ter dado mais. Não porque as canções apresentadas não soassem perfeitas, mas percebeu-se algum cansaço, que impediram que a noite fosse memorável. Sabemos que os anos são já muitos em cima dos palcos (quase trinta...) e que nem sempre a motivação atinge o máximo, mas esperavamos algo mais. Um bom concerto, só!
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