terça-feira, 6 de abril de 2010

LISA GERMANO + PHILIP SELWAY, Festival SinSal.Oito, Teatro Caixanova, Vigo



O clássico e bem tratado auditório galego recebeu ontem um concerto algo desiquilibrado. Desde o início, destacou-se de forma nítida o talento de Lisa Germano, presente em todas as canções que magistralmente acompanhou ao piano. Os restantes parceiros não precisaram de se esforçar muito para as tornar vibrantes e suculentas, parecendo muitas vezes dispensável a sua presença ou contribuição. Neste particular e embora sentado em frente a dois tambores, a ajuda de Phil Selway, baterista dos Radiohead, foi quase impreceptível. Destaque para algumas das novas canções do álbum "Magic Neighbor" e das pequenas histórias à volta do gato Suli-Mon ou da má vizinhança. Mas foi com "The Prince of Plati" e "Snow" que Germano fez ainda mais "estragos", a que se juntou a pérola "Guillotine" mesmo no final do encore. Pena que a disposição ou inspiração para acabar um "Electrified" ainda iniciado não se tenha concretizado.
Intervalando com Germano, Phil Selway desfilou, à frente do palco, a maioria dos temas dum álbum já gravado mas ainda não editado. Há por ali um travo a folk de toada acústica ainda a precisar de muito vinco e lixa. Pareceu-nos tudo prevísivel e semsaborão, a que se junta uma lírica redundante e pobrezinha. Talvez o disco, que recebeu a ajuda de alguns Wilco e da própria Germano, se afigure mais atraente, mas pela amostra de ontem não será de esperar uma grande revelação. Logo a meio do espectáculo, demos connosco a pensar o que anda Lisa Germano a fazer no meio de tanta banalidade, tocando violino, guitarra ou flauta em canções tão deslavadas. Mas tal como confessou em entrevista ao jornal i de hoje, há contas para pagar... Dá vontade de pedir "Meio bilhete, por favor!".

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